–To indo, caramba, caminhar de salto não é legal -Disse alcançando mamãe e Helena, que já estavam entrando em um hotel.

–Eu caminho de salto normalmente -Helena revirou os olhos.

–Você é você, eu sou eu.

–Olá, nós fizemos uma reserva no restaurante do hotel -Mamãe disse para um moço atrás de um balcão.

–Nomes?

–Rebecca Palmer, Helena Palmer e Pietra Palmer -Ela disse.

–Tenham um ótimo jantar.

Fomos até o restaurante do hotel, que era super luxuoso. Fiquei deslumbrada com um lustre de cristais, fiquei olhando pra ele...deve ter sido uma fortuna.

–Pietra! -Mamãe me chamou, ela já estava encostada em uma mesa, cumprimentando os que estavam.

Me aproximei e olhei aqueles rostos.

Um casal e um garoto lindoooooooo!!!

–Oi -Sorri besta.

–Marilyn, essa é minha filha que morava em Chicago,...Pietra -Mamãe me apresentou.

–Nossa, que linda -A mulher sorriu -É a sua cara.

Helena riu debochada e logo se sentou. Me sentei ao lado do garoto lindo.

–Rebecca, esse é meu marido Ken e meu filho Harry.

–Muito lindo seu filho -Mamãe sorriu amigavel e pediu o cardápio.

Pedimos lagostas, só há um pequeno problema...COMO SE COME LAGOSTAS?

Cara, a única coisa que eu comia lá em Chicago era Fast Food.

Mamãe não parava de conversar com o casal. Helena olhava o Harry como se quisesse come-lo, e o Harry olhava pras paredes.

–Então Harry, quantos anos você tem? -Quebrei aquele clima chato,

–Eu tenho 16, e você?

–Também -Sorri -Você estuda onde?

–Na Miami Academy High School.

–Jura?! É lá que eu estudo! -Helena saltou.

–É lá que eu vou estudar -Disse.

Harry nem prestava atenção na Helena, e ela ficava furiosa com isso.

–Suas lagostas... -O garçom colocou o prato em minha frente, me assustei com a lagosta.

–Acho que perdi a fome -Ri sem graça.

–Ai filha, come, está ótima -Mamãe quebrava aquelas patas e comia.

Todos já estavam comendo menos eu. Eu tentava imitar eles, mas não conseguia, a minha lagosta é muito dura.

–Ah, mas que coisa -Disse me irritando com a lagosta. Na mesma hora meu estômago deu uma roncada sinistra.

–é assim, olha -Harry cortou/quebrou, sei lá, a lagosta, deixando mais fácil de comer.

[...]

–Nossa, muito obrigada, pensei que eu sairia daqui de estômago vazio -Ri, enquanto caminhávamos até os carros.

–Foi nada, na real, na primeira vez que eu comi lagosta, ela saltou do meu prato e foi parar no cabelo da minha mãe -Ele riu.

–Nossa, que mico!

–E o pior é que o chefe dela estava junto!

–Coitada...

–VAMOS HARRY! -Marilyn gritou, cara eu amei o nome dela.

–Então, até amanha?

–É, acho que sim -sorri -Tchau.

–Tchau -Ele beijou minha bochecha e foi até o carro da Marilyn.

–Vem Pietra! -Mamãe me chamou e eu entrei no carro.

–Qual o seu problema Pietra? Passou açucar no corpo? Primeiro é o Justin e agora esse gato do Harry! -Helena gritou.

–Aff, não acredito, Helena para de querer a atenção só para você! -A repreendi.

–Mãe, você ouviu? Olha o que ela está dizendo! -Helena gritou novamente.

–Ai, calada vocês duas, já não aguento mais vozes! Duas horas falando sobre negócios não é fácil! -Ela deu a partida violentamente.

Helena me fuzilou com os olhos e fez cara de birrenta.

Ah, vai tomar no rego. Parece criança!

Quando cheguei em casa fui direto me arrumar para dormir, eu estava podre, uma noite de sono seria ótimo.

[...]

Acordei com o barulho do meu despertador, bati nele e o mesmo parou. Resmunguei e joguei meu lençol pro chão, me levantei e abri as janelas. Senti o sol no meu rosto, o dia estava quente, fiquei encarando aquela mansão abandonada. Era três vezes maior que essa. Mais parecia um castelo.

–Linçença... -Ouvi uma voz diferente.

–Ah, olá, tudo bem? Eu sou a Pietra, ontem nem nos conhecemos, ahn, qual seu nome?

–Cyntia -A senhora respondeu.

–Você é a Governanta, né?!

–Sim.

–Tem mais empregados?

–Não, uma doméstica vez três vezes por semana limpar a casa, e o jardineiro vem uma vez por semana, mas a única que mora aqui sou eu.

–Legal -Sorri.

–Eu vim avisar que o café está pronto.

–A ta, deixa eu só me arrumar e depois desço -Disse e fui correndo para o banheiro.

Fiz minha higiene matinal, e depois fui me vestir.

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Quando voltei para o quarto, estava tudo arrumado, ô beleza.

Peguei minha bolsa e sai correndo. Fiquei procurando a cozinha, e logo achei. Encontrei mamãe e Helena sentadas, conversando.

–Bom Dia filha -Mamãe sorriu.

–Bom dia mãe -Já fui me servindo café -Bom dia pra você também Helena, ah, sim, estou ótima, e você? -Disse irônica.

–Olá Srta. Ironia -Ela revirou os olhos.

–Pietra, eu fiquei sabendo que você tirou carteira de motorista lá em Chicago, certo?!

–é, mas eu não tinha um carro, de vez em quando eu pegava o carro do papai, mas ele não gostava muito.

–Pois é, eu fiquei sabendo disso também, então comprei um carro pra você!

