P.O.V. MEL 

Enfim,chegamos em Stratford bem,fiquei um pouco enjoada,mas nada que se preocupar.Estava com minha mãe em casa desarrumando as malas,o Justin foi pro apartamento dele,dizendo que mais tarde passava aqui,e veríamos direito sobre contar pros meus pais,sobre o noivado.

A JJ,acaba de chegar gritando feito uma louca,pra saber da minha viajem,eu queria muito contar todos os detalhes pra ela,mas a minha mãe não desgrudava do meu pé.Ela também queria saber de tudo! Até que a campainha tocou e minha mãe desceu pra atender.

- Então,pode começar do zero! - ela disse toda alegre.

- Eu vou me casar! - foi a única coisa que veio na minha cabeça.Eu esperava mais da reação dela,que ficou parada me olhando.

- Repete...NÃO! NÃO MESMO MELINA! - ela não esperou que eu repetisse e já começou com seu escândalo nervosa. - MELINA,VOCÊ SÓ TEM 17 ANOS!

- Fala baixo.Meus pais não sabem ainda! - parece que aquilo a deixou mais nervosa ainda.

- Você esta grávida? ESTÁ NÃO É? Eu não acredito! Você fala num tom de normalidade. - ela agora andava de um lado pro outro.Até que a minha mãe grita lá de baixo,o meu nome.

Nós duas descemos normal,eu fazendo ela prometer que não contaria pra ninguém. Chego na ponta da escada e minha mãe estava na porta conversando com o carteiro.Minha mãe sempre foi assim,faz amizade de primeira com todo mundo.

- Ah,Mel,meu anjo,ele tem uma caixa aqui pra você. - ela estava curiosa,eu também acabo de ficar.

Peguei a caixa e o remetente dizia ser da Marie,naquele momento o coração tinha pulado pra boca.Comecei a suar de nervosismo.

- Será que é uma bomba? - foi o que JJ cochichou no meu ouvido,antes que minha mãe fechasse a porta pro carteiro,mas antes ela tinha que conversar mais,como ela sempre fazia.

Abri a caixa que estava perfeitamente embrulhada,e dentro se encontrava muitos plásticos.A caixa não era muito grande,nem muito pequena.Em meio a tantos plásticos,tinha outra caixinha dourada,no tamanho de um retângulo,e em cima com um laço vermelha.Aquilo me deixava mais nervosa ainda. Quando abri,era um teste de gravidez.

- Gravitest? - perguntou JJ,me olhando com a cara pior que a minha,e lendo o nome do rótulo.

- O que é meu anjo? - sinto minha mãe atrás de mim.Fechei a caixa o mais rápido que pude,e puxei a mão da JJ pra subir as escadas,escutando minha mãe gritar: "Melina,se você estiver comprando coisas de sex shop pela internet,teremos uma conversa bem séria!". OH LORD!

Sentei na minha cama,já desesperada.Abri a caixa mais uma vez,vendo aquela pequena caixinha de teste de gravidez.Em baixo ainda tinha um papel dobrado.

- E você ainda me diz que não está grávida? - Jessica estava a minha frente com as mãos na cintura.

- Não sou eu que estou,Jessica.É a Marie! - sinto minhas lágrimas descer pela minhas bochechas.Tava tudo explicado,o "papai" na mensagem.Aquele papel era um xerox de um exame de gravidez.E bem no meio dele,tinha um circulo vermelho,em cima de onde estava escrito: "Resultado = POSITIVO".

- Amiga,não estou intendendo... - mantinha minha cabeça abaixada,segurando meu choro.Peguei meu telefone,e disquei o primeiro número na agenda.

- Jus... vem pra minha casa agora. - não expliquei direito,só pedi que ele viesse o mais rápido possível.

Depois de meia hora,escuto alguém bater a porta do meu quarto.Estava deitada com a cabeça no colo de JJ,sem dizer nada,ela parecia preocupada,depois que leu o papel,tentando me acalmar.

- O que houveu? - a JJ,saiu do quarto,pra nos deixar sozinhos.Ele parecia preocupado,quando sentou ao meu lado,limpando minhas lágrimas. - O que foi meu amor? - eu peguei o papel o entregando e esperando ele ler,calmamente.

P.O.V. MEL

Ele estava paralisado,do mesmo modo em que eu estava agora a pouco.Afinal,aquele exame não comprovava que Justin era o pai,dessa possível criança,mas só de pensar nisso meu coração apertava.

