Doce Reencontro escrita por Mari Costa


Capítulo 5
E a Vida Segue


Notas iniciais do capítulo

Enjoy!



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Bella PDV

Assim que Edward saiu da sala eu me levantei e recolhi minhas coisas. Não tinha mais cabeça para trabalhar. Minhas mãos estavam tremulas. Em modo automático eu fui para casa, tomei banho e preparei o jantar.

Os olhos dele nunca saia da minha cabeça...

Olhos tão duros e frios... Como se eu nunca houvesse significado nada há ele.

Eu era uma idiota mesmo. Passaram-se nove anos e eu ainda sonhava com ele... Sonho esse que tratou de murchar ao ver a forma que ele me tratou hoje.

Bufei enquanto mexia o molho do macarrão que eu estava fazendo.

Um pensamento veio em minha cabeça de repente. Como seria se ao invés de fugir, eu o tivesse enfrentado? O que teria acontecido se eu tivesse desafiado Tânia a provar as mentiras contadas por ela?

Mas eu era tão menina... E tinha Tânia também... Eu nunca imaginara que ela seria capaz de me apunhalar pelas costas dessa forma. Céus! Éramos melhores amigas! Do tipo de dormir uma na casa da outra... De trocar pertences... Até eu me envolver com Edward.

Mas também não posso colocar a culpa de nosso fracassado romance toda em Tânia. Edward de fato nunca me amou. Na verdade nem sequer pronunciara as palavras. Confesso que isso me incomodava um pouco. Mas Edward era tão carinhoso, sempre tão cavaleiro. Nunca perdia o controle comigo... Claro! Ele estava se deitando com Tânia o tempo todo!

Eu havia ficado tão feliz quando ele me pediu em casamento! Fazíamos tantos planos... Aliás, ele fazia planos. Planos como: levantar um rancho de gados e recuperar a fortuna de seu pai. E como meus pais tinha nome na cidade, os bancos abriram varias portas para Edward. Coisa que nunca fizeram antes do nosso noivado. A família de Edward era bem vista antigamente, porem Carlisle –seu pai – era viciado em jogos de azar, e havia perdido todo seu dinheiro nas mesas.

Na época eu estava tão apaixonada que nunca tinha percebido o quão Edward era ambicioso. Que pedira minha mão em casamento, não porque me amava, mas porque lhe convinha.

Suspirei. Edward era água passada, e eu não devia dar voltas ao passado.

Durante o jantar eu tentei mostrar uma tranquilidade que não existia em mim. Mas acabei fracassando. Charlie assim como eu sempre foi reservado e por isso era bastante observador.

— Algo a preocupa. – começou me olhando atentamente – Do que se trata?

— De Maggie Cullen — menti.

— Já imaginava. Suponho que é como seu pai na sua idade. Insuportável.

— Só comigo. Conforme parece, dava-se muito bem com a senhorita Denali.

— Não é de estranhar — comentou, enquanto terminava seu café — A senhorita Denali é prima de segundo grau dela. Mimava-a, tinha favoritismos com ela e fazia tudo para ajudá-la. Maggie sempre tirara boas notas. Era a primeira vez que uma professora a trata como você a tratou, assim não deve gostar muito de você.

— Como sabe?

— Vivemos em uma cidade pequena, filha — me recordou, rindo — Sei tudo o que acontece aqui. Até sei que Edward te visitou esta tarde no colégio. Imagino que te fez passar um mau momento com o assunto da Maggie, verdade?

Fiquei um pouco tensa.

— Eu não tenho favoritismos com ninguém. E não me importa que consiga me despedir.

— Duvido que possa fazê-lo — declarou com tranquilidade — Eu também tenho amigos na junta diretiva.

— Eu já pensei em muda-la de sala.

— Não, isso só serviria para alimentar os falatórios — meu pai disse serio — E já tivemos muitos. Continue com seu trabalho e não ceda. Mais tarde ou mais cedo, essa menina mimada cederá.

— Eu não teria tanta certeza — falei insegura — Estou cansada. Importa-se se eu for dormir?

— É óbvio que não — disse, preocupado — Pensei que tinha ido ver o médico. Não te receitou nada para animá-la?

— Disse que preciso de vitaminas — menti de novo — Eu as comprei, mas demorarão certo tempo para fazer efeito. Também disse que devia comer mais.

— Pois se não ficar bem logo, será melhor que volte para sua consulta e lhe peça que te examine a fundo — disse me observado atentamente — Não é normal que uma garota de sua idade esteja cansada todo o tempo.

Senti uma pressão em meu peito. Odiava ter que ocultar meu real estado de meu próprio pai.

— Farei isso — falei enquanto colocava a louça suja na pia — Me encarregarei de limpar tudo e depois o deixarei com sua televisão.

— Oh, odeio a televisão. Prefiro ler à noite. Só a ligo para escutar um pouco de ruído de fundo.

— Eu fazia a mesma coisa em Phoenix — confessei com um sorriso — É melhor que o silencio total.

— Certo, mas prefiro estar contigo. Me alegro muito de que tenha voltado para casa. Já não me sinto tão sozinho.

