A Vocalista Da Banda Do Meu Irmão escrita por Lacrist


Capítulo 49
Capítulo 48 - Quebrando Promessas


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas! Desculpem novamente pela demora. Já virou rotina vir aqui pedir desculpas antes de postar um novo capítulo né? A faculdade tá cada vez mais difícil e olha que eu nem estou trabalhando ainda hein!
Mas chega de enrolação.
Quero agradecer a recomendação da KathWhite MUITO OBRIGADA MESMO minha linda!! Fiquei muito feliz em ler a sua recomendação, fico imensamente agradecida pelo carinho.
Se vocês preferirem, coloquem a música La La Land da Demi Lovato quando a tradução aparecer em itálico.
Boa leitura!



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Antes mesmo de abrir os olhos, eu sabia em que lugar estava. Sabia que poderia me arrepender de estar ali agora, ou mais tarde, mas eu não me importava muito com isso afinal, eu realmente estava no apartamento do Michael, relembrando os momentos inesquecíveis que vivemos ontem.

Por mais que algo dentro de mim me diga que nada daquilo aconteceu, eu sabia que não poderia ser fruto da minha imaginação toda a noite de ontem, porque a gente não consegue ejetar da nossa mente momentos inesquecíveis como esse.

Abri os olhos e percebi que Michael não estava ao meu lado. Levantei da cama abruptamente, jogando a coberta para o lado e saí do quarto tropeçando nos meus próprios pés.

Encontrei Michael cozinhando ovos e fazendo panquecas na cozinha e me escorei no batente da porta para ficar admirando-o por alguns poucos segundos.

Eu sabia que o nosso trato era esquecer tudo o que aconteceu ontem quando o dia finalmente clareasse mas eu me recusava a fazê-lo enquanto estivesse ali dentro do apartamento, perto dele.

Michael parecia despreocupado enquanto cozinhava. Ele vestia apenas a calça azul marinho quadriculada de seu pijama, e seus cachos estavam meio desgrenhados.

Ao vê-lo assim, tão casual e despojado, senti uma louca vontade de abraçá-lo. Mas eu me contive, pois não podia mais agir daquela forma. Nosso trato não permitia.

Michael virou-se para mim e deu um sorriso. Ele estava corado, e algo naquela timidez repentina fez com que a vontade de abraçá-lo voltasse com força maior.

– Bom dia. Estou fazendo o café da manhã para nós. – disse Michael, colocando as panquecas nos pratos junto com os ovos e levando-os para a mesa logo em seguida. Resolvi ajudá-lo, pegando a jarra de suco de laranja que estava em cima da bancada da cozinha e levando-a para a mesa.

– Desde quando você cozinha? – Ergui uma sobrancelha para ele quando se sentou de frente para mim.

Michael me olhou de modo cauteloso antes de responder.

– Aprendi a cozinhar quando fui para Londres, com umas tias muito entediadas. – disse ele, desconcertado, comendo os ovos e a panqueca para disfarçar. Me senti meio desconcertada também por ter lembrado da ida de Michael a Londres, pois ele havia mentido sobre para onde tinha ido e por não ter me avisado que ia embora. Isso já tinha acontecido há anos atrás, mas ainda doía vez ou outra.

– Entendi. – dei um meio sorriso para Michael enquanto comia a panqueca, que estava bem gostosa. Bebi um grande gole do suco de laranja, torcendo para que o nó que tinha se formado em minha garganta se desfizesse.

– Ever, me desculpe de novo por ter te deixado. Não só por isso, pois eu pude ter voltado depois que tudo foi resolvido e eu não voltei. Eu tive medo, fui mesmo um covarde. Eu tinha certeza de que não conseguiria te encarar se tivesse que fazê-lo. – Os olhos de Michael estavam vermelhos e por um momento, senti vontade de acariciar o seu rosto. O nó em minha garganta acabou não se desfazendo, e falar sobre esse passado distante que ainda era doloroso fazia com que a minha sanidade se perdesse lentamente.