–QUE? SÉRIO? OBRIGADA! -Abracei ela.

–Você o que? Mãe! Você comprou um carro para essa pirralha?!

–Vem cá filha, vou te mostrar -Mamãe ignorou a Helena e me levou até a garagem.

Ela pegou a ponta da lona que cobria o carro e arrancou.

–TCHARAM!

–OMG! Que lindo -Saltei e logo entrei no carro.

Era perfeito!

–NÃO! NÃAAAO! ESSE CARRO É MAIS BONITO QUE O MEU! -Helena entrou na garagem gritando.

–Cala a boca! -Disse, saindo do carro.

–Mãe! Ela tem instinto pobre, não vai saber usar esse carro! -Helena disse.

–Helena, saia daqui agora, antes que eu te dê um tapa na sua cara, como eu nunca fiz antes! -Mamãe disse alterada, fazendo a Helena entrar em seu carro pink correndo e sair a mil.

–Obrigada mãe, mesmo, eu amei! -Disse sorrindo de orelha a orelha.

–Denada minha linda, não demore muito pra ir ou você vai se atrasar -Ela disse e voltou para dentro de casa.

Fiquei admirando o meu novo carrinho, ah, eu vou morrer.

Voltei pra cozinha, peguei um pedaço de bolo e voltei para meu quarto, comendo. Escovei meus dentes, e desci novamente. Passei pela cozinha para ir para a garagem, não encontrei nem a mamãe, nem a Cyntia. Entrei no meu carro e dei a partida. Assim que sai de casa aquele sol bateu no meu rosto, me fazendo sentir uma celebridade.

Liguei o rádio e começou a tocar "Good Time". Deixei no volume máximo.

Eu sabia mais ou menos o caminho da escola, Justin tinha me explicado no dia anterior.

Até que não era muito longe, logo uma gigante escola apareceu. Dirigi até o estacionamento, parei em uma vaga vazia. Desci do carro e fechei a porta, acionei o alarme; Quando fui dar um passo eu voltei, olhei assustada e meu lenço tinha ficado preso na porta, ah, fala sério, tentei puxar ele...nada, puxei de novo e saiu, mas o alarme disparou. Aquele barulho era muito horrível, peguei o controle e desliguei o alarme. Me encostei no carro e suspirei. Algumas pessoas me olhavam, mas eu apenas ignorei. Ajeitei o cabelo e caminhei até a frente da escola como se nada tivesse acontecido.

Fiquei olhando as pessoas pra ver se eu achava o Justin ou o Harry, mas nada. O jeito é eu procurar a secretaria sozinha.

Entrei na escola e fiquei observando os corredores lotados. Vi uma tia da limpeza e fui até ela.

–Oi, ahn, onde é a secretaria?

–Oi querida, é virando a esquerda, ao lado de uma maquina de refrigerantes.

–Ta bom, valeu -Fui pelo caminho que ela disse.

Nossa, não é que tinha uma maquina de refrigerantes mesmo! Bati na porta e entrei.

–Posso ajudar? -Uma mulher atrás do balcão perguntou.

–ér, eu sou nova na escola e queria pegar meus materiais, horários, número do armário, essas coisas.

–Qual seu nome?

–Pietra Palmer.

Ela procurou em um arquivo.

–Você é irmã da Helena P, certo?

–Sim.

–Ok, aqui estão seus matérias, seus horários, seu armário é o 3100, e a senha é o próprio número do armário, mas você pode mudar; Sua sala é a 2063, nessa escola nos organizamos em turmas -Ela disse e me entregou os materiais.

–Ok, e o armário é mais ou menos onde?

–É no segundo andar, perto da Biblioteca.

–Ta bom, valeu.

–Boa aula -Ela sorriu e eu retribui.

Subi as longas escadas e fui atrás do meu armário, ele dava de frente com a biblioteca. Abri o armário e guardei meus livros. Hoje eu teria dois períodos de História, um período de inglês, dois períodos de Química e um período de Educação física.

Peguei meus devidos matérias e enfiei na minha bolsa. Logo o sinal bateu, fechei meu armário e fui a procura da minha sala. Todo mundo passava por mim me empurrando, cheguei até a cair no chão, mas ninguém viu. Quando os corredores se acalmaram achei minha sala, abri a porta e entrei, o professor ainda não havia chegado. Fiquei observando as pessoas e logo senti ser derrubada.

–O-M-G! -Uma mulher nova gritou -Desculpe-me -Ela me ajudou a levantar.

A sala deu uma risadinha debochada.

–Quem é você? -Ela disse ajeitando os cachos.

–Sou Pietra.

–Ah, você é a aluna nova, prazer, eu sou Amélia, professora de História.

–Prazer.

–Agora sente-se querida.

Fiquei analisando mais uma vez aqueles rostos, e encontrei dois que eu já conhecia. Justin e Harry, eles estavam sentados bem no fundão, quando eles viram que eu estava olhando pra eles, abanaram e fizeram sinal para eu ir sentar ao lado deles.

–Pietra! -Justin beijou minha bochecha.

–Pietra! -Harry beijou minha bochecha.

–Oi garotos -Me sentei ao lado deles.

–Vocês se conhecem? -Os dois perguntaram ao mesmo tempo.

–Nos conhecemos ontem -Disseram juntos e logo riram como idiotas.

–Que estranho -Harry fez uma cara engraçada.

–Gostou da escola, Pietra? -Justin perguntou todo sorridente.

–O que vi achei legal, ou seja, o corredor e meu armário -Ri.

–Depois a gente te mostra a escola -Harry disse.

–Vocês são amigos? -Perguntei.

–Somos primos -Disseram.

–LOL!

A professora começou a dar a aula, eu nunca fui muito boa em história, mas pelo menos presto atenção.