14 h e 37 min

        Steve Rogers saiu do banho ainda cansado. Ele não sabia exatamente o porquê. A noite tinha sido um sucesso, ou mais ou menos, bem...ninguém saiu ferido. Hoje? Dia de começar um treinamento intensivo. Sua primeira aluna, pode-se assim dizer, era Annelise McArthur que pelo que ele se lembrava era rebelde e bonitinha, definitivamente não fazia o tipo princesa típica, era meio arrogante, meio...”Tony Stark de saia”, mais era linda, essencialmente linda.

         Andou até a sala de treinamento e UAU! Ela tinha realmente que estar vestida daquele jeito? Steve não era do tipo de olhar para essas coisas, mas, numa ilha cercada de belas mulheres era meio complicado manter o foco. Quando era só Natasha...bem...parecia mais fácil e agora? Como ele ia se conter?

-Perdeu alguma coisa, Capitão? – Annie o desafiou reparando prontamente que ele parecia perdido em suas pernas.

-Ah...não...perdão! – ele engoliu seco meio tímido.

-Umhum...sei! – ela virou-se para ele. – Podemos começar?

-Vamos ser só nó dois?! – ele perguntou passando a mão no pescoço, torcendo desesperadamente para que tivesse mais alguém com os dois, Steve sempre fora muito corajoso, mas agora, ele parecia verdadeiramente encurralado.

-Sim!- ela disse já dando um chute, do qual ele se esquivou.

-Então você mudou de Berlim?- ele perguntou enquanto se esquivava de alguns socos da garota.

-Sim, digamos que meus pais era focados demais no trabalho e sem tempo para mim. Fugi de casa e estava de boa no Upper East Side até um loirinho gostoso aparecer me recrutando! – ela falou sem dó ou qualquer coisa parecida por tê-lo chamado de gostosa assim na lata, Steve fingiu não ouvir, mas, sua face que agora mais parecia um tomate deixou escapar o quanto ele havia ficado sem graça.

-Não foi um flerte!- ela informou. Enpurrando- o no chão. Bem...ela poderia derrotá-lo com uma ilusão qualquer, ou pelo menos achava isso, mas o intuito do treinamento era usar apenas o físico.

-Eu não pensei em nada!- ele sussurrou levantando.

-Pensou sim!- ela disse empurrando-o de novo e ficando por cima dele agora. – Creio que não devia deixar sua guarda baixa Capitão!- ela murmurou irônica ao pé do ouvido dele. Nenhuma garota nunca tinha feito isso com ele desse modo...que droga de palpitação era aquela? Talvez fosse o calor da briga ou talvez ele estivesse...

-Concordo plenamente senhorita!- ele girou por cima deixando-a na retaguarda e imobilizada.

                             ***

-Não entendo porque você detesta tanto o Bruce!- afirmou Stark massageando os pés de Claire Miller. Estavam no quarto de Tony no primeiro andar da casa. Claire estava debruçada confortavelmente.

-Eu não “odeio” o Bruce, eu só o acho um bobo. Ele tem algum complexo de inferioridade ou algo do tipo. Na verdade, ele parece tímido demais...talvez por isso nunca vá arrumar uma mulher!- ela girou o corpo.

-Então o picolé também está frito!

-Qual é Stark? O Steve é um dos caras mais gostosos que eu já vi na vida e com certeza não sou apenas eu que penso assim! – Tony fez uma careta e apertou com força o pé esquerdo de Claire.

-Tarada! – ela empurrou o peito dele com o pé.

-Idiota! Não sou tarada, apenas realista! Vai dizer que você não achou nenhuma das garotas gostosas? – o homem de ferro soltou uma risada enorme.

-Tá! A diferença é que EU SOU TARADO! – os dois caíram na gargalhada.

-Não devíamos ir treinar?

-Como se nós fizéssemos o que deveríamos! – afirmou Stark.

-Serio Tony! Não quero ser a mais fraca de todos.

-Você não seria nem se quisesse!

-hahaha! Anda, vamos logo!

-ok princesa! – Princesa, ela odiava aquilo, especialmente por que sabia que ele não queria chamá-la SO de princesa e sim, de princesa de ferro.

-Não sou princesa Stark!

- Luma...que seja! Eu prefiro o meu nome!

-Foda-se! E vê se mexe esse traseiro de lata até a sala de treinos!- ela ordenou brava, como se ela fosse a adulta e Tony o adolescente rebelde.

                              ***

        Katrina abriu os olhos devagar, olhou a bandeja ao seu lado e sorriu.