– Está tudo bem, Michael. – falei, mas acho que Michael acabou percebendo o tom de incerteza em minha voz. Eu queria poder superar tudo o que aconteceu, mas havia algo que ainda me puxava para baixo.

Eu o desculpava por tudo o que aconteceu, mas não podia negar que a situação ainda abria feridas no meu coração que nunca cicatrizaram.

Antes que Michael pudesse falar mais alguma coisa, me levantei apressada quando vi a hora que os ponteiros do relógio marcavam.

– Droga, eu tenho que ir. – falei, lembrando-me que o concurso de canto no qual havia me inscrito era hoje. Eu tinha muito o que fazer. – Você vai precisar de ajuda para arrumar a mesa?

– Não, mas tem certeza de que você vai sair por aí com a minha camisa? – ele perguntou, dando uma tossida para tentar disfarçar a vontade que ele tinha de rir da minha cara. Fiquei vermelha quando olhei para o meu corpo e encarei Michael com os olhos meio arregalados.

– Tem razão. Eu já volto. – Coloquei o vestido que usei no casamento de Caroline, já que eu não tinha outra roupa para vestir. Eu poderia até fuxicar o armário dele para ver se tinha alguma roupa de Lindsay perdida mas eu me contive, afinal, vai que ainda tem pó de mico nelas? Sem contar que seria esquisito sair por aí com as roupas da ex dele.

– Eu te levo até em casa. – disse Michael, assim que apareci na sala. Ele havia posto uma camisa escura de manga curta e não havia tirado a calça do pijama.

Assenti, andando em direção a porta e me assustei quando senti a mão de Michael me puxando pelo pulso e me levando de encontro a ele. Antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa, ele ergueu o meu rosto e me deu um beijo que pareceu derreter todo o meu corpo.

Minhas mãos grudaram em seus cachos emaranhados enquanto as suas mãos passavam por todo o meu corpo. Meu corpo todo parecia ter entrado em curto circuito. Michael parecia ser o único capaz de me deixar daquele jeito.

– Depois que saírmos desse apartamento, tudo será esquecido. – Meu coração se entristeceu quando Michael me lembrou do nosso “trato”.

– Então acho que não fará mal algum se aproveitarmos um pouco mais. – eu disse, puxando-o para mim e lhe beijando com fervor.

(...)

Eu ainda não acredito que depois de tudo o que aconteceu entre vocês dois vocês ainda não decidiram ficar juntos! – disse Caroline pelo telefone, exasperada. Não estava nos meus planos perturbá-la em sua lua de mel, mas eu precisava contar tudo o que aconteceu ontem e hoje para a minha melhor amiga.

– Eu não te liguei para ouvir sermão. Acredite, Chris e Yuri já me deram broncas suficientes. – respondi, suspirando logo em seguida. – Estou uma pilha de nervos com o concurso e nem sei o que vestir.

Queria poder ir para berrar muito na sua torcida. – lamentou ela, tristemente.

– Não se preocupe. Aproveite a sua lua de mel. – Caroline deu um gritinho quando proferi aquela frase.

Jeremy e eu estamos nos divertindo muito! – Pude sentir que a minha melhor amiga estava sorrindo. – Agora vou ter que desligar. O Jeremy está me chamando.

– Mande um beijo para o Jeremy. Ah, e divirtam-se!

Obrigada, amiga. Amo você.

– Também amo você.

Encerrei a ligação e me joguei de qualquer jeito na cama, mal acreditando que o concurso era hoje. Minha vida poderia mudar drásticamente naquela noite. Fiquei cantarolando a música que eu cantaria, sentindo que o nervosismo já tomava conta de todo o meu ser.

