Niall P.O.V.

Sai lá, mas eu não quero voltar pra casa do Louis. Não sei por que, mas eu acho que eu me sentiria melhor apenas com uma pessoa – não, não é a Lylla.

-Niall, pra você estar aqui uma hora dessas então a coisa é feia! – ela disse me abraçando, logo após eu chegar.

-Tulisa, posso desabafar?

-E você ainda me pergunta? Vamos sentar, e aí você me conta direito o que aconteceu!

Ela caminhou até o sofá segurando a minha mão. Como de costume, quando eu quero desabafar, ela se senta e eu me deito, colocando a cabeça no seu colo. Tulisa é a minha melhor amiga. Eu sei que posso sempre contar com ela.

-Sabe, quando você ama muito uma pessoa, mas ela não te ama e não pode te amar? Eu estou assim! Sabe, a Lylla... Poxa, não é culpa dela, mas devia ser eu! Eu não sou melhor do que ele, mas eu sinto que eu a amo mais que ele.

-Quem é ele?

-O Zayn!

-Mas ele não está com a Perrie?

-Não. Cara, eu fiz a Perrie chorar! Eu fiz uma garota chorar! E eu jurando pra mim que as únicas garotas que chorariam por alguma coisa que eu fiz, seriam minhas fãs! Eu a chamei de gorda, por causa do Zayn! – eu sei que a Tulisa não está entendendo merda nenhuma, mas eu vou continuar falando – Cara, eu só fiz pelo Zayn mesmo. Eu nem gosto dele tanto assim! Não a ponto de renegar o amor da minha vida por ele. Que merda eu fiz! A pior coisa da minha vida, por que eu estou dividido. Sabe, parte de mim está feliz, por que eu fiz uma pessoa feliz, então eu estou feliz. Mas também tem a parte que deseja cometer suicídio, por que eu entreguei o amor da minha vida pra ele.

-Realmente, foi besteira da sua parte!

-Eu sei disso! Eu sei! E o pior é que eu sei!

-Não precisa repetir tantas vezes! Eu entendi!

-É pra dar ênfase! Coisa de irlandês.

-Eu sei disso, e como um bom irlandês, você não deveria estar aí sofrendo! Levanta!

Me levantei e fiquei sentado olhando pra ela com cara de paisagem.

-Bom ânimo, filho! Deus é contigo! Vamos, cadê a chave do carro?

-Não! Eu vou com a minha Lady!

-Eu não vou deixar! A gente vai de taxi! Só espera eu me arrumar.

E ela saiu correndo. Hábito estranho esse das mulheres, de sempre estar com pressa e sempre estarem atrasadas.

Andei um pouco pela casa dela. Fiz um tour pela cozinha, pegando tudo o que eu gosto.

-Tulisa, cadê o meu chocolate belga? – gritei da cozinha.

-Não comprei essa semana!

-Como assim eu vou ficar sem chocolate belga?

-Você sobrevive. Vamos, eu estou pronta.

Seguimos até o hall de entrada do habitat dela, onde Pequena Polegar chamou um táxi.

-Eu quero a Lady! – falei encostando minha cabecinha loura no seu ombro.

-Ah, sim! Você quer voltar pra casa bêbado. Aí amanhã vai ter como noticia de capa “Estrela da boyband britânica, One Direction, morre em um acidente de carro. Médicos disseram que havia alto teor de álcool no sangue de Niall Horan”! – ela disse. Véi, essa menina pode até me assustar, mas até que ela tem razão – Eu sei que eu tenho razão, meu amor!

-Convencida! – disse como se fosse tosse.

Ficamos esperando por umas duas horas...

-Quinze minutos, seu exagerado!

-Tulisa, deixa eu continuar o meu P.O.V. em paz!

-Não!

