Never Forget You escrita por KaahEvans


Capítulo 6
Minha Bella!


Notas iniciais do capítulo

Hi Honeys! Como estão? Beeem, eu sei que eu demorei, mas aqui estou eu com um capítulo novinho, grande e melhor ainda... Com o POV do nosso lindo e Divo Edward!!!
Dedico esse capítulo para a Lele Cullen e para a Amante de Sanguessugas que recomendaram a fic. Obrigado liiindas!
Curtam o capítulo e mandem muuuuuuuuuitos reviews :)



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POV Bella – cinco anos atrás – Índia

O sol estava quase se pondo sobre o rio Yamuna, eu ainda não queria que esse dia acabasse, estava sendo tão bom.

Mesmo há essa hora, o dia estava incrivelmente quente, não que eu sentisse calor, mas não havia nenhuma brisa para agitar o ar, o que era bom. Minha garganta não doía quase nada, mas mesmo assim, o leve ardor que eu sentia quando o vento trazia o cheiro dos humanos era desconfortável.

Suada e com um sorriso de orelha a orelha observei Raveena se aproximar e sentar ao meu lado.

- É tão lindo! – sussurrei a fazendo sorrir ainda mais se fosse possível.

Eu estava na índia há quatorze dias, visitar o Taj Mahal foi o ponto principal da viagem, eu duvidava que algo nesse país pudesse superar isso.

Observei um homem com uma câmera pendurada no pescoço, tirando fotos do belo monumento de todos os ângulos possíveis. Ver todos os turistas olhando o monumento com tanta admiração era quase cômico. Eu provavelmente estaria como eles se não estivesse refletindo tanto sobre minha própria vida. Ou existência como prefiro chamar.

- Você vai deixar amanhã cedo? – Raveena perguntou. Meu olhar triste deve ter respondido sua pergunta.

Ela brincou com sua grossa trança de cabelo preto brilhante, girando-o sobre o ombro, e ajeitando seu sári amarelo da cor do sol.

Então, ela pegou um pedaço de seda escarlate do bolso e amarrou-o no meu pulso.

- Para te dar boa sorte. – esclareceu notando meu olhar confuso.

- Obrigada! – admirei a fita em meu pulso antes de me voltar para ela. – Vamos tirar uma foto!

Peguei minha pequena câmera prateada enquanto Raveena se aproximava ainda mais de mim. O cheiro de seu sangue me bateu e fez minha garganta coçar um pouco, mas eu não sentia vontade de beber dela. Sorrimos até ouvir o click da câmera.

- Você vai me escrever?

- Eu vou. Prometo!

Abraçamo-nos pela ultima vez. Eu sabia que nunca mais a veria. E desejava que tudo desse certo para Raveena.

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Ajeitei a fita de cetim que estava amarrada em minha mochila. Em todos esses anos eu não deixava a fita vermelha longe de mim. Eu não acreditava que ela realmente trouxesse sorte, mas me trazia boas lembranças de minha amiga indiana.

Troquei-me e passei um gloss nos lábios.

Fui até meu porta jóias e peguei um colar com meu nome que ganhei de Thierry antes de sair, e coloquei o bracelete com o brasão de minha família. O brasão dos King.

Eu não me lembrava de absolutamente nada de minha família. E nunca tive curiosidade para descobrir o que aconteceu com meus pais. Tinha medo do que descobriria, então preferi acreditar que eles tiveram uma boa vida e morreram de velhice. Pensar assim me dava um pouco de paz.

Entrei em meu carro e percorri o caminho em direção a escola.

Chegando a escola, procurei uma vaga no estacionamento que estava lotado. Encontrei uma entre um volvo prata e uma van azul. Estacionei ali, respirei fundo e sai do carro.

Todos no estacionamento pararam de falar assim que a porta foi aberta, andei no meio deles e conforme eu passava começavam os burburinhos de vozes comentando sobre mim.

Todos os olhos daquela escola estavam sobre mim. Os garotos faziam apostas como quem me convidaria pra sair primeiro e as garotas falavam sobre minha roupa. Era somente um dia normal!

