Pov. Hermione Granger

Não me lembro de muita coisa, mas sei que senti uma pessoa segurando minha mão no momento em que aquela explosão aconteceu, mas nem mesmo sei ao certo se isso realmente aconteceu.

Acordei no alto de uma colina, era possível ver o céu, provavelmente em todas as direções às quais eu olhava, mas não sabia ao certo onde estava e nem como fui para naquele lugar.

Sentei-me, olhei em volta, mas não vi ninguém, onde estariam meus amigos e o que estava acontecendo? Fiquei de pé e senti minhas costas estalarem, devido a uma possível queda, mas de onde? Do céu com certeza não era.

Gritar não adiantaria de nada, pelo contrário, poderia chamar a atenção de companhias totalmente indesejáveis. Esperei por um longo período, foi nesse instante que meu celular tocou como eu não havia nascido bruxa era comum se ter um celular.

Olhei para a tela dele e o nome de Fred se destacava em meio a uma imagem de seu rosto, grande, tomava toda a tela do celular. O celular que ele tinha era que eu tinha o feito comprar para o caso de uma emergência ocorrer, mas até esse momento nada como isso havia acontecido.

-Alô – eu disse como se estivesse falando de um funeral, nem um pouco confiante em relação ao que estava acontecendo.

-Hermione – disse Fred energizado e eu riso foi ouvido. – Finalmente consegui ligar para você. Como você está? Tentei aparatar junto com você, mas parece que você pensou somente em um local ao qual estava em sua mente no momento da explosão.

Estava explicado. Ele havia pensado em um lugar diferente do meu, nossas mãos não se juntaram completamente durante a explosão e acho que ninguém além de nós saiu com vida daquele lugar, mas minha esperança era sempre a última que morria.

-Onde você está? – perguntei, a resposta veio quase de imediato.

-Em uma floresta – disse ele. – Estou cercado de árvores e tem uma colina logo a minha frente.

Aquilo ficou em minha mente durante alguns segundos e nem mesmo sei como consegui raciocinar em meio o nervosismo que eu tinha naquele instante. A colina que ele estava vendo poderia muito bem ser a que eu estava.

Peguei minha varinha, estava um pouco arranhada, mas com toda certeza ainda era possível fazer feitiços com ela. Iluminei o céu com um raio vermelho, que ficou parado no ar.

-O que foi isso? – perguntou Fred.

-Olhe para a colina e veja se encontra um raio vermelho no céu – eu disse e, pelo barulho que foi possível ouvir no telefone, percebi que ele se virou para poder ver em direção a colina.

-Tem sim um raio vermelho – disse ele. – Vou aparatar aí para cima.

Eu veria Fred em questões de segundos e nem podia acreditar nisso. Quando acordei e vi que não tinha ninguém em volta pensei que nunca mais veria ninguém que estava comigo no momento da explosão.

Fred se materializou no ar logo na minha frente. Um grande sorriso iluminava seu rosto, mas nada estava como eu gostaria que estivesse. Nenhum de nós sabia onde os outros poderiam estar e nem mesmo sei como eles estavam, mas torço para que estejam bem, pois ao menos estou com Fred, uma companhia muito agradável em minha opinião.

Era estranho sermos somente nós dois, com nada ao nosso redor a não ser a copa das árvores, visto do alto da colina onde estávamos, mas aquilo poderia mudar a qualquer instante.

-Trouxe sua mochila – disse Fred. Ele retirou minha mochila do ombro e a colocou no chão, apoiada em seus pés.

-Obrigada – eu disse.

Não sei como, depois daquela explosão ele conseguiu resgatar minha mochila a tempo, mas sei que isso só trouxe coisas boas, pois, dentro da minha mochila, tinha comida e água para passarmos o resto do dia bem.

-Acho que depois teremos de procurar pelos outros – eu disse e Fred concordou com um gesto de cabeça. Ele havia se sentado, estava cansado e me disse que procurou os outros na floresta desde o momento que chegou, mas infelizmente não encontrou ninguém.

Dei um pouco de água para ele tomar, depois disso ele dormiu, estava exausto e tinha passado a noite em claro, andando sabe se lá quanto tempo em busca dos nossos amigos.

Por um tempo o observei dormindo, mas, depois dele não mudar de posição nem mesmo uma vez resolvi fizer outra coisa ao invés disso, pois o tempo não pararia e Voldemort ficava mais forte a cada minuto que passava. Foi por esse motivo que retirei da mochila um dos livros aos quais tenho lido a um bom tempo, foliei, mas não tive nem um pouco te vontade de lê-lo, com um sol forte sobre minha cabeça e Fred dormindo, não tinha com quem conversar.

 Não demorou muito para ele acordar, já era de tarde e não dormiu nem uma hora, mas disse que não estava com sono e resolvi não discutir, evitando mais problemas do que já tínhamos.

-Está melhor? – perguntei a ele como se já adivinhasse a resposta, a qual Fred só respondeu com um simples gesto de cabeça, sinalizando que sim.

Sei que ele estava quieto por conta de não estar junto com os outros, principalmente com sua família, foi um grande erro termos fugido da casa de Fred, mas não podíamos voltar no tempo para corrigir a besteira que havíamos feito só nos restava reconhecer que tudo poderia estar perdido.

Eu acreditava cada vez mais nisso e sei que Fred pensava como eu. Ele estava sentado em uma pequena inclinação na colina, aproximei-me dele e resolvi acalmá-lo com a situação.

-Vai dar tudo certo – eu disse mesmo não tendo certeza se era ou não uma verdade. – Só procuramos em um lugar até agora, vai ver eles estão voltando para casa, para junto de sua mãe e seu pai. Vai ver somos nós quem estamos desaparecidos e não eles, nunca se sabe em que lado da história você está até o momento que chega a verdadeira hora de agir.

Aquilo pareceu acalmá-lo mais, mesmo assim não foi por completo, mas naquele momento eu só conseguia pensar. Ao menos estou com ele, quem eu menos gostaria de perder nesse momento.