Unidos pelo Destino 1 escrita por Camila Dornelles


Capítulo 19
Capítulo 18




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      No dia seguinte, Draco foi liberado da Ala Hospitalar, logo após o almoço, mas ele só voltaria a freqüentar as aulas no dia seguinte, então foi para as masmorras, enquanto Hermione corria para os dois tempos seguidos de Historia da Magia que o sétimo ano teria. Ao chegar à sala, sentou-se entre Gina e Luna, que a encaram.

- Vocês souberam?

- Harry nos contou – disse Gina – O que realmente houve?

- Foi aquele livro! Aquele maldito livro Gina! Ele deixou o D... Malfoy todo machucado! Parecia que milhões de facas o cortaram!

- Ah Mione, o Malfoy mereceu aquilo. Ele ia jogar um Crucio no Harry.

- Eu sei Gina, fico feliz que o Harry esteja bem, mas isso não quer dizer que ele possa jogar feitiços escritos a mão, sem sequer saber o efeito, em alguém.

- Mas o que tem se é escrito a mão?

- Não foi aprovado pelo Ministério. – disse Luna.

- Exato.

- E como esta o Malfoy? – perguntou Luna.

- Esta bem. Passei ontem o dia todo com ele, esta melhor. Foi para as masmorras. E amanhã vai voltar a freqüentar as aulas.

- Você esta gostando dele não esta? – perguntou à loira.

- Ele não é quem aparentava ser. – disse Hermione copiando o que o professor passava no quadro negro.  – Esta mais legal, menos arrogante, menos pretensioso e menos preconceituoso.

      Gina e Luna se entreolharam e começaram a copiar o que o professor passava.


•••


      Depois do almoço, quando os alunos voltaram para as salas, Minerva Mcgonagall recebeu um bilhete do professor Dumbledore, lhe pedindo para ir a sua sala.

- Me chamou Alvo? – disse McGonagall adentrando a diretoria.

- Sim Minerva. Assuma por um tempo, vou sair. – disse o diretor se levantando.

- Viajar outra vez?

- Não, minha cara. Vou só dar uma volta em Hogsmeade, tomar alguma coisa e de noite, estarei aqui.

- Esta bem.

      Dumbledore caminhou lentamente pelos terrenos de Hogwarts em direção ao portão.  Com um aceno da varinha, as barreiras de proteção que cercavam Hogwarts, se desfizeram, o diretor passou rápido pelos portões e refez o encantamento. Sob um ultimo olhar a sua querida escola, aparatou.

      Desaparatou em frente à Casa dos Gritos, e, de lá caminhou para o Cabeça de Javali. Dumbledore adentrou o bar, e caminhou para a mesa mais afastada do local, se sentando de frente para a porta.

      O bar estava quase vazio, com exceção de dois velhos que bebiam whisky de fogo calmamente numa mesa perto da entrada. Olhou em seu relógio de bolso, eram três e cinqüenta e sete da tarde, tirou um pedaço de pergaminho do bolso.


      "Alvo, como isso é possivel?

Draco, um Escolhido!

Me encontre hoje as quatro no Cabeça de Javali.

E seja discreto.

                        Rosier."


      Dizia exatamente às quatro horas, então se pois a esperar. Cinco minutos depois, a porta do bar se abriu e um vulto encapuzado adentrou o recinto. Usava botas pretas de cano longo e salto agulha, e um conjunto de vestes verde escura, que eram parcialmente cobertas por uma capa preta com capuz, que lhe cobria todo o rosto.

      O vulto encapuzado caminhou para a mesa onde Dumbledore estava. O diretor se levantou ao perceber que era a pessoa que ele esperava e abriu os braços, o vulto correu para ele, e o abraçou.

      O vulto ao se sentir seguro, começou a chorar, nos braços de Dumbledore.

- Porque choras minha menina?

- Ah diretor. – exclamou uma maravilhosa voz feminina – É tudo tão... tão horrível!

- Vamos – disse ele lhe dando tapinhas tranqüilizadores nas costas – Sente-se.

