Alvo Potter E O Medalhão De Prata escrita por Amanda Rocha


Capítulo 16
O amasso


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!! Nesse capítulo teremos mais acidentes... E o duelo será logo no próximo... Aí vai:



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Na manhã seguinte, Alvo acordou com o despertador de Clívon. Sentiu uma imensa vontade de não assistir a nenhuma aula aquele dia, olhou para os amigos e sentiu que eles também não estavam com a mínima vontade de se levantar. Principalmente Carlos, que nem mesmo o despertador de Clívon o acordara. Ele ainda dormia suavemente debaixo das cobertas. Alvo se vestiu e foi até a cama de Carlos.

-Carlos... –chamou cutucando o amigo. –Hum... Já é hora de acordar...

Carlos botou a cabeça para fora das cobertas e ficou encarando Alvo como se não conseguisse distingui-lo. Alvo levou um susto, pois o olho que na noite anterior Alvo acertara com a varinha, estava extremamente roxo e inchado.

-Hum... Que é que você quer? –perguntou Carlos.

-São... Sete e meia... E... O seu olho está... Hum... Estranho. –completou Alvo.

Carlos se levantou. Foi até a cabeceira de Clívon, onde havia um espelho e deu um pulo quando viu o olho roxo.

-Ai meu Deus! –exclamou. –Meu olho! Meu olho! Ai, ai, ai! E agora?

-Ai, o que é vocês estão fazendo já são... Carlos seu olho!

 Rosa acabara de entrar e ficara de boca aberta observando o olho inchado e roxo de Carlos.

-Eu sei, está horrível! Não posso aparecer assim para os outros! Vão rir da minha cara!

Rosa observou o quarto e depois foi até o malão, todo bagunçado, de Carlos e tirou uma toca.

-Hum... Não precisa se preocupar... –disse ela calmamente.

-Como não? –exclamou Carlos. –Meu olho está do tamanho de um lembrol, e roxo!

-Ah, vê se se acalma! –disse Rosa mostrando a toca. –Sorte sua que está frio, pode botar para esse lado assim e vai tampar o olho... Pronto!

Carlos olhou no espelho. A toca agora tampava totalmente o olho direito.

-Vai ficar meio estranho, mas é só você ser discreto e ninguém vai perceber... –disse Rosa.

-Está ótimo! –disse Carlos. –Valeu Rosa, fico te devendo essa.

-Que tal se a gente for indo para as aulas, hein?

-Certo... E o que teremos hoje?

-A primeira é de Feitiços, depois dois tempos de Trato das Criaturas Mágicas... Almoço... Dois tempos de Poções e um de Herbologia. Espero vocês lá em baixo.

E saiu. Alvo pegou os livros e os colocou na mochila, juntamente com a Capa da Invisibilidade, para o caso dele não voltar a pegá-la até a hora do duelo, e desceu com os colegas para a Sala Comunal da Grifinória. Rosa, Annie e Clarissa os esperavam lá.

-Até que enfim! –disse Rosa. –E, ah! Tiago pediu para avisar que ele foi para a enfermaria.

Os garotos desceram para a sala de Feitiços. Estava fechada.

-Droga! –exclamou Rosa. –Será que da próxima vez vocês não podem acordar mais cedo?

-A gente foi dormir muito tarde por que estávamos com o Alvo! 

-Eu também estava treinando com o Alvo, mas me acordei às sete horas!

-Ah, meninos! Pensei ter ouvido as vozes de vocês! –disse o professor Denóires abrindo a porta. –Entrem, por favor!

 Eles entraram. Era aula dupla com a Sonserina.

-Ih... Cansado, é Potter? –perguntou Scorpius quando ele entrou. –Aposto que sim... Isso que dá ir dormir tarde...

Alvo congelou. Estava tão concentrado em treinar feitiços que nem havia reparado em quando Scorpius foi se deitar. Na verdade Scorpius se mantinha tão longe da Sala Comunal da Grifinória que ninguém o via entrar ou sair.

O professor Denóires estava bem animado e colocara uma caixinha na classe de todo mundo.