- Isso só pode ser uma brincadeira,ela só pode estar...ou melhor ela é louca! Você nunca reparou nisso meu amor? - sentia suas mãos em meu rosto,ele parecia tentar me acalmar.

- Justin,não minta pra mim..Você teve alguma coisa,alguma relação com a Marie? - aquilo me machuca só em dizer,imagine ouvir a resposta.

- Melina,eu já te contei tudo,sobre a minha relação com a Marie,nos conhecemos mais novos...

- Não Justin! Eu sei...que vocês tiveram algo.Estou falando de quando estávamos separados... - ele abaixou sua cabeça,como se tivesse pensando.Cara,era algo pra se pensar?

- Foi algumas vezes.. umas duas... mas... - eu não aguentava mais olhar pra ele.

- Foi tão fácil assim?

- Melina,você estava namorando o babaca do Matt. - ele tinha se levantado nervoso.

- Namorando? Justin,eu e o Matt,somos amigos a bastante tempo, estávamos apenas saindo...

- Saindo? - ele perguntou irônico. - Duvido que não dormiu com ele?

Aquilo foi a gota d'aguá pra mim.Eu não estava chorando,a raiva era maior.E por impulso,sinto minha mão em seu rosto,depois do estralho,vejo seu rosto vermelho.

- Sai do meu quarto! AGORA! - já estava em pé,com a porta aberta.

- Não era isso que eu queria dizer... - ele tentava se redimir.

- Sai Justin... - não tinha mais forças pra gritar.Foi quando me deitei na cama,que escuto a porta atrás da minha cama,bater forte.Agora eu queria ficar sozinha,chorar sozinha,sem ninguém me interromper,e imaginar que isso não acabou de acontecer.

P.O.V. JUSTIN

Eu sei que fui um completo idiota.Não devia ter falado aquilo com ela,que sempre me disse que eu fui o único dela.Aquilo só não tinha a machucado,como também me machucado.Estava indo ao apartamento da Marie,iria tirar essa história a limpo.Eu prometi a mim mesmo que não faria a Mel sofrer,e eu irei cumprir.

Bati na porta esperando um longo tempo,estava muito nervoso,que quando ela abriu a porta, e fingiu de surpresa,não esperei ela dizer nada e já fui adentrando em seu apartamento.

- Quero que você me explique do começo o que foi aquilo que você mandou pra Melina? - disse sem olha-lá.

- Simples,o meu teste e exame de gravidez,não ficou nítido? - Ela tratava aquilo em tom de normalidade.

- O que eu te disse garota? O QUE EU TE DISSE?! - foi por impulso,a minha voz saiu mais alta do que pensava.

- Não estou te entendendo...Quando a pirralha não te deu colo,quem te deu? Em Nova York.Se lembra Justin? Aquela noite? - ela estava com um sorrisinho no rosto,fazendo minha memória clarear um pouco. - Se lembrou? Pois agora,eu não aceito criar essa criança sozinha.

Eu estava fora de mim,a minha mão formigava,como se me pedisse permissão pra estralar no rosto de Marie.Mas seria covardia minha bater em mulher.Mesmo estando só eu e ela naquele apertamento,será que alguém ficaria sabendo? Não! Minha consciência pesaria depois.

- Justin,querido,é simples,assuma a criança! - ela passava suas mãos em meus rostos,que estava olhando pro meus pés.Ela sabia que se eu assumisse essa criança,a Melina poderia não me aceitar.

- Como eu posso ter certeza que essa criança é minha? Afinal,tenho certeza que não dormiu só comigo durante esse tempo....

- Você às vezes parece que se finge de bobo.Não se lembra que eu sempre ficava te ligando,as minhas dores,e você sempre ignorava...Eu já sabia desde o começo,que eu queria uma criança com você....

- Eu não acredito que você planejou isso... - aquilo parecia filme.

- Eu sei,me sinto orgulhosa. O tempo me ajudou.Nada de camisinha,você odeia né? - perguntou irônica - E as pílulas? Joguei tudo fora! Foi simples! - ela mexia as mãos em gestos estranhos.Aquela garota é realmente louca. - Já escolhi o nome! Quer saber? E também comecei a ir no médico,você vai adorá-lo. - ela parecia feliz,estranha e feliz.

