Depois de muito insistir, Cat finalmente conseguiu o que queria da sua amiga. Elas iriam conversar sobre o que havia acontecido nestes últimos anos, e Jade havia decidido esclarecer aquela questão de “Não ser feliz...”. Mas ela ainda estava dividida em dois, a questão era: Contar sobre Liz ou não?

Jade não aguentava mais esconder a filha, ela queria que Cat soubesse para a ajudar com aquela sua vida, como antigamente. Qual era o próximo passo a tomar? O que acha mais certo? Quando Beck vai voltar para mim?

Essas perguntas eram as que passavam a todo o momento na mente dela, a deixando perturbada de alguma maneira explicavelmente estúpida, a seu ver.  Mas nada deste sofrimento se comparava com seu maior problema agora: Jade não aguentava mais Jonas, embora quisesse um pai para Liz, e não tinha a mínima ideia de qual seria a próxima “surpresa” que ele traria para casa.

Jade suspirou, enquanto ajeitava Liz no banco traseiro. Ela precisava contar. O medo foi evidente nela durante todo o caminho, até a pequena Liz perguntou o que estava de errado com a mãe. Jade não respondeu, ela tinha medo de sua voz falhar e de consequentemente chorasse.

Ela não choraria na frente da filha e de ninguém. De mais ninguém, ela jurou.

Ao sair do carro, e pegar Liz com todo o amor que tinha, Jade andou até a sorveteria combinada e respirou fundo antes de pisar dentro dela. Rapidamente ela avistou a única ruiva no local. Jade sorriu para ela. Cat sorriu e então entrelaçou as sobrancelhas ao olhar para a Liz.

As duas se abraçaram e Jade se sentou em frente a Cat, numa mesa vermelha estilo anos 50, rapidamente e sem cerimônias, a mais alta pediu um sandue para a garçonete uniformizada. Cat ainda olhava para a pequena.

-... Quem é essa gracinha? – A ruiva perguntou animadamente. Jade gelou. Era agora.

- Ela é a Liz. Elizabeth West- Cat a interrompeu, arregalando os olhos.

- Ela é sua irmãzinha? – Com o comentário da ruiva, Liz gargalhou enquanto mordia os dedos. Até mesmo a pequena havia entendido a confusão presente no olhar da ruiva.

- Não. – Jade abraçou ainda mais a filha, que estava no colo dela, de frente a Cat. – Ela é minha filha.

A ruiva se levantou, assustada e gritou agudamente. – SUA FILHA?

Jade fechou os olhos, presumindo que todos na sorveteria olhavam para as duas. Que lugar mais apropriado para contar que é mãe a Cat, não é Jade? A ruiva se sentou,ainda chocada. Ela perguntou com a voz trêmula.

- S-Sua filha?

Jade assentiu, com dor no coração. – Minha filha. Elizabeth West August-Oliver.

- OLIVER? – Cat se chocou ainda mais. – OLIVER?

Jade engoliu a seco. – Sim, Oliver. É por isso que eu vim para cá... Liz é do Beck.

- OH MEU DEUS! – A ruiva chorou. – Ela é filha do Beck!?

Jade assentiu novamente. – Por favor, Cat. Não conte a ele.

- COMO ASSIM NÃO? – Cat começou a sussurrar energeticamente ao perceber os olhares curiosos ainda as fitando. – Jadey, Beck é o pai da Elizabeth e você não quer que eu conte que ele tem uma filha sua?

Aquilo era demais para a mente já conturbada da ruiva. Saber onde sua melhor amiga estava, depois de dois anos sem revê-la... E ainda descobrir que ela tem uma filha e não poder contar isso nem para pai? Já era antiétnico e Cat sentia que não iria conseguir lidar com aquilo.

Jade assentiu, com o olhar pesado. – Esse foi o motivo de eu ter vindo para cá. Eu não queria estragar a vida dele. Agora olhe só, eu estou com um namorado, ele está com outra, eu tenho uma filha que ama Jonas e ... Mudei minha vida completamente. Estamos separados agora. Cat, eu não posso voltar para vocês.

- Não pode? – Ela engoliu a seco. – E... Eu não vou mais te ver?

- Assim que voltar para Los Angeles. – Jade concordou e segurou as lágrimas. Ela precisava se passar por forte, principalmente ao contar isso para a Cat.

- Você mentiu para mim! – A ruiva se levantou, e em um piscar de olhos saiu correndo. Jade suspirou, encostando sua mão a testa. Seu outro braço, passava fortemente ao redor de Liz. Ela não pensou que seria assim.

Logo que saiu da sorveteria, Jade ligou para a Cat.

- O que foi? – A ruiva gritou ferozmente, surpreendendo Jade.

- Onde você está? – Jade também foi fria, por mais que não quisesse.

- N-No parque... – Cat fungou. Jade suspirou, já sabendo que a ruiva não conseguiria ser forte por muito tempo.

- Estou indo para ai. Não saia.

Ela desligou o celular e atravessou a rua, alguns passos depois encontrou a Cat sentada em um banco, chorando. Jade sentou-se ao lado dela e encostou sua mão no ombro da ruiva.

