Goodbye escrita por WaalPomps


Capítulo 1
Goodbye


Notas iniciais do capítulo

Tipo, tava com mo tédio na aula (again) e comecei a escrever like a crazy e eis o que saiu HUAUHAUHAUHA. Fico deprê, mas eu gostei muito *---*



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Finitude. Limite. Ponto final. Tantas palavras que podem enfeitar e adjetivas, mas não fazer com que seja menos dolorosa. A morte. Fria e cruel, vem caminhando sempre com pressa.

_ Beth? – chamou mamãe aparecendo na porta. Seus olhos estavam inchados e eu suspirei, indo abraçá-la – Está pronta querida?

Confirmei saindo do quarto e descendo as escadas, deixando-a fungando. Lyra estava entretida em acariciar meu cachorro, mas seus olhinhos ainda estavam abatidos.

_ Ly? – chamei e ela se pôs de pé, envolvendo meu pescoço com seus braçinhos gordinhos. Seus cachos loiros balançaram quando eu a ergui e os olhos idênticos aos meus me encararam – Onde está Nick?

Ela apontou o sofá onde nosso irmão estava e eu caminhei até ele. Apenas um ano e meio mais velho que Lyra, ele era idêntico a papai, especialmente agora que havia adotado o moicano.

_ Eu não quero dizer adeus. – sussurrou ele e eu peguei sua mão.

_ Nenhum de nós quer. – assegurei caminhando com eles até a porta – Não se solte de mim Nick.

Como esperado, o mar de fotógrafos estava ali, estourando flashes, gritando perguntas, dando condolências. Apertei meu irmão junto a mim e senti Lyra esconder seu rosto em meu pescoço.

Braços envolveram meus ombros e senti tio LeRoy me guiando. O grande carro preto nos aguardava e pela janela eu via Barbra e Chris cabisbaixos no banco.

Nick sentou ao lado do primo e Barbra correu para os braços do avô. Logo depois, tio Hiram entrou com mamãe empunhando um jornal.

“Incêndio em auditório escolar mata 18”

E a manchete era acompanhada da foto que estava na sala da casa de meus pais em Nova York, das Nacionais de 2012. A notícia pegava meia página do caderno central, mas não era tão emotiva ou chamativa quanto as que circulavam na internet.

A polícia guiou nosso carro pelo mar de fãs e eu impedi Lyra e Nick de observarem as fotos erguidas nos cartazes, assim como meus tios impediam Chris e Barbra. Quando afinal paramos dentro do cemitério, vi que graças a Deus só nossa família estava ali.

Assim que desci do carro, doze pequeninos se atiraram em minhas pernas. Me abaixei para abraçá-los, sentindo meus olhos arderem com as lágrimas. Tia Sara e tia Frannie me abraçaram, apanhando meus irmãos.

Foi quando eu vi. Dezoito caixões, perfeitamente alinhados, de madeira negra e lustrosa, cheios de detalhes em ouro.

A polícia havia ficado espantada com quão bem planejado fora o incêndio que havia tirado a vida de meus pais e seus amigos, quase não foi possível localizar os corpos. Sim, eu disse planejado. Jesse St. James é o nome do assassino.

Após falhar em absolutamente tudo que tentou, desde Broadway até lecionar, suas faculdades mentais se enfraqueceram e ele começou a ficar obsessivo em achar um culpado. E o encontrou: Rachel Berry Hudson, a famosa atriz da Broadway e sua ex-namorada.

Mas como se vingar da rainha da Broadway? Ele esperou por meses, até semana passada quando o antigo New Direction se reencontrou. Ele danificou as fechaduras do auditório e os circuitos de luz, som e eletrecidade, e quando os amigos se reencontraram no auditório... Bom, podem imaginar. Os galões de gasolina escondidos também ajudaram a propagar o fogo.

_ Beth... – sussurrou minha mãe – Vai começar.

Sobre os caixões, agora eu via, estavam perfeitamente estendidos diversos figurinos, um para cada. Parei estática ao ver os figurinos que meus pais usaram na noite em que nasci sobre seus caixões.

_ Não conseguimos pensar em nenhum outro. – disse tio Will, ao ver onde eu encarava – Me dói pensar que era para eu estar com eles, pensar que eles se foram antes de mim...

Não consegui sequer consolá-lo. Havia um padre e um rabino celebrando e não duvido que disseram coisas belíssimas, mas minha cabeça estava longe.

