Destino escrita por debindes


Capítulo 14
Esclarecendo




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Acordei com o apitar dos aparelhos. Ainda sonolenta tentei lembrar-me onde estava e logo um turbilhão de lembranças veio na minha mente. ‘O próximo passo é falar com Edward’ recordei-me. No mesmo instante que pensei nele, vi a porta abrindo. Era ele.

- Bom dia, senhora Black! Já está acordada?

- Estava te esperando... – respondi aliviada por finalmente poder tentar esclarecer alguma coisa.

- Eu sei – ele disse com seu sorriso perfeito adentrando o quarto, iluminando-o com sua incrível beleza.

Edward parou na minha frente e respirou fundo. Eu fiz o mesmo.

- Então, o que quer saber?

Eu queria saber tantas coisas que nem sabia por onde começar. Pensei em perguntar sobre o primeiro dia que o vi na janela da ONG, mas achei melhor não. Pelo menos não agora... Era melhor focar nos últimos acontecimentos e deixar essas perguntas para outra oportunidade.

- Por que você mentiu sobre a Susan e tudo mais? Por que inventou que eu fui assaltada por pivetes?

- Isso é complicado de explicar... – ele apertou os lábios e olhou pro nada.

- Eu vou conseguir entender, eu juro... – encorajei-o.

- Achei melhor que a polícia não tomasse conhecimento do que realmente aconteceu porque Susan e os comparsas dela fugiram antes que eu pudesse acionar a polícia.

- Fugiram? Então não seria melhor avisar a polícia para que eles fossem presos? – perguntei meio indignada com a reação dele.

- É que, na fuga, eles acabaram sendo atacados na floresta e não resistiram – disse com naturalidade.

- Você quer dizer que eles morreram? – perguntei incrédula.

Ele apenas assentiu. Eu ainda não tinha entendi o porquê da polícia não poder entrar na história mesmo que me esforçasse pra encontrar uma explicação.

- Mas eu não sabia que a floresta de Forks poderia ser tão perigosa! – tentei tirar uma explicação mais coerente dele.

- Dependendo do lugar, podem aparecer alguns lobos vindos do norte... – falou parecendo um pouco pego de surpresa com o meu questionamento.

- Sempre morei perto da floresta e nunca soube disso...

- Pode perguntar ao seu marido que ele vai confirmar. O aparecimento desses animais é um pouco raro, mas ultimamente está ficando bem comum. – disse como um repórter experiente dando uma importante informação, com segurança.

- Tá, mas não seria melhor, mesmo assim, a polícia saber o que aconteceu?

- Bella, como eu já disse, é complicado! Você precisa considerar que nem tudo é possível esclarecer nessa história e precisa estar satisfeita com as poucas respostas que estou te dando! Por favor, tente entender... – ele pareceu estar sendo sincero.

- Tá – tentei parecer compreensiva – Eles morreram e você achou melhor a polícia não saber por um motivo maior que você não pode me explicar... – resumi.

- É, basicamente isso...

- E o segredo que ela falou que sua família tinha? Que segredo é esse?

- Bom, segredos são segredos – ele ironizou com humor – mas eu sinceramente não sei te explicar o que Susan descobriu, ela também não me falou.

- Então, antes deles fugirem, ela falou com você?

- Sim, ela tentou me ameaçar, assim como fez com você, mas eu ameacei que ligaria pra polícia e eles fugiram.

- Hm, e por que o cara me deu uma facada?

- Ele se assustou na hora que eu cheguei e você desmaiou, então acabou fazendo isso... Sinto muito por ter sido a causa de tamanho transtorno – ele abaixou os olhos, realmente sentido.

- Eu que preciso me desculpar por ter me precipitado. Eu deveria ter esperado você para fazer as visitas.

- É, deveria... – ele sorriu.

- Ah, mas não era pra você estar viajando naquela manhã?

- Eu cancelei a viagem.

Não sabia se Edward estava sendo sincero na nossa conversa, mas pelo menos ele estava sendo convincente.

- Acabaram as perguntas? – perguntou irônico.

- Não, tem mais! – respondi rapidamente antes que ele desistisse de respondê-las – E o que você, seu pai, sua irmã, Sam e Jacob estavam conversando ontem?

- Sam ficou sabendo das mortes na floresta e eu resolvi esclarecer as coisas pra ele.

- Então, Jacob, Sam, seu pai e sua irmã também sabem de toda a verdade?

- Sabem.

- Por quê?

- Não costumo esconder as coisas da minha família, porque confio neles. E quanto a Sam e Jacob, digamos que eles são muito ligados ao que acontece na floresta, ou seja, eles acabariam sabendo dessas mortes, então foi melhor esclarecer. Sem falar que o Sam é como o chefe da aldeia de La Push, como você sabe, e se há lobos atacando na floresta, ele precisa estar informado para caso precise proteger o povoado.

Respirei fundo.

- Mas você viu eles sendo atacados?

- Não... – respondeu parecendo que era óbvio.

