Na hora do almoço, Alvo, que fazia tempo que vinha à casa do tio Rony, se perguntava como iam fazer para botar toda aquela gente em uma mesa. Mas chegando à cozinha viu uma enorme mesa com várias cadeiras. Sentiu um forte cheiro de suco de abóbora, o seu preferido. Nas datas festivas, onde se reunia toda a família, eles sempre faziam suco de abóbora. Alvo, Rosa e Tiago esperaram todos se sentar para depois sentar-se perto de alguém que durante a refeição podia deixar escapar algo. – (“Temos que pensar bem, vai ver... Gui... Não...” dizia Rosa, mas logo foi interrompida por Tiago: “Ah, vamos! Sente-se logo em qualquer lugar!”) – e eles sentaram na primeira cadeira vazia que avistaram. Alvo deu uma olhada de esguelha para ver ao lado de quem tinha sentado e teve uma grande decepção. –“Ah, droga! O tio Percy é a última pessoa que vai deixar escapar algo...”, pensava. – Rosa que estava no meio puxara assunto com tia Fleur, que estava à sua frente.

-Olhe, me desculpe perguntar, mas... É verdade que você pode virar um pássaro?  -perguntou. Para sua surpresa, Fleur abafou uma risadinha.

-Bem, quando era mais nova... Mas nunca mais virei um pássaro.

-E... Bem, soube que o Louis também é o que se chama de... Veela, não é?

-Ah, bom... Ele nasceu com traços de veela... Hum, você quer saber se ele também vira um pássaro? –perguntou Fleur notando a curiosidade na cara de Rosa.

-Sim, é que... Eu pesquisei bastante e soube que não é muito comum meninos virarem veela...

-Bem, é claro que é muito raro. Mas é estranho por que na verdade eu sou apenas parte veela, por conta de minha avó, mas quando pensei no fato de ter algum filho veela, achei que seria uma menina, mas Victoire logo que nasceu eu vi que não, pois apesar de eu e o Gui termos os cabelos claros, ela tem o cabelo um pouco mais escuro, logo pensei que se fosse ser, seria a Dominique, mas o cabelo dela é ruivo, como o do Gui. Só que quando Louis nasceu não imaginava que ele fosse ser um veela, mas...

-Você usa como referência o cabelo? Por quê?

-Bem é que veelas quando têm filhos tem que verificar cedo se os filhos herdaram isso das mães, pois... Bem, o processo é meio difícil se descoberto mais tarde. Só que como nos bebês não podemos ver os traços de pássaro, a característica que observamos é o cabelo, se é loiro, se esvoaça...

-E, ouvi dizer que você estudava na escola Beauxbatons? Na França, certo? Mas... Você fala perfeitamente bem inglês...

-É, mas depois de vir para cá, eu perdi o sotaque.

Gina e Hermione entraram na cozinha trazendo duas imensas jarronas com suco de abóbora. Logo atrás veio Luna carregando uma bandeja que parecia conter um maravilhoso frango assado. Elas puseram tudo no meio da mesa e voltaram para pegar o resto da comida. Quando voltaram, cinco minutos depois, todos se atracaram nas batatas assadas e no frango. Tiago que tinha um apetite tão grande quanto o do tio Rony, pegara a bandeja inteira do frango.

-Você não vai comer tudo isso, vai? –perguntou Rosa em voz alta.

-Ah, não eu... Só vou pegar um pedaço. –disse Tiago devolvendo o prato à mesa com um pouco de má vontade.

Todos comeram, beberam, depois voltaram a comer e a beber. Alvo que notara que o tio acabara a refeição, limpou a boca e disse:

-Hum... Tio Percy... C-Como vai o trabalho? –perguntou meio sem saber o que dizer.

-Ah, Al... Eu não trabalho, fico cuidando das crianças. Audrey é quem trabalha.

-Ah, hum... Mas eu pensei que o senhor trabalhava... –disse Alvo tentando lembrar em quem mesmo o tio trabalhava. –Ah, eu me esqueci da palavra... –mentiu.

-No Ministério? –perguntou Percy.

-É! O Ministério, como fui me esquecer da palavra...! Mas por que o senhor não trabalha mais?

