A Marca - Vingança escrita por Sweet Nightmares


Capítulo 25
O primeiro Killster (James/Rebeca)


Notas iniciais do capítulo

Yo!
Eu não postei antes porque essa semana começaram minhas aulas, só que teve um problema na minha matrícula, então eu basicamente fiquei sem ter onde estudar. Mas tudo já foi resolvido e agora que as coisas se acalmaram eu vim escrever/postar.
Espero que gostem.



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James:

Rebeca me acompanhava de braços cruzados, irritada.

–Por que você não me contou?! - soltou, depois de um bom tempo em silêncio.

–Ele é seu melhor amigo! Imaginei que você não reagiria bem...

–Se você tivesse feito sua pesquisa direitinho, saberia que o Lucas não falava comigo há um bom tempo!

–Vocês dois pareciam bem amiguinhos hoje mais cedo! - soltei, sem conseguir esconder minha irritação.

–Ficou com ciúmes, é Jamie querido? - provocou-me, rindo ao fim da frase - Hoje ele foi legal comigo. Até ontem ele estava estranho e distante. Provavelmente por causa da loira psicopata! Ele até tentou me ameaçar para que eu te mandasse de volta para os Estados Unidos!

–E você não desconfiou nem um pouco que os Killsters estavam por trás disso?

–Eu reprimi essa parte da conversa quando eu ouvi que você estava de volta. - admitiu timidamente.

–Então você ficou tão feliz assim por saber da minha chegada? - lancei-lhe um olhar provocador. Ela corou e desviou o olhar.

–Era mais para um desejo vingativo emergindo. E não desconverse! Me diga: Como você sabia sobre Lucas?

Suspirei. Elliot bufou tediosamente. O elevador chegou ao meu andar, finalmente. Andamos até a minha suíte, bati na porta.

–Miguel, abre a porta! Eu esqueci minha chave. Ah, a Rebeca está comigo, então vista-se apropriadamente antes de abr...

–O quê?

Tarde demais. Ele abriu a porta de cueca - boxers para ser mais exato. O mexicano não parecia nem um pouco incomodado por estar assim na frente de outras pessoas. Ao invés disso, ele simplesmente abriu a porta ainda mais, como se nos convidasse para entrar.

Tudo bem, eu só queria que a outra pessoa entendesse a mensagem. A Rebeca está comigo.

–Ah, oi, Rebeca! É um prazer conhecê-la! - ele sorriu - E você dever ser Elliot! - ele estendeu a mão para o irlandês, que analisou-o de cima a baixo sem esconder o desgosto em seu olhar. Depois de uma hesitação inicial, ele pegou a mão do mexicano e retribuiu o cumprimento - É um prazer conhecê-lo.

–Queria poder dizer o mesmo.

Miguel ignorou o último comentário de Elliot e virou-se para Rebeca, abraçando-a.

–Por favor, não toque nela enquanto não estiver devidamente vestido.

–James? - um jovem que parecia ter a idade de Rebeca saiu do banheiro - Ah, você voltou! Espero que não se importe, eu peguei suas roupas emprestadas.

Elliot olhou para o garoto de banho recém tomado e depois para o semi-nu Miguel. Pelo espanto em seu olhar, pude imaginar o que ele estava pensando.

–Quem é ele? - perguntou Becks, também lançando um olhar desconfiado para Miguel.

–R... - os olhos do garoto brilharam ao encontrarem Rebeca - Rodrigo! - ele se apresentou, sorrindo para ela - Você deve ser Rebeca, certo?

–Ah... Hm. É, sou eu. É um prazer conhecê-lo, Ro... - antes que Rebeca pudesse terminar a frase, ele abraçou-a com força.

–O prazer é todo meu.

Eu podia imaginar a emoção que Rodrigo sentia. Não. Isso está errado. Mas adequado seria: Eu nem podia imaginar a emoção que Raquel estava sentindo. Encontrar sua filha depois de seis anos.

Rebeca, entretanto, parecia assustada com o abraço repentino.

–Você é realmente linda como James disse.

–Hã!? - ela corou instantaneamente.

–Rodrigo, você pode soltar agora. - eu não queria ser chato, mas a Rebeca parecia tão assustada e desconfortável que eu me senti culpado por deixá-lo abraçá-la.

