So Much For My Happy Ending escrita por Hilla Fox GM


Capítulo 4
Capítulo III - "Dead Memories"


Notas iniciais do capítulo

[Lúuh Scamander]:Oi poneys lindos do meu heart!
Sorry pela demora, eu assumo que a culpa foi minha, a criatividade não tava me ajudando muito a escrever a parte da Lys :/
Mas então, eu estou postando o capítulo sozinha. Sabe por que? Porque a dona Letícia foi namorar e me deixou aqui U.U briguem com ela, poneys, não importa se o cara for a cara do Scorp, a melhor amiga não pode ser abandonada! É nessas horas que você merece uma bolada na cara, tartaruga U_U
P.S.: Quem quiser ouvir a música tema, é Dead Memories, do Slipknot ^-^



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"Sentado no escuro, não posso esquecer, até mesmo agora, percebo o tempo que eu nunca terei. O outro "eu" está morto, Mas eu nunca sobreviverei com memórias mortas em meu coração."  - Dead Memories

Enquanto Albus não voltava, Rose mantinha o seu ritmo no balançar do seu corpo. Agarrada ao joelho e o rosto cheio de lágrimas.

Para frente e para trás. Ritmado.

 Para frente, e agora para trás.

Quanto tempo Albus demoraria?

Para frente, e agora para trás.

Seria suficiente uma bebida para acabar com os seus problemas? Não... Não...

Pare frente, e agora para trás.

A angústia era tão grande que parecia querer tomar conta do seu próprio corpo. Não foi ela. Rose já estava desesperada, parecia tão confiante na frente dos outros, mas sozinha ela era apenas uma menina problemática.

Pare frente, e agora para trás.

Cadê a faca que Albus tinha pegado dela?, deveria estar em algum lugar. Tinha que estar. Tinha que estar ali para ajudá-la.

Para frente, Rose se balançou e depois se pois em pé, desesperada procurando a sua faca. Correu o banheiro inteiro procurando pela faca, mas não achava. Já estava caída, desesperada cheia de lágrimas nos olhos, quando desistiu de procurar. Mas jurou, por tudo que ainda a mantinha viva, que viu alguém saindo correndo do banheiro.

Deitou novamente no chão. Estava mais desesperada.

Para frente, e agora para trás.


**


- Porque você estava conversando com a vadia daquela tal de Dominique? – A morena quis tirar satisfação assim que Scorpius Malfoy saiu da biblioteca.

- Você poderia calar a boa, Parkinson? – O loiro falou frio. A voz de Ammie Parkinson o irritava tão profundamente com aquele tom agudo e falso dela – Você sabe o quê eu quero quando converso com uma garota. Principalmente uma garota como Dominique – Continuou maldoso, sabia que Parkinson ficaria brava.

Não fora, em toda parte uma mentira. Porque mais iria querer falar com Dominique Weasley? Seria legal ter uma Weasley marcada na sua listinha, fora isso, a loira não tinha uma fama de santinha...

- Eu pensei que você iria mudar agora! – A sonserina já estava berrando, nervosa, com lágrimas nos olhos – Eu estou grávida! Pensei que nós iríamos ficar juntos!

- Pensou errado – Scorpius murmurou já começando a se afastando da morena.

- Você disse que me amava! – Ela berrou novamente, não tinha ninguém no corredor, mas mesmo assim, Scorpius sentia estranhamente exposto. Ele não amava.

- Parkinson, posso até ter te amado em um sonho seu, muito distante. Nunca iria te dizer uma mentira tão grande como essa, tenho ética. E, outra coisa, eu não acredito no amor. Como posso sentir algo que eu acredito não existir?

- Mas o amor existe – Parkinson berrou já com lágrimas nos olhos escorrendo – E eu tenho muito dele por você!

- E eu nado por você – Scorpius disse ainda mais frio e saiu andando, deixando para trás uma Parkinson desesperada.

Não porque ele não a amava. E sim porque seu plano estava dando errado.

Não adiantava ser uma boa atriz.

**

Lily corria desesperada corredor afora. Tinha encontrado duas pessoas queridas em momentos tão errados. Mas o quê podia fazer agora? Sempre estava com Molly, Molly era o seu exemplo. Mas só ela e Lorcan tinham percebido o suposto sumiço da morena.