Peguei meu mapa da escola e um papel que a senhora ruiva da secretaria disse que teria que ser assinado por todos os meus professores e parti para minha primeira aula. Dei somente uma olhada no mapa e já havia decorado o caminho.

- Olá! – ouvi alguém dizendo a mim. – Sou Eric Yorkie e você deve ser Isabella King, a garota nova. Muito prazer!

Ele disse em um fôlego só. Sua respiração estava pesada, acho que estava nervoso por estar falando comigo. Todos os garotos que me viram queriam fazer isso, mas acharam que não era uma boa idéia. Admirei a coragem de Eric. Sorri para ele e revirei os olhos internamente quando ouvi seu coração acelerar.

- Me chame só de Bella! – respondi.

- Ok Bella. Que aula você tem agora? – perguntou.

- Inglês no prédio 3. - falei sem olhar no mapa.

- É minha aula também. – sorriu. – Vamos. Eu te mostro o caminho.

Durante todo o dia as pessoas olhavam, falavam e comentavam sobre mim. Já estava ficando chato toda essa atenção, já que eu podia ouvir tudo o que eles falavam.

Conheci algumas pessoas legais também. Entre elas estavam Jessica, Mike, Tyler, Ben e Ângela.

Ângela era minha favorita. O tipo de garota quieta, que não faz fofocas nem comentários maldosos sobre os outros. Eu sentia que seriamos grandes amigas. Por tanto, ela era bem diferente de Jessica.

O sinal avisando o final da aula tocou e todos nos dirigimos para o refeitório. Mike me convidou a sentar em sua mesa e eu aceitei. Sentei-me ao lado de Ângela, esperava que se estivesse longe de Jessica ela parasse de fazer perguntas. Não funcionou!

- Então Bella, me conte, onde estão seus pais? – perguntou tranquilamente como quem não queria nada.

- Oh, os meus pais morreram há muito tempo. Sou emancipada. – falei com falsa tristeza. Essa era a historia que contaria para explicar o que uma garota de 17 anos fazia sozinha em uma cidade no meio do nada. Bem, não era uma mentira, afinal de contas. Os meus pais realmente morreram há muitos anos.

- Ah, meu Deus! Eu sinto muito Bella. – Ângela disse sinceramente. Olhei para ela e sorri, eu já gostava dela.

- Como eles morreram? – Jessica perguntou novamente.

Desde que entrei em minha aula de trigonometria ela não parava de me fazer perguntas.

- Jessica, não se faz esse tipo de pergunta! – ralhou Ângela a meu favor.

Jessica não respondeu. Ela deu de ombros e voltou a comer seu almoço enquanto olhava ao redor do refeitório. Em um momento ela parou de vagar e fixou seu olhar em algum lugar. Eu não me dei ao trabalho de olhar o que era. Com certeza a Gossip Girl só estava procurando algo para fazer fofoca. Ela se aproximou de mim e começou a sussurrar como se estivesse contando um grande segredo.

- Edward Cullen está olhando para você! – eu sabia que era fofoca!

Olhei para onde Jessica estava olhando segundos atrás.

Minha boca quase foi ao chão por ver a cena a minha frente. Cinco vampiros estavam sentados na mesa mais afastada do refeitório. Eles conversavam entre si, mas eu estava chocada demais para prestar atenção ao que eles diziam.

Meu cheiro não estava camuflado, então eles já deviam estar cientes do que eu era. Fiquei mais chocada ainda ao notar seus olhos quase pretos de sede tinham um toque dourado, o que significava que eles eram vegetarianos como eu.

Nenhum deles olhou para mim novamente. E eu agradeci por isso. Provavelmente eles me mandariam sair do “território deles”, então eu aproveitaria meu primeiro e último dia em Forks.

O sinal do final do almoço tocou e fui para minha próxima aula que era de biologia junto com Mike.

Edward POV

A escola era uma verdadeira tortura. 

Como se não bastasse ser o único vampiro de meu clã sem uma companheira, eu ainda era forçado a ir para a escola com todos aqueles humanos.