-Ah, bem é que... Tive uns probleminhas, mas nada de mais... Eu trabalhava no Departamento de Cooperação Internacional em Magia...

-É mesmo? –perguntou Alvo fingindo espanto. –Nossa! Eu sempre pensei que alguém como o senhor devia estar em um lugar mais... Mais importante, sabe... Eu tenho certeza de que o senhor teria competência até mesmo para ser Ministro da Magia!

-Você acha? –perguntou Percy num sorriso mais espontâneo. –Ah, sabe... Tenho que admitir que você não é o primeiro que me diz isso, Alvo. Todos lá no Ministério acreditavam que eu seria o próximo Ministro, apesar de eu ter começado por baixo, mas você sabe é como dizem: “não se pode chegar ao topo se não começar de baixo”. Eu até lhe digo que sempre sonhei em ter um cargo mais importante, desde a escola, sabe... Me esforçava bastante com minhas notas para conseguir ser monitor, é claro que consegui, mas o meu sonho mesmo era ser monitor-chefe e eu consegui é claro, por isso Al, escute o que estou te dizendo... Se esforce na escola para conseguir ser alguém na vida. Escute o conselho de um velho tio sábio, e talvez você seja um dia, como eu, monitor ou até mesmo monitor-chefe!

-Acha mesmo, tio? –perguntou Alvo fingindo estar interessado em se tornar monitor ou monitor-chefe.

-Bem, é claro... –disse tio Percy. -Não posso garantir grandes coisas, afinal a gente percebe desde pequeno quando a pessoa tem vocação para ser alguém importante, eu não diria que você é tudo isso, mas com estudo qualquer um vai longe!

-Que ótimo, tio Percy! –exclamava Alvo fingindo estar maravilhado, mas ao mesmo tempo irritado com as palavras do tio. –Sabe... Para mim seria uma grande honra estar no cargo que... Bem, - disse ele abaixando a voz. – eu não iria contar, pois não somos tão próximos, mas o senhor é um dos tios que mais admiro!

-Esta falando sério? –perguntou Percy quase acreditando. –Bom, eu também nunca falei nada, mas você é um dos sobrinhos em que eu mais acredito que vá dar-se bem, sabe. Você, ao contrário de muitos de seus primos, não brinca o tempo todo, me faz até lembrar-me de mim, quando tinha sua idade... –em meio a muitas perguntas que Alvo fingia fazer com entusiasmo, ele conseguiu arrancar alguma coisa do tio.

Tiago que percebera que ele era o único que só estava comendo em vez de conversar, olhou a sua volta para ver quem estava sentado perto. Ao lado direito, estava Rosa, ao esquerdo, Jorge Weasley e a frente Gui.

-Ah, olá... –cumprimentou fixando os olhos na cicatriz de tio Gui Weasley. –Ah, será que podia me contar como foi que ganhou esta cicatriz? –perguntou Tiago com uma enorme sutileza.

-Ah, gostei de você - disse Gui prestando atenção em Tiago. –, sem rodeios para falar, é o tipo de pessoa que mais é verdadeira, sabia? Bem quer saber como ganhei esta cicatriz, não é? Foi pouco antes da última batalha... –quando Tiago ouviu dizer aquilo, congelou. Não sabia que eles iriam mencionar a tal batalha tão facilmente, mas tentou parecer não muito impressionado. –... Então um lobisomem, Fenrir Greyback, me atacou... Bem, em poucos detalhes é isso.

-Ah, então foi isso... Mas não entendo, como você não vira lobisomem?

-Bem, é que quando ele me atacou, não estava na lua-cheia, então eu apenas tenho alguns hábitos como comer carne mal passada e... Ficar admirando a lua...

-Ah, então era isso... Eu sabia que não era por que você resistiu ao ataque... Não que eu duvide de sua capacidade, mas acho que é bem difícil escapar de um... Lobisomem... –Tiago tentou pendê-lo ao máximo na conversa, mas quando Hermione serviu um novo prato com frango assado que não dera tempo de terminar, Gui saiu correndo e arrancou as duas pernas do frango.

-Que foi? Gosto de carne mal passada. –disse como se aquilo fosse bem normal.