      O vulto puxou uma cadeira e se sentou ao lado de Dumbledore, no mesmo instante em que os velhos que tomavam whisky saíram do bar. O barman do Cabeça de Javali, serviu duas cervejas amanteigadas para a mesa de Dumbledore, e sumiu atrás de uma porta que levava a dispensa.

      O vulto se soltou de Dumbledore e tirou o capuz, uma mulher loira, de olhos azuis e lábios fartos e vermelhos como o sangue se mostrou. Dumbledore sorriu e lhe acariciou o rosto, limpando as lágrimas que caiam. Ela respirou fundo e sorriu para o diretor.

- Desculpe por isso. – disse a mulher – Eu precisava desabafar, e  não conheço ninguém melhor para me ouvir que você, diretor.

- Sinta-se a vontade para chorar em meu ombro quando quiser Ciça.

- Obrigada. – ela sorriu, mas voltou a ficar seria – E Draco? Como esta o meu menino?

- Ele esta bem, ótimo na verdade.

- Sinto significados em suas palavras. – a loira estreitou os olhos.

- Eles bem, podemos dizer que esta apaixonado.

- Apaixonado? Meu bebe? Por quem?

- Não sei se você conhece. Hermione Granger, uma grifinória, amiga de Harry Potter. Sirius a adotou há dois anos, quando seus pais trouxas morreram.

- Felipe e Michele Granger? – exclamou horrorizada – Bella os matou, eu me lembro.

- Sim, sua irmã os matou, sem motivos.

- Eles, Draco e essa... Hermione? Hermione estão namorando?

- Não. Eu acho que não. Se estiverem, disfarçam bem. Ela também é uma Escolhida. E por ser filha de trouxas, era motivo de preconceito nos anos anteriores, por seu filho.

- Lucio – ela sibilou revirando os olhos – e seu preconceito imbecil!

- Draco foi criado se achando superior, mas de algum modo, neste ano letivo, ele e Hermione se aproximaram, com um pequeno empurrãozinho meu, é claro. – Dumbledore sorriu – Ele mudou, já não é tão preconceituoso e ignorante.

- Ah! Graças a Merlin! – ela sorriu e bebericou sua cerveja amanteigada – Eu peço tanto por ele, não quero que tenha o mesmo destino que Lucio e eu.

      Dumbledore bebeu um longo gole de sua cerveja amanteigada antes de prosseguir.

- Ciça. Você não é um deles! Não é uma Comensal da Morte. Pode sair à hora que quiser.

- Não, Alvo. Eu não posso! Ele mataria meu filho! Draco é meu bem mais precioso! Eu daria minha vida para que ele fique bem.

- Se acalme minha filha. – ela respirou fundo – Draco é um dos Escolhidos agora, ele esta seguro.

- Como? Como pode estar seguro?

- Você já conhece a historia dos escolhidos?

- Sim conheço dos patronos e medalhões.

- Exato. Os medalhões possuem uma espécie de proteção, se um dos escolhidos estiver em perigo, os outros medalhões brilharam e a ajuda vira.

- Como você pode falar com tanta convicção e certeza? – ela estreitou os olhos franzindo a testa.

- Aconteceu um dia desses. Draco precisou de ajuda, e Hermione estava lá, segundos depois.

- O que aconteceu com ele? Foi grave?

- Não Ciça, esta tudo bem.

- Obrigada Dumbledore, por cuidas do meu menino. Mas tenho que alertá-lo.

- O que?

- Eu já te disse, Draco é um deles, e ele tem uma missão.

- Missão?

- Ele tem que matar você Dumbledore. – disse Ciça já com lágrimas nos olhos outra vez.

- Voldemort me quer morto, eu já esperava isso. Mas colocar Draco nessa historia?

- Lucio! – exclamou ela – Ele tem sangue frio! E Bella também! Os dois são os principais, os “queridos” de Voldemort. Ah! – ela jogou as mãos para o alto – Como eu queria ter feito o mesmo que Adromenda.

- Mas você não fez. Porem esta me ajudando Ciça. E muito. E como esta a Oclumência?

- Bem, eu acho. Até agora eles não desconfiam de nada.

- Ótimo.

- Graças a você que me ensinou a ser a perfeita oclumente que sou hoje.

- Você que foi uma ótima aluna.

