- E você tem certeza? – Cat perguntou pela milionésima vez, apreensiva.

Beck afirmou. – Sim, era a Jade. Eu a reconheceria até com o cabelo rosa!

Tori olhou para a Cat, que até agora permanecia séria. Jade estava em uma capa de revista e Beck viu. O que aconteceria agora?

- Precisamos descobrir de onde aquela revista veio e- Tori o interrompeu.

- Você não conseguiu ver o nome? – Ela perguntou.

- Não. – Beck suspirou. – A garota passou rápido de mais por mim. Só vi mesmo o rosto dela. Mas a revista parecia antiga.

- Tudo bem. – A morena suspirou.

- E se ela não quiser que vocês a achem? – Cat perguntou inocentemente. Os dois olharam para ela, confusos. – Ela saiu para não ver mais a gente... – O tom da ruiva era triste, mas era atuação. Cat não poderia ajudar a levá-los até a Jade.

- Sim, mas sem motivos. E eu a quero de volta e preciso descobrir o porquê de ter ido embora. – Beck afirmou.

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- Eu estou indo viajar. – A voz de Jonas atrapalhou todo o silêncio no quarto da Jade. Ela se levantou da cama e olhou atentamente para ele. O moreno continuou. – É para a gravadora...

- Hm... – Jade sorriu forçadamente. – Quando vai e volta?

Era preciso dizer que ela não estava nem um pouco interessada? Viver longe dele por um tempo seria férias incríveis.

- Vou neste mês e volto na segunda semana do outro. – Ele continuou atento ao seu celular, como se esperasse algo. – Tudo bem para você?

- Tudo. – Então novamente seu sorriso falso dominou. – Vou sentir saudades.

Jade andou até ele e passou seus braços ao redor do pescoço, ela o beijou suavemente na bochecha.

- Ei, não faça isso. – Ele disse sorrindo. – Vou sentir mais saudades ainda.

Jade logo saiu do quarto, ao ouvir Liz chamá-la. Jonas revirou os olhos e suspirou baixinho.

Ela havia percebido a atuação dele, assim como ele havia percebido a dela. Ele sabia que as coisas estavam sendo horríveis para os dois. Mas seu único objeto, era pelo menos um término com grande ibope, e isso só aconteceria depois de lançarem um novo hit, ou álbum juntos. E assim estava feito.

Jade havia notado a sua frieza nos últimos meses? Ele tinha a certeza que sim. Desde que soube que Tori gravaria um filme aqui, seu nervosismo foi bastante visível. Não que apenas aquelas vadias fariam seu relacionamento desmoronar, Jade também estava distante e ele estava começando a achar que ela o traia com uma amante.

Isso era algo que Jonas não suportaria por seu orgulho, mesmo que não a amasse.

Traição.

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Se as coisas fossem mais discretas... Cat pensou, suspirando alto. O que iria acontecer agora? Ela enxugou suas lágrimas com seu coração divido ao meio. Ela precisava contar para alguém antes que ela explodisse.

Beck viu a Jade em uma revista.

A ruiva tinha acabado de contar a ela, e obviamente Jade surtou ao ouvir isso. Quis fugir, ir para outro lugar apenas para não encarar Beck novamente. Mas sabia que não poderia fazer nada até Jonas sair de casa. Isso estava dando uns nervos na mais baixa.

Pensou mais uma vez. Cat decidiu ligar para o Robbie, ele era inteligente e poderia pensar no certo a se fazer, desde que o certo não fosse esconder Liz e Jade do Beck.

Não demorou muito e o garoto atendeu, reclamando rapidamente por ser quatro da manhã lá em Los Angeles. Cat se desculpou e logo explicou toda a situação em que se passava.

- É e eu não sei o que fazer. – Cat suspirou alto, olhando para o chão. – Eu a amo e não quero a ver com problemas, mas sei que ela só será feliz com ele, como antes. – A ruiva derramou uma lágrima. Como que humanos poderiam ser tão difíceis? – O que eu faço Rob?

A alguns passos atrás, Beck ouvia tudo. Parado para não fazer barulho. Quem seria aquela mulher de que Cat estava falando?

Logo antes, o moreno havia feito seu caminho para dentro do apartamento das amigas, iria chamar Cat pois o diretor queria conversar com ela, e quando tentava ligar para o seu celular, a todo o momento dava “ocupado.” Então depois de um longo tempo, Beck decidiu ir atrás da ruiva. Ele parou na porta ao ouvir ela chorando. Beck não era muito curioso ou bisbilhoteiro, foi apenas algo que havia chamado atenção nele. Cat estava chorando, e isso poderia ser a chave para descobrir o porquê de ela estar andando tão estranha nestas últimas semanas.

Pelo outro lado da linha, ele ouviu a voz de Robbie.

- Eu não sei o que fazer Cat, se Jade falou que não era para contar. Não conte. – Ele congelou ao ouvir o nome da amada. De uma maneira tão esplêndida e suave, como quando um fósforo se acende, o coração de Beck voltou ao estado de fragilidade, da mesma maneira de antes.

Jade? O que eles sabiam dela? O que estavam escondendo dele?

Beck se inclinou mais a frente, para ouvir. Fazendo um silêncio mortal para entender o que o Robbie dizia, por cima dos soluços da ruiva.

- Mas no final do ano estamos voltando para L.A. E se eles nunca mais se verem? E se... – A ruiva se engasgou. – E se eu me sentir culpada pela infelicidade deles durante o resto da minha vida? Rob... Beck e Jade não vão mais se ver! E eles estão tão perto um do outro...  Eu não aguento guardar esse segredo.

