Doce Reencontro escrita por Mari Costa


Capítulo 2
Maggie Cullen


Notas iniciais do capítulo

Agradecimentos especiais a PaulaPip e a Josiane, espero que continuem gostando!



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Capitulo II - Maggie Cullen

Pelos menos uma vez, o destino estava ao meu favor. Antes de viajar, entrei em contato com a Forks High School, e a diretora havia ficado muito feliz em saber que uma pessoa com a minhas qualificações estava indo pra Forks. Há um mês a professora que estava grávida precisou ser hospitalizada devido a complicações e desde então eles não haviam conseguido nenhum substituto.

Dois dias. Esse é o tempo que leva de Phoenix a Forks. Eu estava extremamente cansada. Mas esse cansaço foi substituído por emoções contraditórias quando eu passe a fronteira Forks.

A expressão de Charlie quando eu disse que dessa vez eu iria ficar de vez foi indescritível. A alegria tomou conta de seu rosto. Mas ao mesmo tempo a culpa me tomou, pois eu nunca poderia dizer o verdadeiro motivo da minha volta.

— Agora poderemos passar juntos muito tempo — disse — De todas formas, Phoenix era um lugar muito quente para mim.

— Bom, se você gostar de neve e chuva, veio ao lugar mais adequado.

Durante o fim de semana eu me dediquei a arrumar minhas coisas. E na segunda feira eu comecei a trabalhar.

Gostei muito da diretora. Era jovem e tinha varias idéias inovadoras a respeito da educação.

E obviamente, eu gostei das classes. No primeiro dia eu dediquei a apensa decorar os nomes dos alunos. Mas uma delas me chamou a atenção. Maggie Cullen. Ao observar seu nome pensei que podia tratar-se de uma coincidência, mas quando eu vi seus olhos verdes e seu curto cabelo loiro, eu soube quem era. Parecia-se muitíssimo a sua mãe, salvo pelo olhar. Tinha o olhar de seu pai.

Não pude evitar olhá-la de queixo erguido. Passe por ela e cheguei a carteira de Julie Newton. Sorri, e fui retribuída. Julie era a cara do pai, Mike Newton, com quem eu havia estudado.

Quando o sinal tocou eu falei:

— Quero que na sexta-feira me tragam uma redação de uma página em que falem sobre vocês mesmos. Dessa maneira, poderei sabe algo sobre vocês, posto que não tive a oportunidade de lhes dar aula desde o começo do curso.

Julie levantou a mão.

— Senhorita Swan, a senhorita Denali sempre nos encarregava que um de nós estivesse vigiando a classe quando não se encontrava nela. Escolhia um aluno diferente, cada semana. Pensa fazer o mesmo?

— Acredito que é uma boa idéia, Julie. Pode se encarregar disso na primeira semana — disse encantada.

— Obrigado, senhorita Swan! — declarou a menina, entusiasmada.

Antes de sair Maggie me lançou um olhar cheio de malicia. Durante a aula, percebi que ela agia como se me odiasse. Será que ela sabia de alguma coisa do passado? Com certeza não!

As aulas me permitiram estar ocupada sem pensar em nada mais. Mas quando chegou ao final do dia, ressurgiu o terror. Eu ainda não tinha visto o Dr. Gerandy

Eu havia falado com ele por telefone e a consulta foi marcada para hoje. Quanto a papai, eu disse que precisava de algumas vitaminas apenas.

Entretanto, o Dr. Gerandy se preocupou bastante quando leu o diagnóstico.

— Não deveria esperar — disse — É melhor começar com o tratamento o quanto antes. Vêem aqui, Bella.

Ele examinou meu pescoço com mãos.

— Perdeu peso? — perguntou enquanto tomava meu pulso.

— Sim. Estive trabalhando muito.

— Dói-te a garganta?

Assenti depois de hesitar. Ele suspirou e disse:

— Enviarei um fax para que me mandem seu histórico médico. Há um bom especialista em oncologia em Seattle.

— Me diga no que devo prender-me.

Ele hesitou bastante, mas acabou falando. Me deixando assustada com o que disse.

— Pode lutar contra isso. Pode vencer à enfermidade.

— Durante quanto tempo?

— Bom, algumas pessoas conseguiram viver mais de vinte e cinco anos.

Estreitei os olhos o olhando.

— Mas não acha que eu possa viver tanto tempo.

— A ciência médica avança muito. Sempre existe a possibilidade de que descubram um tratamento que cure a enfermidade em todos os casos.

— De todas formas, não quero tomar uma decisão agora mesmo. Necessito mais tempo — sorri — Só um pouco de tempo.

