Eu Queria Que Você Estivesse Aqui escrita por Shipeo


Capítulo 13
Suicídio


Notas iniciais do capítulo

Bem, acho que pra maiores de 13 anos não está tão ruim. 'Cenas' de morte.



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'Eu não vou aguentar' foi meu único pensamento o dia todo. Só de pensar em meu plinceso morto me dava um aperto no coração. E mesmo se ele não morresse, ele só voltaria no próximo ano letivo. Tudo isso me deixou quente de raiva, igual quando nós nos zoavamos e ele ficava sempre com a última palavra, igual de quando ele tava se vangloriado por ter roubado 6 coisas da lojinha do lado da escola. Raiva por ele ser tão perfeito e tão idiota ao mesmo tempo. Mas meu, só meu idiotinha. Quando cheguei em casa, depois de torturosas horas fingindo estar bem, fui direto procurar alguns remédios. Era a forma mais rápida de tudo acabar. Peguei todos os remédios que tinha em casa, juntei e tomei, todos juntos. Fiquei sentada esperando fazer efeito e encontrar a morte. Nada aconteceu, como eu era ingênua. Mas eu fiquei com muito sono, então achei que faria efeito depois de um tempo. Enganada de novo. Fui dormir, e, infelizmente, acordei no outro dia, ainda morrendo de sono. Será que eu sou tão azarada assim? Pensei nisso o dia inteiro.

Não consegui mais me animar, por mais que Mariana tentasse, eu passei apenas a pensar em morte. Formas de me matar, suicídio. E na depressão. No 14 dia eu me lembrei de uma coisa que eu havia conhecido à um tempo, mas até então não havia me ocorrido esta ideia, uma maneira mais fácil de acabar meu sofrimento. Quando eu saí da escola naquele dia, resolvi ir numa lojinha de ferramentas que ficava um pouco longe, mas daria pra ir e voltar em uns 10 minutos. Cheguei na loja e pedi uma lâmina para o senhor, que me olhou desconfiado mas vendeu. Acho que ele ficou mais desconfiado pelo fato de eu não estar sorrindo ou alegre, rindo, cumprimentando todos. Entenda: em cidade pequena, pelo menos na minha, as pessoas se importam umas com as outras. Ou são simplesmente fofoqueiras demais. Mas elas não estão realmente preocupadas apenas como dinheiro, pelo menos a maioria não. Consegui voltar pra casa sem ninguém perceber nada. Esperei ficar sozinha e fui para a ação. Corte vertical, claro, pra sangrar até morrer. O sangue não acabava e nada de consequências pra minha vida, ou morte. Fiquei sem tentar nada por um tempo até pensar em outra coisa. Minha mãe pareceu não notar nada, mas eu sempre achei que não havia diferença se eu estivesse viva ou morta para ela. Foi no 28º dia que eu me lembrei do veneno. Chumbinho, pra ser mais exata. Quando eu tomei, depois de mais ou menos meia hora, comecei a me sentir dormente, perder meus sentidos, não conseguir pensar direito. A única coisa que me ocorreu foi me deitar. Fechei os olhos e esperei calmamente pelo meu doloroso, esperado e atrasado término da dor que meu coração ainda sentia pela falta de Arthur. 


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Notas finais do capítulo

2 capítulos hoje pra compensar eu não ter postado ontem.



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