Depois disso, Tiago não sabia mais desculpas para tentar fazer ele falar alguma coisa sobre a tal batalha, sem que ele percebesse que Tiago queria mesmo descobrir tudo. Virou-se para o lado e deu de cara com Jorge Weasley.

-E então, campeão? –perguntou Jorge olhando para a prateleira. Lá estava um mini troféu, onde se lia “Tiago - o que levou seu time à vitória!”. –Então você levou seu time à vitória?

-Ah, não! –disse Tiago depressa. - É só... Foi só um míni torneio que o papai organizou com os filhos dos amigos dele... Mal tínhamos os sete jogadores em cada time, por que Alvo, que era o nosso batedor, levou um balaço nos primeiros cinco minutos de jogo. Mas eu, como apanhador, consegui levar o nosso time à vitória, por que francamente, a Alice como apanhadora quase entregou o jogo de bandeja...

-Alice? –perguntou Jorge. –Alice Longbottom? Não me admira nada, o pai dela também não era o que podia se chamar de cara esportivo. Mas é claro que você com o pai que tem, não fez nada de mais quando capturou aquele pomo, não é? Você sempre jogou como apanhador, Tiago?

-Ah, sim... Bem quando era menor, papai me forçava a jogar como batedor por que Alvo chorava e... E pedia para ser o apanhador, como o papai.

-Ah, irmãos menores... –disse tio Jorge num suspiro, encarando Rony e Gina. - Eu tive muito trabalho com Rony e Gina, mas principalmente Rony... Mas tenho que admitir... Eu e Fred nos divertimos muito com o Roniquinho, era como chamávamos ele... Ele fica furioso, e me orgulho ao dizer que quando ele tinha três anos, transformamos o ursinho dele em uma aranha... Tinha que ver a cara dele... Ficamos o dia inteiro rindo, bem, menos quando mamãe descobriu e pôs a gente de castigo. É sério, Tiago... Você nem podia imaginar o quanto eu e Fred nos... Divertíamos... –mas parou e Tiago logo viu que ele escondia uma lágrima que caía do seu olho.

-Ah, mas como foi que ele morreu mesmo? –perguntou Tiago, mas se arrependeu ao ver a cara triste que tio Jorge fazia. –Ah, me desculpe eu não...

-Não, tudo bem... Ele morreu na... Na batalha final... –disse Jorge assoando o nariz. – Sabe, é bem difícil lembrar... Tudo por culpa do... Voldemort! –parou um pouco para chorar, saiu da cozinha e foi para fora. Tiago nem acreditara no que acabara de ouvir, se fosse o que ele achava, as coisas estavam começando a se explicar. Mas como? Era tudo tão estranho... Mas Tiago foi interrompido por uma vozinha.

-Foi você? –perguntou. Ao se virar, Tiago notou que era Fred II.

-Ah, o quê? –perguntou Tiago sem entender.

-Foi você quem fez o meu pai chorar, não foi? –perguntou Fred.

-Ah, não Fred! Eu não quis, eu só...

-Não se preocupe, estou só brincando! –disse o garoto rindo. -Ele sempre chora quando fala do meu tio.

-E... Você sabe por que te deram esse nome?

-De Fred II? –perguntou o menininho. –Claro que sei! É que meu tio faleceu... Pobrezinho, lutou em uma batalha de bruxos malvados, de verdade! –dizia o menininho fascinado. –Acha que quando eu crescer vou lutar em uma batalha de verdade, como meu tio?

-Não sei, mas se você lutar não se esqueça de me convidar, seria magnífico, como a Rosa diz.

 Quando terminaram de comer o almoço, Luna trouxe a sobremesa. Era uma forma gigante com um pudim delicioso. Hermione trouxe logo depois o sorvete preferido das crianças, creme de leite com abóbora. – “Ah, creme de leite com abóbora! O meu preferido! Só vou pegar um pedacinho” disse Tiago cortando a metade do sorvete e servindo em seu prato. – Foram terminar a sobremesa, era quase três horas da tarde. Todos foram para a sala, onde Harry e Rony montavam pufes coloridos em volta da grande sala. Alvo, Rosa e Tiago se atiraram em cima de três pufes que estavam mais próximos. Tentaram conversar, mas não podiam falar nada sobre Bob Rondres, pois Fred e Molly não paravam de aparecer na frente deles e fazer perguntas sobre Hogwarts. Após meia hora, Fred e Molly que já haviam se cansado de perguntar coisas de Hogwarts, pediram para Harry e Rony para fazerem a “Brincadeira da corrida no ar”. Era uma brincadeira que Harry e Rony inventaram em um Natal para distrair as crianças. Para o azar de Rosa, Alvo e Tiago, Harry os chamou para brincarem. Alvo nunca gostava de brincar dessa tal brincadeira, por que sempre perdia e Tiago sempre ganhava.

