After You are Gone escrita por Jennifer Borges, Tayla Zafir


Capítulo 1
Capítulo 1




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“Olá minha princesa, nesses últimos meses eu estava pensando e percebi que o meu propósito de vida estava parado, estagnado, e sabe por quê? Porque eu comecei a me fixar apenas em você, eu sempre quis viajar o mundo todo, conhecer gente nova, novas culturas, mas você não é assim, nunca iria largar sua tão amada Londres por minha causa, o que é uma pena! Eu amei muito você, e acredite você é uma pessoa maravilhosa, porém é tão oposta a mim… Conhecer, viver com você foi uma ótima experiência, mas o mundo está me chamando e, quando o mundo faz o ultimato, tenho que cumpri-lo, é meu coração que pede.
            É com peso no coração que eu me despeço, e não é por covardia que eu não digo isto olhando nos seus olhos, é por não querer vê-la chorar, pois sei que neste momento deve estar chorando. Eu sinto muito minha querida, mas, por favor, não fique presa a mim, saia, conheça novos amores, seja feliz, você merece! “
Do seu eterno aventureiro, Logan.

Ele tinha ido embora, deixando apenas uma carta no seu criado mudo ao lado das nossas alianças, e tudo que me restou de nós foi a saudade. Eu estava completamente perdida em meus pensamentos, minha mente parecia querer explodir, queria me desligar do mundo por algumas horas; quem sabe dias… Eu estava machucada, mas não era uma dor física era interna. As minhas lágrimas pareciam sangue, o ódio me corrompia, eu estava sem foco. Sua falta me fazia querer morrer. Eu me perguntava Onde está você agora, além de aqui dentro de mim?

Eu estava magoada, desiludida, meu encanto pela vida tinha desaparecido. Eu me lembrava das nossas conversas, brincadeiras e principalmente das nossas promessas e planos na qual ele tinha jurado ficar comigo pra sempre. Teríamos nossos filhos e iríamos morar em uma casinha de praia brasileira na nossa velhice, e nossos netos nos visitariam nas férias de verão. Planos, promessas, tudo foi em vão. Eu tentava entender o porquê da partida mais era inexplicável. Pensei na possibilidade dele ter fugido com outra mulher ou ele ter se cansado de mim.

Eu precisava sair daquele apartamento onde continha nossas lembranças, peguei meu carro e sai sem direção. Entrei em um barzinho de uma esquina qualquer, pedi uma garrafa da bebida mais forte que ali tinha, e comecei a beber sem limites. A única coisa que eu ouvia, eram meus pensamentos em meio às lágrimas.

Eu nunca pensei em como seria minha morte, mas também nunca pensei que eu poderia “morrer por dentro”. Ele tinha levado tudo com ele, até mesmo a minha vontade de viver. É meio dramático, eu sei, mas eu já não via mais motivos para existir…

Saindo do bar tomei uma decisão, talvez a última da minha vida. Entrei no carro e dirigi até Tower Bridge, freei bruscamente no meio da ponte, abri a porta é corri em direção á lateral. Mas ao atravessar a rua um carro me atingiu. Em meio aos meus devaneios, senti algo se chocar a costela e me arremessar a vários metros, desorientada, passei a mão pelos meus cabelos que estavam molhados, talvez por sangue. Ainda no chão, vi que alguém corria em minha direção, parecia ser um rapaz alto e pálido. Seus olhos pareciam mais desorientados que os meus, o único som que ouvia era sua doce e rouca voz dizendo:

– Me desculpa, eu não vi você. Nossa você está sangrando. – Ele disse preocupado. - Eu vou chamar uma ambulância.

– Pode me deixar morrer, é isso que eu quero. - Minhas frases soariam confusas e mal formuladas, mas eu já não me importava. - Você estaria fazendo um grande favor me deixando aqui.

– Não posso fazer isso, você só pode estar drogada. – O rapaz disse indignado.

Eu o respondi já irritada e levantando do chão.

– E se eu estiver não é da sua conta, vai embora e me deixa morrer em paz! - Comecei a me aproximar da ponte e senti que algo segurava o meu braço.

– O que você está querendo fazer? Vai pular dai? Mas eu acabei de te atropelar, vamos pro meu carro você precisa de um médico e rápido. - Ele parecia confuso.

Eu tentava me soltar de seus braços, mas ele era mais forte do que eu. Alterada, eu insistia em brigar com ele:

– Eu não estou querendo pular, eu VOU pular. Não quero saber de carro nenhum, também não quero saber de médico e pouco importa pra mim se eu estou sangrando. Seria melhor se você tivesse me atropelado direito e deixado minha cabeça estraçalhada nesse asfalto teria me poupado o trabalho de pular.

Ele me apertou em seus braços com cuidado para não terminar de me machucar e andou em direção do seu carro. Eu o chutava e esperneava como uma criança mal criada, ele parecia nem ligar.

– Me solta, me solta! - Ele parecia fingir que não me ouvia, sentou-me no banco do carona e se sentou no do motorista ficamos ali por uns minutos em silêncio. Estava indignada, minha vontade era de estrangulá-lo por atrapalhar o meu plano perfeito de suicídio.

–  Já se acalmou um pouco, senhorita nervosinha? Vamos para o hospital. - Disse ele não me perguntando se eu queria ir, mas acelerando o carro e virando em direção ao hospital.

– Eu não me acalmei. - Disse fechando a cara. - Você não tem medo de eu ser uma assassina, uma maníaca psicopata que talvez tente te matar?

Ele respondeu calmo:

– Não, você é uma garota revoltadinha e bêbada, que por um acaso eu acabei de atropelar e ironicamente estava tentando o suicídio.


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