Mas o quê ela tinha visto a assustou. Viu Lysander, acabada e conversando com Lorcan e depois viu Rose no banheiro, sozinha e louca. Sim, aquela mesma Rose Weasley confiante que sempre estava segura e nunca fora de controle.

E isso a assustava, não sabia o porquê.

Mas, se sentia estranha sem Molly para perguntar o quê fazer. Será que só ela de garota tinha sentido a falta da Weasley!?

Molly era tão popular, tinha tantos amigos, sempre cativara todo mundo, como ninguém notara a sua falta?

Lily parou um pouco para respirar. Seu fôlego estava sumindo e sua respiração estava desregulada.

- Tem cocaína? – Uma voz masculina perguntou num cochicho tão leve que Lily quase não conseguiu ouvir. A voz vinha do outro lado do corredor, virando à esquerda. Por um segundo, Lily teve medo, medo porque não queria mais ter surpresas no mesmo dia. Medo porque tudo estava fora do controle.

Controlou o melhor que pode a sua respiração, e continuou ouvindo a conversa.

- O pacote só chega amanhã – murmurou uma outra voz familiar.

- Me falaram que você tinha! – A primeira voz murmurou irritada – É feio mentir para a gente, cara!

- Eu não menti – a segunda voz respondeu com certa impaciência – Outra pessoa falou que eu tinha. Mas eu não tenhohoje! Sabe o quanto é difícil trazer drogas para Hogwarts? E se eu estou dizendo que só posso trazer amanhã, é porque só posso trazer amanhã!

- Amanhã então – A primeira voz disse irritada, com uma ameaça no tom da voz – Mesma hora, mesmo lugar.

- Mesma hora, mesmo lugar – a segunda voz concordou.

- É bom fazer acordos com você, Hugo Weasley.

Lily prendeu a respiração. O dia, definitivamente, era um dia de surpresas.

Tentou sair correndo, ou fugir, não sabia realmente o quê fazer. Tentou andar um pouco, sair dali, mas acabou tropeçando nos próprios pés e caindo de cara no chão, fazendo  muito barulho e muita dor no tornozelo.

- Quem está aí? – A voz de Hugo Weasley interrompeu o ar – QUEM ESTÁ AÍ!? – Perguntou irritado, já que não tinha obtido resposta na primeira pergunta.

Lily realmente queria ter respondido, mas estava com medo demais até para isso.

Os passos de Hugo se aproximavam, Lily tentou se levantar,mas o seu tornozelo doía incrivelmente.

Os passos já estavam perto, Lily tentou se arrumar ou pelo menos, encostar-se na parede, mas não teve tempo.

- Lily? – A voz de Hugo saiu confusa – O quanto você ouviu da conversa?

- Um pouco, apenas – disse, sua voz tremia.

- Está bem? – Perguntou educado – Por que não se levanta. Eu juro que não mordo... – disse sorridente.

- Acho que quebrei o tornozelo – A ruiva disse olhando para onde doía, já estava começando a inchar.

- Deixe-me te ajudar – O grifinório se abaixou para carregar a prima, porém Lily soltou um gemido quando ele se aproximou – Qual é o problema? – Perguntou, já começando a ficar irritado.

- Você trafica drogas – A pequena disse, um pouco atordoada com a idéia.

- E você é um fantoche de Molly – Ele murmurou agarrando a prima e tirando-a do chão – Falando nela, Molly ainda não pegou o seu pedido de hoje.

**

Lysander estava andando em direção à Floresta Proibida. Era loucura, mas ela sempre ia para lá quando queria pensar e ficar sozinha. Pelo menos ninguém a incomodaria, e essa era a única coisa que ela mantinha na cabeça para não ter medo.

Ela estava entrando em uma clareira na orla da floresta quando viuaquilo.

