Nós acabamos dormindo na praia mesmo. Nós brincamos mais um pouco e voltamos pra pegar nossas roupas e malas, então pegamos no sono. Eu fiquei um pouco zonza assim que acordei e nem conseguia andar direito, mas consegui disfarçar, pelo menos tentei. Infelizmente, ou felizmente, Arthur percebeu que eu estava com febre e me deu um pouco de ambrósia e eu melhorei quase instantaneamente. Quando estávamos prontos, ele chamou um táxi e pediu para nos levar até a balsa de Amapá novamente, mas dessa vez nós iríamos direto, sem interrupções. Por mais que a maioria dos monstros estivesse na Grécia ou em Roma, trabalhando pra Gaia (informações que o Arthur me deu), nós não podíamos arriscar muito. Nos sentamos no banco de trás e ficamos calados toda a viagem. Mais ou menos 2 horas depois, o motorista parou em um bar/lanchonete/sorveteria/livraria/lan house que eu nem achei que pudesse existir. Era enorme e, por mais incrível que parecesse, os preços eram baratos. Deduzi que já havíamos saído de Recife pelo tempo. Arthur saiu do táxi também e foi na sorveteria pegar um milk shake de morango pra mim enquanto eu via os livros. Depois de um tempo, ele voltou e me levou em uma sessão que eu havia passado, mas não tinha dado importância. Depois de um tempo procurando, encontrou uns livros e falou:

–- Esses livros são todos sobre as aventuras de Percy nos últimos anos. O escriba sênior do acampamento meio-sangue, Rick Riordan, relatou tudo, para contar aos semideuses no mundo todo.

–-Então vamos levar... Você tem dinheiro aí?

–-Filhos de Hermes não precisam de dinheiro.

Enquanto respondia, me deu um sorriso travesso lindo. Quando parei para pensar o que ele havia falado, o repreendi, mas ele respondeu que filhos de Hermes tem tendência à isso, já que o deus era o deus dos ladrões. E dos viajantes. E de mais muitas coisas, mas o cortei por aí.

Estávamos saindo, quando Arthur fez um truque como o que ele havia feito com o motorista do táxi na noite anterior. O vendedor fez que sim e nos disse para voltar sempre. Quando estávamos saindo, ouvi um sibilo como de cobra e olhei para trás. Apenas vi o vendedor pulando em cima de Arthur, com garras e dentes afiados.