Pov Liam

Corri o mais rápido possível para onde a minha irmã estava, a raiva ainda borbulhava em mim. Eu estava indo para onde ela disse que precisava de mim, mas no meio do caminho achei o Morgenstern. Ele não estava com a melhor aparência de todas, mas eu não tive piedade, nunca tinha.

- Olá Wayland. - falei com a voz aparentemente amigável. - Não deveria estar no seu salão comunal?

- Deixe de cinismo Liam, e fale logo o que quer.

A voz dele parecia sofrida como se tivesse que carregar o peso do mundo nas costas.

- Adoro quando as pessoas vão direto ao ponto. - dei um soco no seu rosto tão forte que senti o nariz dele quebrando sob o meu punho. - Vou ter que me contentar com isso, eu já te dei o primeiro aviso, aqui vai o segundo. Fique. Longe. Da. Minha. Irmã.

Falando isso me virei e fui encontrar a minha cobrinha. Quando cheguei lá vi que ela estava de costas para mim olhando pela janela. Os cabelos tão negros quanto ébano estavam soltos e caiam até a cintura como ondas, a pele branca como mármore e os olhos grafites reluzindo ao luar. Sejamos realistas a minha pequeninha era linda e passava uma imagem de inocência. Foi por isso que o nosso pai escolheu ela para ficar servindo de espiã, ela tinha algo que fazia as pessoas confiarem nela.

- Sabe Liam... Acho que chega de me esconder, não sei ao certo ainda, acho melhor falar com papai, mas pelo menos nos colocar como herdeiros das trevas perante os comensais. 

- Tem certeza disso Mi? Isso é algo que não da para voltar atrás depois.

Ela se virou para mim, os olhos que um dia já pareceram brilhar de felicidade agora estavam opacos, cheios de raiva, dor e mágoa. E sede... Uma sede que começou quando o nosso pai foi quase destruído, que aumentou quando o Morgenstern a deixou, piorou quando ela soube que a nossa mãe havia falecido nas mãos de sangue ruins inúteis, e agora estava estourando pelo o que o idiota havia dito. 

- Sim meu irmão, não se pode negar a verdadeira origem, mais cedo ou mais tarde ela vem a tona.

- Pode demorar até que a sua vingança tenha o efeito que você quer. A vingança é um prato que se come frio. - falei, eu sabia que como ela era a única pessoa que eu realmente amava, eu iria ao inferno com ela.

- Eu sei, mas acho que eu vou colocar esse prato no congelador.  Está na hora de fazer o contrario do meu nome, está na hora do caos.

Uma aura negra a rodeava. Ela parecia a absorver e se alimentar dela.

- Então eu estarei com você. Sempre... 

Ela caminhou a mim vagarosamente e me abraçou, eu também a abracei afinal, ela era a minha família, ela era tudo. E eu sabia que como eu só podia contar com ela, ela só podia contar comigo.

- Como você vai começar a sua vingança? - perguntei.

- Primeiro vamos fazer o nosso circulo intimo. Afinal nós temos que parecer que suportamos a maior parte. Tem alguém em mente?

- Talvez Draco Malfoy, Blaise Zabine, Astória Greengrass, Dafne Greengrass. Em quem você está pensando?

- Luna Lovegood, e talvez os gêmeos Weasley.

- O que!? Mas os Weasley são todos bonzinhos!

- Tirando o fato que os gêmeos tem arsenais de armas com magia negra no quarto e que praticam as maldições imperdoáveis.

- Impressionante. - Eu disse rindo, quem diria que sairia algo que preste da família Weasley - Mas como você vai se aproximar deles e mostrar quem você é sem falar nada.

- Simples eu vou botar a ideia de treinar as maldições na cabeça de um, na sala precisa. E depois que eles já tiverem lançado algumas, daí só falta fazer o convite oficial. Ou eu os ameaço.

- Maninha às vezes até eu fico assustado do jeito que a sua mente é maligna...

Ambos rimos, pois sabíamos que pensávamos iguais, logo a minha mente era somente um pouquinho menos maligna do que a dela.