-Não acredito que me trouxe comida! – olhou para Samantha ao seu lado.

-Não acredito que nunca te fizeram isso, bem...temos treinamento com Clint Barton agora!

-Sério? Tô com muita preguiça! – em geral, Kate não era preguiçosa mas, hoje particularmente ela parecia bem cansada.

-Muito sério! – sorriu Sam. Como é que ela conseguia já está arrumada e sorridente naquela hora?

-Pelo menos ele é gostoso!- Katrina brincou, Samantha fez uma cara engraçada.

-Indo pro banho então!- falou Kate por fim.

    Kate tomou banho e agora pronta saiu para o treinamento. As duas caminhavam tranqüilas pelo gramado quando toparam com Victoria, que parecia muito, mas, muito irritada.

-Mantenha a calma e respire, mantenha a calma e respire!- ela repetia sem parar.

-Louca?- perguntou Sam.

-Voto que sim!- Kate nem olhou para frente para responder, talvez por isso tenha tido a sorte de tropeçar e cair nos braços firmes e musculosos de Clint Barton.

                             ***

          Gabriella dava seu máximo para superar Melissa no combate corporal. Seria to mais fácil para ela ficar invisível e dar uma surra em Melissa. Mas, a coisa linda do Thor tinha dito :

“Nada de poderes!”

-Estão indo bem!- ele as estimulava com as palavras embora não soubesse muito bem como fazer isso.

-Eu sinto que guarda algum tipo de raiva em você!- falou Melissa do nada.

-Tem boa intuição então!- G. respondeu.

-Quer dividir?

-Acho que não!- a ruiva falou de cara fechada. Ela não gostava de contar que seus pais tinham-na abandonado. Além de doloroso era meio humilhante saber que as únicas pessoas no mundo, biologicamente programadas para te amar não te quiseram.

-Meus pais morreram num acidente de carro quando eu tinha treze anos!

-Triste!- falou Gabriella sem se interessar muito. Ela só pensava em uma coisa : Vingança. Por isso estava ali.

    Melissa encarou a ruiva nos olhos e não soube exatamente porquê mais viu Gabriella matando duas pessoas, um homem ruivo e uma mulher alta, eles eram....

-Vai conseguir o que deseja!- falou Melissa baixinho, para que Thor não ouvisse.

-HÃ?

-Vingança!

                              ***

      Natasha lançou um tiro certeiro. Que acertaria bem nas costas. Sim, acertaria do verbo “Não acertou”. Frederich Arsenwood segurou a bala antes que ela pudesse tocar nele.

-Você realmente sabe como demonstrar afeto! – ele sorriu forçado.

-Fred...eu...ainda não entendo o que aconteceu, eu pensei que poderíamos conversar sobre isso...- ela realmente queria falar daquilo, não entendia o porque de Fred ter ido embora para França sem lhe dar nenhuma satisfação.

-Não temos de conversar, precisamos treinar, o mundo está em perigo, nosso fracasso amoroso não parece tão importante perto disso...

-Talvez esteja certo!

-Eu creio que estou!

                              ***

-Você não me parece tão mal quanto sua reputação!- Angel murmurou tirando uma mecha de cabelo do rosto.

-Imagino o que devem ter te dito sobre mim! – Bruce falava baixinho assim como a loira.

-Diziam que você era perigo.

-Eles estavam certos. – ele olhou cabisbaixo.

-Não...não estavam. Se há algo que eu penso de você, é que é extremamente forte! – a garota disse suave.

-Obrigada.

-Eu vou matar aquela cadela, vou matar! – Victoria chegou “soltando fogo” no laboratório. Aparentemente alguém tinha feito-a perder a cabeça.

-Vick? – Bruce chamou paciente. A voz dele era tão calma e paciente que faria qualquer ser parecer bem.

-Oi!- ela sucumbiu a raiva antes de olhar para Bruce e Angel.

-Aconteceu algo?- Angela perguntou baixo, no seu tom de voz casual.

-Aquela garota! Gabriella! Como alguém consegue destruir um quarto daquele jeito! Aquilo está uma zona! Parece que foi atingido por um tsuname...- Angel tocou no ombro de Victoria, que a essa altura não respirava entre uma frase e outra.

-Calma!

-Vick, não pode ser tão ruim assim, eu bem conheço seu senso de perfeição, não pode ter nada fora do lugar e para você já é um caos...

-Oh! Perdão Doutor Banner...se arrumação...- ele nem a deixou terminar.

-Certo...Você tem toda razão desde já. Vem Angel, vamos conversar em um lugar mais calmo. – apesar da frase soar grosseira, Bruce falou passivamente.

