A Arma De Esther escrita por AnaTheresaC
Capítulo 21 – Apurada
Teresa estava com o seu fato de natação, á espera que a chamassem. Ela estava na fila para as provas de natação e estava extremamente nervosa.
-Teresa… Marques? – disse o treinador, confundindo o “s” pelo “z”.
Teresa avançou.
-Boa tarde – disse ela.
O treinador sorriu simpático para ela.
-Boa tarde, Miss Marques. Vejo aqui no seu histórico que já praticou natação?
-Sim, senhor.
-Muito bem, vamos fazer o teste?
Teresa acenou com a cabeça, não conseguindo evitar em não sorrir. Quem iria estar na piscina era ela e mais nove nadadoras. As primeiras cinco apuradas ficariam na equipa, as outras teriam que ir embora.
O treinador soltou o apito e Teresa saltou para a água, nadando o mais rápido que podia. A pista tinha 500 metros de extensão e ela tinha que fazer quatro piscinas. Passados quase um minuto, chegou á outra extremidade de piscina, deu uma cambalhota e com os pés deu impulso para a sua segunda piscina. Ela era rápida e estava confiante quanto a isso. Aquele era o habitat natural dela, era óbvio que iria ficar apurada, mas ela também não se deixava convencer e queria sempre melhores resultados. Se ela pudesse fazer um resultado melhor do que o anterior, melhor. Ela queria mostrar isso ao treinador.
Chegou ao fim de um quilómetro, deu uma cambalhota e voltou a dar impulso com os pés. A sua colega ao lado nadava ao mesmo tempo que ela e isso não era nada bom. Teresa aumentou as braçadas e os poucos a sua adversária ficou um pouco atrás, mas rapidamente recuperou a distância entre elas as duas. Teresa voltou a dar a cambalhota e a dar impulso com os pés na parede da piscina. Última piscina, era tudo o que ela pensava. Ela tinha que dar o seu melhor, era o agora ou nunca.
E… ela chegou em segundo! Logo a seguir a sua adversária chegou e mais duas chegaram. Elas estavam no topo! Teresa tirou a touca e os óculos e sorriu para a rapariga que estava na pista ao lado.
-Bom trabalho! – exclamou a sua adversária, também tirando a touca e os óculos. – Deste luta!
-Para ti também! E chegámos quase ao mesmo tempo – disse Teresa e saiu da piscina.
-Parabéns. As pessoas que ficam são as seguintes: Samara Michaels, Ashley Johnson, Teresa Marques, Penélope Lopez e Diana Meade. Quanto às outras meninas, lamento mas não conseguiram ficar apuradas.
Então Teresa pôde ver quem eram as apuradas. A que tinha estado ao seu lado era a morena que se chamava Diana Meade, a loira de olhos profundamente azuis era Ashley Johnson, Samara Michaels era uma loira, muito alta (quase 1,80m), cheia de curvas e Penélope Lopez tinha cabelo castanho e os olhos da mesma cor que o cabelo.
-As que ficaram apuradas esperem um pouco para conversamos sobre os treinos.
Elas esperaram, cada uma enrolada no seu roupão, á espera que o treinador acabasse as provas. No fim, havia cinquenta raparigas sentadas na enorme bancada dos espectadores.
-Muito bem. Os treinos decorrem de manhã, das sete às oito e um no final da tarde, das sete às oito. Podem vir aos dois, ou simplesmente a um. Ao sábado podem vir o dia todo para treinar ou melhorar os vossos tempos, porque eu ou um dos treinadores adjuntos estará aqui. Isto é um desporto sério. Sairemos várias vezes para provas com outras Universidades e a nossa favorita de derrotar: Oxford. Podem ir para os chuveiros! Amanhã começam os treinos!
Todas bateram palmas e foram para os balneários.
-Foi uma boa eliminatória – falou Diana, aproximando-se de Teresa. – Assumo que sejas a Teresa, sério?
-Sim, isso mesmo. E eu acho que tu és a Diana.
-Verdade – Diana sorriu para ela. – Penny, esta é a Teresa.
Penny era na verdade um diminutivo para Penélope. Ela parou e sorriu para Teresa.
-Hola – disse ela e Teresa arregalou os olhos.
-Espanhola, han?
-Claro – falou Penny.
-Sou do país ao lado – Teresa falou. – Portugal.
-Hum, temos sangue latino na equipa! – exclamou Diana e pegou na toalha. – Até já, meninas!
