Capítulo 59 – Imortais

Liliana, Rebekah, Simon, Kol e Teresa estavam noutra casa, uma mansão a Norte do Canadá, inabitável. A aldeia mais próxima ficava a 50km de distância.

–Eu não aguento isto – Teresa não parava de se movimentar pela sala. Já tinha sido assolada por dor, medo, adrenalina, certeza, dúvida e de repente… Nada.

Ninguém se atrevia a dizer algo. Contudo, havia a possibilidade de Klaus, Elijah e David estarem mortos.

–Notícia de última hora – a televisão estava ligada, apesar de o volume estar muito baixo. Contudo, mal ouviram estas palavras Liliana pegou no comando e aumentou o volume. – Um incêndio numa das coffee shops do Starbucks em Toronto obrigou todos os seus clientes e empregados a saírem imediatamente do estabelecimento. Temos o nosso repórter, James Dickson no local. James, o que nos podes dizer da situação?

Teresa não aguentou e correu para o seu quarto. Fogo. Quando os Originais morriam, ardiam. Lágrimas corriam pelo seu rosto e Teresa escondeu o rosto na almofada fria e limpa.

–Teresa – murmurou Kol, deitando-se de lado na cama e passando a sua mão pelas costas da humana. – Fala comigo.

–O que é que queres que fale? – Teresa virou-se para ele, com o rosto vermelho e manchado das lágrimas. – Ele morreu.

Kol engoliu em seco. Era uma possibilidade bastante grande. Mas se Klaus tinha morrido, o mesmo tinha acontecido a Elijah e Kol não se permitia pensar que tinha perdido mais dois irmãos.

–Talvez não.

–Eu sinto, Kol! Ou melhor, eu não sinto nada porque ele morreu! – exclamou Teresa, voltando a encostar o rosto à almofada, chorando desalmadamente.

A dor no seu peito era latente. O seu corpo pesava, porque sabia que amava Klaus. Nunca pensou que o amasse tanto, ou que fosse possível amar assim tanto alguém. Ter aquele momento de plena consciência do quanto amava Klaus era insuportável. E agora, ele estava morto, não havia nada que pudesse fazer.

Kol manteve-se calado e olhou para a humana inconsolável deitada ao seu lado. Em mil anos nunca tinha visto ninguém a chorar tanto assim por um amor perdido, à exceção, claro, de Rebekah, que por causa dos seus irmãos tinha perdido incontáveis oportunidades de ser feliz com alguém que amasse. O Original aproximou o seu corpo ao de Teresa e abraçou-a gentilmente. Por algum motivo, ele não conseguia chorar, mas isso não significava que não estava tão desolado como ela.

No andar de baixo, Liliana abraçou Rebekah, que se tinha desfeito em lágrimas. Um perfeito momento em que o poder feminino se junta e ajuda-se mutuamente. Liliana não conseguia dizer nada, mas de alguma forma, ver Rebekah de coração partido lembrou-a que houve um momento no seu passado em que também ficou assim. E logo a seguir, a parede invisível que fazia doer a sua cabeça assolou-a, impedindo-a de investigar mais a fundo de onde é que aquele sentimento vinha.

A porta abriu-se de rompante e as duas loiras levantaram-se do sofá abruptamente. Com determinação, Elijah entrou na sala.

–Elijah – choramingou Rebekah e teria caído no chão se o seu irmão não a tivesse tomado nos braços. – Estás vivo! – abriu os olhos e viu a sombra de Klaus no corredor. – Vocês os dois estão!

Klaus subiu as escadas, seguindo o som do choro de Teresa. Não ter mais aquela conexão com ela era ainda estranha para ele, já que para comunicar com ela, usava muito mais frequentemente a ligação do que os sentidos.

Abriu a porta e viu Teresa aninhada no peito do irmão. Não sentiu ciúme, como sentiria antigamente, a sua prioridade era dizer a Teresa que ele estava vivo.

–Teresa.

A morena olhou para ele, com os olhos vermelhos.

–K-Klaus – gaguejou ela e levantou-se da cama, cambaleante. Caminhou até ele, sentindo o seu mundo girar de emoção. Abraçou-o com força. – Klaus!

©AnaTheresaC