- Isso não pode acontecer....Vamos fazer um teste de DNA,e se isso for tudo mentira...Eu realmente ficarei lisonjeado em pagar seu tratamento psicológico. - segui em direção a porta,antes mesmo de sair escuto sua voz me impedindo.

- Só daqui nove meses querido... - ela parecia esperta,mas nem tanto.

-  Você está preocupada com a papelada? Não se preocupe! O meu advogado resolve. - bati a porta sem ao menos escutar sua voz.Eu sabia que podia fazer o teste ainda na gestação,e já discava o número de Walt,meu advogado. Não estava me sentindo tão nervoso mais.Eu mostraria pra Melina que não era verdade o que aquela louca dizia.

[1 MÊS DEPOIS]

Já havia feito mais de um mês depois daquela confusão.E já havíamos feito a teste de DNA,e sairia hoje.Fiz a Marie prometer a não contar pra ninguém.Os únicos que sabia disse era a tia dela,e a Mel.Durante esse mês o nosso relacionamento anda normal,mas vamos dizer que sem sal.Se eu achava que ela estava em dúvida,agora eu tinha certeza.Ela não terminou comigo,nem pediu um tempo,e eu nunca faria isso.Mas sentia que ela vivia "correndo" de mim,dizia que não podia sair,e mesmo assim eu a via com JJ,na hamburgueria da cidade.

E a Marie,já tinha ido no médico,era um menino. Não sabia se ficava feliz ou decepcionado.Nem sabia se esse filho era meu! Em um dos dias em que eu estava com a Mel,na sua casa,eu sem querer soltei a "novidade",e ela? Me parabenizou! Ela agora entendia que isso tinha acontecido em quanto estávamos separados,mas ela vivia me dizendo que não era pra mim acreditar em Marie,porque ela também fazia de tudo pra não acreditar que aquilo não passava de uma grande mentira.

Liguei pra Mel,pra saber se ela iria no consultório comigo,ela não atendia,com certeza estava me evitando mais uma vez.Droga! Eu precisava tanto dela. Entrei tentando conter a meu nervosismo,e avistei Marie,sentada esperando ser chamada,que quando me viu abriu um sorriso.Ela estava com a barriga um pouco grande.Dizia que estava de quase quatro meses,e era isso mesmo,fazendo minhas contas,a quase quatro meses atrás eu estava em Nova York,separado da Melina.

- Vamos acabar com essa babaquice logo! - disse me levando na frente,quando o nome dela foi dito por uma mulher. Adentramos o consultório,e por volta de dez minutos escutamos ela falar e falar.No final quando ela encontrou um papel a Marie,que abriu toda sorridente,e me olhava com lágrimas nos olhos.

- Eu ainda não acredito que duvidou de mim!

P.O.V. MEL

Eu estava nervosa pra saber o resultado do teste.Justin havia me ligado,mas não tive coragem de atender.Eu realmente estou tentando evitá-lo,mas logo depois me arrependo.Não deveria fazer isso com ele,o meu dever é apoia-lo,mas só de saber que essa criança pode ser dele,eu me sinto um nada.

Ele pediu a Caity,pra deixar essa "poeira" abaixar,e depois resolver os negócios do casamento,que eu mesma nem sei se vai ter.Justin me disse uma vez que independente do que acontecer,ele irá se casar comigo,mas naquela hora eu não soube responder nada.Eu via que ele se arrependia!

Estava no sofá,assistindo televisão,e toda hora eu olhava pro meu celular pra ver se tinha alguma ligação dele,até escutar a campainha tocar,pulei do sofá em direção a porta,ao abrir me dei cara com ele,de cabeça abaixada com as mãos no bolso.

Minhas mãos começaram a formigar e suar.Disse um breve e baixo "Entre!".Sentei no sofá,desligando a televisão,ele estava calado,se sentou ao meu lado,e me olhou com piedade.

- Me perdoa...você não sabe o quando estou arrependido.E-eu estava lá,sem você,me odiando por estar com outo... Foi um coisa rápida,bobagem,eu nunca pensei em um filho.E quando ele me disse que foi de propósito me deu mas ódio ainda... - quanto mais ele falava,mais seus olhos se lagrimejavam,e sua voz ficava rouca.

- Justin,apenas me diga o que aconteceu lá... - não queria saber mais sobre a relação dos dois.

- Eu sou o pai...Aquela criança...é minha! - ele chorava agora. - Mas...mas,Mel...Não quero isso atrapalhe o nosso noivado...