Então, continuando, esperamos por umas cinco horas até o taxi chegar – por isso eu odeio táxis. Eles sempre atrasam – e quando ele chegou, adivinha quem tinha ido ao banheiro? Fui eu mesmo. A Tulisa não tem nada haver com isso! Eu que fiz ela se atrasar! (Mentira! Eu só estou sendo cavalheiro! Ela que nos atrasou por uma hora).

-Niall, se esqueceu que eu posso ler o que está entre parênteses também?

-Cala a boca, Tulisa! Ninguém te chamou aqui!

-Cara pálida malvado!

-Menina, vai procurar um médico e me deixa em paz!

-Sem graça!

-EU SÓ QUERO CONTINUAR MINHA NARRAÇÃO EM PAZ!

-Eita, menino grosso!

-Sai daqui, garota! Quando chegar o seu P.O.V. você fala!

Bem, continuando e eu espero que nenhuma garota chamada Tulisa invada minha narração de novo, se não a batata frita vai voar!

-Batata frita?

-Eu te avisei!

-Meu cabelo tá cheio de batata! Seu retardado!

-Menina, eu vou te jogar pela janela se você não sair daqui!

-Tá, tchau!

Bem, vou tentar continuar de novo, e se alguém me interromper vocês vão ver a fúria do loirinho aqui!

Ninguém vai me interromper? Ninguém? Espero que não!

Posso continuar? Tudo bem! Onde estávamos? Ah, sim! Na parte que atrasamos! Então, atrasamos e chegamos na balada umas onze horas, não foi Tulisa?

-Onze e quinze!

É! Chegamos onze e quinze na balada, e como é pra aliviar a dor do coração, resolvi beber. Não que resolva nada, mas como diz uma canç... um poe... Uma citação que eu já ouvi, eu bebo é pra ficar ruim mesmo! Se fosse pra ficar bom, eu tomava é remédio!

-Poesia pura, Niall! Tocou até no meu coração!

-Tulisa, você tem três segundos pra vazar do meu P.O.V.!

Passados os três segundos, ninguém invadiu meu P.O.V. Isso está estranho! Mas que fique assim!

Como eu estava dizendo, eu estava bêbado (Quase. Só bebi três copos de whisk. Mesma coisa que nada) e uma mina chegou em mim. Elas amam quando eu estou bêbado!

-E aí! – ela disse.

-De boa? – respondi com outra pergunta. Mas sempre tem uma coisa a mais, e a “coisa a mais” foi que eu disse com a mão na perna dela. O que é? Eu estava bêbado! Fico muito pervertido! Não que eu não seja quando estou sóbrio, mas sabe como é né?!

-Estaria muito melhor se estivéssemos juntos numa cama! – vocês se aproveitam de mim! Eu devia andar sempre com um guarda-costas!

-O que você está esperando? Vamos!

E assim, eu passe novamente a noite com uma estranha. Pelo menos, quando eu estou bêbado, só pego mulher bonita. Muito diferente do Haroldo, que só pega tribufu quando tá chapado.

Louis P.O.V.

Depois de toda aquela bagunça do Zayn (Ele podia só ter terminado com a Perrie. Não precisava de todo aquele teatro) todo mundo foi embora da minha casa, e só ficamos eu e Elly.

-Nossa, que loucura, né? –ela disse com a cabeça encostada no meu peito.

-Pois é! Ele podia só ter terminado com ela!

-Louis, a gente tá falando da Perrie. Ela é louca!

-Será!? E você?

-Eu o que?

-Nunca vai acontecer, mas e se você descobrir que eu te traio, hipoteticamente falando, é claro!

-Primeiro eu arrastaria a sua cara no asfalto quente. Eu ia te levar pra Cuiabá, no Brasil e ia esfregar a sua cara no asfalto de lá! Depois, eu arrancaria cada fio do cabelo da vadia, encheria a cara dela de tapas, e jogaria ela em qualquer vulcão em erupção! – ela disse com o tom de voz o mais normal o possível. Espero que o meu caso com a Lexi nunca venha à tona. Eu não quero sofrer tanto assim!