– O que você está fazendo aí deitada? – perguntou Serena, entrando no meu quarto com Selena, Chris e Yuri em seu encalço. – Levante-se, temos um concurso para te arrumar. – completou, enquanto Selena e Chris me ajudavam a levantar da cama.

– Mas...

– Nada de “mas”. Eu e Serena fizemos um vestido lindo para você usar hoje. Chris e Yuri vieram para dar apoio moral. – Selena levantou um cabide, onde havia um vestido embalado em um plástico de material resistente.

– Talvez ainda precise de uns ajustes, portanto, vista-o. Seremos sua fada-madrinha.

– E quanto a nós? – Chris e Yuri perguntaram juntos.

– Vocês serão os duendes ajudantes das fadas.

Peguei o vestido e fui me trocar no banheiro. Isso me fez lembrar da época em que ainda fingia ser Claire Collins, a falsa prima do Michael. Apesar de tudo, aquela época da minha vida foi uma das melhores.

Assim que terminei de me vestir, me olhei no espelho. O vestido era lindo e preto. Tinha um decote discreto que era cheio de sensualidade. Seu comprimento ia até a metade das coxas e era bem justo na cintura, mas criava uma armação interessante na barra, que o deixava bem rodado. Ele possuía várias camadas por baixo para poder dar aquele volume todo na parte da saia.

– Está perfeito! Só precisamos ajeitar um pouco as alças. – disse Serena, pegando seu kit de costura. – Não se preocupe. Quando acabarmos, você estará linda.

– Os ajudantes das fadas vão procurar algo interessante para fazer lá embaixo. – disse Yuri, sendo seguido por Chris. Soltei um suspiro, me sentindo esquisita. Ninguém estava parecendo se importar com o fato de que eu ia participar de um concurso hoje. Eu havia falado para meus pais, irmãos e amigos, e fiz questão de lembrá-los disso sempre que eu podia, mas a casa estava tão silenciosa quanto qualquer outra da vizinhança.

(...)

Assim que as garotas terminaram de me maquiar, já estava quase na hora de ir para o concurso. Nem sinal dos meus pais, ou de Jack ou do papagaio do William. Ninguém tinha se importado em pelo menos pegar o telefone para me desejar boa sorte.

– Você está linda! – exclamou Chris, quando me viu devidamente pronta. Eu tentei dar um sorriso, mas não consegui. Eu estava completamente nervosa, e não ajudava em nada saber que ninguém havia sequer vindo até o meu quarto falar comigo.

– Você não vai estar sozinha lá, Ever. Tenha certeza disso. – Chris disse, colocando as duas mãos em meus ombros e me encarando com convicção. Assenti com a cabeça, enquanto Serena e Selena tiravam fotos minhas. Yuri também me fotografou algumas vezes.

– Eu tenho cara de modelo agora? – perguntei brincando, enquanto meus amigos davam risada.

– Ah, qual é, Ever! Você está uma gata! – disse Yuri, guardando o celular. – Chris vai te dar uma carona até o concurso.

– Muito obrigada, galera. Eu adorei o vestido.

Saí do quarto acompanhada dos meus amigos. Meus pais não estavam em canto nenhum, assim como Jack. Meu coração se encheu de tristeza.

Serena e Selena se despediram de mim e eu entrei no carro junto com Chris e Yuri. Chegamos rapidamente no local do concurso, que pude notar que era enorme. Haviam alguns repórteres na porta, e muitos artistas de renome entravam no lugar. Eu tremi no banco do carro, enquanto Chris e Yuri gritavam com a visão de uma mulher que eles juravam ser a Beyonce.

– Ela não é a Beyonce. – eu disse, tampando os ouvidos. – Parem de gritar, por favor.

Olhei aflita para fora, vendo quantas pessoas se dirigiam para lá. Me virei para meus amigos com os olhos arregalados de aflição.

– Vocês vão entrar comigo? Coloquei os nomes de vocês na lista. – Pus a mão na maçaneta da porta quando Chris parou o carro para que eu descesse. Olhei esperançosa para os dois.