- Justin,não existe mais noivado! "ISSO" é uma criança,um bebê!! Será que até agora você não entendeu? Tudo que esta agora acontecendo com a Marie,era o que EU QUERIA! PRA MIM! Como,eu com 17 anos vou me casar com a homem da minha vida,sendo ele pai de uma criança que é daquela naja.E SE ESSA CRIANÇA ME ODIAR?! Que eu tenho a absoluta certeza que nunca vou poder segurar,ou sei lá! - eu já estava revoltada,em pé,com lágrimas minhas lágrimas esgotando meu rosto.

- Eu tenho certeza que nunca iss...essa criança vai te odiar..Ele vai te amar,do mesmo modo como eu te amo! E você vai continuar a ser a minha mulher,eu não vou desistir de você,Melina.Eu sempre te disse isso,e  vou continuar dizendo.É tão difícil? - irônico essa pergunta. - Eu sei que vai ser,tente olhar pelo meu lado.Por favor! Eu também estou confuso,o que vai ser agora em diante.O que eu falarei pros seus pais,o que minha mãe vai falar! A única coisa que eu espero que não mude,é o seu....amor por mim... - aquilo parecia mais uma pergunta.Seus olhos estavam direcionados pra que eu continuasse a frase.Mas uma vez eu fiquei praticamente muda e confusa.

[ 2 MESES DEPOIS]

P.O.V. JUSTIN

Estava agora em um supermercado,atrás de melancia,e sem contar que são exatamente 4:37 da manhã.Sai de casa em uma correria,pra ver se tentava voltar antes que o sol apareça,mas me lembro que ainda tenho que passar no apartamento de Marie.Isso esta me matando!

Meu relacionamento com a Mel? Durante esses dois meses o que mais pude fazer foi agradar ela,e ao bebê.Conversamos várias vezes sobre o que faremos depois do nascimento,e em nenhum momento foi dito sobre o noivado.Esses últimos dias encontrei uma revista de vestidos de noivas,sem não me engano,em seu quarto.Me sinto um monstro,e tenho a absoluta certeza de que se os pais dela descobrirem sobre a Marie,ele vão achar a mesma coisa.Sinto que estou fazendo a Mel sofrer,mas não tenho nenhuma coragem de deixá-lá,o meu orgulho fala mais alto.

Deito na minha cama,me sentindo com o dever completo.Nas últimas semanas tem sido assim,recebo mensagem da Marie de madrugada com algum desejo,ando Stratford de cima pra baixo,e quando encontro,entrego para o porteiro que a maioria das vezes esta dormindo e babando na portaria,e ele entrega pra ela.Mas logo depois vem a reclamação de que eu não subi pra vê-lá,mas eu não ligo! Algumas vezes já passei a tarde com ela pra sentir a criança chutando,e eu tenho que admitir é incrível!

Mas essa tarde,será minha e da minha garota,Mel.Prometi levá-lá,ao show de talentos,que está acontecendo em seu colégio.Ao chegar lá,estava cheio de adolescentes com seus violões,e alguns tinha animais.

- Hey,a banda do Matt,vai tocar não vai? - perguntou JJ,logo que se sentou ao nosso lado.

- Vai? Nem sabia! - não sabia? Hãm, duvido! Até que depois de alguns nerds com suas cantigas,e garotas com porcos que bebem chá,começou as bandas.E,o tal do babaca até que toca bem.Já no estacionamento,pensei em irmos algum restaurante,já que estava dando quase sete e meia da noite.

[I MÊS DEPOIS]

Marie está com 7 meses de gravidez,continua com seus loucos desejos,e continuamos nos se vendo pra comprar roupas,e eu alisar a sua barriga e sentir o meu filho.Estava tentando me acostumar com tudo isso!

Hoje prometi a Mel,que ajudaria ela em um exercício de Matemática,sem contar que eu sou péssimo,mas estava fazendo de tudo pra passar mais tempo com ela.Que me fez prometer que logo depois iriamos a casa da minha mãe,conta tudo que estava acontecendo,e logo depois seria os pais dela.

- Prontinho,agora...Vamos lá contar pra sua mãe! - ela nem parecia nervosa,ou sei lá! Eu estava transbordando de baixo da minha blusa.

- Tem certeza? E a regra de três? - enrolando,era a única coisa que eu sabia fazer agora.

