Jogos- A Minha Batalha Começa escrita por Fran Marques


Capítulo 29
Caverna




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Acordei sobre minha pele de lobo e um pano quente e roxo que me envolvia, de onde o garoto tinha tirado, eu não sabia. Kahina e eu estávamos dentro de uma caverna. Olhei em volta, ainda meio tonta. Kaki dormia tranquilamente sem se preocupar com nada, ao meu lado de costas para meu corpo. Nossas coisas estavam ao redor, a espada ainda se enrolava em meus dedos roxos e vi o arco de meu aliado em um canto.  Eu me levantei, mas ele continuou no sono profundo. Carreguei meus passos arrastados até a entrada da caverna e olhei para fora. Era noite. Estávamos alojados no pé de uma montanha que dava para uma cadeia de montanhas. Como ele tinha conseguido chegar ali? Eu não tinha a menor idéia.

Minhas pernas falharam e eu voltei ao lado de Kaki e dormi.

Acordei novamente e era de manhã. Meu aliado comia carne de um cervo que tinha conseguido caçar quando voltara para a floresta.

–Finalmente acordou, achei que você ia dormir pra sempre.

-Que cobertor é esse? – perguntei sem ver conexão com aquele objeto. –

-Agradeça a nossos mentores.

-Nossos?

-Aqui diz: Permaneçam vivos. – V & P. V de Verônica e P de Piscki. Ah tem uma nota do seu mentor aqui: Lamento pelo que você perdeu. O que ele quer dizer? – perguntou Kahinan com a simplicidade normal em seus olhos-

-Você deve imaginar. – falei- Perdi Adam, se você quer saber, mas acho que não dá para se perder algo que você nunca teve, então eu simplesmente deixei de ter a presença dele.

O silêncio tomou a caverna.

–O que aconteceu depois do lago? – perguntei quebrando a falta de palavras.

–Bom.... você foi atrás da espada, caiu na água enquanto Renata e Zeileen observavam aí eu voltei e te resgatei, te arrastei para fora e Renata atirou uma faca no meu braço. – com um gesto ele baixou o casaco e me mostrou um grande ferimento. Me levantei abruptamente para ver se braço mais de perto, mas ele me colocou de volta no lugar em que eu estava deitada. Tive que recobrar o ar, como se meu pulmão estivesse congelado e os mínimos movimentos custassem muito caro.

–Você precisa descansar. Chegou muito perto de morrer de hipotermia e está praticamente congelando lá fora. Esse cobertor oi a única salvação, a não ser que você quisesse chamar Adam, ficar nua e ele te passar o calor corporal dele, porque se eles não tivessem mandado isso ele seria nossa única opção. Também mandaram uma SPA para te aquecer, mas eu não cmi então saí para caçar. Não sei como esse cervo saiu da toca, mas o que importa é que graças a ele, tenho comida.

Comi silenciosamente a carne borrachuda do cervo unto com uma sopa de frango. Não era perfeita, mas era comida e, na minha opinião, estava magnífica.  A carne gélida me fazia tremer toda a vez que eu a engolia. Finos traços de sangue do animal escorriam pela minha boca enquanto eu mastigava desesperadamente aquilo, como se fosse fugir se eu não a segurasse direito. Essa era a sensação de estar na arena, como se nada que você zelasse, conseguiria escapar, o que poderia significar a sua morte.

–Como chegamos aqui? – perguntei finalmente ao acabar de comer –

–Depois de te arrastar para fora do lago com nossos corpos congelando eu comecei a correr com as duas atrás de mim. Corri muito até elas me perderem de vista e pensei emir para as montanhas. Sem querer ofender, mas você só parece magra, seu corpo pesa um monte.

-São só os meus osso. – brinquei. –Mas porque até aqui?

–Porque quase nenhum tributo iria nos achar aqui e eu conseguiria ter tempo suficiente para arranjar um alimento e você descansar. Logo abaixo daqui temos a floresta e o lago, ou seja, é um lugar de bom acesso. Podemos ver todos mas os outros só podem nos ver se subirem aqui. – ele concluiu satisfeito. –

–Muito bom. – falei orgulhosa daquilo. – mas e agora?

–Esperamos.

–O que?

–Eu não sei, mas alguma coisa tem que vir.

Eu não entendi direito, mas aquela conversa estava começando a me dar sono então me virei e dormi.

Acordei na manhã seguinte. Eu tinha dormido um dia inteiro, novamente. Kahinan estava na porta da caverna de vigia e uma neve fina caía lá fora. 

-Está assim a quantos dias? – perguntei, sem a noção do que se passava mundo á fora.

-Três dias.

-Então vamos sair daqui imediatamente. – falei juntando as coisas, eu já estava cansada de permanecer sentada como uma donzela imponente.

-Porque? – falou ele, já de pé, parecendo que estava muito satisfeito com aquele lugarzinho.

-Lobos sentem tanta fome quanto nós e geralmente eles se abrigam em cavernas o tocas, aposto que temos mais cavernas entre essas montanhas e eles vão sentir o nosso rastro se já estamos três dias aqui. Ah, e se tivermos sorte eles ainda não vão chegar logo, mas como os idealizadores devem estar trabalhando nisso meio que... Agora... Aconselho a nós... Corrermos. – eu me movimentava para lá e para cá juntando nossas porcarias e guardando o cobertor.

Corremos para fora, mas tivemos uma surpresa não tão surpresa quando os telespectadores esperavam. Os meus amigos lobos me encaravam novamente. Qual pele de lobo-bestante eu iria levar agora?


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