– Nós vamos sim, só preciso encontrar um lugar para estacionar. Esse lugar está lotado já. – Chris respondeu, me fazendo ficar animada.

– Vejo vocês lá dentro. – Dei uma piscadela, saindo do carro logo em seguida.

Me identifiquei para os seguranças que logo liberaram a minha entrada. Encontrei um dos organizadores do concurso que me mostrou em qual camarim eu ficaria. No caminho, vi que haviam uns 10 competidores contando comigo. Eles estavam parados cada um na porta de seu camarim, provavelmente olhando para todas as pessoas que competiriam com eles. Percebi que a maioria me olhava de cima a baixo como se me odiassem antes mesmo de me conhecer. Claro, deveriam me conhecer como a garota que arruinou o noivado de Michael e Lindsay.

– Fique a vontade, Williams. – disse Josh, o simpático organizador do concurso.

Entrei em meu camarim, que era composto por um pequeno sofá branco, uma mesa branca de madeira que tinha um espelho cheio de lâmpadas em sua borda e uma mesinha menor, de vidro, que continha frutas, biscoitos e doces. Também notei que havia um frigobar com latinhas de refrigerante.

Abri um saco de Fandangos e peguei uma latinha de coca-cola no frigobar, sentindo que a última coisa que eu faria com os outros competidores era amizade.

(...)

O concurso seria transmitido ao vivo para alguns canais e faltava pouco para começar. Alguns competidores vieram ao meu camarim me desejar boa sorte, e ficamos conversando por um tempo.

Eles eram engraçados e me fizeram esquecer o nervosismo que eu sentia. Um deles era o Vic, um cara de topete que parecia meio introspectivo. Também tinha a Tracy, uma baixinha morena, Britt uma garota de cabelos coloridos e um homem careca bem forte e seu amigo, que tinha um moicano enorme na cabeça.

Logo, todos os outros competidores (que eu não havia ido muito com a cara) também estavam em meu camarim. Uma loira aguada que olhava para tudo e para todos como se estivesse entediada e uma ruiva que adorava ficar me observando.

– Como é namorar Michael Salvatore? – perguntou Tracy, com os olhos brilhando. Fiquei mais vermelha do que um pimentão.

– Nós não somos mais namorados. – respondi, constrangida.

– Gostei muito do que você e os seus amigos fizeram na festa da Lindsay. – disse o careca fortão, sendo apoiado pelo seu amigo.

– Eu não me orgulho muito do que fizemos, apesar de ter sido muito divertido.

– Você destruiu o relacionamento deles, sabia disso? – Se intrometeu a loira aguada, sendo apoiada pelo outro grupo de competidores, que havia entrado em meu camarim. Isso já estava virando um abuso.

– Eu não destruí o relacionamento de ninguém! Os dois não se amavam e por isso, decidiram se separar. Mas que saber de uma coisa? Isso não é da sua conta! – falei irritada. Eu não tinha paciência para tanta gente esnobe que achava que sabia tudo sobre a minha vida. Eles se achavam melhores do que os outros e eu tinha nojo de gente daquele tipo.

O pessoal começou a rir, até mesmo os que pareciam estar do lado dela, o que pareceu irritá-la ainda mais.

Nessa hora, Josh apareceu novamente para nos avisar que o concurso estava prestes a começar e que éramos para nos dirigir até o backstage.

Eu seria a última a apresentar, o que me faria definhar de desespero.

Após ter descoberto que seria a primeira a cantar, a loira aguada que descobri que se chamava Grace, sacudiu os cabelos de maneira grotesca e confiante, se dirigindo para o palco. Não consegui vê-la de onde eu estava, mas pela sua apresentação, percebi que ela tinha uma voz bem bonita.

Tive medo de desfalecer antes mesmo de conseguir me apresentar.

(...)