O aperto se tornou pior. Charlie havia sofrido tanto ao perder minha mãe e agora a mim... Sua única filha. Sua única irmã havia morrido há anos atrás dessa maldita enfermidade. Eu não tinha coragem de contar o verdadeiro motivo da minha volta.


Apesar do cansaço, eu não havia dormido bem à noite. Os olhos de Maggie não saia da minha cabeça. A menina tinha pouco mais de oito anos, mas já exibia uma natureza tão traiçoeira! Mas alem do ódio em seus olhos eu havia visto também uma tristeza tão grande...

******

Suspirei rogando à Deus por paciência enquanto olhava a menina em minha frente. Maggie definitivamente tentava a todo custo dificultar meus dias em Forks. Continuava a se negar a fazer seus deveres. Desafiava-me quando eu dava uma ordem, sempre com uma resposta na ponta da língua.

— Te darei mais uma chance — falei a observando — Mas se não trouxer todos os deveres na próxima segunda-feira, será suspensa de novo.

A menina sorriu.

— E meu pai virá de novo para pô-la em seu lugar. Direi-lhe que me bateu.

Olhei-a incrédula.

— Seria capaz de fazer isso, verdade? — perguntei fria — Não duvido de sua capacidade para mentir, Maggie. Muito bem, faça se quiser. Vamos ver quanto dano é capaz de fazer.

Sua reação foi inesperada. Seus olhos se encheram de lágrimas e me olhou de uma forma que cheguei a estremecer.

Segundos mais tarde, saía correndo da sala.

Eu ainda fiquei parada por alguns instantes. Seus olhos mostravam uma fragilidade... Como se gritasse por atenção! Isso fez com que eu me arrependesse por ter tratado-a de maneira tão fria.

No resto do dia eu esperei apreensiva pela visita de Edward. Visita essa que não aconteceu.

O fim de semana ocorreu normalmente.

Mas a segunda feira havia me reservado uma surpresa.

Eu havia acabado de me sentar, quando um pequeno furacãozinho colocou algumas folhas desajeitadamente em minha mesa, e sem sequer me olhar se sentou em seu lugar. Sem uma palavra.

Senti-me vitoriosa quando vi que se tratavam dos deveres atrasados. E estavam bem feitos. Enquanto corrigia seus exercícios, foi difícil esconder um sorriso de satisfação. Por isso lhe dei um dez, que foi muito bem merecido.


Definitivamente Julie era a cópia do pai. Sempre solicita e educada. Todos os dias a menina se sentava junto a mim durante os intervalos e sempre dividia comigo os lanches que trazia.

— Meu pai lembra de você do colégio, sabia? Diz que era uma menina encantadora, e muito tímida. É verdade?

Ri me lembrando de Mike Newton.

— Esse sempre foi meu problema. Eu também me lembro de seu pai. Era o brincalhão da classe.

— Meu pai? De verdade?

— De verdade. Mas não lhe diga que disse isso. — brinquei sorrindo.

Olhei para Maggie de relance. Como sempre sozinha. Percebi que ninguém gostava dela, as meninas nem olhavam para ela, os meninos sempre fazendo piadinhas. Principalmente Jared Weldon. Embora Maggie tentasse não lhe dar atenção, o menino não parava.

De repente Maggie virou o rosto em nossa direção. Seu olhar foi tão frio que estremeci. Fechei os olhos e suspirei rogando a Deus que me desse força. Eu havia voltado para enfrentar o passado, no entanto, eu mal estava dando conta do presente.

— Senhorita Swan?

Abri os olhos encontrando o olhar curioso de Julie.

— Encontra-se bem? — perguntou.

— Sim. Estou cansada, isso é tudo — respondi, sorrindo — Será melhor irmos.

Durante o resto do dia, Maggie se comportou pior que nunca. Respondeu várias vezes de má vontade e se negou a obedecer, me ignorando completamente. Quando terminou a aula, a menina esperou todos saírem para se falar comigo.

— Meu pai disse que gostaria que fosse embora e que não retornasse jamais — disse alto — Disse que converteu sua vida em um inferno e que não pode suportá-la. Disse que lhe deixa doente!

Disse e saiu rapidamente. Essa menina me deixara louca!

No outro dia Maggie estava tranquila. Mal olhou para mim e fez sua tarefa em sala.

Cada dia se tornava um grande esforço me levantar e vir para a escola. Todo meu corpo doía, e eu me sentia exageradamente cansada. E para piorar Maggie não facilitava nada meu dia.

Por isso eu havia tomado a decisão de falar com a senhora Webber sobre a possibilidade de mudar Maggie de turma.

— Imagino que veio para falar de Maggie Cullen, outra vez.

— Isso mesmo — falei um tanto surpresa. — Gostaria de saber se há alguma possibilidade de mudar Maggie de turma – fui direto ao assunto.

— E eu gostaria de fazê-lo, mas só temos uma turma de quarto ano. Tenha em conta que é um colégio pequeno. Sinto muito, de verdade. Mas não é possível. Talvez, se falasse com seu pai...