- Você está falando o que realmente vai acontecer, não está? – Cat teve sua voz quebrada.Isso partiu o coração da mais alta.

- Sim. – Jade olhou para o chão. – Espero que não me odeie.

Cat olhou para a Jade. – Por que você não continuou lá?

- Eu não poderia estragar a vida dele, Cat. Eu precisava seguir em frente. – Jade murmurou, ela não tinha como aumentar ou fortalecer a voz. Provavelmente falharia.

- Logo depois que você saiu, ele conseguiu um proposta de um filme com o Johnny Depp. Sabia?

Jade assentiu. – Sim, mas eu tinha 17 anos quando engravidei.

- Agora você tem 19, por que não volta pra ele?- A ruiva gritou. - Se arrepende de ter o deixado lá?

Sim. – Não.

Era necessário mentir, talvez se a ruivinha pensasse que Jade não tinha mais nada com o Beck, doesse menos e ela teria menos vontade de fazer eles ficarem juntos. Mas Cat não era boba, ela percebeu que era mentira pela hesitação evidente e o medo pingando da voz da Jade. Ela conhecia a morena muito bem, e sabia quando estava mentindo.

Cat voltou a chorar, como antes, ela se encostou ao ombro da mais alta. – Eu vou sentir saudades, Jade. Por favor, volta. Por favor. Ele não ama a Alex, todo mundo pode ver isso. Por favor! Eu também tenho certeza de que você não ama o Jonas como ama ele. Por favor, Jade, por favor, volta. Ele vai amar a Liz. Ela é linda.

Jade sorriu tristemente, enquanto balançava a cabeça. Os soluços da ruiva a dava vontade de chorar. – Eu não posso...

Seu coração ficou mais sujo e rasgado quando disse isso.

- É claro que você pode. – Cat se virou para olhar nos olhos dela pela primeira vez. Suplicou como uma criança que não entendia as coisas direito. – É claro que pode.

- Não. Eu não posso. Cat, eu só tenho 19 anos e minha carreira está começando de verdade agora. Eu não posso sair de Londres, eu não posso largar Jonas. – Jade olhou para a filha, que estava prestando atenção em seu celular. - Liz ficaria arrasada, ela já é muito apegada ao “pai”, e... Eu não posso fazer isso.

Cat derramou mais lágrimas. Ela sentia aquela dor, a mesma de quando Jade foi embora. Ela não sabia o que fazer.

- E o Beck...?

- Ele vai continuar vivendo a vida dele. – Jade forçou sua voz, para ela não sair embargada.

- E você?

- Vou continuar a minha. – Ela olhou para o chão.

- Vocês não vão mais se ver?

Jade engoliu a dor. – É.

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- Tori Vega... – A voz de Jonas soou alegremente. Tori se virou e deu um pulo ao ver ele, ela correu e o abraçou.

- Jonas! – Ele passou as mãos pela cintura dela. Ambos se olharam e se beijaram. Oficialmente o primeiro beijo de um namoro de um ano.

- Eu fiquei tão feliz quando soube que você vinha pra cá. – Ele sorriu. – Tão feliz.

Tori riu. – Também fiquei. Sabia que você é mais lindo ainda ao vivo?

Eles riram e Jonas se inclinou, a beijou novamente. Um beijo calmo e doce. Nada comparado aos beijos da Jade... Mas ele não se importava agora, uma vez que daqui a um tempo não poderia mais provar o beijo da Tori novamente.

Um sorriso cínico formou-se em seu rosto, como que aquele coração poderia ser tão mal?

- E então? – A morena perguntou ao quebrar o beijo. – Vamos almoçar?

- Claro, Tori. – Ele assentiu. Fizeram seu caminho e não demorou muito tempo, logo eles se encontraram em um restaurante padronizado para conversas sociais.

Jonas pediu o cardápio, algo novo e engraçado chamando Tacos de Macarrão. Tori  sorria ao ver ele, parecia um anjo. Sorte que ela o tinha... Não é? O único problema era ele largar ela, e aquilo aconteceria novamente.

Ela nunca entedia isso.

- Como estão as gravações? – Jonas olhou para ela. Tori se perdeu nos olhos verdes. Ilusão? Não... Ela não achava que era isso mais uma vez.

- Difíceis. – Tori suspirou. – E bagunçadas. – Eles riram. – O meu diretor, Dan, simplesmente não para de mudar as coisas. Estou super cansada de decorar frases e fazer a mesma cena quinhentas vezes ao ver que não ficou bom.

Ela suspirou, olhando para comida em seu prato. – Às vezes eu penso que não sou uma boa atriz, como todos os outros.

- Que isso Tori... – Jonas revirou os olhos. – Você é. Só basta praticar. Quando eu comecei as coisas também eram assim.

Tori olhou para ele. – Garanto que não. Você mente e eu sei disso.

Jonas ficou parado por um tempo, imaginando se ela soubesse da vida dupla dele. Mas então ela começou a gargalhar e ele a seguiu, rindo desconfortavelmente. Suspirou de alivio ao ver que era apenas mais uma brincadeira.

Sorte que ele tinha. Sorte.