- Então como pode ter tanta certeza que eles foram atacados por lobos e morreram?

Ele apertou os olhos, parecendo estar sendo pego de surpresa novamente.

- Meu irmão, Emmett, ele estava na floresta fazendo uma trilha e viu tudo... – respondeu rapidamente.

- Nossa, então ele sofreu um grande risco de vida, não é? – ele percebeu que estava sendo irônica.

Edward olhou-me fixamente por um bom tempo, fazendo-me estremecer e perder os sentidos. Percebi que tinha parado de respirar por um minuto. Os aparelhos começaram a gritar e eu fiz o máximo possível para ignorar, esforçando-me para que meus batimentos voltassem ao normal. Dei-me conta que ele era muito mais incrivelmente lindo do que eu tinha anteriormente percebido. Isso foi perturbador, mas também extremamente prazeroso.

Ele finalmente quebrou o silêncio.

- Você não está acreditando em mim – não era uma pergunta.

- Eu... – estava tonta demais com seu olhar fixo para responder.

- Desculpe-me, mas eu estou sendo o mais sincero com você! – ele pareceu aborrecido pela minha desconfiança.

- É que... Está complicado pra mim – gaguejei – tente entender o meu lado também...

- Estou tentando, tenha certeza – respondeu com verdade nos olhos.

- Acho que agora acabaram as perguntas... – tentei aliviar pro lado dele. Não conseguia entender o que, mas algo não estava sendo fácil para ele também.

- Expliquei tudo? – disse sorrindo.

- Não tudo, queria e quero saber muito mais coisa, mas já ajudou bastante.

- Está bem, senhora Black – ele riu – mas eu juro que fiz o máximo para poder te ajudar, tenha certeza.

- Ok, mas eu não vou parar por aqui.

- Tô percebendo que a senhora é quase um Sherlock Holmes, hein?! – brincou.

- Sempre foi uns dos meus livros preferido! – confessei, fazendo-o rir.

- Isso estava na cara!

Pronto, estava apreciando o belíssimo sorriso de Edward, esforçando-me para encarar aquela incrível aparência dele com a maior naturalidade.

- Sempre que precisar estarei a sua disposição – disse novamente olhando nos meus olhos e fazendo meu coração parar por um segundo, sendo denunciada pelos malditos aparelhos que apitavam meus batimentos e gritavam mais ainda na falta deles novamente.

Edward olhou assustado pro aparelho, que agora fizeram um escândalo muito maior do que da primeira vez, e voltou a olhar-me rindo. Estava claro que ele percebeu o que um simples sorriso dele provocara em mim. E isso era um grande erro.

- Está tudo bem? – perguntou fingindo não ter entendido.

- Tá, eu só... – procurei uma desculpa, mas não era muito boa nisso – só...

- Eu tenho que ir pra ONG agora – interrompeu-me antes que eu pudesse pensar em algo. E eu o agradeci mentalmente.

- Ok, bom trabalho.

- Espero que você volte logo – ele pegou na minha mão com a sua mão perfeitamente macia e gelada e o aparelho pareceu descoordenado outra vez.

AI, MEU DEUS! ESTOU PARECENDO UMA MENININHA DE 12 ANOS QUANDO UM MENINO BONITO DÁ BOLA!

Eu sinceramente não sabia onde me enfiar. E eu não tinha saída.

- Está bem – disse afastando minha mão dele para tentar recompor meus batimentos.

- Tchau – disse, mas eu podia ver o sorriso que ele reprimia nos lábios por causa do que meu organismo deixara transparecer.

Não respondi, estava envergonhada demais para isso.

Era assustador como Edward fazia com que eu sentisse coisas tão estranhamente boas, mas que eram incoerentes já que eu era uma mulher casada. Mas eu não podia esconder que ele mexia comigo. Nunca fui uma boa atriz, ainda mais com os meus batimentos cardíacos contra mim.

Quanto à conversa que nós tivemos, que agora parecia estar em segundo plano nos meus pensamentos, foi importante por deixar claro que Jacob sabia de toda história, o que me deixava um pouco mais segura por não estar mentindo para ele. Então, parecia que as coisas voltariam ao normal quando eu voltasse pra casa, depois da visita do dia anterior em que ele estava bem menos agressivo que ultimamente. Parecia que o velho Jake estava voltando.

Embora ainda estivesse na companhia de Sam, Jake pareceu carinhoso e compreensivo comigo.

Naquela manhã, tomei uma decisão. Iria esquecer tudo que acontecera nos últimos meses e voltaria a viver minha vida como antes, sem essas preocupações que estavam assoberbando minha mente. Iria esquecer dos surtos sem explicações de Jake, iria esquecer o estranho comportamento de Edward no primeiro dia que o vi, iria esquecer Susan e os comparsas, iria esquecer que os Cullens tinham um segredo, enfim, acabariam as preocupações e minha vida voltaria ao normal.

Estava aliviada por tomar essa decisão e não via hora de sair do hospital e viver minha nova vida. E esperava ter toda minha despreocupação de volta.


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