Ela não podia acreditar no que estava vendo. Sua melhor amiga estava se pegando com o garoto de quem ela gostava. Rose Weasley estava se pegando com Albus Potter, e que ainda por cima era seu primo. Isso não podia estar acontecendo, para a loira a cena era tão irreal que parecia um sonho, talvez um pesadelo daqueles que ela tinha todas as noites, daqueles que sempre a mostravam os seus piores medos. Mas ela se sentia incapaz de identificar se aquilo de fato era um sonho ou se era real, se sentia perturbada e magoada demais para isso.

Como um impulso, ela deu um passo para trás e pisou num galho, fazendo um barulho alto para um lugar silencioso como aquele. Rose e Albus então se desgrudaram e olharam para Lysander assustados. A surpresa de Rose se tornou maior ao ver que era Lysander ali. Talvez tenha se lembrado de que eu existo e também tenho sentimentos, pensou Lysander amargurada.

- O que faz aqui? - Albus perguntou seco, num misto de confusão e irritação e... Ele estava bêbado?Não importa, pensou Lysander,ele sempre está. Mas aquilo doeu do mesmo jeito nela, mas ele não fazia ideia. Ele nunca fez.

Rose se levantou e deu um passo para frente, mas tropeçou e quase caiu. Então ela também estava bêbada, talvez até mais chapada que Albus.

- Lysander, não é isso... eu... - ela falou, mas a loira não queria ouvir a sua desculpa idiota.

No momento ela não queria ouvir nem ver ninguém, então correu para dentro da floresta o mais rápido que pôde, sem fazer ideia de que a cada passo que dava, mais perigo ela corria.

Quando achava que estava a uma distância suficiente para que ninguém a encontrasse, Lysander parou para descansar. Ela não conseguia enxergar quase nada, apenas algumas silhuetas em meio à escuridão, e a angústia foi crescendo em seu peito, tomando conta da sua alma.

Ela sentia medo, frio, fome, e se sentia perdida. E tudo aquilo se juntava à raiva, à mágoa e à tristeza, formando a tal angústia. Que horas seriam? Ela se lembrava de ter saído no meio da tarde, mas com essa escuridão parecia ser noite. Talvez fosse sim, ela perdera a noção do tempo.

Lysander se sentou ali mesmo, no chão frio e terroso da floresta. Se encolheu de forma que pudesse abraçar suas pernas e colocou a cabeça nos seus joelhos, e começou a chorar. Sua vida estava uma merda, isso era um fato. Sempre foi, mas não precisava que Rose a traísse para perceber isso. Sua vida ruía desde pequena, aos poucos.

O desleixo de sua mãe ao cuidar dela e de seu irmão, o coma de Sean, a morte de... Não, ela não queria pensarnisso, ainda se sentia culpada. E agora, a traição de Rose.

Ela se sentia idiota, tola, fraca. Sempre esperava o melhor de todos, mas todos não passam de um bando de filhos da puta. E ela também era uma.

Lysander ouviu um barulho agudo. Não sabia se podia dizer que ouviu, parecia que tinha sentido ele no fundo da garganta. Foi algo como um grunhido metálico, mas que causou pânico na garota. Ela tinha esquecido dos animais perigosos dali.

A loira tentou procurar de onde veio aquele barulho, mas não encontrou. Ainda estava escuro demais para que enxergasse qualquer coisa que fosse.

- Quem está aí? – ela perguntou com a voz trêmula. Não houve resposta.

Então ela viu quatro pares de olhos negros e brilhantes a encarando. O mais estranho era: não havia nenhum raio de sol sequer, e mesmo assim os olhos brilhavam. O coração de Lysander estava disparado de medo, mas uma ideia ridícula se passou na sua cabeça. Ela pegou a varinha no bolso do casaco e pronunciou:

- Lumus – a ponta da varinha acendeu e iluminou uma bola gigante e peluda de um metro e meio, a pouco mais de dez metros de Lysander. As presas se mexeram assustadoramente e o coração de Lysander disparou. Ela tentou ir para trás, mas suas pernas não obedeciam o comando, então a enorme aranha começou a se mover em sua direção e a garota soltou um grito.

Ela não queria ter feito isso, produzido luz, provavelmente atrairia outros animais. E ela não queria parecer fraca, ela não podia ser fraca.

- Conjunctivitus! – ela pronunciou o primeiro feitiço que apareceu na sua cabeça.