- Aprendi no primeiro ano,agora vamos! - ela me puxou pelo braço,e por enquanto que atravessa vamos a rua,me sentia uma mariquinha com medo da minha mãe.A Mel prometeu estar ao meu lado.Merda! Eu vou desmaiar,antes mesmo da minha mãe me capar.Passei a mão em minhas partes íntimas recendo um olhar feio da Melina.

P.O.V. JUSTIN

[2 MESES DEPOIS]

Baby- bumbum?! Pra que serve isso? Enfia no carrinho.Talco para as mãos? Wou,evolução! Enfia no carrinho. Isso está sendo tão doloroso.Se eu antes não fazia compras de casa,como comida,bebidas,imagine agora que tenho que comprar produtos para o bebê,como talco. 

- Mãe,eu usei talco pras mãos? - a minha pergunta saiu meio inocente,mas recebendo um olhar nada agradável da dona Pattie.

Continuamos andar pelo supermercado,escutando uma música como se estivessemos em um filme de zumbis  de madrugada,mas ao fundo escutava uns apitos,como se indicasse que tinha funcionários no caixa.

- Já descidiram o nome? - desde que eu contei pra minha mãe sobre a gravidez,ela começa a conversa com sua voz em um tom de que se estivesse com medo.

- Gilbert,Christopher,Dougie,sei lá... - ela parecia assustada.Como o nome do meu pai começa com J,o meu também,a esperança é de que seja um nome com J.Não é? - Estou brincando ok? Fiquei pensando em Jake. A Marie disse que gosta,e ela disse que o que eu escolher está de bom agrado!

- Eu gostei de Jake...Tem J. - Não é nenhuma surpresa pra mim. - E você e a Mel? - eu realmente não quero falar sobre isso.

Eu não encosto um dedo na Mel mais de 3 meses,estou ficando louco.O nosso relacionamento continua a mesma coisa.Tem dia que nem escuto sua voz.E o meu maior medo é o mesmo,nos separarmos.A minha mãe reparou que eu não queria falar sobre isso e logo tratou de mudar de assunto.

- A sua avó quer fazer um almoço,e mandou você chamar ela,o que acha? - Porque não? Meus avôs amam a Melina,tenho certeza que ela não negará.

[...]

Como em todo almoço de domingo entre familiares,crianças correndo pela casa,e meus avôs mostrando fotos minhas pra Melina,minha tia tirando sarro do Ryan por ele ter dormido com a melhor amiga dela,a Susy.Erggh! Que nojo.Eu ainda não sei se aquilo é um pinta ou um mosquito no rosto dela.

- Jaxon abre a porta pra mim! - gritou minha mãe da cozinha.Ela fazia a mesma coisa comigo quando era menor.Meus tios e meu pai não cansavam de jogar bilar,não é mais uma brincadeira entre irmãos,mas sim uma competição.

- Justin,a sua vez! - gritou meu tio,animado.

- Deixo essa pra você! - estava sem animação nenhuma,ou ficava entre os homens,ou escutava a minha avó falar pra Mel,um dos milhares motivos porque eu ia aos bailes do colégio sozinho,ou melhor com Ryan e Chaz.

- Amor,olha que fofo! - a Mel senta em meu colo,com uma foto grudada no seu peito,fazendo mistério.

- Deixa eu ver... - disse esperançoso.Espero que esteja pelo menos de roupa nessa...e olha só! Não é que não estou.

- Aaa! Tão fofo... Ainda fez biquinho!

- Você só olha pra parte de cima né? A região de baixo que você mais gosta,nem passou pelos seus olhos,aposto. - falei irônico em seu ouvido pra provocar.

- Justin,Justin!! A Mar..Marie tá lá na sala,parece que ela vai pocar,de tão cheia que ela tá! - o Jaxon chegou na varanda ofegante e com o braço estendido indicando pra dentro de casa.Meus tios escutaram,mas quem disse que eles pararam de jogar.A Mel agora estava em pé,ainda olhando pra foto,ela tinha escutado,mas parecia que não ligava,mas na verdade eu sei que isso tinha a afetado.

- Eu vou lá resolver isso e já volto... - disse baixo,correndo pra dentro de casa.

Chegando na sala,estavam todos paralisados olhando pra Marie,e escutando atentos como era carregar um bebê.Quando todos viram que eu estava presente,direcionaram seus olhares pra cima de mim,como se estivessem esperando uma resposta.