-Hoje estudaremos o feitiço de Destrancar as coisas! O nome é Alorromora, repitam:

-Alorromora! –disse a sala toda.

-Vamos, vamos! É bem fácil, basta apontar a varinha e pronunciar!

 Alvo já conhecia este feitiço. Para dizer a verdade, ele já conhecia a maioria dos feitiços, já que sempre os usara em casa. Fez este com facilidade, na verdade, se sentiu feliz em hoje poder fazer o feitiço certo ao mesmo instante que Rosa.

-Não, não, Sr. Finnigan... Já disse que têm que dizer com mais clareza, é por isso que acaba explodindo as coisas... Ou por ser da genética... –acrescentou em voz baixa, mas Alvo pode ouvir.

Alvo sentiu os olhos pesarem. Teve uma grande vontade de dormir. Olhou para a o relógio, ainda faltavam quarenta e cinco minutos para acabar a aula. Foi fechando os olhos... Só ia descansá-los um pouco...

 Teve uma ótima sensação. Estava voando. Era um jogo de Quadribol. Todos na arquibancada gritavam: “Alvo Potter é o melhor!”, o que só o motivava a fazer mais pontos para o time. O irmão, Tiago, sempre que passava por ele, abria um grande sorriso. Pedro e Patrícia não paravam de lhe dar parabéns em pleno jogo. Os batedores, Eduardo e Charlie, diziam que nem se preocupavam com os balaços e que Alvo era tão bom que dava conta deles sozinho. De repente, sua coruja, Reéder, apareceu no campo. Ele atirou a corujinha para fora das arquibancadas, mas ela voltou a aparecer em cima da goles. Logo um balaço começou a perseguir Alvo, e quase bateu na cabeça de Reéder. Alvo, vendo que era perigoso para a corujinha e notando que ela não ia sair,  simplesmente saiu voando com ela. Pedro ainda avisou: “Não demore muito, Alvo!”. Ele foi subindo cada vez mais, passando por nuvens e mais nuvens. Já não era tão frio. Ele fechou os olhos e deixou que o vento o conduzisse. Parecia que estava solto no ar. De repente sentiu que estava abandonando a Firebolt, mas ao mesmo tempo seus pés tocavam alguma coisa. Abriu os olhos, estava pousando em uma nuvem. A Firebolt estava indo embora juntamente com a goles. Alvo se deitou na nuvem. Sentia-se muito feliz. De repente alguma coisa parou em cima de sua cabeça, era Reéder. Piava descontroladamente e puxava Alvo pelos cabelos. “Ai Reéder! Está me machucando!”. Mas a corujinha o ignorou completamente e tornou a piar mais alto e desesperadamente. Alvo então agarrou a corujinha e a deixou flutuando em sua frente. Ela, por sua vez, deu um olhar de censura ao dono e foi embora. Alvo voltou a fechar os olhos, mas desta vez... Foi se sentido cada vez mais leve... A nuvem foi se movendo... E... A nuvem desapareceu e Alvo começou a cair. Fechou os olhos com força e esperando por um baque doloroso, que aconteceu... Mas nada doloroso. Caiu em uma cadeira muito macia. Um homem começou a falar, mas Alvo não podia vê-lo, estava tudo completamente escuro. O homem começou a cumprimenta-lo formalmente e dizer umas coisas... “Mas não se preocupe” disse em uma voz muito calma. “Eles não sentirão dor alguma... Mas sabe, terei de mata-los... Matar toda a sua família, quem você ama!”. Alvo ficou desesperado. Não queria que matassem sua família, começou a gritar, mas sua voz desapareceu. Então várias cordas o prenderam firmemente na cadeira e...

-Alvo! Acorda, Al... Alvo!

Alvo abriu os olhos. Viu metade da turma olhando para ele.

-Está tudo bem? –perguntou o professor Denóires.

-Hum... Sim... –respondeu Alvo. –O que...?

-Você... –disse Rosa em voz baixa, quase num sussurro. –Teve outro pesadelo... Começou a gritar e a espernear...

-Que foi, Potter? Sonhou com o Scorpius, foi? –perguntou Caroline.