Eu recordava daquela manhã, no quão brava eu estava de ficar de babá enquanto meus pais saiam. Desde que minhas avós se foram, o cargo de babá aqui em Ohio era meu. Mesmo com quase vinte anos, papai me tratava como criança.

Naquele dia ele me derrubou no sofá fazendo cócegas, chamando mamãe, Lyra e Nick para ajudar. Antes de sair, eles abraçaram e beijaram nos três. O bombeiro que achou os corpos disse que eles estavam abraçados. De certa maneira, isso é confortador.

_ Elizabeth? – chamou o padre, me tirando do meu transe. Eu o encarei – Você poderia?

Assenti, pegando as flores e me levantando, caminhando até perto dos caixões. O primeiro a ser chamado foi Brian Abrams. Lhe dei duas flores e ele, com sua fofura de três anos, parou entre os caixões de tio Artie e tia Lucy, seus pais. Sobre o caixão de meu tio, seu traje de Don’t Stop Believin.

Logo depois chamaram a pequena Cameron de dois anos e meio. la veio cambaleante até eu e pegou as flores para o caixão de tio Joe e tia Marissa, seus cachos ruivos brilhando no sol. No caixão de meu tio, ao invés de um traje de performance, seu violão.

Lilian e Damian vieram em seguida, gêmeos de quatro anos. Os dois são incrivelmente parecidos com tia Sugar, mas seus olhos são idênticos ao do tio Rory. No caixão deles, os trajes das Nacionais de 2012.

Logo depois, Whitney e James. Meu primo de quatro anos era loiro como tio Sam, mas sua pele era mais morena. Já Whit, de dois anos, era só um pouco mais clara que tia Mercedes. No caixão de meu tio, seu traje das Regionais 2010/2011, no de minha tia da performance da Adele que ela fez com as Troubletones.

Os próximos foram Michael III e Kiara, os pequenos orientais, com respectivamente cinco e três anos e meio. Sobre o caixão de meus tios, seus trajes no medley do Michael Jackson.

Logo depois os pequenos Burt e Warren, os gêmeos nada idênticos de quatro anos de tio Kurt e tio Blaine, cada um filho de um. No caixão de tio Blaine, seu uniforme dos Warblers, no de tio Kurt, o seu de Lady Gaga.

Em seguida vieram Naya, de três anos, e Heather, de três anos e meio, filhas respectivamente de tia Britt e tia Sant. Em seus caixões, os figurinos de Toxic e Valerie.

Nick e Lyra vieram depois, pegando as flores e se postando perto dos caixões de nossos pais. E por ultimo, Christopher e Barbra, da mesma idade de meus irmãos, quatro e dois anos. No caixão de meus tios, o figurino das Nacionais 2011.

O exercito fez sua homenagem ao sargento Finn Hudson. Houve uma homenagem da Broadway aos grandes Rachel Berry Hudson e Kurt Hummel, e aos coreógrafos Brittany Pierce e Michael Chang. Entre tantas outras homenagens da NASA, colégios, centros de apoio ao homossexualismo. Os Giants entregaram a camisa de honra ao meus pai e a editora de mamãe trouxe uma edição especial pós-morte da saga dela, grande sucesso no mundo.

_ Agora, para acompanhar a baixa dos caixões, Elizabeth Fabray Puckerman Corcoran vai cantar Time of Our Lives, do Green Day. – disse o rabino.

E eu cantei, com toda minha força e emoção, enquanto via os caixões descerem. Ouvi soluços e fungadas, mas segurei ao Maximo. Em determinado ponto, vi que os filhotinhos do New Directions me acompanhavam.

Depois que os caixões já estavam debaixo da terra, deixei que tudo aflorasse. Pela primeira vez, a realidade de que nunca mais papai me abraçaria, ou mamãe ralharia comigo me atingiu. As crianças se aproximaram de mim, abraçando minha pernas e ficamos ali.

_ Beth? – sussurrou Mike – Você acha que quando nós crescermos, nós poderemos seu um Glee Club tão legal quanto nossos pais foram?

Eu os encarei, me olhando esperançosos e sorri. É claro que eles poderiam. E eu estaria lá. Afinal entendi porque papai insistiu tanto para que eu fizesse faculdade de música... Será que ele sabia?

Recomeçar, renascer, sonhar. Palavras simples e fortes, que por mais que não acabem com a dor da morte, te ajudam a continuar com a vida.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado. Comentem *-*



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