Já fazia mais de duais semanas que eu havia caçado então minha garganta ardia arduamente.  Eu tinha plena noção que só estava sendo egoísta e pensando somente em mim. A escola era muito pior para Jasper por conta de seu fraco autocontrole. Mas para mim era sufocante estar em um lugar com tantos pensamentos mesquinhos.

Chegamos ao refeitório e sentamos no nosso lugar de sempre, na mesa mais afastada de todos os outros alunos. Nós éramos conhecidos na Forks High School como os filhos ricos e arrogantes do Dr. Cullen. Eles mal sabem que estamos protegendo-os ficando longe.

Hoje especificamente as mentes de todos os alunos – principalmente da ala masculina – estavam praticamente gritando sobre a nova aluna, Isabella. Eu não tinha visto seu rosto ainda, os pensamentos estavam confusos demais para eu entender algo além de que a garota era incrivelmente bela. E isso estava deixando os pobres humanos loucos. Então tentei ao máximo bloquear seus pensamentos. Por alguns pensamentos que peguei chegaram a comparar sua beleza com a de Rosalie.

Meus pensamentos foram interrompidos quando em um flash vi os olhos castanhos mais intensos que já vi em meus 111 anos, mas no instante seguinte os olhos foram substituídos pelo hino russo traduzido para o mandarim, e só então fui perceber que os olhos castanhos vieram de alguma visão de Alice.

Olhei para minha irmã que continuava uma conversa com Emmett como se não tivesse visto nada. Olhei interrogativamente para ela, que prontamente me ignorou. Bufei. Eu estava inexplicavelmente curioso.

Durante todo o dia Alice estava muito calma. O que era estranho. Minha irmã era sempre muito elétrica e faladeira. Desde ontem ela estava escondendo seus pensamentos de mim, eu não sabia por que, mas estava muito desconfiado.

Alice entrou em um papo muito animado com Rosalie sobre compras e Emmett e Jasper planejavam viagens de caça em lugares bem longe de Forks, fazendo-me sentir o excluído como sempre.

Meus olhos deslizavam por todas as mesas do refeitório e todos os estudantes olhavam para um lugar especifico. Para a mesa que se encontrava a garota nova. Minha curiosidade foi maior do que eu, e quando percebi já me encontrava encarando a menina nova.

Ela era muito pálida, quase tanto quanto nós, mas tinha um leve rubor em suas bochechas. Seus cabelos castanhos brilhantes caiam em cascata emoldurando seu rosto em forma de coração e paravam no meio de suas costas. Mesmo estando sentada notei que seu corpo era repleto de curvas. De onde eu estava não podia ver seus olhos, mas eu tinha certeza de que eram perfeitos como todo seu corpo e me peguei desejando mais do que tudo que ela se virasse.

- Edward Cullen está olhando para você! – ouvi uma das humanas que estava sentada na mesa com Isabella sussurrar para ela. Desviei o olhar um pouco envergonhado por ter sido pego olhando descaradamente a menina.

A porta do refeitório foi aberta e com ela uma forte rajada de vento entrou trazendo o cheiro mais delicioso que já senti.

Aquele cheiro me acertou como uma bola, eu desejava me aproximar para sentir essa essência requintada mais de perto. Desejava cheirar e apreciar aquela fragrância.

O cheiro não me deu sede. Mas ele me atraía de formas que eu nunca havia experimentado antes. Os pensamentos de Jasper me fizeram acordar de meus delírios e me focar no que estava acontecendo. Aquele cheiro sem duvidas era de um vampiro. Aquele cheiro era de Isabella.

- O que vamos fazer com ela? – perguntou Jasper rigidamente. Devido sua experiência, alguns vampiros poderiam ser altamente perigosos. Eu duvidava que Isabella fosse algo perto de perigosa. Ela não exalava nada que me fizesse pensar isso. Na verdade ela parecia bastante humana, não só na aparência, mas no modo de agir e interagir com eles. De uma coisa eu tinha certeza... Ela não era uma selvagem.

Alice não viu nada fora do normal acontecer, então nós relaxamos. Deixaríamos isso para depois.