-Eh... –fez o professor Denóires. –Estão dispensados, todos vocês! Vamos, vamos, pra fora!

Alvo pegou a mochila e já ia sair, mas o professor o puxou.

-Hum... Quero conversar com você um pouco...

Alvo voltou a sentar na cadeira. Rosa e os outros saíram.

-Me desculpe, professor... –disse Alvo. –Eu estava com muito sono, passei a noite toda acordada por... Por que estava me sentindo mal...

-Hum, sei... –disse o professor sentando-se na cadeira à frente. Parecia preocupado. -Mas e quanto aos seus pesadelos, Alvo...

-Ah, não se preocupe com eles... Sempre tenho esses sonhos...

-Alvo, você estava gritando.

-É, geralmente acontece quando estou nervoso, agora principalmente por causa do Scorpius e dos outros da Sonserina zombando de mim... Mas ele vai ver hoje, vão se arrepender! Prometo que vou mostrar á ele depois do du... –Alvo sentiu suas entranhas darem uma reviravolta em sua barriga. Quase falara. - Mas também com o Chapéu Seletor dizendo: “Ah, vejo que você tem medo, sim tem...”. Ele acha que não sei que sou um grande medroso, mas precisava jogar isso na minha cara? Ah, aposto que ele estava errado! Não devo ser da Grifinória...

-Mas o Chapéu te colocou lá, ele não erra assim...

-Errou com o Malfoy, por que não pode ter errado comigo? A Grifinória é um lugar para valentes, corajosos, bem diferente de mim... E além do mais, ouvi dizer que se toda sua família é daquela casa, ele te põe lá...

-Minha família toda é da Sonserina e eu sou da Lufa-Lufa. Meus parentes todos são malvados e cruéis, vivem dizendo que o Chapéu não errou comigo... Que na Lufa-Lufa só tem babacas... Mas foi lá que fiz verdadeiros amigos. E, voltando ao assunto... Já que você disse que é normal, então... É melhor você ir indo... E ah, durma um pouco na hora do almoço... Sei que você esteve doente a noite toda, não é? –disse dando uma piscada para Alvo.

-Hum, é... Eu vou indo professor...

-Certo... E boa sorte com o duelo hoje...

-Ah, obrigado! –Alvo já ia saindo quando se deu por conta. –O quê? Como o senhor...?

Mas mais uma vez o professor deu um sorrisinho e piscou o olho para Alvo, depois foi embora. Alvo respirou fundo e continuou o caminho para a aula de Trato das Criaturas Mágicas. Como é que o professor sabia do duelo? E parecia até que sabia que ele ficara a noite inteira treinando os feitiços e não doente. E o pior era que se o professor descobrisse que eles teriam um duelo naquela noite? “mas ele sabe!” disse para si mesmo. Se contasse à Neville poderiam ser expulsos... Não, não... Tiago já duelara muitas vezes, mas nunca foi expulso... De qualquer forma, poderia ter sido culpa de Alvo... Ele quase contara sobre o duelo... E pelo jeito que falara... Quase deixara escapar duas vezes... Se ele os outros pegassem uma detenção seria tudo culpa dele... O que iria fazer? Contar?

-Ah, Al! –chamou Rosa. –Luna já está lá... Pediu para a gente vir te chamar... Está tudo bem?

Alvo assentiu com a cabeça. Eles foram indo para o jardim. Luna estava lá com toda a turma esperando.

-Ah, chegou o atrasado... –disse Luna. –Junte-se aos outros, Alvo. Eu já venho...

 Alvo foi até os outros alunos. Havia um bolinho de gente perto da orla da floresta. 

-O que é aquilo? –perguntou Annie.

-É o Max... –disse uma menina de cabelos grisalhos que estava acompanhado de dois meninos que pareciam gêmeos. –Ah, desculpe... Sou Eloísa Elêck, e esses são meus primos Ethan e Elliot. E vocês são os Weasley, certo?

-É... Rosa e Alvo... –disse Rosa e ia apresentando os outros. –Mas... Por que aquele bando de gente lá?