Ele me analisava cautelosamente, como se fizesse algum esforço para não discutir comigo. Sorri internamente.

— De acordo. Darei-te uns dias, mas te vigiarei. Pode ser que quando tiver considerado as opções, anime-se a iniciar o tratamento. Em tal caso, farei tudo o que puder. Mas te asseguro que os milagres médicos não existem, e muito menos no relativo ao câncer. Se estiver disposta a lutar, não espere muito.

— Não o farei.

Quando eu sai do consultório, eu senti um tipo de paz. Eu estava aceitando o meu estado. Eu poderia enfrentar. E o fato de eu estar em casa novamente, me deixava contente.

Se o destino tinha tido alguma razão para me trazer a de volta a Forks, Maggie Cullen não era uma delas. A menina era rebelde e problemática, e se negava a fazer seus deveres.

No final da semana, obriguei-a a ficar depois da aula para lhe explicar o zero que tinha tirado exame. E se por acaso fora pouco, nem sequer se tinha incomodado em fazer a redação que eu tinha pedido no meu primeiro dia.

— Se quer repetir o ano começou muito bem, Maggie — disse com frieza — Deve saber que não será aprovada se não fazer seus deveres.

— A senhorita Denali não era tão exigente como você — disse a menina — Não nos obrigava a fazer estúpidas redações, e se havia algum exame, sempre me ajudava a estudá-lo.

— Tenho trinta e cinco alunos em classe. E suponho que se estiver nela é porque é capaz de fazer seu trabalho.

— Poderia se quisesse. Mas não quero. E não me obrigará a fazê-lo!

— Posso suspendê-la — continuei, com calma — E o farei se persistir nessa atitude. Dou-te a oportunidade de escapar a outro zero se fizer a redação durante o fim de semana e a trazer na segunda-feira.

— Meu pai vem hoje para casa — disse com altivez — Lhe direi que foi rude comigo e virá para pô-la em seu lugar. O asseguro.

— E o que acha que dirá quando ver que não faz seus deveres, Maggie?

— Não sou nenhuma boba!

— Em tal caso, faça-os.

— Julie tampouco respondeu a todas as perguntas do exame, e não lhe deu um zero.

— Julie não é tão rápida como outros alunos, e isso é algo que tenho em consideração.

— Julie é puxa saco — acusou — Por isso a trata tão bem. Seguro que não lhe teria posto um zero se não tivesse feito seus deveres!

— Isso não tem nada que ver com sua capacidade, e não penso discutir sobre isso. Faça seus deveres ou atente às conseqüências. Já pode partir para sua casa.

Maggie me olhou, furiosa. Pegou seus livros e caminhou para a saída, mas se deteve na porta.

— Espere que diga a meu pai! Fará que a despeçam!

Arqueei uma sobrancelha.

— Não acredito que seu pai faça tal coisa, Maggie.

A garota abriu a porta.

— A odeio! Gostaria que não tivesse vindo — exclamou antes sair.

Respirei profundamente. Aquela garota era insuportável. Engraçado que fosse tão diferente de sua mãe. Tânia, na sua idade, era uma menina encantadora e amigável, nada mal educada, nem muito menos difícil.

Tânia. O simples nome ainda doía. Tinha voltado para exorcizar meus fantasmas, mas eu não estava conseguindo. Ela ainda conseguia arruinar sua vida. E pensar que ela foi a minha melhor amiga.

Odiava ter que ser assim, mas não tinha imaginado o que ia sentir se encontrasse com a filha do Cullen na minha classe. Era uma menina mimada e ressentida.

Com certeza Edward lhe dava tudo o que pedia. Apesar de que ela chegava ao colégio de ônibus e vestia-se com jeans e pulôveres desgastados e sujos. Talvez ele não soubesse. Talvez se apresentava suja para chamar a atenção, porque tinha certeza que devia ter uma governanta ou alguém que se encarregasse daquele tipo de coisas.

Eu sabia que Maggie implicou com a Julie durante a semana, porque a outra menina o havia dito. A pequena era a menina mais encantadora que tinha conhecido em toda minha vida, e eu a adorava. Era a viva imagem de seu pai, Mike que tinha se formado comigo no ensino médio.

Havia dois dias que Maggie e Julie não conversavam. Ao contrario da filha de Edward, Julie era generosa, compassiva e amável. Era provável que a menina visse aquelas qualidades na Julie, qualidades que não tinha. Mas eu não tinha idéia do que Julie podia ver na Maggie.


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Notas finais do capítulo

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