Ayesha Loveless escrita por Lua


Capítulo 10
Capítulo 9 Tão animada quanto uma tartaruga


Notas iniciais do capítulo

Voltei, não morri!
Espero que gostem >.



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Cara, já tinha feito 4 semanas desde a maldita vez que a titia Teresinha estragou minha vida. Valeu, titia Teresinha, também de amo.

Ninguém mais falava comigo (bem, nunca passou de um "Oi, tudo bem?", mas agora a porra ficou seria), acho que com medo de mim - só por que dei um ataque e xinguei a professora? Bando de medrosos! - ou por simplesmente estar com raiva de mim - vide: Danry, Daniels, Franck e Reddon putos de raiva de mim.

Mas, o que não entendo, o motivo de tanto odio coletivo por mim.

Ok, o da Danry entendo. Um pouquinho.

Do Daniels eu acho é bem feito, aquele puto.

Franck: outro puto que queria me beijar.

Reddon... Já esse foi estranho. No mesmo segundo que o transformei em amigo ele me transformou inimigo. Sem maiores esplicações.

Minha vida é perfeita, não?

A turma toda tava animada com um passeio aí que a professora de Geografia juntamente com o de Ciências promoveram. Iríamos até um hotel fazenda, onde estudariamos algumas budegas de geografia e - adivinha! - ciências.

Já eu estava tão animada quanto uma tartaruga ao descobrir que estava presa ao chão por superbond e estava apressada em ganhar o primeiro lugar na disputa contra a lebre.

Eu não ia pro tal passeio que duraria uma semana, se não fosse pela minha linda vó, é claro.

- Eu. Não. Vou.

- Vai... Ô se vai! - preciso dizer que senti medo da minha avó neste momento?

- Por quê?! Num quero... - choraminguei.

- Não precisa querer! E eu vou ser uma das instrutoras, e, adivinha, serei a da sua turma! - ela estava toda animada. Tão animada quanto uma tartaruga - só que não.

- Mais outro motivo pra não ir! - com a cara de interrogação dela eu expliquei: - Não quero passar vergonha!

Com essa miha ultima palavra, ganhei uma livrada na cara, um dedo no meio da minha querida avó e uma mala pra encher de roupa.

Eu iria pro tal passeio. Era um fato.

Acordei cedo, afinal, minha avó era uma das instrutoras e precisava chegar lá DUAS - e eu disse: DUAS - horas antes do anibus embarcar para a tal fazenda.

Estava meio zonambula no ultimo penultimo banco do onibus ouvindo ConeCrewDiretoria para ter calma na alma... Então senti alguém sentar no meu lado. Era a minha avó.

- Hoje teremos uma atividade em dupla. Vocês irão fazer uma caça ao tesouro e será por casal. Alguém que não deseja fazer dupla?

- Pra que isso? - desconfiei.

- Vantagens de ser neta da monitora. - ela deu de ombros.

- Huuum, deixa eu ver... Franck, credo! Nem com o Daniels. Nem com Reddon. E com toda a certeza, eu não suportaria andar ao lado de Sun.

- Valeu pela dica. - com um sorriso maligno, minha avó me deixou solitaria para atender um grupo de meninas da turma que chegara no onibus.

Acabei dormindo no onibus e ouvi alguém me chamar:

- Ayesha, dorminhoca de uma figa! Acorda, mulher! - ganhei um tapa na cara de minha avó.

- Putz, o que foi isso?!!! - gritei e vi que o onibus não estava nada vazio, todos olhavam pra mim. - Vó, que budega foi essa? - sussurrei para ela.

- Você que não quis acordar... - ela sorriu maliciosamente. Ia me ferrar nesse paseio dependendo dela.

É. Eu tava certa.

Todos já estavam devidamentes alojados e cada turma foi com seu devido monitor para o anuncio da primeira atividade.

Minha avó explicou uns baguius lá que não consigo lembrar. Na verdade, nem escutei.

Então, começou a formação das duplas.

Minha avó que ia escolher as duplas.

Puta. Merda.

- Ayesha e Sun.- ela anunciou a primeira dupla formada.

Puta. Merda. De novo.

- Cumé que é? - gritamos em unissino. 

Ele me encarou e eu devolvi o carinho com gestos obcenos da parte da minha mão direita.

Com as duplas devidamentes formadas... Caça ao tesouro!!

Sun observav mapa enquanto eu ia até um trecho de mata que chamou minha atenção.

- Ei! Vai me ajudar aqui não. Todo mundo foi naquela direção, então eu acho-

- Você acha nada. - o interrompi. - Velho, olha essa mata. Vamos entrar? - perguntei mais como uma informação. Eu ia entrar naquela maldita mata.

- Eu não vou não. - Sun declarou.

- Então... fui! - e corri até a mata.

- Essa mata é proibida! - ele gritou.

- E eu com isso?! - rebati.

- As duplas não se pode separar! Perde ponto na formativa! - ele gritou já correndo atrás de mim.

- Não tenho nota de comportamento mesmos. Já perdi todos os pontos possiveis gritando com aquela vaca!

- Mas eu não. - ele estava vermelho correndo atrás de mim.

- Ai o problema é seu. Se quiser vir... - dizendo isso entrei na mata.

Ouvi passos atrás de mim. Ele viria.

Sentei em um tronco caido e observei a maravilha da natureza, ouvindo seu canto.

Aí um corno estraga tudo.

