Coração Perdido escrita por M Schinder
Notas iniciais do capítulo
A inspiração tinha passado, mas consegui escrever mais um o/
Boa leitura à todos!
Suspirou ao se jogar no sofá. E não, não resolvera as coisas com Nathaniel, acabaram entrando na casa porque começou a chover e a moto ficaria encharcada.
Colocaram o veículo na garagem e Megan guiou-o para dentro. Agora, a garota estava recordando, o que acontecera, deitada no sofá enquanto Nathaniel se secava no banheiro.
"O que eu quero fazer agora?" Se perguntou afundando mais no lugar. Quando ouviu os passos dele em direção à sala, correu para a cozinha, para preparar um lanche.
– Megan? - o garoto chamou procurando-a.
– Na cozinha! - avisou. - Me espere na sala que já vou.
Com um suspiro de alivio, relaxou onde estava e terminou o que fazia. Quando a bandeja estava pronta, olhou para baixo e pensou: "O que é que eu quero fazer?!".
Voltou para sala fingindo calma e se sentou no outro sofá, bem afastada do menino e deixou a bandeja na mesa de centro. Nathaniel sorriu internamente ao perceber o nervosismo mal disfarçado da garota. Ajeitou-se no lugar e pegou um sanduíche, dando-lhe mais tempo para pensar.
– Então - começou Megan olhando para ele, séria. - O quão sério você estava falando, Nate?
– Você poderia parar de ser tão fria, Meg. Está magoando meus sentimentos - reclamou. Ao ver a expressão dela se fechar com raiva e suspeita, o garoto tirou o sorriso da cara. - Desculpe, eu estava falando muito sério.
– Você sabe que eu não acredito, não é?
– Eu sei. O que eu quero é saber como eu te faço acreditar em mim...
Megan analisou-o e novamente viu que não estava mentindo. Engoliu em seco, sabia o que queria, mas não sabia se devia. Nathaniel, vendo o debate interno dela, se aproximou e segurou sua mão, chamando-lhe a atenção.
– Megan, pode confiar em mim. Sério, faz muito tempo que eu não me importo desse jeito com alguém. Dê-me uma chance e vou te mostrar.
– Não sei, Nate. Não tenho maturidade suficiente para isso e não sei se aguentaria suas fãs me enchendo o saco...
– Vou te proteger - afirmou. - Não vou deixar que nada te aconteça e você não é imatura, só nunca experimentou isso. Vamos, dê uma chance.
Megan encarou-o. Estava meio perdida, não esperava gostar de alguém e muito menos ser correspondida. Seu lado lógico gritava desesperadamente para que não fizesse aquilo.
– Nathaniel, olhe, tudo me diz que algo não vai dar certo, mas...
– Mas... - incentivou-a engolindo em seco. Pela primeira vez em anos sentia-se verdadeiramente ansioso.
– Vamos dar uma chance, ok? - disse arrancando-lhe um enorme sorriso. - Só que não vamos divulgar, essa é minha condição.
– Por que não? - questionou indignado.
– Porque eu já disse que não quero sofrer com suas fãs e quero continuar incógnita na escola - explicou com um dar de ombros. - Pode fazer isso por mim?
– Mas e se eu sentir vontade de estar com você na escola?
A pergunta pegou a menina de surpresa. Sentiu as bochechas ficarem vermelhas.
– Me diga e damos um jeito, ok?
Nathaniel concordou com a cabeça e escorregou mais para perto dela, abraçando-a. Megan recostou-se e relaxou. Seu cérebro gritava e dava-lhe broncas, mas decidiu ignora-lo, estava muito feliz.
Passaram a tarde assistindo filmes e conversando. Megan se surpreendeu com o quanto Nathaniel poderia ser carinhoso e nada ácido.
Os dois perderam a hora e a garota só percebeu que estava tarde quando Bianca, sua irmã, entrou correndo e gritou anunciando sua chegada. A menina parou à porta e ficou olhando embasbacada para a mais velha abraçada a um garoto.
– Olá, mana.
– Oi, Bia. Como foi a escola hoje? - perguntou tranquila.
– Hã, foi boa... Como foi a sua?
Claro que Megan notou o tom de voz da irmã, apenas preferiu ignorar. Sorriu para ela e respondeu animada. Nathaniel acenou para a menor e voltou a assistir ao filme.
Bianca subiu as escadas chocada. Não acreditava que a irmã estava na sala de casa abraçada com um garoto e não um qualquer, e sim Nathaniel!
Entrou em seu quarto apressada e pegou o celular. Discou o número já decorado e esperou.
– Escritório de Advocacia e Consultoria Black, boa tarde.
– Tia!
– Bianca, você sabe que não pode me ligar quando estou no trabalho!
– Eu sei, mas preciso perguntar uma coisa, por favor!
– Depois, querida. Sabe que agora não posso, até mais.
– Mas tia!