Beck arregalou os olhos. Como assim? Ele quase gritou. Estão perto um do outro? E que segredo era aquele? Sim, ele havia a visto em uma capa de revista e isso era algo bem estranho. Ele engoliu a curiosidade e continuou ouvindo a conversa da ruiva.

- Eles vão se ver. – Robbie disse. – É destino. Apenas espere um pouco... Não se meta na vida deles, KittyCat. Por mais que doa, é o certo a fazer...

A ruiva sorriu minimamente com o apelido dócil. Ela suspirou fundo e agradeceu o amigo, logo depois se despedindo. Assim que ela desligou o telefone, enxugou algumas lágrimas. Era o certo a fazer, Robbie tinha razão. Mas seu coração não aguentava mais. Era antiétnico, estúpido e deplorável ter que ver eles tão perto assim, mas ao mesmo tempo tão distantes um do outro. Cat olhou pela vista pacífica na janela, e então tomou um susto ao ouvir a voz do Beck.

- Como assim eu e Jade não vamos mais nos ver, Cat?

A ruiva se virou assustada, e viu o amigo com uma sobrancelha arqueada. Cat suspirou e olhou com medo para ele. E agora? O que falaria? Ela não acreditava que ele tinha ouvido a conversa.

- Nada. – Cat olhou para o chão. Depois colocou um sorriso amarelo no rosto, com seus olhos castanhos fitando o Beck. – Que Jade?

- Jade West. – Ele foi firme. – O que está me escondendo?

A ruiva gelou. Não queria mentir de novo. Não queria fazer isso. Suas lágrimas rolaram pelo seu rosto, borrando mais a sua maquiagem. – N-Nada.

Ele se aproximou dela. – Me conte.

- NÃO! – A ruiva gritou, correndo para longe dele. Não queria fazer a Jade ter mais problemas, mas desejava tanto contar para o Beck. Ela não poderia os ver sofrer mais tanto assim... Era essa sua única chance?

- Cat Valentine, sobre o que você estava falando da Jade? – Ele continuou persistente, segurando o braço dela e a fazendo encará-lo.

Era um segredo sobre a Jade que ele precisava saber. Ver a ruivinha chorando o deixou mal, mas ele necessitava descobrir tudo o que ela estava escondendo dele.

A ruiva caiu de joelhos no chão. Sem forças e com medo. Suas lágrimas molhando o rosto dela. O que poderia fazer? Ela não conseguia mais aguentar. Desculpe-me, Jade. Cat pensou. – B-Beck... – Sua voz foi trêmula.

- Não minta para mim. – Ele chegou mais perto dela. – Me diga tudo que sabe sobre a Jade.

Cat respirou fundo, engolindo os soluços. – E-Ela... – A ruiva parou, olhando para ele.

- Fale, Cat. – Beck já parecia desesperado, seu coração batia aceleradamente. – Ela o que?

- Ela... – Outra respiração ofegante, e mais lágrimas derramadas. Era agora. Ela precisava contar. Sua única chance de ver seus amigos felizes, sua única chance de tirar o peso do coração. – Jade está aqui em Londres.

Beck ficou calado. Esperava que a ruiva continuasse. Sabia que não era tudo o que ela escondia. – Onde você a viu?

- Numa loja de vestidos. Ela me disse que não era para contar nada a vocês. – A ruiva suspirou fundo enquanto olhava para o chão, Beck segurou os pulsos dela. – Ela tem um namorado, Jonas.

Beck sentiu uma onda gigantesca de raiva afundando seu corpo, mas ele achou mais estranho o nome do namorado da Jade ser o mesmo nome do da Tori. Não ligou depois de pensar, obviamente na Inglaterra inteira havia centenas de Jonathan’s.

- E o que mais? – Ele continuou segurando os pulsos dela. Não com tanta força. Cat tremia. Ela precisava contar tudo agora.

- Ela tem uma filha.

Ele passou um minuto em silêncio, tentando absorver o que foi dito.

-... O que? – Beck gritou. – COMO ASSIM? UMA FILHA? – Seu coração estava acelerado, obviamente, suas chances de ter ela de novo acabariam. Ela tinha uma filha do namorado. As lágrimas começaram a se acumular na visão dele. Como ela tem uma filha de outro cara? Ela realmente não o amava mais?

Aquela minúscula felicidade, que as vezes ele enxergava em seu futuro, havia desaparecido.

- É... – A ruiva atrapalhou a linha de pensamentos do Beck. Olhando para o chão, com vergonha de encara-lo por ter escondido isso dele esse tempo inteiro. -... A filha dela é sua, Beck. Você é pai daquela garotinha que fica vendo todos os dias no parque.

Era como se um trem havia o atropelado. Ele era o pai. Pai. Pai! De uma filha da Jade! Ela estava em Londres esse tempo inteiro. E a sua filha era realmente aquela garotinha... Um sorriso se abriu em seu rosto.

Mas logo ele se apagou. Ele era pai e Jade havia fugido para Londres? Como assim ela não havia ficado com ele? Ela mentiu dizendo que não estava feliz?

Ele não poderia acreditar...

Seu coração palpitou e ele olhou para a ruiva que chorava a sua frente. Beck se levantou do chão e puxou ela consigo.

- Você sabe onde a Jade está vivendo? – Ele perguntou, friamente.

Cat engoliu a seco. Sim, ela sabia. A ruiva assentiu pesadamente.

- E-Eu sei. – Sua voz estava trêmula e pingava medo. E o que aconteceria?

- Me leve lá. – Beck pediu,  pegando a chave do carro e indo em direção a porta, segurando a mão de Cat e a puxando por todo o caminho.

Agora sim, ele poderia ter uma explicação sobre o que havia acontecido, e é claro ver a Jade novamente. Ele mal poderia raciocinar direito, não era mais sua mente o dizendo o que fazer, e sim, seu coração partido.