- Hey Justin! Desculpe o atraso..Tive que arrumar a bolsa do Jake também,vai que ele resolve nascer,não é? - era uma piada ou o que? A minha mãe agora tentava distrair minhas tias e minha avô mandando a Marie se sentar.

- Jake? Esse é o nome? - escuto a voz da Melina atrás de mim,querendo ou não,tive que virar o rosto,pra constatar quem era. - Vocês já escolheram o nome?

- Érr... Você sabe que esse é o nome...que eu sempre quis...e a Marie adorou! - eu tentava cada vez mais enrolar.

- É eu sei,você já me disse antes... - seus olhos indicavam as lágrimas.

[FLASHBACK ON]

O quarto da Mel tem um cheiro doce,como se fosse de marshmallow,não sei bem.Estava deitado na cama olhando pro teto,e a Mel folheava um livro de nomes pra bebês.Acho que a sua mãe tinha comprado na época em que estava grávida dela.

- O que acha de Steve? Parece com algum animal...

- Sei lá,eu gosto de Jake... Não sei porque,mas quando você estiver grávida,espero que seja um menino,assim ele será o mais velho e defenderá a nossa menininha... - disse a beijando e vendo seu lindo sorriso.

[FLASHBACK OFF]

Ela agora passava a mão em suas bochechas pra limpar as lágrimas.Abracei ela forte,tentando mostrar todo o meu carrinho.Ela sabe que eu odeio vê-la chorando.

- Mel,meu anjo,me ajude aqui na cozinha... - minha mãe puxou ela de meus braços,e levou pra cozinha,me indicando que era pra eu espantar a Marie de casa,podia fazer isso com uma grávida? Cheguei na sala,e ela estava comendo todos os petiscos que estavam em sua frente,e contando sobre o chá de bebê pra minha tia.

- Mas você não está de 9 meses? Essa criança vai nascer a qualquer hora...

- É,eu sei,mas achei melhor fazer o chá de bebê depois,assim todos sabem que é um menino,e tals...

Vejo o rosto da minha tia de que não tinha gostado muito da idéia,afinal ela é louca.Não só pelo fato desse coisa de chá de bebê depois do nascimento,mas pelo fato de que ela apareceu aqui sem ser convidada,também pelo fato de que ela não deixa ninguém falar ou comer.O almoço ocorreu tudo bem,menos a parte em que Marie não parava de disser o quando estava feliz.Todos na mesa não estavam entendendo nada,só comiam,e escutavam as loucuras da Marie.Até que uma hora minha mãe  interrompeu,deixando ela sem graça.

- Mas foi tão bom aquele verão..Melina você precisava ver como o Chaz ficou vermelho... - assim todos agora riam,até mesmo a Mel.

O Chaz começou a se defender,fazendo a mesa virar uma bagunça,de risos gritos.Ficou assim durante um bom tempo.Até estranhei a Marie ficar tão calada.Meu pai agora perguntava coisas estranhas a Mel,que fazia ela rir muito.Todos estavam felizes,menos a minha garota e eu.Estava tenso.Odiava saber que a Melina estava sofrendo,e odiava a idéia de eu ser pai.Eu não sabia cuidar de mim,imagine de uma criança.Só fui acostumado com meus irmãos,mas agora seria diferente,totalmente diferente.Estava paralisado,escutando as histórias que meus pais contavam e as risadas de todos na mesa.

- Justin,Jus... - a Marie agora estava sussurrando no meio da bagunça da mesa.Quando bato meu olhar em cima dela,vejo seu rosto vermelho e suado. - A min...minha bolsa estourou!!!

P.O.V. JUSTIN

Aquele momento era o mais louco,estranho, desesperado de toda a minha vida.Meus tios e tias corriam com travesseiros e garrafas que eu acho que tem água dentro,as crianças pulavam e gritavam,minha mãe chorava e gritava comigo e meu avô,minha querida avó estava parada sentada no sofá vendo os restos das fotos da minha infância.

Não sabia se corria,bebi a água de uma das minha tias,ajudava a Marie,ou ligava pra ambulância.Estou mais nervoso do que na época em que recebi suspensão na sexta série,a minha mãe ficou revoltada comigo,e não conversou comigo durante 2 horas,até depois perguntar se eu estava com fome,e vou confessar,que estava morrendo de fome.