- Em cada coisa que tu me mete... - reclamou Sun sentando vermelho ao meu lado.

- Você tá aqui por que quis.

- Eu sei. - com essa informação ficamos calados observando a formiga carregar um grão de seja lá o que for.

- Entããooo... - ele começou quebrando o silencio.

- Que foi, manolo? - falei chatiada por ter perdido a formiga de vista.

- Vamos fazer o que? - ele perguntou.

Me levantei e ofereci minha mão a ele, dizendo:

- Vamos explorar, ué.

- E a caça ao tesouro? - ele perguntou realmente preocupado.

- Dane-se. - e o puxei pela mão caminhando para onde meus pés quisessem me levar.

Tenho que parar de confiar em mim mesma.

- Uau! Que lindo! - suspirei observando o riacho abaixo de mim.

- É lindo mesmo. - falou o Solzinho.

Me virei para ele ficando de costa para o riachinho e o informei que ele perdeu toda a formativa entrando na mata proibida comigo.

- Não faz mal. To aqui com você. - ele sorriu.

Cara, por que ele sorriu?

Culpa daquele sorriso e do meu maldito pé que me levou até aquele barranco! (Titia Teresinha se livrou dessa, viu?)

Com aquele sorriso tão cativante eu fiquei numa especie de transe. Ele falou alguma coisa mais não tinha entendido nada, então me senti puxada pra baixo.

Escorregando no barranco, eu bati a cabeça em um tronco e cai de cara no riacho.

- Ai. - foi a unica coisa que saiu de mim até tudo ficar completamente obscuro.

Estava em um tipo de caverna iluminada por uma pequena fogueira. Me levantei e senti uma forte dor em minha nuca. Tentei me levantar, mas cai logo em seguida. Devia ter tropeçado o pé.

Tentei lembrar de tudo que havia ocorrido para eu chegar ali, mas até a parte que cai, lembrava de mais nada.

- Olá. Finalmente acordou, né? - ouvi uma voz entrar pela caverna.

- Sun?! - perguntei embasbacada com seu abdomem sarado. Velho... Sem comentários.

- Tive que sair para pegar mas lenha.

- Já está de noite? - perguntei o observando aumentar o fogarel da fogueira.

- Sim. Que bom que você acordou. Estava preocupado. - ele sorriu pra mim. Sem camisa. Agora sim eu poderi ter morrido naquele barranco.

Ele se lavatou e se aproximou de mim. Com a fogueira maior e com ele mais perto percebi que ele estava completamente arrepiado, e tinha um arranhão enorme em suas costas.

- O que foi isso? Cadê sua camisa? - perguntei passando a mão de leve sobre o corte feito recente.

- Nada demais. Mas você me deu um susto caindo naquele barranco que nem pensei duas vezes, me joguei também para te resgatar... Mas como eu sou muito idiota, eu não me toquei que poderia ter te esmagado lá. Sorte que aquele galho afiado proibiu qualquer dano sobre ti. - e ele sorriu. Sorriu por ter ganhado um corte horrivel nas costas? - E a camisa ficou presa no galho.

- Você tá com frio. - conclui vendo-o se aporximar do fogo e ficar esfregando o braço em si.

- Não se preocupe. - informou ele.

- Você pode ficar feliz por ter um galho fincado nas costas impedindo-o de cair em cima de mim, mas não posso ficar preocupada com seu bem-estar?

- Isso mesmo. - ele falou serio.

- Affs. - resmunguei.

Passou um tempo e a fogueira se apagou. Com a escuridão eu quase tive um piripaque.

- Vou buscar mais lenha. - informou Sun.

- O que?! - gritei. - Não me deixa aqui sosinha!

- Nós vamos morrer de frio! - ele chegou perto de mim, senti seu calor ao meu lado.

- Não, não vamos. - informei. Dei graças a Deus por estar escuro. - Não olha. - falei pra ele.

-Não da pra olhar nada! - ele disse indignado.

Soltei uma risadinha e tirei minha camisa. Sim, fiquei só de sutiã. Eu e meus seios NA-DA grandes.

- Ayesha... O que tá fazendo? - perguntou Sun.

- Se não quisermos morrer de frio, temos que fazer algo certo? - dito isso, eu o abracei fortemente.

Senti ele prender a respiração por um tempo.

- Tá sem camisa? - ele finalmente perguntou.

- Cala a boca. - reprendi e ele me abraçou mais forte.

- Tá funcionando. - ele informou depois de um tempo.

- O que? - perguntei com a cabeça enfiada no seu peitoral.

- Não estou mais com frio. - ele fez menção em me soltar, mas eu o puxei para mais perto de mim. - O quê? - ele perguntou confuso. - Você não está, huum, constrangida com esses... Quero dizer, por estar sem camisa?

- Eu sei que quase nem tenho peito. Agora, não me solte! Se soltarmos o frio volta. - simplesmente disse. Ele assentiu e continuamos a se abraçar.

- Voê me tirou daquele riacho? - perguntei.

- Sim. Com muita dificuldade. Tá gorda, viu fia. - ele riu.

Dei um peteleco na cabeça dele e sussurrando um "obrigado" adormeci em seus braços.


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Notas finais do capítulo

Mereço algum review? Ah, vai. Esse cap foi fofo!
AyeshaXSun
(Alguém ai tem alguma ideia para a junção dos dois nomes???)
Perguntem-me em meu ask sobre Ayesha Loveless!
http://ask.fm/LuuhMoraisLima
Kissus >¬