Era sexta-feira, o dia favorito de Rose. A pequenina, de longos cabelos ruivos encaracolados presos numa maria-chiquinha apertada, vestido azul e olhos esverdeados, estava apressada.

–Papai, vamô logo! - disse ela, pulando pela sala, enquanto o pai deixava Hugo com a avó dos baixinhos, Molly.

–Ok, estamos indo minha princesa. -Rony riu, e se despediu da mãe, aparatando com a criança. Eram Weasleys, tinham permissão para quase tudo, não necessitavam de autorização para Rose.

Ao chegarem no Ministério, a ruivinha ficara boquiaberta. Milhares de bruxos passavam por ela, e saíam mais bruxos de algumas lareiras, e mais bruxos de elevadores mágicos...Eram bruxos aqui e bruxos ali, pessoas demais para um local só. Justamente por isso era seu local favorito

–Vou te levar pro setor da mamãe, e vai ficar no escritório dela quietinha, ok? O papai vai trabalhar com o tio Harry e hoje o Alvo não vem, ficou gripado.

–O Al num veeeeeem? - a garotinha fez beicinho, visivelmente aborrecida.

–Mas amanhã é sábado meu anjinho, então vai ver ele no almoço dA' Toca. - ambos sorriram, enquanto Rony andava com ela no colo, até chegar numa porta de madeira. -Chegamos, filha.

–Obrigada papai. - então ela sorriu meigamente, pulando no mesmo para dar um último abraço, e em seguida entrou no escritório.

Hermione havia deixado um bilhete para ela.

–Mamãe está no setor, qualquer clousa disca o 1 e vou correndo. -a ruivinha leu lentamente, apertando os olhinhos para compreender. Rose precocemente estava aprendendo á ler, e sua mãe se orgulhava disso, estimulando-a.

–BU. -Uma voz doce e divertida de criança foi ouvida atrás dela, e a menina gritou, pulando e fazendo cara de choro. -Te assustei? - Rose assentiu. -Deculpa, é que tava chato ficar sozinho aqui sem fazer nada.

–Qual o seu nome? -Ela perguntou, curiosa. O garotinho era da mesma idade, e tinha os cabelos loiros, olhos cinzentos e um rostinho preocupado. Logo esboçou um sorriso sapeca:

–Sou o Scorpius. Scorpius Hyperion Malfoy.

–E eu sou Rose Jane Granger Weasley. Ou só Rose.

–Ah, seu nome é maior. -Ele fez bico, e a garotinha riu, sentando-se na poltrona da mãe. - Ei, o seu cabelo é de veldade?

–De verdade? Sim, por que? -Ela perguntou, arqueando as sobrancelhas e fazendo uma careta de desentendimento levemente fofa.

–Mas.. Ele é laranja. Cabelo só existe preto, marrom e amarelo.

–Não é não. -A menina revirou os olhos. -Eu tenho o cabelo laranja, o papai tem cabelo laranja..Um monte de gente tem cabelo laranja. Tem um montão de gente ruivaque eu conheço.

–Isso é estranho. -Scorpius fez uma careta, dando um sorriso sapeca e continuando á falar - Eu gostei.

–Seu cabelo loiro também é legal. - Rose sorriu igual ao garotinho. -Ei, quéi pudim? - A garotinha abriu uma gaveta da mesa, revelando vários potinhos com pudim, e alguns milhares de colheres.

–Quero.

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–E eu vi um que tinha cabelo verde com um símbolo de ratinho na testa, blargh. - Rose disse, rindo, enquanto comia um grande pedaço de pudim. Era verdade, o famoso Jack, um metamorfo. Ele trabalhava com o pai de Rose e também com Harry, seu tio.

– Você é legal. -Scorpius disse, sorrindo, enquanto comia mais um pedaço de pudim. Logo ele engole o mesmo, e cora, coçando a nuca, desajeitado. - Eu gostei de você. Você gostou de mim?

–Ahan, você tem olho preto claro, é bonito.. - A menina sorriu, feliz.

–Eu quero cuidar de você. Posso?

–Uhn? -Ela o olhou, com certa curiosidade, e a boca suja de pudim. O loirinho riu, pegando um guardanapo e limpando a boca dela. Rose corou.

–Posso cuidar de você, igual á aquelas pessoas dentro da telona do cinema, que aparece um menino que gosta de uma menina e ele fala que vai cuidar dela e...Eu não sei o que acontece depois, a mamãe que vê essa coisa. Eu só como pipoca. - Scorpius sorria, um pouco enrolado. Os dois coraram.

–Vai me dar o resto do seu pudim? -ele assentiu, curioso.- Pode, mas eu cuido de você também. - num fio de voz, respondeu a ruivinha, logo deu um beijo na bochecha de Malfoy, e ambos coraram mais ainda.

-Sempre?- ele sussurrou, sorrindo com o canto dos lábios, brincando com os dedos da menina. 

–Sempre, sempre. - os dois se fitaram e deram um sorriso cúmplice. - Quer jogar..Jogo da memória? - Rose perguntou, se levantando da poltrona. Ele fez o mesmo, e pegou o jogo em cima da mesa, sentando no chão:

–Eu começo!

–Ahhhh, não vale, boloca. - a menina fez beicinho, e ele riu. - Dá o meu pudim. - Ela pegou o doce, comendo uma grande colherada e espalhando as peças do jogo no chão, se sentando ao lado dele.