Destino escrita por debindes


Capítulo 5
Novos ares




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Como acontecia desde a nossa última discussão sobre o acidente, Jake chegou em casa bem tarde, apenas para dormir.
Eu ainda tentava conversar com ele, pois não acreditava que tudo que nós tínhamos antes acabaria de uma maneira tão idiota.
Estava lendo um livro e ele, após saiu do banho, se deitou na cama, ao meu lado.
- Jake, amanhã vou sair cedo para ir a uma ONG...
- Fazer o quê? – perguntou, olhando-me com um certo desprezo.
- Vou lá conversar para saber se eles estão precisando de voluntários. Pretendo ajudar para não mais ficar aqui em casa, todos os dias sem fazer nada... – disse para ver se ele entendia a indireta.
- Faça como quiser... – disse ele completamente indiferente, enquanto se virava para dormir.
Ele dormiu rapidamente e eu não. Chorei a noite inteira, pois o sentimento que mais me doía era a indiferença. E pior: a indiferença de quem eu mais confiava, de quem eu mais amava e sem um motivo concreto, apenas por ele não querer me contar o que realmente aconteceu naquele dia, não querer me falar qual o motivo de tamanha mudança em seu comportamento desde então.
Jake nem percebeu meu choro que durou a noite inteira, pois ele tinha o sono pesado demais, e ainda somando com a indiferença...
Peguei no sono por apenas algumas horas e logo levantei para ir à ONG. Não queria perder mais um dia à toa dentro daquela casa.
Nem tomei café da manhã, apenas me arrumei e dirigi de acordo com as coordenadas que Carlisle tinha me dado.
Em menos de 20 minutos cheguei à ONG. Um lugar grande e arejado, com um belo jardim na frente. Estacionei meu carro e fui até onde deduzi que seria a recepção.
Enquanto encaminhava-me para lá olhando para os lados e avistei um lindo homem na varada principal. Alto e forte, observava o lado de fora com uma expressão um pouco fechada. Parecia que estava preocupado com alguma coisa, procurando alguma coisa.
Quando nossos olhares se encontraram, senti um arrepio muito forte, algo que nunca tinha sentido antes.
Ele estava um pouco longe, mas era como se seu olhar tivesse se enchido de medo, temor e ele entrou rapidamente.
Parei e fiquei encarando por alguns segundos a porta que ele havia entrado, porém nada aconteceu. Achei aquilo muito estranho, então resolvi esquecer. Deve ter sido apenas uma impressão minha, ele deve ter entrado daquele jeito rápido, pois deve ter lembrado de alguma coisa.
Enfim... Desencanei e entrei na recepção.
Havia uma mulher atrás de uma pequena bancada.
- Posso ajudar? – ela disse simpática.
- Oi... – disse timidamente – Eu estou procurando Edward.
- Só um minutinho que eu...
- Ele está viajando! – disse uma moça magra e de cabelos curtos entrando na sala, interrompendo a recepcionista – Pode deixar que eu te atendo!
Olhei para ela com o rosto cheio de interrogações e ela resolveu se explicar.
- Eu sou Alice, irmã de Edward... Ele precisou se assentar por alguns dias para fazer uma viagem, então pediu que eu ficasse no lugar dele... – disse sorrindo.
- Ah, tudo bem... – respondi ainda meio assustada.
- Vamos entrar? – disse ela andando em direção a uma porta que tinha ao lado do bancada.
Fui atrás dela. Olhei para a recepcionista e ela parecia não entender o que estava acontecendo, mas se manteve calada.
Alice fechou a porta e eu fui entrando na grande sala, que entre estantes e prateleiras rústicas, havia uma mesa com cadeiras em ambos os lados, certamente onde eu deveria me sentar.
- Qual o seu nome? – Alice perguntou.
- Isabella, mas pode me chamar apenas de Bella.
- Oi, Bella! – ela disse, abrindo os braços para me abraçar.
Fiquei meio sem graça, já que dificilmente abraçava alguém que nunca tinha visto, mas Alice parecia ser bem simpática e entendi que ela tinha um jeito bem fofo de lidar com as pessoas, pelo visto até com quem ela mal conhecia.