- Justin,pega a bolsa dela! - cadê a bolsa dela,ou melhor as bolsas,porque a Marie chegou aqui com a bagagem pronta pra morar.

- Vamos na frente com ela! VEM JUSTIN! - era o meu pai gritando.Eu não respondia nada,estava sem voz.

Entramos no carro,eu,meu pai,meu tio,minha mãe e a Marie respirando igual uma cadela.Seu rosto estava muito vermelho,toda suada.Não sabia se a ajudava ou pedia ajuda.Chegamos ao hospital,e já sai correndo pedindo ajuda,logo veio várias pessoas pegando ela e deixando em uma maca,e levando pra dentro,mas pararam recebendo gritos da própria Marie.

- Eu..eu quero que o Justin venha comigo!! - ela falava com muita dificuldade. Como? Eu?

Paralisado.Eu tenho que confessar que não queria ver a cena de uma criança saindo de dentro da Marie,seria até bonito ver a Melina naquele momento,mas não posso pensar por esse lado.Sou o pai dessa criança! É o meu dever estar ao lado da mãe independente se eu a amo ou não.

Entramos em um quarto,com gritos de enfermeiras falando de parto normal.Deitaram a Marie na cama,e pediram pra ela fazer força,por enquanto que várias mulheres de verdes entravam no quarto.Eu não sabia o que fazer,realmente não sabia! Até ver Marie com a mão estendida,indicando pra que eu segurasse,e foi o que eu fiz.

P.O.V. MEL

Justin saiu com seus pais,e com a Marie.Aquela casa estava uma loucura.Foi só a Marie,dar o grito de aviso,que todos começaram a correr,gritar,chorar,enfim,eu estava apenas encostada no batente da parede tendo a visão da sala toda.Todos continuavam a gritar,perguntando o que fazer,e Diana sentada no sofá,olhando as fotos do Justin quando bebê.Ninguém reparou nela,igual a mim,todos nos esqueceram. Sentei ao lado dela,que continuou calada.

- Como você se sente meu bem,sabendo dessa criança?

- Sozinha. - não sei se realmente queria falar sobre isso com ela. - Sinto que não devo atrapalhar o Justin nessa nova "fase".Olha só agora,ele nem deve lembrar quem eu sou,isso vai ser assim pra sempre,quando essa criança precisar dele.Acho que devo dar um espaço pra ele...e pra ela! - só de dizer isso me machuca muito.

- Querida,faça a decisão certa,que não prejudique nenhum de vocês! - Diana é uma mulher incrível,sem pedi-lá ela me deu um conselho. - Eu gosto muito de você Melina,todos nós gostamos,e tenho certeza que o Justin também!

Depois dessa conversa com ela.Eu já sabia o que fazer da minha vida,e era o melhor a se fazer,pra mim e pra ele.

P.O.V. JUSTIN

Já tinha se passada duas horas,exata duas horas que a Marie ficava fazendo força na minha mão e na respiração.Não senti mais a minha mão,que estava mais vermelha do que o rosto dela.Até a hora em que a médica pediu ela pra se acalmar e esperarmos um pouco,e foi o tempo em que eu sai da sala,encontrando com meus pais e meus tios.Comecei a contar o que estava acontecendo,até que chega o Chaz,Ryan,meu avô Bruce,e a Mel.Tinha me esquecido totalmente dela.

Ela não parecia tão contente,e não era pra tanto.Abracei todos menos ela,aliás ninguém deixava,todos queriam saber da Marie e do bebê.Quando terminei de explicar a abracei,tentando acalma-lá,que continuava calada.

- Vai nascer! - alguém gritou de fundo,me fazendo soltar da Mel,e correr pro quarto,vendo a Marie berrando me pedindo a mão.Tenho que lembrar de comprar uma prótese da minha mão depois,porque vou sair daqui sem nenhuma.

P.O.V. MEL

- Vai nascer! - gritaram de dentro do quarto,fazendo o Justin me soltar e entrar de novo.Tirando de mim o meu refúgio.Eu não suportaria de novo,eu tinha que fazer isso logo,e seria depois que essa criança nascesse.

Se passaram 40 minutos depois,e escutamos um choro fino,vindo de dentro do quarto.Me fazendo de tudo pra engolir o meu choro.Todos se levantaram do lugar sabendo o que estava acontecendo,todos pareciam felizes,me dando a certeza de que era a única naquele hospital que não estava tão feliz.