-Ah, bom saber! – falei aterrorizado. Minha namorada é sanguinária. Passou muito tempo com a Perrie.

-Boo Bear!

-Diz, Little Cat!

-Se eu viesse morar aqui com você, o que você acharia?

-Ótimo, mas você tem a faculdade lá em...

-Eu vou morar com você! – ela me interrompeu. Me engasguei e quase morri. Ela teve que me ajudar dando tapas nas minhas costas. Essa menina tem uma mãozinha pesada!

-O que você disse?

-Eu vou morar com você!

-E a sua faculdade?

-Consegui a transferência pra Londres! Não é maravilhoso?

-Sim! A melhor coisa que me poderia acontecer! – NÃO! ELA NÃO PODE VIR MORAR COMIGO! E eu? E a Lexi? Como? Não!

[...]

-Como assim, vocês vão morar juntos?

-Foi ela, Lexi ! Eu nem sei como ela conseguiu essa transferência!

-Você tem que dar um jeito nessa menina, se não eu mesma dou!

-Você não vai encostar na Elly!

-Vai ficar defendendo a namoradinha?

-Olha, e... – eu ia falando, mas a Eleanor me interrompeu. Essa garota não vai me deixar em paz?

-Lou, tá acordado uma hora dessas?

-Sim, meu amor! Eu fiquei com sede!

-E com quem você tá falando?

Porra, com quem mesmo eu tô falando? Uma pessoa que sempre me liga... Minha mãe!

-Com a mamãe!

-Mãe? – Lexi gritou do telefone.

-Manda um beijo pra minha sogrinha!

-Certo! – eu disse e ela continuou parada – Vai voltar a dormir!

-Não. Vou esperar você!

-Tudo bem! – falei e voltei ao telefone – Mãe, vou ter que desligar!

-Quando essa menina vai sair do seu pé?

-Tchau, também te amo! Eu escovei os dentes ontem à noite. Não, eu não estou resfriado. Tchau! Beijos!

Desliguei o telefone. Caramba, será que a Eleanor tá desconfiada? Também, com a dica que eu dei ontem, quem não desconfiaria? Sou muito lerdo mesmo. Vou me atirar da ponte.

-Vamos? – ela disse apontando pra porta.

Eu estava andando, até a merda toda acontecer. Vou te explicar: Minha mãe de verdade começou a ligar! Eu tenho tanta sorte!

-Não vai atender? – ela disse com cara de nervosa, se encostando no batente da porta.

-Vou!

Levei o telefone pra perto do rosto. Minha ultima conversa por telefone. Espero que seja produtiva!

-Oi mãe! Sua benção?

-Deus te abençoe! Tá tudo bem com você?

-Sim! E com a senhora?

-Tudo bem.

-E as meninas?

-Elas estão bem. Liguei só pra saber mesmo!

-Então, tchau!

-Beijo! Tchau!

Desliguei o telefone. Adeus mundo cruel!

-Então, sua mãe deu agora pra te ligar duas vezes? – Eleanor disse fazendo aquela cara que só ela consegue fazer.

-É coisa da minha mãe!

-Quem era no telefone antes?

-Era o Harry. – o menino não tem nada a ver mas eu vou colocar o nome dele no meio.

-Por que você não disse que era o Harry?

-Por que você ia querer falar com ele! – falei dando de ombros. Já disse que sou um ótimo ator? Você pode conferir minhas habilidades em cena na pegadinha da Nuckelodeon ou no iCarly.

-Essa história tá muito mal explicada, Willian! Será que se eu ligar pro Harry ele vai confirmar a sua história?

-Vá em frente!

Ela pegou o celular, discou o numero do Harry, se afastou, e logo após voltou com uma mistura de decepção com alegria.

-Pois é. Ele confirmou. Falar da Maryhane pra você?

-Ele está apaixonado por essa garota.

-Nisso você tem razão. Vamos voltar pra cama?

-É claro!

E mais uma vez, eu escapo ileso! Eu tenho sorte na vida.