- Obrigada, professor.  – ela tomou o ultimo gole de sua cerveja amanteigada e se levantou – Acho melhor eu ir agora, tenho outros assuntos pra resolver.

      Dumbledore se pôs de pé rapidamente, e a abraçou.

- Cuide-se criança.

- Cuide da minha criança professor.

- Draco estará bem. Não se preocupe.

- Obrigada.

      Ciça jogou a capa negra sobre os ombros, e cobriu o rosto com o enorme capuz.  Saindo do bar em seguida. Ao sair das dependências do vilarejo, aparatou.


•••


      Na manhã ensolarada do dia seguinte em Ottery St. Catchpole, Molly Weasley acabara de arrumar a Toca. Estava sozinha, seu marido estava trabalhando e seus filhos também.  O relógio bateu meio dia seguido de um  “CLAP”.

      A matriarca Weasley deu um pulo da cadeira onde estava sentada quando um vulto encapuzado se materializou na janela de sua casa. A ruiva logo sacou a varinha e se colocou de pé.

- Não! – berrou uma voz feminina – Esta tudo bem. Não sou um Comensal da Morte.

- Como eu posso ter certeza? – berrou a ruiva, varinha ainda em punho.

      O vulto afastou a manga comprida de sua blusa de veludo azul petróleo e mostrou a Molly. Estava limpo, sem marca nenhuma.

- Quem é você? O que quer?

- Sou Narcisa Malfoy.

- Um Malfoy? Em minha casa? – Molly apertou com força a varinha em sua mão.

- Precisamos conversar Sra. Weasley. É sobre meu filho.

      Molly franziu a testa e não se moveu.

- Não acredita em mim.  – o vulto refletiu um instante – Pegue isso.

      Ela jogou sua varinha para Molly que pegou com a outra mão. Ciça jogou as mãos para o alto em prova de rendimento e tirou o capuz que lhe cobria o rosto. Molly mirou o rosto aflito da mulher a sua frente e com um aceno de sua varinha destrancou a porta.

- Entre.

- Obrigada. – ela deu um pequeno sorrisinho e adentrou a Toca.

      Usava um vestido azul marinho de veludo, botas pretas de cano longo e seus longos cabelos loiros estavam soltos.

- Sente-se. Por favor. – Molly se sentou onde já estava e apontou para uma cadeira a sua frente.

- Obrigada Sra. Weasley. – Ciça se sentou.

-Por nada. Agora me diga o que faz aqui?

- Preciso de sua ajuda. – a loira respirou fundo – Como eu suspeito que já saiba, meu filho, como seus filhos mais novos, é um Escolhido. Não posso me comunicar com ele, por isso pedi a Dumbledore que cuide dele. Mas Dumbledore não fará isso para sempre. Eu não tenho como fazer isso, não posso sair de perto do Lord, por enquanto. Ou ele mataria meu filho!

      Ela parou por um segundo, reordenou seus pensamentos apavorados e seguiu.

- Sra. Weasley, a senhora sabe, mais que ninguém como estou me sentindo. Tem quantos filhos? Seis não?

- Sete.

- Sete. – os olhos de Ciça brilharam – Como se sentiria se um de seus filhos pudesse morrer a qualquer hora?

- Eu estaria... – Molly parou – angustiada, apavorada, assustada...

- Exato. Draco é meu bem mais precioso. Ele é minha vida. Mas não posso cuidar dele a distancia. Por isso vim ate aqui. Sra. Weasley, peço, por favor. Cuide do meu menino. – seus olhos lagrimejaram – Ele não terá ninguém com ele, por um longo tempo. Eles estão planejando uma guerra, mas não pretendo lutar. Mas tenho que ficar, fingir que lutarei. Por meu único filho.

- Você quer que eu cuide de Draco?

- Sei que é pedir demais. – refletiu Ciça, as lágrimas saltando de seus incríveis olhos azuis – Mas, a senhora é minha única saída. Criou sete filhos, e cuida muito bem de Harry Potter e de Hermione Granger.

- Como você...?

- Dumbledore me contou. Temos nos comunicado ultimamente. Falamos sobre Draco.

      Molly se levantou bruscamente e puxou Ciça para um abraço apertado.