A pergunta é: Porque eu não deixei ele quando me contou toda a verdade? Eu não suportaria! Mas estou vendo agora que a melhor coisa a fazer é isso.Dar um tempo.Deixar ele conhecer,viver com o seu filho.Seria mais fácil do que dividi-lo,e estaria sendo muito egoísta eu querer ele só pra mim.

Vejo ele sair do quarto com o sorriso mais lindo de todos.Me dando a certeza do que eu fizesse seria melhor pra todos.Logo em seguida todos foram abraça-lo.Irei esperar um pouco,deixar a poeira abaixar.

Se passaram mais de 3 horas,fomos ver o Jake no berçário.Tenho que confessar ele é a cara do Justin,inteira.A coisa mais linda do mundo! A Pattie estava tão feliz,abraçando todos,e dizendo "É meu neto!". Justin já estava a mais de 2 horas no quarto com Marie.E a minha maior questão era como falar como ele.Sentei na recepção pedindo a secretária uma caneta e um papel,que demorou uma década pra pegar.Já com a caneta e papel comecei o meu testamento.Seria ali e agora,não voltaria atrás!

Terminei de escrever,pensando em como ele iria ler o meu recado.Seria estupidez minha sair e deixar o papel com a mãe dele? Não,não Melina,não seria! Já estou na metade do caminho.

P.O.V. JUSTIN

A Marie dormiu,até que enfim! Sai do quarto indo pro berçário,babar no meu menino.Todos já foram embora,minha mãe,meu pai,a Mel...A Mel! Merda! Estava correndo pelo corredor vazio,já estava tarde,eu não conseguiria ligar pra ela,essa hora.Tenho que me redimir com ela,ou melhor ela vai entender.Parei em frente ao quarto da Marie,entrando devagar,e vendo ela dormi.Tenho que agradecê-la pelo Jake,ele é a minha cara,não posso negar! Escuto alguém bater na porta,era uma das enfermeiras.,trazendo o remédio.

- O senhor é o Justin,Justin Bieber? - ela perguntou  um pouco envergonhada,logo depois de deixar o remédio na mesinha.

- Sim.. - respondi normal.

- A senhora Melina,mandou entregar isso.Não encontrei o senhor antes... - ele me entregou um papel embrulhado.Agradeci vendo ela sair.E no papel tinha o seguinte recado....

"Oi,não sei como começar isso,mas enfim...Acho que é a melhor decisão feita por mim.Só quero o seu melhor,você sabe.Todos os momentos que passei com você,foram os melhores,não tenho nada do que reclamar.Me desculpe se fiz algo de ruim,se te magoo-ei,não foi a minha intenção.Espero que no futuro podemos ser amigos,melhores ainda por cima.Mas te peço por enquanto que não me procure.Confuso não é? Mas tenho certeza que agora a única coisa que você quer é ficar com o pequeno Jake,e não te proíbo isso.E que o que prometemos,sonhamos juntos quero que nunca se esqueça! Por que acima de tudo,eu ainda te amo! 

Mel"

Eu não estava entendo nada.Ela estava terminando comigo por carta? Nós prometemos um para o outro! Sai do quarto as pressas,não me importando se a Marie iria ficar sozinha.Por enquanto que estava no corredor,disquei os números dela,agora não me importava se estava tarde ou não! 

- Estou chegando na sua casa,me espere do lado de fora! - foi a primeira coisa que disse quando ela atendeu. Fiquei um tempo escutando sua respiração e logo em seguinte ela disse: 

- Você é um idiota,ou o que? Não sabe ler? Está tudo acabado! - sua voz estava fraca,ela parecia estar chorando.Parei logo em seguida no meio do hospital. - Justin,não apareça na minha casa,não apareça na minha vida! E esqueça que eu te escrevi sobre sermos amigos,ou melhor ME ESQUEÇA!! - ela disse as últimas palavras bem claras,fazendo me sentir a pior pessoa do mundo. 

- Mel... - eu já estava chorando,mas tinha que fazer a última pergunta. - Isso tudo é por causa da criança? Do Jake? - agora o telefone estava mudo,ambos dos dois lados.Eu precisava escutar a sua resposta! 

- Boa noite,Justin. - essa seria a última coisa que eu escutaria dela? 

Fiquei parado no meio do corredor,sem saber pra onde ir,ver o meu garoto,ou ir atrás do amor da minha vida,da minha mulher.

FIM