She's On Your Mind escrita por Miller


Capítulo 1
She's on your mind


Notas iniciais do capítulo

Well, minha primeira Finnick/Annie, e preciso dizer: não é a melhor fanfic do mundo e eu estou realmente destreinada com THG.
Fazia algum tempo que não escrevia sobre THG, aí, em meio à minha música favorita do The Fray, Over My Head, surgiu essa :)
Não tem começo, nem meio, nem fim. É apenas um monte de coisas desconexas que eu ainda não entendi porque escrevi.
As partes da música também estão desordenadas, postas de forma a combinar com a fic.
Bem, para as pessoas corajosas que vão seguir em frente: Vocês tem meu respeito.
Boa leitura!



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Eu nunca soube
Eu nunca soube que tudo estava caindo


As lágrimas deslizavam suavemente pelo seu rosto, fazendo-a parecer desmedidamente frágil. Meus pés pareciam grudados no chão e eu não conseguia me forçar a chegar mais perto.

Seus longos cabelos caiam em cascata por suas costas e tudo o que eu queria era poder tocá-los, mas havia alguma parte de mim que me impedia.

Impedia-me de seguir até ela e confortá-la. Impedia-me de fazer algo para acalmá-la.

E essa mesma parte dizia para mim o quão errado era aquilo.

Vê-la sofrer estava além de qualquer tortura que eu pudesse suportar e, mesmo assim, me sentia incapaz de fazer qualquer coisa para ajuda-la.

Então eu ficava ali, vendo-a desmoronar.

Mais uma vez...


Que todos que eu conhecia estavam esperando em uma fila
Para virar e correr quando tudo que eu precisava era a verdade

Gostaria de ter alguém ali para me auxiliar, mas todos em que um dia confiara sumiram. Evaporaram mais rápido que água ao fogo.

Num momento todos estavam ali, próximos, felizes e, no outro, haviam sido afastados de mim. Tirados a força.

E então me restava apenas ela. Annie.

Quem diria? Quem diria que eu podia sentir algo daquele jeito? Quem diria que Annie seria o que me salvara da loucura?

E ainda assim eu não conseguia a fazer parar de sofrer, porque eu não conseguia admitir a verdade a mim mesmo.

E mesmo que conseguisse, tinha certeza de que não poderia fazer nada à respeito.

Porque eles me impediam. A maldita Capital com suas leis idiotas que faziam as mais terríveis atrocidades apenas para tapar os olhos do povo e fingir que tudo estava bem.

Meus punhos fecharam ao pensar naquilo, porque era a Capital que me fizera passar por tanto sofrimento.

E era por culpa da Capital que eu não conseguia dar mais nenhum passo até onde ela estava.


Mas é assim que tem que ser
Está se tornando nada mais que apatia
Eu preferiria correr pro outro lado do que ficar e ver
A fumaça e quem ainda está de pé quando tudo se dissipa

Os jogos terminaram, corroeram-me completamente por dentro e a parte de fora somente se salvara por causa dos cuidados imaculados da Capital. Afinal eu era valioso para eles.

Eu era valioso. Annie não era.

Enquanto eu tinha muita atenção sobre mim, Annie decaia cada vez mais em sua loucura.

E havia muitas horas em que eu daria tudo para poder enlouquecer junto com ela.

Era difícil demais saber que na maior parte do tempo ela não estava realmente ali, mas sim em um mundo qualquer em que os Jogos ainda atormentavam.

Tic. Tac.

Ela me dissera que sua mente era como um relógio estragado. Em um momento parava completamente, perdido no passado, e depois voltava a funcionar, porém nunca no tempo certo. Sempre atrasado. Sempre com defeito.

Eu nunca disse à ela o quanto tudo o que ela havia se tornado me cativava.

Talvez as pessoas rissem se eu contasse que era de uma louca que eu gostava. Mas a maior parte dessas pessoas não entendia o quanto Annie era bonita em seus momentos.

O quanto seus olhos brilhavam toda a vez que se perdia em pensamentos, às vezes de alegria. E às vezes por causa das lágrimas que a atormentavam toda a vez que as lembranças de massacre atormentavam sua mente.

Antes não conseguia entender como era possível sentir tanto por alguém tão quebrado, mas depois de algum tempo percebi que era porque, assim como ela, eu havia sido feito em pedaços.

Vamos reorganizar
Eu queria que você fosse um estranho eu pudesse desligar

— Finnick? – a voz de Annie arrancou-me de meus devaneios. Seus grandes olhos pareciam ver minha alma e o sol que entrava da janela em que ela estava encostada faziam seus cabelos reluzirem.