–Certo, desculpe. - ele disse, coçando a cabeça e permitindo que um riso envergonhado escapasse.

–Tudo bem... - disse Rebeca - Bom, Rodrigo, poderia nos dar licença? Eu tenho que conversar algumas coisinhas importantes com o James, e...

–Tudo bem, Rebeca, ele sabe.

–Hã?

Rodrigo sorriu, virando a cabeça de lado levemente.

–Na verdade, foi ele que descobriu sobre o Lucas. Bom, ele tinha suspeitas. Então nós colocamos Miguel para investigar e confirmamos.

Rebeca piscou algumas vezes e me encarou pasmada.

–Hã? - repetiu - C-como esse cara descobriu?

Rodrigo riu de novo.

–Digamos que tenho minhas fontes. - seu sorriso alargou - Não se preocupe, eu sou confiável.

Ela olhou para mim, como se procurasse uma confirmação, acenei positivamente com a cabeça.

–Certo então. Elliot, pode sentar. O interrogatório começa agora.

Rebeca:

Elliot sentou na poltrona, suspirando.

–Eu me sentiria mais confortável se o homo nudista não estivesse aqui. - ele disse, olhando para Miguel.

Rodrigo começou a rir instantaneamente.

–Nudista até vai, mas homo? O que faz você pensar que eu seja gay?

–Você bem que tem um jeitinho, Miguel. - disse James.

–O quê?! - exclamou Miguel. Rod jogou a cabeça para trás, rindo ainda mais alto.

–Mas é verdade! - disse James.

–Bom, na verdade eu pensei que vocês dois fossem um casal. - disse Elliot, apontando para Rodrigo e Miguel.

–Hã?! - agora o garoto novo que parecia ofendido - Por quê?!

–Um estava saindo do banho e o outro semi-nu. O quarto está uma bagunça... A situação só leva a essa conclusão.

James começou a rir enquanto Rodrigo e Miguel discutiam com Elliot, ofendidos por seu pensamento.

–Basta! - gritei - Nós temos assuntos importantes para tratar, vocês poderiam por favor ser maduras e parar de discutir por algo idiota! Principalmente você, Elliot! Há quantas décadas já está vivendo, hein?! Você devia ser o mais maduro daqui! Agora, Miguel, vá se vestir! James, pega o livro! E, Rodrigo...

–S-sim?

–Traga-me alguma bebida porque minha garganta está ardendo de gritar com vocês!

–Sim, senhora.

Respirei fundo, tentando manter a calma. Puxei uma cadeira e me sentei de frente para Elliot, começando a sessão de perguntas:

–Quando nos falamos pela primeira vez, você disse que o objetivo deles era mais do que nos matar. Então o que exatamente eles querem?

–É algo mais complexo. Na verdade, é mais como uma estúpida rixa. James e seu amigo só tiveram o azar de ser envolvidos nisso. A situação é apenas entre você e eles.

–O que quer dizer com isso?

–Tudo começou há muitos anos, na primeira tentativa de criação do guerreiro perfeito. Na tribo dos Tupuri-kanã, eles estavam passando...

–... passando por uma fase de guerras e estavam sendo massacrados, então decidiram criar o guerreiro perfeito. Colocaram os dois filhos do chefe da tribo no meio de uma hexagrama e fizeram a dança lá para chamar os deuses. Teve um clarão, todo mundo apagou e na manhã seguinte o garoto estava morto e a garota tinha sumido. Acreditam que os corpos deles tenham se fundido, se não me engano. Dias depois o garoto voltou e massacrou a tribo, que prendeu ele. Anos depois eles voltaram e Hanaggan matou o cara. É, já conheço essa história.

Ele sorriu.

–Lunna não sumiu, simplesmente.

–O que aconteceu?

–A história é muito comprida, então vou tentar resumir para você... Lunna acordou. Antes de todos na tribo. Ela levantou e quando encontrou o seu irmão inconsciente, acreditou que ele estava morto. Ela quis matar todos da tribo naquela hora, mas não pode, pois sentia-se muito fraca. Por isso ela fugiu. Para fortalecer-se e voltar para sua vingança.

Nesse meio tempo, o ritual de despedida de Kory foi feito e seu corpo abandonado as margens do rio. Enquanto a canoa flutuava, levando seu corpo para a próxima vida, Lunna o encontrou. Ela resgatou seu corpo e, percebendo que ainda estava com vida, cuidou dele. Não tardou para que Kory acordasse. E isso seria tudo. Eles fugiriam juntos e viveriam felizes para sempre. Mas o destino nem sempre estar ao nosso favor.