Quando chegou a minha vez de cantar, meu corpo todo tremia e meus pés não conseguiam se mover. Tive que ser empurrada pelo apresentador do concurso para poder entrar no palco e tropecei em obstáculos imaginários, fazendo com que o público desse risada. Me posicionei no meio do palco e tentei não olhar muito para os jurados, apertando o microfone de uma maneira meio exagerada.

Meus olhos se focaram na platéia e pude ver os refletores posicionados em minha direção, juntamente com as câmeras e dei um sorriso emocionado e aliviado ao ver meus pais, Jack, Chris, Yuri, Serena, Selena, Alfonso, Caroline e Jeremy no meio da platéia, segurando cartazes com o meu nome. Me surpreendi ao ver Michael ali também, tão sorridente quanto os meus amigos e familiares. Não acreditava que Caroline e Jeremy haviam voltado da lua de mel somente para me dar apoio.

A música que eu cantaria começou a tocar e eu soltei a minha voz do jeito que eu sempre soube que faria quando o momento chegasse, só que de uma forma mil vezes mais real e intensa.

Eu sou confiante, mas

Ainda tenho meus momentos

Baby, essa sou eu

Eu não sou uma super modelo

Eu ainda como no McDonald's

Baby, essa sou eu

Comecei a andar pelo palco, tentando esquecer tudo, até mesmo todo o nervosismo para sentir a música fluindo pelas minhas veias como se já fizesse parte de mim.

Bem, alguns dizem que eu deveria ter medo

De perder tudo

Por causa de onde eu vim

Onde eu comecei

Onde eu fiz meu nome

Bem, tudo é o mesmo

Na máquina de Los Angeles

(Máquina, máquina)

Meus pés começaram a se mexer conforme a música, que era animada o suficiente para que a plateia se levantasse também. Queria que todos se conectassem com a música da forma que eu estava tentando me conectar.

Quem disse que eu não posso usar meu

All star com o meu vestido

Bem, querido, essa sou eu

Quem disse que não posso ser solteira

E tenho que sair e me enturmar

Querido, essa não sou eu

Não, não

Levantei o braço para o ar e fechei os olhos por um momento. Depois, encarei todos os jurados com determinação. Eu sentia que meu momento havia chegado e ninguém poderia me tirar dele.

Bem, alguns dizem que eu deveria ter medo

De perder tudo

Por causa de onde eu vim

De onde eu comecei

Onde eu fiz meu nome

Bem, tudo é a mesma coisa

Em Los Angeles

Meu coração estava acelerado pela adrenalina, e meu corpo todo tremia, mas não deixei que ninguém percebesse aquilo.

Me diga, você se sente como eu me sinto?

Porque nada mais é real

Em Los Angeles para mim

Bem, alguns dizem que eu deveria ter medo

De perder tudo

Por causa de onde eu vim

De onde eu comecei

Onde eu fiz meu nome

Bem, tudo é a mesma coisa

Na máquina de Los Angeles

Eu sentia que poderia flutuar pelo palco enquanto cantava. Eu e a música estávamos nos tornando uma só.

Bem, eu não vou mudar

Na máquina de Los Angeles

Vou ser a mesma

Em Los Angeles

Máquina

Máquina, máquina

A galera vibrou quando eu gritei e me senti feliz e liberta com aquilo. A música sempre foi o meu porto seguro, e poder provar para todos e mais ainda para mim, era mais uma realização de um sonho.

Eu não vou mudar nada na minha vida

(Eu não vou mudar nada na minha vida)

Eu vou ser eu mesma esta noite

(Eu vou ser eu mesma esta noite)

A galera começou a cantar os trechos finais da música junto comigo, e meus olhos ficaram cheios d’água somente por estar ali em cima daquele palco. Enquanto eu sentia a música, que já estava acabando, algo me preencheu, e não era mais o medo de fracassar ou o nervosismo que era injetado dentro do meu coração. Era algo muito maior e muito mais bonito.

