A Marca - Vingança escrita por Sweet Nightmares


Capítulo 7
Gay (Alice)


Notas iniciais do capítulo

eu hein! eu entrei hoje e o nyah tava todo diferente! eu pensei que meu computador que não tava carregando a página direito, sei lá! Mas continuou assim, então eu concluí que não era problema.
ah, e, gente, eu esqueci de revisar, então se tiver algum erro, me digam. PELO AMOR DE DEUS!
obrigada.



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-Alice, pode me explicar o que está acontecendo?!

Mordi o lábio. Fodeu, pensei. Julia saiu de cima de mim.

-Boa tarde, senhor Medeiros. – ela disse, sorrindo amarelo.

-Oi, pai!

Ele bufou, evidentemente irado.

-Alice de Souza Medeiros, que porra é essa?

-Acho que eu vou indo... – disse Julia, pegando seu casaco e seus sapatos jogados ao chão e se dirigindo à porta do meu quarto – Com licença, senhor. – pediu.

Meu pai deixou que ela passasse, mas não sem antes lançar-lhe um olhar que claramente dizia “Se você voltar aqui, eu te mato”. O silêncio pesou entre nós nos segundos seguintes à saída de Julia.

-Pensei que você só fosse chegar às nove. Ainda são cinco da tarde. – eu disse. Ele respirou fundo, tentando não explodir.

-Então você trouxe aquela...  – ele mordeu os lábios, parecia não encontrar palavras para descrever Julia – O que estava pensando? – perguntou, tentando manter a calma.

Abaixei o olhar – Sei lá, pai, eu só...

-Você só...?

Mordi o lábio, eu tinha duas opções, foder tudo ainda mais ou admitir um erro nunca cometido. Optei pela segunda.

-Só estava tentando algo diferente, Julia me convenceu de que seria legal. Desculpe. – depois eu me desculparia com Julia pela ligação que os pais dela receberiam.

Ele se aproximou e beijou minha testa.

-Não faça isso de novo, ok? É repulsivo.

Fechei os olhos com força, contendo as lágrimas.

-Certo, papai.

Suspirei e sorri levemente, ele retribuiu o sorriso e saiu do quarto, fechando a porta. Minha respiração ficou irregular por conta do choro que eu tentava conter, peguei uma almofada e joguei com toda a minha força na porta, desejando quebrar alguma coisa, mas tentando me controlar. Enfiei a cara no travesseiro e gritei o mais alto que pude. Sabia que eles me ouviriam, mas não me importei.

-Alice... Tudo bem? – perguntou Lucas entrando no quarto, sem esconder a preocupação em seu olhar.

Falhei. Por mais que me esforçasse, falhei em barrar a passagem das lágrimas. Corri até Lucas e me lancei em seus braços. Ele era tudo o que eu tinha naquela família. Meu conselheiro, meu amigo, meu porto seguro.

-O que aconteceu? – perguntou, acolhendo-me em seus braços. Apertei o abraço, desejando nunca precisar sair dali. Eu estava segura – Anda, demoniozinho, me diz o que aconteceu.

Ri, soltando-me do abraço e dando um soco em seus braços. Ele sorriu.

-Não importa como você esteja se sentindo, me bater sempre faz você se sentir melhor, é isso mesmo? – perguntou com falsa indignação fazendo-me rir – Está escrito na minha testa “Bata-me para ser feliz”? – abracei-o novamente.

-Obrigada, Lucas. – ele retribuiu o abraço ternamente.

-Ei, você é minha irmãzinha, te fazer sorrir é meu trabalho. Mesmo que você seja uma peste encapetada na maioria das vezes.

-Vai se foder. – fingi irritação, sem soltar o abraço.

-‘Bora, troca de roupa. – disse repentinamente, soltando o abraço e dando meia volta – A gente vai na parmê com o pessoal do colégio. – e saiu do quarto dizendo que me esperaria na sala.

Abri a porta do meu armário e observei meu reflexo no espelho. Troquei o short jeans por uma saia preta, vesti uma meia calça de renda, substituí o All Star preto por uma bota cano curto da mesma cor e troquei a camisa do Metallica por uma branca do Guns n Roses e coloquei meu casaco de couro. Retoquei o lápis e passei rímel. Observei meu reflexo novamente, meus lábios estavam meio ressecados. Passei um pouco de brilho labial e pronto. Saí do quarto sendo recebida pelos aplausos de Lucas.

-Você é a única garota que eu conheço que se arruma em tão pouco tempo. Olha só, em cinco minutos você trocou completamente de roupa e passou maquiagem! Só não penteou o cabelo, né, querida?

Joguei a cabeça para frente, sacudi o cabelo e joguei-o de volta para trás.

-Já está bom. – eu disse.

Do lado de fora Rebeca nos aguardava, ela iria conosco.

-Rebeca? Não imaginava que você saísse em eventos sociais. – ela me encarou tediosamente – Quero dizer, você é tão no seu canto e a única pessoa que fala com você é meu irmão, então...

-Cala a boquinha, ok? – ela disse.