Em pouco tempo, mudanças ocorriam com o corpo de Lunna. No começo acreditaram ser efeito do ritual, mas logo descobriram que estavam errados. Lunna estava grávida de Kory. E aquilo que deveria ser motivo de celebração, trouxe a pior das consequências.

Com os efeitos trazidos pelos poderes daquele ritual, a criança dentro de Lunna se desenvolveu muito mais rápido do que deveria. Em poucos dias sua barriga já estava do tamanho que deveria estar em meses de gestação. Claramente, o parto estava próximo. E considerando todas as dificuldades e dores que a jovem estava sentindo, não seria nenhuma tarefa fácil. Kory dedicou todo seu tempo para sua amada irmã naquela semana que passava. Sendo um homem, nada entendia do nascimento de uma criança, já que a auxiliação do parto era uma tarefa feminina em sua tribo, mas mesmo assim ele estava decidido que traria a criança ao mundo com vida, tal como manteria viva a mulher que era seu mundo.

E o dia chegou. Por mais que Kory tentasse ajudar sua amada, a criança praticamente abriu o próprio caminho para o mundo exterior. Usou suas unhas e dentes. Aquela criança amaldiçoada pelo poder dos seis deuses mais poderosos. Os seus deuses mais escuros. Era quase como um pequeno demônio. Um hexagrama negro surgiu na palma de sua mão segundos após seu nascimento. Seus eram olhos completamente negros, sem sinal de pupila ou esclera, apenas um hexagrama branco no lugar onde estaria a íris. Encarava sem piedade a mulher que lhe trouxe ao mundo sangrar até a morte. Pelo que sei, ela até mesmo sorriu.

Kory estava perplexo e desesperado. Ele percebeu que havia perdido sua amada, e em troca recebera dos deuses uma criatura demoníaca. Os negros olhos da criança foram aos poucos adquirindo a forma de um olho humano normal, porém sua íris tomando um tom vermelho nada natural, como os cabelos daquela criança. Sem piedade, Kory apedrejou a menina, aquele bebê recém-nascido. Repulsiva. Criança repulsiva.

Ele amaldiçoava os deuses. Mas, mais que isso, ele amaldiçoava os Tupuri-kanã. Principalmente seu pai. Com a sede de vingança pulsando em seu sangue, ele seguiu em direção a tribo, decidido a matá-los.

–A criança entretanto, já nasceu matando sua mãe, certo? E, seguindo a lógica, ela tornou-se imortal. Portanto, algum tempo depois ela acordou, mesmo que um tanto ferida, e continuou vivendo, até os dias de hoje. Foi assim que surgiu o primeiro Killster.

Todos fizeram silêncio, os olhos arregalados e respirações quase parando, com total atenção voltada para a história de Elliot. Miguel foi o primeiro a reagir:

–Então o feto se desenvolveu em mais ou menos uma semana e fez o próprio parto? E quando nasceu era um demônio? Parece roteiro de filme de terror.

–E a história não acaba aí. - disse Ell.

Era uma história interessante, mas eu ainda não tinha certeza se poderíamos confiar cem por cento em Elliot. Não fazia sentido que ele soubesse algo assim, já que não continha no diário de Hanaggan - que pelo que sabemos é o único registro daquela tribo. A não ser que... A não ser que ele fosse a criança.

–Elliot, antes que você continue, tem algo que preciso saber.

–Pois não?

–Como você sabe disso tudo?

Ele sorriu mais uma vez, parecia orgulhoso de algo.

–Esperava que você perguntasse isso. Eu não sou a criança, se é isso que está pensando. Mas foi ela quem que contou a história.

–Então quem é?

–Pense bem Rebeca, quem é a outra pessoa que você conhece de cabelos ruivos e com a estrela na palma da mão?

Não precisei pensar muito antes que a resposta viesse a mim.

–Annabeth?!


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Notas finais do capítulo

Mais uma pergunta respondida: "O que aconteceu com Lunna?"
Mais uma pergunta surge: "WTF? Annabeth????"
Tô com sono e com fome... *boceja*
Vou cochilar, té mais!



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