A jovem morena acordou com o barulho de pássaros e sentindo uma infernal dor de cabeça, ela demorou certo tempo até abrir os olhos, estava distraída tentando se lembrar o que acontecera na noite anterior. Clove finalmente estranhou o braço musculoso e quente de Cato e  abriu os olhos assustada.

 Cato se viu sendo acordado bruscamente pelo grito estridente de Clove, a moça já estava em pé com os olhos arregalados e olhando o estado que se encontrava no espelho a sua frente. Seus cabelos estavam bagunçados e em pé a blusa batia no meio de suas coxas.  Extremamente sexy. Mas Cato não pode observar a vista de Clove por muito tempo, já que a garota assim que viu que o rapaz acordou o olhou com uma expressão estranha.

 – Você! – Clove exclamou com ferocidade.

– O que? – O loiro perguntou mais calmo do que realmente estava.

– O que aconteceu? Porque eu estou aqui? – Clove só se lembrava que estava bem com Cato até, até.  A jovem franze a testa confusa e se lembra. Imediatamente a raiva toma conta dela.

– Você ficou bêbada e eu te trouxe pra cá.

– Ai meu Deus, você me molestou. – A morena coloca a mão sobre a boca e vê a expressão até então calma de Cato ficar totalmente surpresa e logo o loiro solta uma gargalhada alta.

– Meu Deus Clove, deixe de ser ridícula.

– Não me chame de ridícula. – A morena rosna totalmente irritada.

– Não fiz nada com você, só cuidei de você.

– Cuidou de mim? Agora é minha vez de rir. Porque não me levou pro quarto?

– Ninguém estava lá.

– Não acredito em você. – A garota falou catando suas roupas que estavam sobre o chão e mesmo não querendo admitir tinha medo que Cato realmente tenha feito alguma coisa, não confiava totalmente no rapaz e pelas fofocas que escutava Cato fazia coisas muito...ruins.

– Ei, relaxa. – O jovem se levantou e Clove deu uma leve olhada no abdome definido do rapaz que notou e sorriu pra ela. A morena desvia o olhar totalmente constrangida e colocou seus shorts rapidamente.

 – Serio Clove, você tem que confiar em mim. – O rapaz falou depois de algum tempo em silencio. Assim que Cato falou isso Clove soltou uma risada amarga.

– Confiar em você? Não me faça rir.

– O que? – Cato pergunta confuso.

– Como você ainda pode se fazer de mal entendido? Não acredito que fui tão estúpida. – A garota revira os olhos.

– Ei, se é por causa da Glimmer ela que me beijou.

– De novo isso Cato? Sinceramente não sei o que você quer de mim. Você não gosta de mim, não vou dormir com você Cato, desista.

– Você acha que eu só quero dormir com você? – O rapaz pergunta não evitando ficar decepcionado.

 – Sim. Você sempre foi um babaca completo, não sei o que deu em mim. – Clove fala rumando até a porta.

– Não me chame de babaca! – Exclama o loiro já perdendo a paciência. – Devia ter deixado você agir como uma vadia e um idiota qualquer ido dormir com você. – Ele cospe a palavras que mesmo sem querer ferem a morena, ela lhe lança um último olhar raivoso e mesmo ainda estando com sua camisa bate a porta e vai a passos duros até seu quarto.

(...)

Katniss saia do banho quando Clove entrou no quarto com raiva e batendo a porta com força. A morena olha pra ela confusa e nota em sua aparência dando um sorriso malicioso.

– Ué, pra mim transar relaxava, Cato manda tão mal assim? – Katniss perguntou olhando Clove ainda com seu sorrisinho malicioso. 

Clove lhe lançou um olhar nervoso e estava abrindo a boca pra responder, mas somente deu de ombros e se sentou colocando a mão sobre a cabeça.

– Ei, o que ouve? – Katniss se sentou ao lado da amiga.

– Cato.

– O que ele fez? Achei que estava tudo bem.

– Ontem eu vi ele beijando Glimmer.

– Ah, então por isso seu showzinho lá na bancada. – A morena se lembra e ri baixo.

– Ei, não é engraçado.

– Clove. – Katniss começa colocando uma das mãos sobre os ombros da morena. – Cato sempre foi um galinha. Eu não a culpo por acreditar nele, também achava que ele podia mudar. Mas ele é isso.

– Eu sei. – Clove respondeu num sussurrou e lagrimas começaram a brotar de seus olhos. O que fez a mesma ficar raivosa, desde quando era tão fraca?Desde quando chorava por alguém assim tão facilmente? Cato estava me transformando em uma menina fraca e completamente apaixonada.