Teresa tomou um banho longo e demorado e depois mudou de roupa. Já estava de noite e muito vento e ela agradeceu mentalmente por não se ter esquecido do seu casaco de outono que ia até à anca e lhe ficava muitíssimo bem.
Ela saiu do balneário com o telemóvel na mão para ligar a Klaus a pedir-lhe para a ir buscar, mas alguém chamou por ela.
-Ei, Teresa!
Ela virou-se e viu Wren a correr na sua direção.
-Wren, oi! – disse ela quando ele parou perto dela.
-O que estás a fazer aqui a uma hora destas?
-Provas de apuramento para natação.
-Ah, és uma nadadora! – exclamou ele e os dois começaram a andar. – Eu remo.
-E deixa-me adivinhar: estiveste a fazer as provas.
-Eu não preciso – Wren disse. – Já fui apurado o ano passado. Como é que te correram?
-Bem, fui apurada e fiz novas amigas – Teresa respondeu e depois parou. Ela não fazia a mínima ideia para onde estava a ir e Klaus não atendia o telemóvel.
-O que foi?
-Não sei para onde estou a ir. Estou perdida no meio de tantos edifícios.
-Ah, estamos a ir para o parque de estacionamento dos alunos.
-Porquê parque de estacionamento?
-Bem, eu tenho carro. Se quiseres, posso levar-te a casa – Wren ofereceu-se e Teresa sorriu.
-Obrigada, mas passo. Posso ir a pé, é aqui perto.
-Por favor, não me dês uma desilusão dessas.
Ele fez olhinhos de cachorro abandonado e Teresa suspirou.
-Tudo bem, mas não entras no apartamento.
-Prometo – Wren riu e os dois caminharam até ao carro dele.
E que carro! Era um Volvo prateado, o mesmo que Edward Cullen usava no Lua Nova e Eclipse.
-Os meus pais têm muito dinheiro. Isto foi a prenda por ter tirado a minha carta de condução – Wren explicou quando entraram no carro.
-Que bom saber que tens a carta de condução. Ao menos posso ter a certeza que não vais bater contra uma árvore.
Ele riu.
-Nunca se sabe.
-Não brinques comigo, Wren – Teresa ameaçou. – Iria ser horrível. Iria morrer sem um diploma!
Os dois gargalharam e Wren começou a guiar.
-Tens que me ir dando as indicações.
-Certo – Teresa disse. – Vira à direita e segue em frente.
Quinze minutos depois, Wren estacionou á frente do apartamento.
-E chegámos – ele desligou o carro e olhou para o prédio. – Então é aqui que vives?
-Provisoriamente.
-Isto não é um dos blocos de apartamentos que a Universidade tem – ele observou.
Boa, como é que ela ia descalçar aquela bota?
-A minha mãe exigiu um dos melhores apartamentos – ela mentiu. Ótimo, primeiro dia de aulas e ela já estava a mentir para alguém!, pensou ela.
-Vemo-nos amanhã, então?
-Claro.
-Queres que te venha buscar?
Ele era tão lindo, Teresa pensou. E estava a ser atencioso com ela.
-Não, obrigada – ela forçou-se a dizer. Ela não queria que Wren descobrisse algo mais sobre ela. E ela também não estava pronta para algo mais.
-Já sabes, se precisares de boleia, podes sempre telefonar-me.
-Obrigada, Wren – agradeceu ela e deu-lhe um beijo no rosto, que foi um pouco mais perto da boca dele do que ela desejava.
Ela desviou-se logo dele, mas ficaram os rostos tão perto… e ele era tão lindo! E tão beijável!
Teresa fechou os olhos, esperando que ele tomasse a iniciativa, e não demorou muito. Ele beijou-a com desejo e ela correspondeu, sem saber muito bem o que fazer ou como reagir.
Os dois separaram-se e Wren sorriu travesso. Os seus olhos iluminaram-se como sempre acontecia quando ele sorria.
-Amanhã venho trazer-te, isso é uma certeza.
-Então até amanhã – Teresa despediu-se e saiu do carro a correr.
©AnaTheresaC
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Oi! Primeiro de tudo, queria dizer que estou muito triste e revoltada com o que aconteceu na escola primária no Connecticut. Não há palavras para descrever o que sinto e as lágrimas vêem-me aos olhos cada vez que oiço falar disso. Não é justo o que aconteceu.
E pronto, é tudo. Até para a semana e espero que tenham gostado do capítulo.