– Poderia parar de andar? Está me deixando nervosa – Molly Weasley suspirou, sentada na poltrona, observando um dos muitos netos.

– Mas vovó – James Sirius reclamou, parando e olhando seriamente para a avó. Era o olhar mais sério que uma criança de três anos conseguia fazer. – Está demorando.

– Eu sei, querido – ela sorriu, puxando o garoto para mais perto e segurando suas mãos. – Foi assim com você e, embora não se lembre, foi assim com Albus também.

James jogou-se na poltrona mais próxima e fez bico. Há seis meses ele estava esperando esse momento. E não era justo que o fizessem esperar tanto.

– Vovó... – ele deixou a frase morrer, sem saber o que dizer. Ela era sua avó, poxa, ele só queria que ela fizesse alguma coisa.

Molly levantou-se, passando por trás da poltrona de James e desarrumando-lhe o cabelo. Ela seguiu para a cozinha, voltando pouco tempo depois com uma mamadeira.

– Aqui pequenininho – ela entregou a mamadeira para o garoto. Ele se arrumou na poltrona e começou a beber o leite. – Vou ver o Albus. Ele está muito quieto.

James assentiu de leve, concentrado no leite. Ele ouviu os passos da avó subindo a escada e uma porta sendo aberta. O leite acabou e seus olhos pesaram. Caiu no sono antes mesmo da avó voltar com Albus nos braços.

James acordou com o som de vozes.

– Como estão os meninos? – Harry perguntou.

– Albus acordou, mas voltou a dormir – informou Molly. – E eu levei James para o antigo quarto do Rony para ele não ficar com o corpo dolorido.

Fez-se silencio no andar de baixo. James soltou um bocejo, sem vontade de sair da cama.

– Ela é tão linda – Molly disse, depois de uma pausa, com voz de adoração.

– Igual à mãe – disse Harry.

– Bobo – Ginny disse rindo baixinho.

– Não posso concordar com você Harry, ela é ainda mais linda do que a mãe.

O quarto estava escuro e os olhos de James pesavam. Ele não devia ter passado tanto tempo acordado na noite anterior.

Quando James despertou realmente, já era manhã.

Ele estava em seu quarto, na sua casa, com leite e biscoitos ao lado da cama. Monstro deve ter ido lá levar para ele. Ele comeu e bebeu sem sair da cama. Deve ter feito algum barulho, pois logo depois Harry abriu a porta e entrou.

– Olá garotão – ele disse sorridente, sentando-se na poltrona que havia no quarto do garoto.

– Oi papai – ele disse, esfregando os olhos.

– Espero que não tenha dado muito trabalho para sua avó – Harry disse brincalhão.

– Vocês estavam demorando – ele justificou.

Harry riu com gosto.

– É parecido com seu avô. Bem, por que não fazer essa espera valer à pena?

Juntos, eles saíram do quarto de James e percorreram o corredor até chegar à frente de uma porta entreaberta.

– Não faça muito barulho – Harry murmurou e James respondeu com o dedo sobre a boca.

O quarto era todo rosa e uma porta na lateral levava ao quarto dos pais. Harry pegou James no colo e levou-o até o berço no meio do quarto.

– Conheça a Lily, James.

O menino observou a pequena garotinha ruiva, enrolada em cobertas, dormindo. Ele sorriu. Mesmo em questão de segundos, James sabia que era impossível não amar ela.

– Ela é tão pequena.

– Sim, ela é. E é por isso que eu preciso que você faça uma coisa para mim.

– O que é papai? – James o olhou curioso.

Harry colocou James no chão e se abaixou até ficar na altura do filho, colocando uma mão em seu ombro.

– Quero que prometa que vai cuidar dela – seu tom ficou autoritário. – Prometa.

O garoto lançou um olhar na direção do berço.

– Eu prometo, papai – ele disse sorrindo. – Prometo que vou sempre cuidar da minha irmãzinha.