-Vamos, então! –disse Rony pegando o filho no colo. –Lá para o quintal!

-Acha que vai ficar muito estranho se a gente não for? –perguntou Alvo.

-Ah, por que ficaria, hein Alvo? –debochou Tiago. –A gente só joga o quê? Sempre?

 Alvo, Tiago e Rosa seguiram Harry e Rony e o resto das crianças, exceto Louis que estava tendo um excesso de vômito. Eles atravessaram a cozinha e foram parar num míni jardim que tinha um túnel cercado de árvores no fim. Rony deu sinal para que eles seguissem pelo túnel de árvores. Fred dava grandes gargalhadas enquanto Molly puxava sua varinha e sem querer transformava seu cabelo em uma planta.

-Nossa, eu não me lembrava desse túnel, Rosa... –comentou Alvo.

-É, mas o papai quer mesmo é ir para Godric’s Hollow, sabe... Tio Harry disse que vai para lá...

-Ah, é... –concordou Tiago. –Papai disse que quando Lilí for para Hogwarts, nós nos mudaremos para lá. E é claro que o seu pai vai também, eles nunca ficam em cidades diferentes.

E eles seguiram pelo túnel de árvores. Era lindo. Havia diversas árvores de diversos frutos.

-Olá! –cumprimentou Fred que vinha correndo na direção de Tiago, Rosa e Alvo. –Eu lembro que você ganhou a última corrida que a gente fez, não ganhou Tiago? Lá na casa do papai. Eu fiquei em terceiro lugar, mas desta vez vai ser bem diferente! Eu vou ganhar de você!

-Ah, eu duvido muito Fred! –disse Alvo. –Tiago não perde uma!

-Bem, pensem o que quiser! –disse o menino. –Eu vou lá com a Molly!

E saiu correndo.

-Bacana esse menino, hein? –disse Tiago. –É mais legal que você Alvo, o Fred.

-Ah, que graça! –disse Alvo irritado.

TIBLUM!

Um barulho como se alguma coisa tivesse caído no chão. Todos foram correndo para um canto mais a frente e Tiago, Alvo e Rosa puderam ver o que era. Alice estava caída de costas no chão e Fred estava em cima dela.

-Está tudo bem com vocês? –perguntou Harry.

-É... –respondeu Alice.

Fred não respondeu. Fez uma careta e tentou se levantar, mas quando firmou o pé, tombou de volta.

-Ai, está d-doendo! –gemeu ele.

-O que aconteceu? –perguntou Rony.

-Eu estava ensinado Fred a fazer um feitiço, - disse Alice. - mas acho que fiz errado, pois quando vi, Fred caiu em cima de mim.

Rony pegou o pé de Fred e o observou-o.

 -Está torcido... –disse Rony. - Não vai poder brincar Fred.

-NÃO! –berrou o menino se esquecendo de que estava com dor. –Eu tenho aqui alguma pastilha, sei que tenho... –Fred começou a revirar os bolsos e tirar um monte de balas coloridas. –Aqui! A bala azul, é para membros torcidos, papai sempre manda eu carregar algumas.

Fred tirou a embalagem e engoliu.

-Balinhas Para Destorcer? –perguntou Rony. –Da Gemialidades Weasley? Pedi um estoque para ele semana passada e o safado disse que haviam acabado.

-É... –respondeu Fred chupando a bala. –Tem mais um monte de coisas lá na nossa casa. Vai demorar alguns minutos até fazer efeito.

-Você pode vir nas minhas costas. –disse Tiago indo até Fred.

Fred concordou. Tiago se abaixou e ele subiu. Logo eles continuaram a caminhar pelo túnel.