Suspirei resignada. Falar com Edward era uma alternativa que não passava em minha cabeça.

— Não devia ter voltado a Forks — falei quase pensando alto — Não sei por que o fiz.

— Pode ser que estivesse procurando algo.

— Sim, algo que já não existe — lamentei — Uma parte perdida de minha vida que não encontrarei aqui.

— Mas pensa em ficar até o final do curso, não é? Seus alunos dizem coisas maravilhosas de você. Sobre tudo Julie — acrescentou com um sorriso.

— Estudei com seu pai, nesta mesma escola. É exatamente igual a ele.

— Conheço-o, e tem razão. Parecem-se muito. É uma pena que nem todos seus estudantes possam ser tão energéticos e entusiastas como ela. – fez uma pausa. – Tente ter paciência com Maggie, sei que ela é uma menina muito difícil, mas tenha em mente que não é só com você.

— Será? – duvidei.

— Uma vez havia saído rumores de que o Sr. Cullen e a viúva Uley iriam se casar. A menina se revoltou e fugiu de casa.

Emilly Uley. Uma mulher mais velha, hoje deve ter uns 35 anos, mas que aparentava ter menos. Pouco antes de eu me mudar para Phoenix ela havia se casado com Sam Uley, que havia morrido há um tempo.

Quando sai da sala da diretora eu estava ainda mais desanimada. Definitivamente Maggie me odiava e não iria colaborar nada comigo. Pelo andar da carruagem logo, logo eu terei de suspender Maggie novamente. E Edward retornaria para me confrontar. E eu não estava preparada.

E foi despreparada mesmo que eu encontrei Edward Cullen sentado sobre minha mesa.

Assim que coloquei meus pés na sala ele levantou a cabeça. Lentamente caminhei ate minha mesa e me sentei. O trajeto entre a diretoria e minha sala era pequeno, porem o suficiente para me deixar fadigada.

— Está muito diferente — disse ele com o cenho franzido.

Puxei o ar com força.

— Estava pensando o mesmo de você. Enfim, tenho que ir para casa. Sei por que veio. Mas não podemos mudar Maggie para outra classe, porque não há nenhuma. A única alternativa é que abandone meu posto de trabalho.

— Essa não é a razão pela que estou aqui.

— Não?

Edward pegou um clipe que havia sobre a mesa e o olhou.

— Pensei que poderíamos jantar juntos. Poderíamos falar sobre a Maggie.

Minhas mãos tremiam e eu sentia náuseas.

— Como disse? – perguntei confusa.

— Disse que podíamos jantar juntos esta noite — respondeu firme — Está com muito má aparência. Deve alimentar-se melhor.

Abaixei minha cabeça e puxei o ar com força novamente e varias vezes a fim de melhorar o enjoo. Cada dia estava pior e mais frequente. Provavelmente logo, logo que teria de para de trabalhar.

— Está muito magra — continuou ele — Foi a um médico?

— Se alguém voltar a me perguntar algo assim... – suspirei, ficar nervosa só pioraria a situação – Sim, fui ao médico. Só estou um pouco cansada.

Levantei a cabeça e apertei os lábios.

Ele me observava calado. Parecia muito preocupado. Em outras circunstâncias o teria analisado, mas agora eu não estava com cabeça para isso.

— Maggie esteve causando problemas a todo mundo — disse, depois de um tempo — Sobre tudo a você. Pensei que, se conversávamos sobre isso, poderíamos encontrar alguma solução.

— Acreditei que minha opinião não te importava.

— Tenho muitas coisas na cabeça, mas sua opinião me importa muito. Temos que conversar.

Eu não se era certo aceitar esse jantar.

— Tudo bem. – respondi meio insegura.

— Irei pegá-la por volta das sete.

— Ok — falei com um sorriso forçado.

Arrumei minhas coisas sob seu olhar.

— Maggie me mostrou o dez que lhe deu.

— Não foi eu que dei. Ganhou. Fez um bom trabalho.

— É uma garota brilhante quando quer — disse, colocando as mãos nos bolsos — Disse coisas terríveis a última vez que nos vimos, e quero me desculpar. Excedi-me.

Sorri.

— Qualquer pai teria se preocupado ao saber que sua filha tinha tirado um zero.

— Eu não fui muito bom pai — confessou de repente — Enfim, te vejo as sete.

Ele se virou em direção a saída. Fiquei parada observando-o se afastar.

Eu só pedia a Deus que nada de ruim acontecesse nesse nosso encontro.



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Notas finais do capítulo

E ai? Deixem Reviews!
Ah, eu postei uma O/S. Chama-se Forças do Destino.
http://fanfiction.com.br/historia/271329/Forcas_Do_Destino
Dêem uma passadinha lá!
http://www.facebook.com/groups/buscadefanfics/
Entrem lá e me ajudem a melhorar o grupo! Inicialmente eu queria para que possamos procurar alguma estória, mas que também nos interagirmos uns com os outros! Vocês tem total liberdade no grupo! Estão me deixando no vácuo! snif snif! Salvo pela Geovana Germano!
Beijos e até a próxima!



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