-Ah, é... É o Max Connó. É da Lufa-Lufa também... Ele vive chorando há dias, não pode ver aquele Malfoy.

-Malfoy? –repetiram todos.

-É. Aquele garoto idiota. Uma semana antes do Natal ele começou a xingar o Max... Disse que ele era inútil, que ninguém iria querer um Sangue-Ruim como ele por perto. Desde então, sempre que o Max o vê começa a chorar. Sabe, o Max é mais novo... Só vai fazer onze no fim do ano letivo, ele...

-Malfoy... –resmungou Carlos ajeitando a toca. –Aquele idiota... Não sabe com quem está mexendo...

-Ah, muito bem, turma! –era Luna que havia chegado com um gato no colo. –Venham, eu sei que está meio frio, mas sentem-se no chão...

 Todos sentaram. Alvo foi sentar-se debaixo de uma figueira. Assim era mais difícil de Luna o ver. Fechou os olhos por um instante. Ia dormir só um pouquinho... E Luna não era tão má assim... Ia compreender que ele estava com sono... Foi se acomodando... A voz calma e suave de Luna ajudava a aumentar o sono...

-Hum... Alvo... –ele abriu os olhos. Annie estava o cutucando. –A professora está te chamando.

Alvo se levantou depressa.

-Sim, professora?

-Venha até aqui. –chamou Luna.

Ele foi, meio nervoso, até Luna. Ela acariciava o gato preto de manchas castanhas.

-Como o combinado, certo? Agora, qualquer coisa é só usar o feitiço Expelliarmus, sabe executá-lo, não? Então... Vou soltar o gato... Mas antes diga que... Hum... Está em uma aula de Transfiguração.

 Alvo não entendeu. Por que teria de usar o feitiço Expelliarmus e dizer que estava em uma aula de Transfiguração? O gato foi se aproximando.

-Eu estou em uma aula de Transfiguração... –disse mesmo sem entender.

 O gato o cheirou e depois lhe mostrou as unhas. Alvo recuou, mas o gato continuou a segui-lo e a rosnar. De repente trepou em cima dele e Alvo caiu para trás. Começou a arranhá-lo. Alvo começou a gritar, mas o gato já estava rasgando suas vestes e cravando suas unhas afiadas em Alvo. O garoto começou a gritar mais alto, até a professora tirar o gato de cima dele.

-Hum... Rosa! Leve-o para a ala hospitalar e explique o que aconteceu...

 Rosa foi até o primo e o ajudou a levantar. Alvo seguiu com Rosa até o castelo. Sentiu uma vontade enorme de gritar, a dor era muito grande. Sentiu seus olhos se encherem de lágrimas.

-Alvo, você não devia ter dormido... –disse Rosa.

-Eu... N-Não... Sab-bia... –respondeu Alvo aos soluços. –O que foi q-que me atac-cou? 

-Foi um amasso... Ele percebe quando uma pessoa está mentindo, mas... Acho que esse era um pouco zangado... Foi por isso que a professora disse para você falar que estava na aula de Transfiguração e depois usar o Expelliarmus. Vem, entra... –disse a prima abrindo a porta da enfermaria.

 Tiago saiu furioso de lá. E caminhava com os dois pés agora.

-Ah... Achei que pudesse me livrar de mais algumas aulas, mas não! O que aconteceu? –perguntou olhando para os braços ensanguentados do irmão.

-Ah, foi um acidente na aula de Trato das Criaturas Mágicas... Madame Pomfrey?

-Ai meu Deus... Traga-o aqui... –disse a enfermeira apontando para uma cama. –O que foi isso?

-Foi um amasso. –respondeu Rosa.

-Ah, menino... Vem anda... Onde é que está? –disse ela vasculhando o armário e tirando um pano e um frasco. –Aqui! Terei de passar isso nos seus braços...

Quando ela encostou o pano, Alvo deu um berro ensurdecedor.

-O que está botando nele? –perguntou Tiago.

-É uma poção para desinfetar o machucado... Vai sair o veneno, se tiver... Preciso tirar o sangue também... Depois, ah, pare quieto! Vocês, vão para suas aulas...