(...)

(...)

       Bruce Banner terminava de se vestir para jantar quando uma batida particularmente irritante começou a soar na porta. Ele abriu e deu de cara com Tony.

-Bruce, preciso que vá ao laboratório agora! – Tony parecia apreensivo o que normalmente não seria Tony.

-O que?

-Claire...levou uma picada de cobra!

-E você não chupou o veneno?!- Bruce falou como se Tony fosse o maior idiota do mundo.

-Acontece que não foi uma cobra, foi a cobre modificada da SHIELD. Aquela que só uma pessoa consegue sugar o veneno sem morrer.- Bem, essa pessoa era Bruce Banner, no caso...O Hulk.

-Faz muito tempo?- ele perguntou andando apressado para fora do quarto enquanto Tony o seguia.

- 3 minutos...trouxe ela rápido.

-Ok, não deixe ninguém ir até o laboratório. Aviso quando terminar! – e pela primeira vez...Tony obedeceu alguém...afinal, agora era sobre Claire e ele não podia deixar nada acontecer.

-Aonde foi a picada? – Bruce perguntou gentil adentrando no laboratório.

-O que você está fazendo aqui?!- ela perguntou grossa.

-Claire, a situação é o seguinte...a cobre era modificada, você tem mais 5 minutos e só eu posso tirar o veneno. Agora, por favor...- ele suplicou.- Onde foi a picada? Perna ou braço? – ela respirou fundo, odiava dar o braço a torcer mas, Bruce estava apenas tentando ajudá-la não custaria nada fazer o que ele estava dizendo.

-Aqui! – ela apontou para uns dois dedos abaixo do peito. Serio? Ele realmente teria de fazer aquilo?

-Ok. Não me leve a mal...mas...você vai ter que tirar a blusa e deitar!

-Ok!- ela não ia se importar. Acreditava que você só fica tímida se tiver segundas intenções, como ela sabia que não tinha nenhuma e duvidava de que Bruce tivesse não se importou....

                              ***

        A sala de jantar urgia comentários por todos os lados. Angel estava cabisbaixa depois de tudo que ouvira sobre Tony.Comentários maldosos porem, verdadeiros. Porém o que mais doeu não foi lembrar que ele era um canalha, disso ela já se conformara, o problema era Pepper. Como Angel podia querer Tony quando sabia que alguém tão legal como Pepper era a “garota” dele.

-Ela é incrível!- foi o que ouviu Melissa dizer antes de pedir licença e se retirar. Caminhou até o jardim e sentou na grama. Ela queria ficar ali quieta, deixar algumas lágrimas rolarem agora para talvez não deixar que ninguém a visse chorar. Tolo engano...Começou a ouvir palavras agradáveis que fariam seu coração disparar numa situação normal.

-“Ah, ela ensina as tochas a brilhar! – Fred parafraseava Shakespeare na direção dela. - Parece estar suspensa na face da noite, tal qual jóia rara na orelha de uma etíope; - mais perto, agora ele estava parado em frente a ela. - beleza incalculável, cara demais para ser usada, por demais preciosa para uso terreno!”

-É lindo. – ela falou enxugando as lagrimas.

-Bem...é sobre você, não poderia ser de outra forma. Posso sentar? – ele perguntou sem lhe dar tempo de resposta, foi logo sentando.

-Aconteceu algo? – perguntou.

-Apenas coisas normais! – ela murmurou chorosa.

-Não é normal ver uma garota chorar. E bem... aprendi que quando visse isso deveria intervir na situação.

-O que quer dizer com intervir? – ele sorriu sem dar resposta. Com a dominação de um dos quatro elementos, fez brotar do chão uma rosa azul. A rosa levitou até a mão dele, e ele a entregou para ela, que sorriu involuntariamente.

      Fred pegou um espelho pequeno que carregava no bolso e o posicionou em direção a Angel. Ela pode reparar que aquela flor não era de um azul qualquer. Era o azul dos olhos dela.

-É linda!- ela falou sem jeito. Ninguém jamais tinha feito algo parecido para ela.

-É realmente linda!- ele concordou e pôs uma mecha do cabelo dela para trás. – Mas, não me refiro a rosa!

-Fred! – a voz de Clint chamou alto.

-Treinamento noturno, tenho que ir!- ele avisou dando-a um beijo na testa.

-Boa noite!- ela murmurou alto enquanto ele já se afastava. Fred virou-se para parafrasear alto:

-“A despedida é uma dor tão suave que te diria Boa Noite até o amanhecer...”.