Vi pelos pensamentos de Jessica Isabella olhar nossa mesa e ficar rígida no momento em que nos viu. Para Jessica ela só estava tendo a reação esperada. Todos ficavam assim por nossa beleza ou em alguns casos estranheza. Era natural. Primeiro a atração e depois o medo. Mas nós sabíamos melhor, ela já havia percebido que não era a única vampira na cidade.

Isabella não fez perguntas sobre nós, nem tanto olhou para nós novamente, para decepção de Jessica – e minha também. Ela já estava louca para contar fofocas sobre a bela família esquisita do Dr. Cullen.

Decidimos que a confrontaríamos e pediríamos que não caçasse humanos na cidade. E depois a levaríamos para conhecer Carlisle e Esme. Alice já estava quicando na expectativa de ter uma nova amiga para fazer compras. Notei que ela gastou um bom tempo avaliando a roupa da menina antes de sorrir aprovando.

Rosalie estava indiferente a situação, como sempre. Ela era fútil por natureza por tanto não estranhei quando a vi se comparando com a bela garota em sua mente.

Era inegável que Isabella era mais bonita do que Rosalie. Os cabelos escuros contrastando com a pele pálida davam um ar requintado e majestoso a ela. E por incrível que pareça não tinha nenhuma inveja vindo de Rosalie. Mesmo sem conhecê-la, minha irmã parecia ter certa simpatia por Isabella.

Jasper ainda estava em alerta, mas estava mais calmo depois da declaração de Alice dizendo que ela não deveria ser perigosa.

Emmett estava pensando no último urso que ele caçou e também em como derrubaria o próximo na caçada que teria com Jasper nesse final de semana.

E eu, mesmo em meio a todo esse caos de pensamentos, não conseguia desviar os meus de Isabella. Eu queria desesperadamente falar com ela, e nem mesmo compreendia esse sentimento esmagador.

O sinal tocou e Isabella saiu rapidamente do refeitório sem uma última olhada para trás. Mike Newton foi logo atrás dela como um cachorrinho. Eu não entendia o porquê, mas eu tinha raiva do Newton e de seus pensamentos pela minha garota.

Eu estava começando a ficar insano. Minha garota? Da onde eu tirei isso? Isabella não era minha. Eu nem a conhecia!

Levantei-me da cadeira e caminhei até a sala onde teria aula de biologia. Conforme eu passava pelo corredor dos armários para pegar meu livro de biologia, os humanos que estavam perto inconscientemente se afastavam. Eram seus instintos avisando que eu era perigoso.

 Parei no meio do corredor ao ver uma fita vermelha brilhando no chão. Peguei a pequena fita escarlate. Ela pertencia a Isabella. O cheiro da menina estava impregnado em todo o tecido. Levei a pequena fita ao bolso sorrindo levemente. Agora eu tinha um motivo para falar com ela.

Entrei na classe, que estava praticamente vazia por sinal, sentei-me em minha mesa e joguei meus livros de qualquer maneira em cima da mesa ao lado.

Minha garganta ardia bastante agora. Eu teria que caçar ainda hoje.

Sr. Banner entrou na sala e ia começar a aula, mas foi interrompido por Mike Newton, que entrou na sala acompanhado de Isabella. Ela seguiu para a mesa do professor enquanto Mike foi se sentar em seu lugar habitual ao lado de seu parceiro Eric. Senhor banner mandou Isabella se sentar ao meu lado e foi só aí que percebi que era o único lugar vago na sala.

Retirei meus livros da mesa rapidamente e arrumei-os no canto de minha mesa.

Isabella caminhou graciosamente até mim e se sentou ao meu lado ainda sem me olhar.

Senhor Banner nos mandou identificar as fases da mitose junto com nossos parceiros. Isso me daria à oportunidade de conversar calmamente com ela.

- Olá, sou Edward Cullen. Você é Isabella, certo? – disse educadamente. Ela me olhou dessa vez.

Eu não estava preparado para as sensações que me consumiram no instante que seus olhos encontraram os meus.

O mundo parecia ter parado. Não havia mais ninguém ali além de nós. A aula de biologia, o fato de ela ser uma vampira supostamente perigosa, a sede de sangue que eu sentia segundos atrás foram esquecidos. Nós não estávamos em nenhum lugar perto do que eu conhecia. 