- Nossa, você é realmente muito cheirosa... – essa frase só serviu para colocar mais uma interrogação na minha mente.
Como assim cheirosa? Sai tão rapidamente de casa que nem tinha colocado nenhum perfume! E da maneira que ela se expressou, parecia que alguém já tinha falado sobre o meu cheiro para ela!
Tentei não demonstrar o que estava sentindo para que ela não achasse que eu estava achando ela uma louca... Mas estava.
- Senta aí, Bella... Fica a vontade. – obedeci – E então, o que veio fazer aqui? – disse, quanto se dirigia para a cadeira do lado oposto da mesa.
- Eu sou uma paciente de Carlisle e ele me falou sobre o projeto da ONG...
- Ah, papai sempre fica orgulhoso de nós! – ela disse sorrindo e me fazendo rir.
- Então eu vim saber se vocês estão precisando de voluntários...
- Sim, claro! – ela disse animada – vou te explicar tudo.
Ela me falou mais sobre o projeto, mostrou as instalações da ONG, onde havia uma escola para as crianças e mais no fundo, uma fábrica de tecidos, onde os adultos trabalhavam e ganhavam dinheiro para sustentar suas famílias.
Alice também me mostrou todas as pretensões futuras da ONG, dizendo que realmente estavam precisando de mais voluntários.
Eu adorei todas as ideias e queria começar a ajudar o quanto antes.
- E então, o que acha?
- Muito bom! Gostaria muito de poder ajudar...
- Ah, a gente vai amar você aqui! – ela disse me abraçando com muito carinho.
- Quando eu posso começar...?
- Agora mesmo! – ela disse sorrindo. – Vou conversar com umas duas famílias novas e você pode vir comigo, para ir conhecendo melhor como funciona as coisas e logo, logo você já poderá fazer tudo sozinha!
- Ok! – ri para ela.
A hora passou tão rápido e eu nem percebi. Quando olhei no relógio já era 14h!
- Alice, agora eu tenho que ir para casa...
- Por quê?
- Eu tenho que almoçar... – disse meio sem graça, pois meu estômago já estava começando a fazer sinfonia...
- Não seja por isso! Almoça aqui! Vem! – ela pegou na minha mão e me puxou delicadamente.
Ela me levou até um grande refeitório, onde alguns funcionários almoçavam no fundo e um grupo de mais ou menos umas 50 crianças almoçavam no canto direito.
No outro canto, perto de uma janela com vista para o jardim, havia uma pequena mesa. Certamente a mesa da família Cullen. Alice foi comigo até essa mesa.
- Senta aqui! Eu vou pedir para a moça te servir alguma coisa... – disse enquanto caminhava até os fundos, onde era a cozinha.
Fiquei um pouco sem graça, pois agora eu também era uma funcionária, então por que tinha que sentar na mesa dos Cullen?
Alice tinha um carinho tão imediato e sincero comigo que não conseguia entender.
- Aqui está! – ela me disse enquanto colocava na minha frente uma bandeja com uma comida com aroma delicioso. – Bom apetite!
- E você, não vai comer? – perguntei enquanto ela sentava na minha frente sem nenhuma bandeja.
- Não, não... Estou de dieta... – ela disse meio timidamente.
- De dieta? Mas você já é tão magra!
- É que eu e minha família adotamos uma alimentação toda balanceada, por isso só como em casa... Mas não se preocupe, não estou com fome agora... – ela deu uma risadinha.
- Ok... – até gostaria de recusar a comida porque não era muito confortável ficar sentado à mesa com alguém olhando você comer, mas o aroma estava irresistível...
Não só o aroma. A comida também estava deliciosa.
Quando terminei de comer, eu e Alice voltamos ao trabalho. Conheci mais algumas famílias, vi as crianças aprendendo música, teatro e estava cada vez mais maravilhada com o projeto.
Estava conversando com Alice e meu celular tocou, era mensagem. Peguei o celular para olhar, pois dificilmente recebia alguma mensagem. Era Jake. Abri e o que estava escrito me fez arrepiar.
‘VEM PARA CASA AGORA! IMEDIATAMENTE!!!!’


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