- É claro que vou cuidar de Draco. – disse a ruiva.

- Obrigada! Mesmo estou te devendo minha vida.

- Não me deve nada. Boba! – Molly sorriu se afastando – Sei como é a angustia de mãe.

- Obrigada. Mesmo. – Ciça sorriu.

- Minha filha!- exclamou Molly horrorizada – Você esta pálida. O que tem comido?

- Quase nada. Não tenho tido vontade de comer.

- Como pode? Meu Merlin! – Molly empurrou Ciça sentando-a na cadeira onde estava. – Fiz um empadão de frango. Almoce comigo.

- Ah, não. Não quero incomodar

- Imagine! – a ruiva sorriu – Não é incomodo nenhum! E assim você aproveita me faz companhia e me conta mais sobre Draco. Que tal?

- Ah. Esta bem Sra. Weasley.

- Só Molly, querida.  – disse acenando com a varinha para um armário guarda louças.

      Dois pratos, talheres e dois copos voaram e aterrissaram sobre a mesa. Com mais um aceno, um empadão de frango com um cheiro delicioso de creme com milho saltou do forno e pairou sobre a mesa, ao lado de uma jarra com suco de abobora.

- O cheiro esta maravilhoso! – exclamou Ciça levando a primeira garfada a boca, ela mastigou e engoliu – E o gosto melhor ainda! Sra W... Molly tem que me ensinar a fazer esse empadão.

- Quando quiser. – Molly sorriu e Ciça começou a contar sobre Draco.

      As duas almoçaram, riram bastante contando perolas de seus filhos mais novos. Molly mostrou a Ciça seus álbuns de fotos, lotados de bebes ruivos e sapecas. E mostrou a loira sua casa.

- É isso, - disse a ruiva se sentando no sofá – é pequena, e humilde, mas adoramos esse lugar.

- Esta brincando? – Ciça se sentou ao lado dela – É a casa mais tradicional e mais incrível que eu já vi. Diferente da minha casa, tudo negro, tudo de couro, tudo sombrio.

- Mas se a casa é sua, porque não decorá-la do seu jeito?

- Bom, não é minha. Os pais de Lucio moraram naquela casa, mas ao morrerem Lucio a herdou. Era clara, alegre, bonita, colorida. Bem ao estilo do pai de Lucio. Que era uma pessoa incrível. Abraxas Malfoy, meu sogro. Mas quando Lucio a herdou ele a mudou, deixou-a sombria, ao estilo dele. E quando nos casamos, fui morar lá. Até tentei deixar a enorme casa mais alegre mais aberta, mas Lucio não permitiu. Então Draco nasceu, ele cresceu naquele lugar horrendo, por isso é bem claro, mas claro que eu, quando criança ele não tomava sol. Lucio não permitia que ele saísse de casa, ele voava com sua vassoura, só em dias nublados. Mas pelo menos ele saia de casa. Acho que é por isso que ele gosta tanto de voar, porque lhe da uma certa liberdade, que ele nunca teve em casa.

- Meus filhos também gostam de voar. Rony é goleiro e Gina artilheira da Grifinória. Fred e Jorge foram batedores também. - ela sorriu, orgulhosa.

      Ciça sorriu.

- Me sinto tão arrependida, nunca quis que Draco fosse assim, frio como o pai. Como eu queira mudar isso.

- Ciça querida. Não podemos mudar o tempo, o passado já passou e o futuro ainda não veio, a única coisa que devemos fazer é seguir caminhando pelo presente.

- Tem razão.

      O relógio bateu quatro da tarde.

- Meu Merlin! – exclamou Ciça – Como o tempo passou rápido. É melhor eu voltar ou vão desconfiar.

      As duas se levantaram e se abraçaram carinhosamente.

- Obrigada Molly. Obrigada mesmo por aceitar olhar meu filho.

- Não agradeça. Sei o que esta sentindo. Volte outra vez para conversarmos mais.

- Com certeza.

      Ciça correu para longe dos terrenos da Toca e logo depois de um aceno para Molly, aparatou. A matriarca Weasley voltou para sua cozinha com um sorriso no rosto, sabendo que, daquele dia em diante, tinha conseguido uma amiga.


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