Estávamos em nosso próprio mundo, um mundo onde a única coisa que me importava era Isabella.

Pisquei algumas vezes tentando achar alguma razão no meio desse reboliço de sentimentos. Quando voltei a mim, percebi que ela me olhava com a mesma intensidade que eu a olhava. Meu coração morto vibrou com isso. Ela sentiu a conexão também!

- Sim, sou Isabella King. – respondeu balançando a cabeça levemente, mas nunca desviando o olhar. – Posso começar? – perguntou apontando para o microscópio. Assenti com a cabeça e o empurrei em sua direção.

Em alguns minutos nós terminamos nosso trabalho ainda sem dizer nada um ao outro. Eu queria desesperadamente quebrar o silêncio. Queria que ela falasse comigo somente para ouvir sua voz.

- Então Isabella... – comecei a falar sem saber ao certo o que dizer.

- Bella. – me interrompei antes que eu pudesse terminar de dizer.

- O que?

- Me chame só de Bella. Isabella é muito formal. – sorriu lindamente para mim. Se meu coração batesse ele estaria acelerado. Eu faria qualquer coisa para que aquele sorriso jamais saísse de seu rosto.

Sorri torto.

- Bella. – combinava perfeitamente com ela. – Da onde você veio?

Eu queria conhecê-la. Tinha a necessidade de saber tudo sobre ela. Estava mais do que curioso sobre como ela foi transformada e por que parecia uma humana. Era algum tipo de poder? Eu descobriria isso.

- Da França. – ela tinha um olhar sonhador que mostrava como sentia falta daquele lugar.

- E você vivia sozinha? – perguntei imaginando se ela vivia com um clã.

- Não, eu morava com um amigo. – suspirou e sorriu levemente com saudades.

Uma sensação estranha tomou meu corpo. Ela disse que vivia com um amigo, mas e se fosse algo a mais? E se ela já tivesse alguém. Uma fúria completamente desconhecida me tomou.  Ela não poderia ter mais ninguém. Ela era minha!

Balancei a cabeça levemente de um lado para o outro. Eu estava perdendo minha mente. Isabella não era minha. Ela não era nenhum tipo de posse.

Ela mexeu em sua mochila e franziu a testa levemente. Começou a olhar em toda parte, dentro e fora procurando algo. E foi quando me toquei que ela devia estar procurando sua fita.

Levei minha mão ao bolso e tirei a pequena fita escarlate de lá. Estendi para ela, que pegou suspirando de alivio. 

- Estava caída no corredor. – ela sorriu ainda mais e agradeceu.

- Obrigada! Isso significa muito para mim. – ela colocou a fita por cima do pulso e me ofereci para amarrá-la. Sua pele era macia e quente, delicada, mas não frágil. Mesmo assim era como segurar a mais suave das rosas.

Com ela ao meu lado seu cheiro estava muito mais intenso. Eu poderia ficar o dia inteiro apreciando sua fragrância de frésias, morangos e mel.

Estávamos calados, mas olhando para o outro e isso bastava. Eu passei 111 anos pensando em como seria quando eu encontrasse minha companheira e agora que encontrei tinha medo de olhar para longe e ela desaparecer.

Sim, Isabella era minha companheira e eu não tinha duvidas disso. Tudo o que eu sentia por ela desde que pus meus olhos sobre ela eram os mesmos sentimentos que presenciei quando Carlisle viu Esme pela primeira vez. Eu vi tudo o que ele sentiu por seus pensamentos e nunca imaginei que fosse algo tão forte, tão avassalador. Eu queria mais do que tudo correr daquela sala com Isabella em meus braços e amá-la pela eternidade.

- Então Edward... – Bella se virou um pouco na cadeira para conversar melhor comigo. – Quantos anos você tem? – sussurrou.

- Dezessete. – respondi automaticamente. Ela revirou os olhos.

- Há quanto tempo tem dezessete? – murmurou com um leve sorriso nos lábios. Então era no assunto “vampiros” que ela queria chegar...