-Eita, eu tô falando de boa, cara, não tem necessidade disso.

Ela suspirou da mesma maneira tediosa.

-Bom, Hugo me chamou. – ela disse.

-Quem é Hugo?

-O carinha de cabelo preto e olho castanho da nossa sala. – Lucas respondeu – Alto, usa óculos...

-Ah, o nerd gato?

-Ele mesmo. – Rebeca confirmou.

-Gato? Ele é gato? Por que ele é gato? Por que você acha ele gato? Que porra é essa, Alice? Eu vou ter que bater nele, né? – brincou Lucas, fazendo-se de superprotetor.

Rebeca riu, mas eu apenas revirei os olhos.

Fizemos sinal para o ônibus enquanto ele se aproximava, como só havia dois lugares vagos, Lucas resolveu ficar em pé e eu e Rebeca tivemos que sentar juntas. O que foi meio incômodo, na verdade. Por alguma razão eu não gostava daquela garota. Além do que ela era meio estranha, quero dizer, o pai dela é rico pra porra e ela anda de ônibus? Se eu fosse filha do pai dela eu teria um motorista particular. Na boa.

Depois de longos minutos de silêncio constrangedor, chegamos ao shopping. Hugo estava na porta da pizzaria e abriu um sorriso logo que seus olhos encontraram a Rebeca.

Hugo era bonitinho. Alto, magro, mas não do tipo esquelético, não era nem um poço de músculos, mas podia-se notar que ia sempre à academia. Tinha a pele clara, mas não pálida como a de Rebeca, e seus cabelos negros, apesar de curtos, tinham algumas mechas caindo pela sua testa, seus olhos eram castanhos claros e o óculos que usava apenas contribuíam para sua beleza.  Ao seu lado estavam Gustavo e Gabriel, gêmeos que estudavam comigo.

-Rebeca! – exclamou Hugo, indo até ela e abraçando-a – Só faltavam vocês três.

Entramos na pizzaria, lá dentro quatro pessoas guardavam nossos lugares, Carol, Beatriz, Caio e Julia, sorri para ela, que retribuiu. Sentei-me ao seu lado.

-Desculpe pelo meu pai. – eu disse, ela deu de ombros.

-Não tem problema. Na verdade, eu achei que ele não fosse te deixar vir.

-Ah, eu vim com Lucas, para ele não tem problema. Ele acha que aquele cara é um santo...

-Eu sou um santo. – disse Lucas, sentando-se ao meu lado.

-Eu duvido disso. – disse Rebeca sentada ao lado de Hugo, que sorria ternamente para ela.

Ele parecia um idiota apaixonado. Idiota demais para ser verdade. Perguntei-me que aposta ele tinha perdido para ter que sair com ela.

Depois de algum tempo e algumas piadas sobre o romance de Rebeca e Hugo e algumas pizzas, Julia se levantou bruscamente.

-Vou ao banheiro. Vem comigo, Alice? – levantei naturalmente e acompanhei-a – Por que você não tira os olhos da Rebeca? – perguntou irritadiça quando estávamos no banheiro.

-O quê?

-Desde que chegou você não para de olhar para ela!

-Meu Deus, Julia, você... Você está com ciúmes? – perguntei entre risos. Ela desviou o olhar.

-Você não respondeu minha pergunta. – disse rispidamente.

-Eu não estava olhando para ela.

-Não, claro que não. – ironizou. Nossa, a simples consideração de que isso pudesse estar acontecendo era ridícula.

-É, sério, eu estava só encarando o nada, não é culpa minha se ela sentou na minha frente!

-Ah, faça-me o favor, Alice! Você estava quase babando nela!

-Claro que não! Eu estava babando na pizza, só se for. É sério, Julia... Eu estava pensando no meu pai, você sabe que é difícil para mim.

Ela me encarou por alguns segundos, buscando sinceridade no meu olhar e eu te garanto que ela encontrou. Abracei-a e beijei-a nos lábios.

-Você sabe o quanto eu gosto de você... – murmurei e beijei-a novamente.

Alguém entrou no banheiro.

-Ah, meu Deus! – exclamou a garota. Era Carol. Separamo-nos rapidamente.

-Carol, por favor, não... – Julia começou.

-Ah, meu Deus! – repetiu, saindo do banheiro e correndo até a mesa, fomos atrás dela.

-Carol! – chamei. Ela já estava na mesa, dizendo algo e apontando em nossa direção. Lucas olhou para mim com algo indecifrável em seu olhar.

Minha respiração ficou irregular e meus batimentos aceleraram, empurrei Julia para longe quando ela encostou em mim tentando me confortar, e saí da pizzaria. Corri o mais rápido que pude, parei apenas quando tropecei, ralando meus joelhos e cotovelos com a queda. Levantei e olhei em volta, não fazia ideia de onde estava.

-Olá, Alice.

-Quem é você?


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Notas finais do capítulo

desculpe desapontá-las, pessoas que pensaram que era o Miguel.
hehehe
beijoooos! até fim de semana q vem!