Não adiantou de nada, a mulher desligou apressada e deixou Bianca bufando. Com um dar de ombros, a menina separou uma muda de roupas e foi para o banheiro, falaria com a tia quando a mesma chegasse a casa.
– Não tem problema a sua irmã ter nos visto?
– Relaxe, Nate. Eu vou falar com ela e ninguém ficará sabendo.
– Se você diz, tudo bem.
Os dois estavam na garagem, Nathaniel tirou sua moto e pegou os capacetes das mãos de Megan.
– Não mudou de ideia, não é?
– Não, não mudei de ideia - sorriu. - Vai para a escola amanhã?
– Tenho que ir, logo vai chegar a época de provas e preciso ter presença.
– Isso é verdade, tenho que começar a estudar.
Nathaniel revirou seus olhos e puxou-a para si.
– Você é linda, sabia?
Megan riu e, pela primeira vez, tomou a atitude e beijou-o. Depois que se separaram, ela se despediu e voltou para casa. Nathaniel colocou o capacete e deu a partida no motor, estava mais feliz do que esperava.
~~//~~
Megan correu para o quarto da irmã e bateu na porta. Alguns segundos depois Bianca abriu-a, a menina estava enrolada na toalha e segurava uma blusa.
– Precisa de algo, Meg?
– Posso entrar?
Vendo a expressão de urgência em seu rosto, Bianca abriu espaço para que ela passasse. Megan pulou na cama e se deitou olhando para cima, enquanto a outra se trocava.
– O que foi, Megan? Algum problema?
– Problemas? Agora nenhum, mas se você contar para alguém o que viu hoje terei vários.
Bianca se surpreendeu por ainda se chocar com a sinceridade da mais velha. Terminou de colocar suas roupas e foi se deitar ao lado dela.
– Você sabe como ele é. Por que decidiu isso?
– Porque eu quis e gosto dele.
– Quem é você e o que fez com a minha irmã-gênio? - ironizou pasma. - Você gosta mesmo daquele pateta?
Megan levantou uma sobrancelha para o comentário da irmã. Que revirou os olhos mais uma vez e encarou-a: - O que foi? Ele não é grande coisa, mana. Você mais que ninguém sabe disso.
– É, mas não importa, pode fazer isso por mim?
Com um grunhido, Bianca concordou e se virou apontando um dedo para a outra: - Você vai ficar me devendo essa!
Megan sorriu ao saber que não seria dedurada. Beijou a bochecha da menor e saiu correndo para seu quarto.
~~//~~
Nathaniel estacionou a moto na própria garagem. Todos os seguranças estavam em seus postos e ignoraram sua chegada.
Entrou em casa e jogou as chaves em cima do criado-mudo mais próximo. Ia correr escada acima para tomar banho, mas seu pai saiu do escritório e encarou-o.
– Onde estava até essa hora?
– Estava fazendo o que queria - respondeu seco. - E por que a pergunta?
– Seja mais educado, moleque. E vá se trocar, é quase hora do jantar.
Com um revirar de olhos, Nathaniel subiu as escadas e caminhou até seu quarto. Tirou o uniforme e foi tomar banho, quando saiu, pegou uma bermuda e uma camisa comum e desceu para a sala de jantar.
Seu pai já o esperava, mas falava ao telefone e mandou que se sentasse com um gesto da mão. Seu mordomo entrou e anunciou que a comida estava pronta e deixou que as criadas entrassem com os pratos.
O garoto já estava acostumado com o silêncio, mas seu pai parecia perturbado e, principalmente, irritado. Observava-o de esguelha e percebia sua crescente inquietação.
– Nathaniel, precisamos conversar - disse sério.
– O que houve?
– Vou precisar viajar e ficarei fora por um mês. Tive problemas com a filial de Bangladesh.
– O que aconteceu por lá? - perguntou curioso. Sempre fora interessado na empresa do pai.
– Houve um grande desvio de verbas, por parte do nosso contador e o encarregado da filial esta no meio de tudo - explicou fechando ainda mais a expressão. - Preciso ir antes que aquilo afunde.
– Entendi. Vai precisar da minha ajuda para algo?
– Preciso que vá buscar meus casos mais urgentes na empresa e que me envie-os. Ok?
– Tudo bem. Irei ajudar.
– Ótimo, viajarei amanhã a noite, então irei direto da empresa. Continue no seu horário normal e não preciso dizer para não realizar nenhum tipo de festa, não é?
– Não, sei muito bem disso - respondeu sério.
– Bom... Agora, se quiser, pode se retirar.
Nathaniel concordou com a cabeça e saiu da sala. Por mais que não gostasse de admitir, admirava o pai como profissional e queria seguir a carreira do mesmo. Foi se deitar pensando em seu dia: Megan e no que decidiram.
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Bem, o que acharam?
Me digam!
P.S.: Já decidi como vai ser o final e tenho certeza que vocês vão gostar :3