- Muito tempo. – respondi sorrindo torto para ela, que alargou ainda mais seu sorriso. – Você não parece uma vampira, apesar de cheirar como uma. Como isso é possível? – perguntei franzindo a testa. Virei-me para ficar de frente para ela. Nossas pernas estavam se tocando levemente sobre o tecido de nossas calças.

- É por causa de um de meus poderes. Eu posso me camuflar... Posso mudar a cor de meus olhos, o meu cheiro, eu não brilho no sol quando estou camuflada e também posso dormir se quiser.

- Wow! – murmurei estupidamente. Mas foi a única coisa que consegui dizer. Seu poder era incrível, Carlisle ficaria fascinado quando a conhecesse.

- Mas você disse que era um de seus poderes...

- Oh, sim. Eu também tenho um escudo mental. Minha mente é impenetrável.

Agora que ela disse notei que eu não conseguia ler sua mente. Como eu era estúpido. Estava tão focado na beleza dela e na recente descoberta que ela era minha companheira que nem mesmo notei o silêncio de sua mente.

- Isso é incrível! – seu sorriso era brilhante e o meu espelhava o dela.

- E você? Tem algum poder? – perguntou timidamente.

- Eu leio mentes. – seus olhos se arregalaram de surpresa e animação. Sorri internamente.

- Sério? – assenti. – Então, o que eles estão pensando? – perguntou acenando com a cabeça na direção de Mike e Eric.

Fiz uma careta. Esses dois só tinham seus pensamentos voltados para ela. E isso me enfurecia.

- Aan... Acho que não vai querer saber. – ela riu levemente. Era como música para meus ouvidos.

- Se você diz! – ela fez uma pausa, respirou fundo, mesmo sendo desnecessário e logo voltou a falar. – Acho que devemos discutir sobre nossa área de caça. Seu clã não criará problemas por eu ficar na cidade, não é?

Ela falou firmemente, mas eu pude ver que estava um pouco temerosa. Não era à toa, a maioria dos vampiros vivem brigando por territórios e já que ela estava sozinha, creio que não gostaria de criar problemas com um clã grande como o nosso.

- Minha família não criara nenhum problema com você se não criar problemas para nós. – ela sorriu ironicamente e virou-se para frente, me ignorando pelo resto da aula.

Quando a classe acabou, ela saiu rapidamente da sala, me deixando confuso. Minha companhia era tão ruim assim?

Sai da sala sem pressa alguma e esbarrei com Alice na porta. Caminhei até o ginásio com Alice me seguindo e me bombardeando de perguntas.

- Você falou com ela? O que ela disse? Ela é linda, não é? Eu sabia que ela seria perfeita para você. Não vejo a hora de minha visão se realizar. Ela gostou de você? Como foi? – disse tudo num fôlego só.

- Acalme-se Alice. – revirei os olhos. – Nós não falamos muito. Sim, ela é linda como toda vampira deve ser. – isso era uma mentira. Bella era muito mais bonita do que qualquer vampira que eu já vi em mais de um século. – E de que visão está falando? O que está escondendo?

Ela apressou o passo para andar a minha frente, ignorando completamente minha pergunta. Bufei irritado. Eu odiava ser ignorado, e isso estava acontecendo muito hoje.

Alice inventou uma desculpa idiota para o treinador Clapp nos deixar de fora do jogo de vôlei, e nos sentamos na arquibancada. Estávamos um pouco longe de onde o jogo acontecia, mas o cheiro do sangue se intensificava ainda mais pela adrenalina do jogo, e isso resultou em uma dor mais aguda em minha garganta. Eu desejava que os minutos passassem logo para que eu pudesse caçar. Só de imaginar o sangue quente descendo por minha garganta a dor se duplicou.

Alice estava traduzindo as palavras do treinador Clapp para o espanhol e depois para o coreano. Minha ansiedade aumentou ainda mais por imaginar o que ela poderia estar me escondendo. 

Era sobre Bella, eu tinha certeza. Mas o que era? Deveria ser muito ruim para Alice me esconder com tanto cuidado.