Levantei o braço no ar, apontando um dedo para cima assim que a música acabou. A plateia me aplaudiu de pé e eu agradeci, antes de me retirar do palco. Foi a primeira vez em vários anos que consegui me sentir completa sem ter que precisar lidar com o vazio que viria logo em seguida.

(...)

O apresentador, um quarentão simpático e bem-humorado, chamou todos os competidores para o palco e pegou o microfone para anunciar o vencedor. Fiquei com vontade de fazer xixi de nervoso, enquanto Grace agia como se já tivesse ganho o concurso.

– Todos os participantes tem um talento único e especial. Vocês são incríveis! – A galera berrou com a frase do apresentador. – Mas, infelizmente, só um ganhará o contrato com a gravadora e a quantia de dinheiro! Sem mais delongas, quero anunciar que o vencedor ou vencedora do concurso é... EVER WILLIAMS!

A partir desse anúncio, parece que tudo ficou em câmera lenta. Eu sabia que tinha ganhado, mas era como se a ficha ainda não havia caído.

Eu gritei, comemorei de forma contida junto com a plateia enquanto os outros competidores me parabenizavam e Grace saía correndo do palco chorando. Os jurados do concurso também me abraçaram, enquanto uma chuva de papéis picados caíam sobre nós.

Meus amigos e familiares vieram me abraçar e a ficha logo foi caindo e a felicidade, me invadindo cada vez mais.

O primeiro a me abraçar foi Jack, que agora maior, não conseguia mais abraçar as minhas pernas como fazia, quando era pequeno. O peguei no colo e o girei no ar, fazendo com que ele desse gargalhadas.

Mamãe e papai me esmagaram num super abraço apertado, chorando feito bobos.

– Eu sabia que você iria ganhar, querida. – disse mamãe, afagando o meu rosto.

– Parabéns, querida. Eu estou muito orgulhoso de você. – completou papai, sorrindo.

– PARABÉNS, EVERZITA! – Gritaram juntos Chris, Yuri, Selena e Serena.

– Não acredito nisso!

– Pois pode acreditando, Garota Slipknot. – falou Yuri, empurrando Chris para o lado para poder me abraçar.

– Pirralha, você canta muito! – disse Jeremy, me pegando no colo e me rodopiando. Dei várias gargalhadas.

– O que vocês estão fazendo aqui? – perguntei assim que Jeremy me colocou no chão e Caroline vinha para me abraçar.

– Acha mesmo que te deixaríamos na mão num dia tão importante para você? – questionou Caroline, sorrindo, enquanto meus olhos se enchiam de lágrimas. – Nós te amamos, Ever.

Eu e Caroline nos abraçamos novamente e logo, Jeremy, Chris e Yuri se juntaram ao nosso abraço.

– Você é nossa irmã. – disse Chris, me fazendo sorrir.

– Sempre soube que você iria longe. – Alfonso se aproximou de mim de mãos dadas com uma loira bem bonita, que parecia ser apenas dois anos mais nova do que ele. – Essa é a minha namorada, Cindy. – Nos cumprimentamos rapidamente. Cindy era bem simpática e me parabenizou bastante, dizendo que eu era muito talentosa.

Senti alguém tocar o meu ombro e Alfonso sorriu de modo cúmplice para quem quer que estivesse atrás de mim.

Me virei e encontrei Michael parado em minha frente. Ele sorria.

– Você esteve maravilhosa lá em cima. – disse ele, me abraçando.

Fechei os olhos e sorri com aquele elogio, tendo dificuldade em tirar da cabeça tudo o que havia acontecido entre nós ontem a noite e hoje mais cedo.

– Obrigada. – respondi, sem conseguir tirar os olhos dele. Michael deu um meio sorriso, enquanto me encarava de uma forma que me deixou sem fôlego.