– Não chore amiga. – Katniss abraçou a amiga de lado e a mesma ficou em silêncio. – Só me explica uma coisa, se vocês brigaram porque dormiram juntos?

– Não dormimos juntos, eu acho. Pelo menos foi isso que ele me disse.

 Depois disso Clove mesmo sabendo que Katniss não era como Annie ou Alice com quem ela podia falar livremente e ser recompensada com palavras doces,  Katniss apenas iria lhe falar a verdade, o que poucos teriam coragem de falar em sua cara. Clove contou tudo a sua amiga que como ela imaginava foi totalmente sincera com ela.

  Já no fim do corredor Cato estava se sentindo completamente idiota por ter falado palavras tão duras com Clove. O que ele queria afinal? Mostrar que estava certo a Clove que só queria a ajudar, o que ele andava fazendo era tudo menos certo. Estava enganando Clove e nem queria pensar o quão a garota iria sofrer quando descobrisse o que ele estava fazendo.

  Passou boa parte da tarde de mal humor e ignorando todas as tentativas de conversa de Finnick que também se encontrara de mal humor por causa da namorada. Pelo que Cato se dignara a prestar atenção era porque Annie usava uma roupa curta ontem e ele implicou tanto com a garota que ela resolveu fazer aquele pequeno show ontem. Quem dera se os problemas de Cato fossem somente por uma briga boba dessas.

– Cara o que houve? – Finnick perguntou pela milésima vez aquela tarde. Às vezes Cato achada que Finnick era uma velha fofoqueira na outra vida.         

– Clove.

– Meu Deus Cato, você anda tão dramático que me sinto presente em uma novela mexicana. O que fez dessa vez?

– Ei porque eu que tenho ter feito algo? – O loiro perguntou indignado e o amigo só fez levantar as sobrancelhas com ar zombeteiro. – Ok, fui eu. Beijei Glimmer, na verdade ela me beijou.

 – Sei Cato, não precisa mentir. Sou seu amigo.

– Meu Deus! Ninguém acredita em mim.

– Com seu histórico não da pra acreditar muito mesmo. Sabia que tem gente falando que você já levou uma menina do oitavo ano pra cama. – Comentou Finnick e Cato só fez ficar quieto pensando o quão idiota aquilo era.  – Então...

 – O que? – Cato perguntou erguendo uma das sobrancelhas.

– Você levou a menina pra cama?

– Não! Finnick pare de acreditar em fofocas está andando muito com Katniss.

– Verdade. Mas e o que vai fazer?

– Ué nada. – O jovem falou e o amigo o olhou como se fosse um retardo. – O que? Não posso fazer nada se as pessoas acham que eu sou um pedófobo.

 Finnick bateu sua mão sobre a testa com força e revirou os olhos teatralmente.

– Oh sua anta! A Clove! 

– Ah a Clove. – Cato falou um pouco lentando pensando o que poderia fazer.

– É, a Clove. A gostosinha que você ta afim. – Finnick explicou como se Cato tivesse deficientes mentais recebendo um olhar feio do rapaz. – O que? A Clove mesmo com aquele estada continuo de TPM dela é bem bonitinha.

– Você pode por favor parar de falar da aparência de Clove. – Cato falou pausadamente, mas extremamente irritado.

– Ui, tudo bem. Não elogio mais. Mas o que vai fazer?

– Não sei. – O jovem admitiu. – Pedir desculpas?

– Annie não é tão fácil assim, mas quem sabe com a Clove funcione só isso. Cato você é um péssimo namorado, espera vocês estão namorando?

– É, sim. Eu acho, quer dizer eu não sei. – Cato respondeu incerto não havia pensado sobre aquilo. – Eu a beijei e depois fomos a festa, isso quer dizer namoro?

– Claro que não! Você tem que fazer algo extremamente romântico, leva-la sei lá pra praia e falar que os olhos dela são tão lindos quanto o mar, depois fazem um piquenique e quando estiverem vendo o por do sol você fala o quanto a ama e quer que ela seja sua. – Finnick encerrou com uma voz falsamente meiga e suspirou ao fim.

 Cato o olhou confuso e o achando um tanto gay.

– O que é? Annie só aceitou namorar comigo assim, ela ficou me mandando indireta por tanto tempo e só percebi quando a Katniss me chamou de idiota e me explicou que tinha de ser mais fofo. Como pode ver eu sou fofo. – Finnick falou se gabando e o loiro revirou os olhos, mas no fundo pensava quando podia fazer um piquenique pra Clove.