Depois do que pareceram horas, a aula finalmente acabou e saí com Alice em direção ao volvo, meus irmãos já estavam lá. Fiquei do lado de fora enquanto os outros entraram no carro. A maioria dos alunos já tinha ido embora, então tinham poucos carros no estacionamento.

Meus irmãos estavam admirando uma Ferrari Califórnia vermelha que estava parada ao lado de meu volvo. Rosalie principalmente, já que ela era fanática por carros. Eu não dei muita atenção ao carro. Eu estava mais do que ansioso para ver Isabella outra vez. Eu não entendia por que, mas estava muito ansioso desde que ela deixou a sala de biologia sem se despedir de mim.

Ela saiu do prédio da escola com o sorriso mais perfeito que eu já vi. Eu poderia ficar cego pela luminosidade de seu sorriso.

Ela conversava animadamente com Ângela Weber, uma garota com os pensamentos mais doces que eu já ouvi. Parecia quase improvável existir alguém tão gentil e altruísta, por isso os pensamentos de Ângela eram os únicos que eu não me incomodava em ouvir.

Elas se despediram com um aceno e Bella se virou e só então percebeu que nós a olhávamos. Ela andou ainda sorrindo em nossa direção, tirou as chaves do bolso e apertou o botão destrancando a Ferrari. Como não pensei que aquele carro era dela? Claro, eu estava tão ansioso pela sua chegada que não pensei no obvio.

- Hey, Cullen! – ela acenou para nós e nos deu as costas abrindo seu carro.

- Espere aí! – Jasper saiu do carro e falou rudemente com ela. Soltei um leve rosnado para ele. Ninguém falava assim com a minha Bella.

Ela virou-se novamente e ergueu uma sobrancelha perfeita para ele. Ela ajeitou sua postura ficando alerta pela posição que Jasper estava. Dei um passo à frente colocando Bella atrás de mim e ficando cara a cara com Jasper, pronto para defendê-la.

Alice revirou os olhos para a cena que Jasper armou. Ela estava meio decepcionada pela falta de confiança do marido nela. Jasper relaxou os ombros e olhou para Alice, envergonhado por sua atitude. Ela lhe deu um aceno de cabeça mostrando que estava tudo bem.

Rosalie e Emmett nem se preocuparam em sair do carro, mas Emmett olhava tudo em expectativa.

“Ed, eu aposto com você que essa Bella vai dar um belo chute no Jazz.” Bufei.

Olhei para Bella que olhava a cena a sua frente encostada despreocupadamente em seu carro e com um leve sorriso divertido nos lábios.

- Tudo bem. Está tudo muito divertido, mas eu preciso ir para casa. – ela disse irônica. – Então, o que queriam falar comigo?

- Nós só queríamos que fosse a nossa casa conversar com nosso pai e para discutirmos sobre sua área de caça. – Alice falou com um sorriso de orelha a orelha.

"Ah, eu falei com ela! Está vendo como ela sorriu para mim? Ela me adora! Seremos melhores amigas!" – Alice praticamente gritava em sua mente. Bufei irritado por sua infantilidade. Eu deveria estar assim, eu falei com ela primeiro!

- Claro! A que horas eu passo em sua casa?

- Daqui uma hora, está bom? – ela assentiu. Uma hora. Eu mal podia esperar. Eu não queria passar muito tempo longe dela, mas realmente precisava caçar.

- Tudo bem. Aqui, meu número. Mande-me as coordenadas por mensagem. Agora, eu realmente tenho que ir. – ela passou um papelzinho a Alice com seu número e se despediu de todos nós.

- Tchauzinho! – obvio que foi a Alice que disse isso. Eu somente sorri e acenei me despedindo.

Observei quando ela entrou em seu carro e deu partida. Só entrei em meu carro quando não podia mais ver o dela.

Suspirei pesadamente. Seria uma longa hora.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram?? No próximo capítulo segredos serão revelados eee não posso falar! :)
Mandem reviews e recomendações. Isso me motiva a escrever e consequentemente postar mais rápido!
Eee enquanto o próximo capítulo não sai, leiam a minha one-shot: Sweet Dreams
http://fanfiction.com.br/historia/271111/Sweet_Dreams/
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Beeeeeijos ! :)