– Hey, Ever! Os patrocinadores do concurso e os produtores musicais da gravadora responsável por produzir o seu CD deseja dar uma palavrinha com você. – disse o apresentador, animado, cortando totalmente o clima que havia rolado.

Fui até os produtores com um ânimo que mal cabia em meu peito, mas não pude evitar olhar para trás. Encontrei Michael parado da mesma maneira que o deixei, mas agora, ele olhava fixamente para mim.

(...)

Depois de jogar conversa fora com alguns artistas, jurados e etc, e dar algumas entrevistas para os repórteres (que graças a Deus não me perguntaram nada sobre Michael e Lindsay), eu finalmente pude voltar para a minha família e meus amigos. O pessoal do concurso tinha marcado uma reunião para lermos juntos todas as cláusulas do contrato e também para acertarmos todos os detalhes para que eu pudesse começar a gravar o meu primeiro CD o quanto antes. Fiquei de lhes mostrar as minhas composições e eles ficaram animados com isso. Eu estava eufórica, e queria muito comemorar do meu jeito, tipo pulando igual uma louca e gritando até ficar rouca, mas eu não podia porque tinha que preservar a minha voz e porque havia muita gente por perto me observando.

Fui ao encontro dos meus amigos, mas alguém me puxou pela cintura e me suspendeu no ar.

– Parabéns, Ever! – gritou Danny assim que me colocou no chão. Lindsay vinha atrás dele, meio desconcertada.

– Obrigada, Danny. – respondi, observando Lindsay. Ela sorriu para mim assim que olhei em sua direção.

– Fico feliz que tenha vencido o concurso. – Lindsay disse, me abraçando. Me lembrei de que foi ela que havia posto o panfleto do concurso no meu quarto, mesmo sem saber o motivo dela ter feito isso.

– Eu também. – concordei, fazendo com que Danny risse.

Eu a abracei e cochichei em seu ouvido:

– Obrigada.

Lindsay piscou para mim e sorriu de forma sincera. Estávamos prontas para seguir em frente.

Mandy e Stacy me ligaram me parabenizando pela vitória e disseram que eu estava famosa, já que meu rosto apareceu em vários canais de televisão. William também me parabenizou por telefone e Sebastian o delatou, dizendo que William e Mandy estavam namorando, o que achei bem cômico.

– Amiga, tenho que voltar para a minha lua de mel, mas quando eu voltar, eu, você, Chris e Yuri vamos sair para comemorar ok? – Assenti positivamente com a cabeça. – Seu pai está querendo fazer um baile de comemoração para você na Escola de Artes no próximo sábado.

– Obrigada por ter pausado a sua lua de mel só para vir aqui me apoiar. – eu disse, abraçando apertado a minha melhor amiga.

– Não há nada que eu não faça por você, minha melhor amiga.

Meus olhos ficaram marejados, mas não tive tempo para chorar, pois Chris e Yuri vieram nos esmagar em um abraço de urso.

Procurei por Michael enquanto era sufocada, mas não o vi em lugar nenhum.

(...)

Cheguei em casa bem tarde e cansada. Meus pais, Jack e eu dividimos uma pizza enorme de Calabresa antes de irmos tomar banho e dormir. Nós rimos, tiramos fotos juntos e brincamos e eu me senti ainda mais feliz por fazer parte de uma família como a minha.

Quando eu me deitei, tentei fechar os olhos sem pensar em nada, mas meu coração acelerou de alegria ao me lembrar que o meu sonho estava começando a se realizar.

Caí no sono pensando no concurso vencido e em Michael, que tinha ido embora sem ao menos se despedir de mim.

Flashback ON

– Michael, me desculpa por favor. - Me joguei em seus braços sem medo de que ele me afastasse. Anjinho me abraçou e quando eu percebi, já havia derramado algumas lágrimas.