-Até que são boas essas balas. –disse Fred. – O ruim é que só vai distorcer quando a bala acabar.

-E para que servem as outras balas? -perguntou Tiago segurando mais firme as pernas de Fred.

-A amarela é para enjoo, a verde para o frio e as outras são para provocar enjoo ou frio, mas as mais fortes são as escuras.

Quando terminaram o túnel, chegaram em um enorme jardim, onde mais atrás havia um campo de Quadribol que ficava escondido pelas árvores. Harry pediu para que ficassem em filas. Fred que ainda chupava sua bala, tratou de mastiga-la e engoli-la de uma vez. Harry e Rony murmuraram um feitiço e sacudiram as varinhas. No mesmo instante todos subiram no ar.

-Tudo bem conhecem as regras! Um... Dois... Três!

Todos começaram a correr no ar, exceto por Alice que nunca fora muito boa nesse negócio de corrida no ar, ela ficava dando cambalhotas. Tiago tomou à dianteira. Fred logo atrás, depois Molly, Rosa, Alvo, Hugo, Lilí, Lucy, Roxanne e Alice. Alvo nunca gostou dessas corridas por que sempre perdia e Tiago sempre ganhava. Quando Tiago estava com bastante distância dos outros, ele começou a ir mais devagar. Mas quando fez isso, Fred o passou:

-Ah, passei você! Agora eu vou ganhar!

Tiago não aguentou e começou a correr o mais rápido que podia. Logo, alcançou Fred e o ultrapassou, vencendo a corrida.

-Ah, não fique triste... –disse Tiago quando viu o desapontamento de Fred, quando eles voltaram ao chão. –Você quase ganhou...

-Quase não é ganhar. –resmungou Fred.

-Ah, mas eu não ia te deixar ganhar, eu não deixo nem o Al nem a Lilí...

-Deixar ganhar?-repetiu Fred. –Nunca ninguém vai me deixar ganhar. Por acaso você sabe o que irá acontecer se você me deixar ganhar? Todos irão me parabenizar dizendo “parabéns, você correu muito rápido!”, mas no fundo eu irei saber que não ganhei por mim mesmo, mas sim por que você me deixou ganhar. Que graça tem se você me deixar ganhar? Eu não serei conhecido como o que ganhou a corrida por ser rápido, mas sim por que você me deixou ganhar! Vou passar minha vida inteira pensando que não ganhei por meu mérito, isso vai me incomodar e... Nunca me deixe ganhar!

-Fred! –exclamou Tiago olhando o menino ainda irritado. –Você é brilhante, sabia? Sério, você é genial, nunca me deixe ganhar, nunca conheci alguém da sua idade com esse comportamento, tudo o que meus irmãos dizem é para deixá-los ganharem, mas você é diferente! Você é como eu!

-Sério? –repetiu o menino admirado. –Acha que eu sou brilhante?

-Mais que isso! –respondeu Tiago. –É genial! Eu bem queria ter um irmão como você...

-É, eu também queria ter mais um irmão, Roxanne é bem diferente de mim, a gente não se acerta, até por que ela vive contando para a mamãe as travessuras que faço com ela.

-É, comigo também! Alvo e Lilí vivem reclamando e contando para meus pais! Lilí por ser menina, mas Alvo chora até se eu lhe dou um pontapé...

-Roxanne também! –disse Fred. –Um dia eu dei uma Vomitilha para ela e ela me dedurou! Foi só uns minutinhos de vômito nem é pra tanto...

Os dois ficaram ali por um bom tempo discutindo as travessuras que aprontavam com os irmãos. Tiago cada vez ia gostando mais de Fred.

-Fred, eu acho até que trocaria Alvo por você... –disse ele. –Que ele não me ouça...

-E o que iríamos fazer?

-Ah, muita coisa! –disse Tiago. –Iríamos pregar peças na Lilí... Dar Nugás Sangra-Nariz para os bobões que não os conhecem... E eu até poderia te apresentar ao meu amigo... E ah, te ensinaria uns bons feitiços que podem ser úteis...

Fred o olhou encantando.

-Você pode ser meu irmão, sabia? –perguntou Fred. -Se quiser...

-Feito! –disse Tiago atirando Fred para cima das costas. –Você é meu novo irmão!