 Tiago e Rosa saíram da enfermaria deixando para trás um Alvo berrão.

-Não se preocupe, menino... Vai parar de arder depois...

-E-está... Queimand-do! –disse Alvo.

-Deu, pronto... –disse Madame Pomfrey servindo um líquido em um copo. –Tome menino... Vai passar a dor... E ah, vai dar um pouco de sono. Tente não mexer os braços.

 Alvo deu um último gemido de dor enquanto Madame Pomfrey segurava o copo na sua boca. Era horrível. Tinha cor escura e gosto de... Terra. Quando terminou de beber, Madame Pomfrey saiu. Alvo virou para o lado para não ficar olhando os braços arranhados que a essa altura já não sangravam tanto. O remédio devia estar fazendo efeito, pois ele começou a sentir sono...

-Potter... Potter! Acorde!

 Alvo abriu os olhos. Deu de cara com Madame Pomfrey.

-Toma, - disse empurrando um prato de comida para o menino. –Tem que comer um pouco...

-Mas os meus braços... Disse que eu não podia mexê-los.

-Eu já os enfaixei enquanto você dormia... Aliás, você dormiu por um bom tempo. Não dormiu de noite, foi?

-Não... –disse Alvo dando uma garfada em sua batata assada.

-É foi o que achei... Sabe, seus amigos vieram te procurar agora pouco, antes das onze. Disseram que era urgente que você acordasse. Tinha que fazer alguma coisa?

-Onze? –perguntou Alvo. Deviam querer que eu treinasse mais um pouco, pensou. –Não faço ideia do que queriam... –mentiu. –Talvez queriam me lembrar de um ingrediente que esqueci para aula de Poções, eu vivo esquecendo...

-Aula de Poções? Esta hora?

-Não, é depois do almoço, mas...

-Almoço? Potter, são onze e meia da noite!

-O QUÊ? –exclamou Alvo se levantando.

-Fique aí! –disse a enfermeira empurrando-o de volta a cama. –Não vai sair até comer todo esse prato de comida, ficou o dia inteiro sem por nada no estômago!

-Mas eu preciso ir! Tenho que fazer uma coisa muito importante!

-Escute aqui, menino! Por mim você passava a noite toda aqui!

-A noite toda? Não posso passar a noite toda aqui!

-É, Neville disse que te dá permissão para voltar ao dormitório, mas isso, depois que comer. Não pode sair assim... Ficou o dia inteiro sem...

-Mas eu não estou com fome! –disse Alvo. –A senhora não me ouviu? Não quero comer nada! Só quero sair daqui!

 Madame Pomfrey que parecia não ter ouvido nenhuma palavra que ele disse, agora o empurrava um copo de suco de abóbora. Alvo, vendo que não tinha escolhas, começou a comer depressa sua comida. Nem tomou um gole sequer do suco. Quando terminou se levantou de um salto.

-Deu, acabei! Posso ir agora?

-Pode, pode sim... Mas tem que vir aqui todos os dias depois das aulas para continuar a passar a pomada e com sorte essas marcas não vai ficar por muito tempo.

Alvo assentiu e saiu correndo. Já eram mais de onze e meia da noite, daqui menos de meia hora o duelo começaria. Os corredores estavam escuros. O Saguão de Entrada, vazio. Alvo saiu correndo pela escada de mármore saltando vários degraus de uma só vez. Seu coração batendo forte. Passou por várias escadas. Uma delas começou a se mover quando Alvo estava no meio dela.

-Droga! –disse ele bravo. –Quando eu queria ver vocês mudarem, vocês não davam nem sinal de vida!

Quando a escada finalmente parou, Alvo saiu correndo para o fim dela. Teve de subir mais três andares para chegar ao corredor do quadro da Mulher Gorda.

-Senha? –pediu ela distraidamente.

-Asas de hipogrifo. –disse ele no mesmo instante.

-Senha incorreta. –disse a Mulher Gorda monotonamente.

-Não, não está! Victoire disse que essa era a senha no começo do ano!