– Hey... não fique assim. Já passou. - Ele disse de forma doce enquanto enxugava as minhas lágrimas. - Quer vir comigo na roda-gigante? - Balancei a cabeça positivamente, sem nem me importar com meu medo de altura.

Subimos no brinquedo e conforme ele subia, eu ficava com mais medo. Coloquei a mão na barra de ferro enferrujada, tremendo. Quando Michael me olhou, eu soltei a barra rapidamente.

Segurando em minha mão, eu me senti segura. Michael sorriu quando eu parei de tremer.

– Olhe só isso, Ever. Não é lindo? - Michael apontou com a cabeça para a vista em minha frente. Eu tinha que concordar com ele, pois era realmente linda. Eu podia ver parte da cidade e o parque inteiro de onde eu estava. Fora o céu estrelado e a lua que pareciam estar mais perto de mim do que nunca.

– É lindo mesmo. - Sorri, sentindo menos medo que antes. O brinquedo não girava tão rápido.

– Me desculpe pelas coisas que eu lhe disse. - Olhei para ele, vendo seu olhar arrependido sobre mim. - Quero que você fique com isso. Só abra quando você se sentir preparada para ler. Quando não houver mais nenhum medo em seu coração. - Michael retirou de dentro de sua mochila uma caixinha média de madeira verde-água, colocando-a em meu colo.

– Tudo bem... - Eu disse, morrendo de curiosidade. Fiquei observando a caixa atentamente antes de me voltar para Michael. Nossos rostos estavam próximos naquele momento e a única coisa que eu desejava era beijá-lo. E foi exatamente isso que eu fiz.

Flashback OFF

Acordei assustada e com o coração bem acelerado. Pulei da cama e tropecei na mesinha de cabeceira, urrando de dor. Acendi a luz do quarto e tentei me lembrar onde eu havia guardado a caixinha que Michael me dera no parque de diversões. Eu nunca tinha aberto a caixa por causa da raiva e da tristeza que eu sentia, mas a raiva já havia passado há milênios e eu não havia notado.

Olhei para a mesinha de cabeceira e eu me lembrei de que eu havia trancado a caixa dentro de uma gaveta, prometendo que nunca abriria aquela gaveta.

Flashback ON

Peguei todas as coisas que me lembravam o Michael, inclusive a caixa de madeira que ele me dera quando estávamos no parque. Lembro até hoje o que ele me dissera:

"Quero que você fique com isso. Só abra quando você se sentir preparada para ler. Quando não houver mais nenhum medo em seu coração. - Michael retirou de dentro de sua mochila uma caixinha média de madeira verde-água, colocando-a em meu colo."

Joguei a caixa dentro de uma gaveta e a tranquei ali. Eu não abriria aquilo. Nunca.

Flashback OFF

Destranquei a gaveta com a chave que eu ainda guardava dentro da minha caixinha de jóias e peguei a caixa com as mãos trêmulas, pensando que depois de tantos anos, eu estava prestes a quebrar a minha promessa.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que vocês acham que tem na caixa que o Michael deu?
Lindsay e Ever finalmente estão seguindo em frente!!
E Ever ganhou o concurso. Finalmente os sonhos dela estão se tornando realidade.
Meninas, peço que comentem o capítulo para eu poder obter um feedback de como estou escrevendo e tals... a fanfic está na reta final, faltam 3 capítulos para terminar, sendo que o último é um epílogo.
Desculpem por não responder mais as reviews, é que tá tenso pro meu lado conciliar faculdade e escrita HSUAHSUAH Mas eu vou voltar a responder, só tenho que regularizar minha vida acadêmica primeiro KKKK
Espero que tenham gostado do capítulo, apesar da minha demora
Pra quem quiser, tá ai o grupo da fic no face: https://www.facebook.com/groups/144846885706714/
Confiram meu blog, se vcs gostam de textos e resenhas: http://asuautopia.blogspot.com.br/
Boa semana para vocês, minhas lindas