— Annie – consegui fazer minha voz sair. As lágrimas já não caiam mais, a única prova de que elas existiram era o rastro molhado que havia em seu rosto.

— O que faz aqui? – ela perguntou suavemente.

A verdade era que nem mesmo eu sabia. O que eu estava fazendo ali? Porque tudo relacionado à ela parecia me atrair como borboletas na luz?

Olhei-a por algum tempo, tentando achar as respostas para minhas intermináveis perguntas.

Muitas vezes havia querido sair e deixar tudo para trás. Fugir para um lugar onde ninguém pudesse me achar e viver longe de toda essa loucura.

Porém eu lembrava dela. E essa vontade sumia tão rápido quanto havia chegado.

E eu não conseguia entender.



Todo mundo sabe que eu estou
No meu limite
No meu limite


— Não sei – respondi por fim, deixando toda a tensão escapar de meu corpo, ficando trêmulo e cansado.

Eu estava em meu limite, e o estranho era que eu nem sabia como tinha chegado lá.

Tinham sido as intermináveis horas pensando nela? Ou talvez os pesadelos sem fim que me acometiam toda a vez que fechava os olhos?

Talvez fossem os dois.

Annie caminhou lentamente até mim, seus olhos sem nunca desprenderem dos meus, e me abraçou.

A quantidade de emoções que me tomou quando eu a senti tão próxima de mim era indescritível. Naquele momento eu podia explicar todas as razões que tinha para gostar dela. Para estar ali.

Então ela me soltou, e tão repentinamente quanto havia chegado perto, afastou-se e voltou a contemplar a janela.

E de repente eu me torno uma parte do seu passado
Eu estou me tornando a parte que não dura
Eu estou perdendo você e isso é sem esforço

Mais uma vez perdida em pensamentos.

Era como se ela estivesse em coma e somente em poucos minutos voltava a ver novamente.

E então voltava a adormecer, tão perdida nas suas memórias que eu não sabia se ela voltaria novamente.

E isso me assustava, porque a perspectiva de perdê-la para ela mesma era tão aterrorizante que me angustiava, deixava-me sem forças.

O calor que me atingia toda a vez que ela olhava diretamente para mim, sem nenhuma sombra de terror em seu olhar, era desmedidamente maravilhoso. Eu faria qualquer coisa para vê-la sempre daquela forma.

Mas novamente eu não sabia o que fazer.

Porque estava muito além das minhas forças poder trazê-la de volta.

Mesmo que eu soubesse que quando eu estava perto ela ficava mais atenta.

Uma lágrima desceu por meu rosto, caindo até perder-se em minha camisa.

Era tão duro para tê-la e tão fácil de perdê-la.

Eu estou me tornando a parte que não dura
Nunca pensei que você quisesse terminar
Não vou deixá-la cair até que torture a nós mesmos

Era como se, para ela, eu fosse apenas mais uma lembrança.

Uma das poucas lembranças boas que estavam perdidas no oceano de sua mente tempestuosa, que ia e vinha sem um tempo certo.

E aquilo doía.

Mais uma vez o sol tocou em seus cabelos, fazendo a luz espalhar-se em pequenos pontos brilhantes até mim.

E então eu entendi.

Todo mundo sabe que eu estou
No meu limite
No meu limite

Não importava realmente se sua consciência sobre mim era tão relapsa e escassa.

Eu tinha uma parte dela, talvez tão ínfima quanto os brilhos de luz que seus cabelos produziam, mas era alguma coisa.

E eu a amava demais para deixar isso passar. Eu percebi que seria capaz de enfrentar mil anos de indiferença de sua parte, se eu tivesse um ano dela para mim.

Porque, éramos duas peças de um mesmo quebra cabeça. Encaixávamos ambos com seus ferimentos, porém havia uma parte nossa que ainda estava viva, e que pulsava no mesmo ritmo.

Com oito segundos faltando para o fim
Ela está em sua mente
Ela está em sua mente

— Eu te amo, Annie – eu lhe disse, certo de que ela não ouviria em meio a seus devaneios.

— Eu também te amo, Finnick – ela sussurrou de volta, tão baixo que eu pensei ter imaginado.

Mas seus olhos estavam nos meus e eu soube que era verdade.


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Notas finais do capítulo

Yeyy, tem algum corajoso por aqui?
Que tal mandar um um review dizendo o que achou? Mandando eu tomar um remedinho pela loucura de postar essa fic aqui?
Eu vou amar ler seus comentários :)
Beijoos :*