-A senha muda toda vez que alguém a esquece ou algum aluno de outra casa descobre.

-Mas não me avisaram! Devia ter um bilhete aqui na parede dizendo a senha!

-Aí qualquer um podia entrar na sala comunal da Grifinória. –respondeu a Mulher Gorda sem ao menos olhar para Alvo.

-Mas eu preciso entrar aí! –disse Alvo. –Tenho que encontrar meu irmão e...

-Sem senha não entra.

-Ah, mas você sabe que sou da Grifinória! Pode me dar a senha, ou me dizer se o meu irmão está aí dentro?

-Seu irmão? O menino alto de cabelos cacheados de menina que vive em detenção? –Alvo confirmou. –Ah, o Potter mais velho... Não entra aqui desde às sete horas...

-Ah, obrigado! Valeu mesmo e me deseje boa sorte!

-Senha correta. –disse a mulher girando para frente revelando um buraco na parede.

-O quê? Boa sorte? Ah, eu não acredito nisso!

 Alvo deixou o corredor e saiu correndo pulando mais degraus de escadas. Saiu apressado demais. Onde estava o irmão? Madame Pomfrey dissera que eles apareceram na ala hospitalar antes, mas onde andariam por todo esse tempo?

-Ah, Alvo! Finalmente!

Alvo olhou para baixo. Tiago, Matt, Rosa, Daniella e Suzanna estavam à sua espera.

-Por que demorou tanto?

-Saí da enfermaria assim que pude, -respondeu Alvo- e estava procurando por vocês.

-Não importa! –disse Rosa. –As meninas e eu vamos vigiar.

-Até que enfim a Daniella vai fazer alguma coisa...

-Ah, cala a boca, Matt! –disse Daniella.

-Certo, Al... Faíscas vermelhas da varinha é o sinal para a gente se esconder, Joshua e os outros não vão saber... Não sei ainda o que vamos fazer, vamos improvisar, mas o objetivo é fazer eles se ferrarem, e não nós.

 Ouviram um barulho de passos.

-Não estou com a Capa... –disse Alvo.

Tiago tirou do bolso um pedaço de pergaminho que Alvo reconheceu ser o Mapa do Maroto.

-Não vamos precisar dela... Certo, é só o Joshua, mas já está chegando. Vocês, vão, se escondam!

 Daniella, Suzanna e Rosa saíram apressadas e se esconderam atrás da escada. Alvo sentiu seu coração bater cada vez mais forte. Fechou os olhos e...

-Ora, ora... Os dois Potter e o Stuck... –disse a voz arrastada e nojenta de Joshua.

Tiago saiu de perto de Matt e Alvo e foi em direção a Joshua. Matt, porém, ficou com Alvo.

-Vai dar tudo certo... –sussurrou. –Tiago e eu vamos ferrar com eles.

 Alvo forçou um sorriso. Sentia-se melhor agora que Matt o tranquilizara, mas ainda assim ele estava com medo... Talvez fosse por isso que todos o chamassem assim... De medroso... Talvez fosse verdade... Queria pelo menos uma vez na vida ter a coragem que Tiago tinha... Que Matt tinha... Que todos tinham menos ele! Até Rosa, que ele nunca sonhara que um dia fizesse alguma coisa que pudesse colocar em risco sua vida escolar, agora estava se metendo em uma grande encrenca, se pondo a favor para despistar alguém que viesse a descobrir do duelo, o que para ela já era um grande passo, apesar dela sempre deixar bem claro que queria passar pelas aventuras que os pais passaram e ficar mundialmente conhecida... Alvo respirou fundo...

-Aí, Potterzinho! –disse Joshua, estava acompanhado de um cara alto e careca. –Scorpius está pronto para detonar você.

-É mesmo? –disse Avo pensando rapidamente em uma resposta. –Não crie muitas esperanças, Scorpius, não quero que você... Hum... Fique muito triste quando eu ganhar esse duelo!


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Notas finais do capítulo

Gostaram??? Bom, gente, eu só vou poder postar o outro domingo ou segunda, então...
Até lá... Bjs, Amandinha Weasley!