A aranha cambaleou logo quando foi atingida, mas não parou. Ela estava um pouco desorientada por sua visão estar afetada. Continuou avançando até que estava cara a cara com Lysander, e pronta para atacar. A garota estava apavorada. Não conseguia lembrar de nenhum feitiço, sua mente ficara vazia, isso sempre acontecia quando ela estava nervosa. Ela fechou os olhos e esperou pelo ataque.

Mas ele não veio.

Ao invés disso, a aranha soltou um guincho e foi arremessada para trás, caindo de costas a quinze metros de onde estava. Lysander olhou em volta para ver quem havia feito aquilo, e James Sirius estava parado do lado dela com a varinha em punho.

Silêncio.

- Você está bem? – ele perguntou.

- Estou – ela mentiu, e ele arqueou uma sobrancelha.

- Não parece – ele comentou – e você mente muito mal.

James estendeu a mão, e ela a pegou e se levantou. Ela estava tremendo, mas não sabia se era de frio ou de medo, então tentou desfarçar.

- Se machucou? – ele perguntou novamente.

- Não – ela respondeu –, obrigada por me salvar. O que você faz aqui, Jay?

- Eu que te pergunto.

- Eu venho sempre aqui para pensar.

- É um lugar muito perigoso para pensar – ele falou, se desviando novamente da pergunta que ela fez – anda, me fala a verdade. É por causa do bêbado do meu irmão?

Lysander levou um susto e cruzou os braços na frente de si. Como ele poderia saber?

- Como você sabe?

- Ah, por favor, você é um livro aberto – ele respondeu com um meio sorriso, e Lysander corou. Não queria ser um livro aberto, era por isso que sempre se fechava para as pessoas. Ele notou o seu constrangimento – ah, me desculpe, não era isso que eu queria dizer... É só... Linguagem corporal. Dá pra saber muita coisa de uma pessoa observando seus gestos, sabia?

Lysander franziu o cenho. Eles estavam conversando sobre isso logo depois de ela ter quase sido morta por uma aranha gigante, e ela não estava muito bem.

- Andou me observando? – ela perguntou.

- Não! – ele respondeu imediatamente – É só que... Eu observo todo mundo, não só você. Eu não sou um maníaco, okay? – ele falou depressa.

- Okay – ela sorriu. Havia quanto tempo não sorria? Semanas, meses? Definitivamente essa era a primeira vez que sorria em muito tempo – Podemos voltar? Não quero ser atacada por um bicho desses novamente.

- Certo – ele concordou.

**

Não, estava tudo errado!  Tudo, como sempre, errado.

Recebera a carta dos pais e mesmo depois dos quatro noves e um dez ela ainda não era melhor. Eles sempre escolheriam Victorie, sempre, sempre, sempre.

Ela não era mais do quê nada.

Mas o quê assim tão importante teria Victorie se casar com Teddy? Porque os Delacour não se importavam com a sua nota? Por que a sua mãe não se importava com a sua nota? Nem mesmo Victorie tinha tirado quatro noves e um dez! Ela tinha, ela era melhor, porque não reparavam nisso?

Ela não era mais do quê nada?

Mas Victorie estavanoiva! O seu professor de poção poderia lhe dar nota, mas não um noivo! Ela não poderia ser melhor que Victorienisso! Mas ela tinha quatro noves e um dez! Victorie não tinha isso, tinha um noivo.

Ela não era mais do quê nada?

Se sentia a pessoa mais suja do mundo, tinha dormido com o professor, mas ia receber os parabéns dos pais, isso bastava, se sentiria ruim, mas seria finalmenteela. E não Victorie!

Ela era menos do quê nada.

Sempre fora, afinal, ela era Dominique Weasley.

Nunca seria melhor que Victorie, nunca teria cabelos mais bonitos, nunca seria mais educada, nem mais inteligente, nunca teria um namorado perfeito, nunca teria o sorriso do ano.

Se sentia mal, se sentia a pior, e nessa noite, ela não sentiu nojo ao ir para a cama do professor.

Ela não sentiu nada.

Afinal, ela era menos que nada.


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews, nem que seja pra nos xingar ^-^