You Make Me Crazier escrita por Anne D


Capítulo 22
Capítulo 22 - Nem todo mundo é forte


Notas iniciais do capítulo

Oi gente hehe ~le sorriso muito amarelo~
Ok, eu sei que vcs devem estar querendo me matar lentamente, mas eu juro que tentei escrever.
Eu tive um bloqueio essas semanas, e depois fui viajar, então nem deu tempo de postar.
Consegui terminar o cap só agora, peço mil perdões
O cap de hoje vai para a diva da Any Mellark, que fez uma recomendação linda pra fic! Obrigada mesmo viu ♥
Se o capítulo tiver algum erro, culpem esse novo estilo do Nyah! Eu ainda não me acostumei
Sem mais enrolações, vou deixar vcs lerem o capitulo, LEIAM AS NOTAS FINAIS QUE É IMPORTANTE
Enjoy!



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- Katniss – recebo um leve cutucão em meu ombro esquerdo – Katniss, por favor acorde.

Abro os olhos lentamente e já encontro Prim me encarando.

- O que foi? – pergunto sem emoção

- É mamãe Katniss – diz Prim – Está falando coisas sem sentido.

Então aconteceu de verdade. Meu pai está mesmo no hospital? Minha mãe não responde a nada? Eu estava rezando para que tudo isso fizesse parte de um pesadelo péssimo, mas pelo visto não é.

- Coisas sem sentido? – pergunto – Como assim?

Prim se ajeita ao meu lado.

- Eu fui lá no quarto dela, só para ver se estava tudo bem – ela começa – E quando cutuquei-a no ombro, ela começou a falar o nome de papai, o meu nome e o seu. Não entendi as outras palavras, mas parecia que ela estava nos chamando.

- Vamos ver o que ela quer.

Saltamos da cama e andamos pela casa deserta, rumo ao quarto de nossa mãe. A porta está entreaberta, o que deve ter sido obra de Prim.

- Mãe... – digo chegando perto da cama – Mãe, o que foi?

Ela murmura palavras irreconhecíveis e chegamos mais perto, Prim pega sua mão.

- Mãe, o que você está querendo nos dizer? – pergunta ela, aflita

- P-Primrose – ela murmura –  Primrose...

- Mãe, por favor fale comigo! – Prim começa a chorar – Mãe! Mãe!

- K-Katniss? – ela murmura de olhos fechados

- Olhe para mim! – grito com ela – Abra seus olhos mãe!

Chacoalho minha mãe sem emoções e depois pego a mão de Prim para sairmos do quarto.

As lágrimas de frustração começam a brotar em meus olhos. Será que eu tenho que perder tudo de uma vez, assim? Meu pai em um acidente de carro, minha mãe em seu mundo particular.

- Vamos, os empregados chegarão daqui a pouco. – digo indo ao meu quarto

- Katniss – chama Prim baixinho, mas eu não olho para trás – Katniss, olhe para mim.

Viro rapidamente, tentando esconder as recentes lágrimas. Argh! Por que isso é tão difícil? Não posso me mostrar fraca para minha irmãzinha.

- O que foi?

- Por favor – diz Prim – não faz mais isso.

- Isso o que? – pergunto

- Fingir que não se importa com tudo isso – ela diz – Fingir que é de ferro.

- Não estou fingindo – viro-me para frente, sem poder encará-la – Vá se arrumar.

Eu bato a porta do meu quarto quando passo por ela e escorrego para o chão.

Eu quero ficar aqui, sozinha. Mas não posso deixar Prim, que apesar de ter ido para o quarto sem pestanejar, ainda posso ouvir os gritos e soluços.

Estou frustrada, como nunca estive. Num momento tudo está bem, eu consegui um namorado que me entende, uma família de acordo comigo, uma irmã compreensiva, amigos maravilhosos. No outro, descubro que meu pai entrou em coma. Por que isso tinha que acontecer bem conosco? Poderia ter sido qualquer pessoa, mas foi meu pai. Sei que é um pensamento horrível e egoísta, mas o que mais eu poderia pensar? Tenho raiva. Raiva de tudo, principalmente de mim mesma. Acabo decidindo descontar isso nas coisas materiais à minha frente. Tranco a porta e vou engatinhando até a minha mesa-cabeceira e pego o abajur branco de cima dela. Uso tudo o que resta das minhas forças para ficar de pé e levanto o abajur. Quando minhas mãos o soltam, o estrondo é alto, cacos de porcelana cobrem o chão e alguns acabam cortando minha perna. Eu vou até a escrivaninha e jogo tudo no chão, com uma raiva descomunal. Logo, meu quarto está de cabeça para baixo e eu me jogo no chão novamente.

Os murros que minha irmã dava na porta, até agora não notados, tornam-se irritantes.

- Vai embora! – grito – Eu quero ficar sozinha!

- Katniss, abre essa porta! – grita Prim de volta

- NÃO! Me deixa em paz! Quero ficar sozinha!

- Katniss, abre a porta! – Prim está chorando novamente

Então me sinto a pior pessoa do mundo. Meus sentimentos são confusos, eu sei.

Abro a porta e Prim arregala os olhos já vermelhos ao perceber a bagunça que fiz.

- Greasy acabou de chegar. – ela diz e sai do quarto

Entro no banho esperando que a água lavasse toda aquela tristeza e decepção de mim, em vão.

Coloco uma roupa limpa e desço para falar com Greasy Sae. Ela é nossa governanta há um bom tempo, é sempre gentil e educada, e é amiga de mamãe. Greasy é uma velhinha magrinha e simpática. Ela nos olha de cima a baixo e diz apenas duas palavras:

- Sinto muito.

Então sobe as escadas e vai limpar a minha bagunça e cuidar de minha mãe.

Isso foi melhor do que palavras falsas de consolação as duas pobres irmãs que tem o pai no hospital e a mãe num universo paralelo. É exatamente por isso que gosto tanto de Greasy. Ela é genuína e transparente. Não vai ficar nos falando palavras de consolo falsas.

Depois de um tempo, Greasy desce e nos prepara um café da manhã. Não comemos muito, pois não temos fome.

Assim que termino, decido ligar para Peeta, perguntando se ele quer vir aqui ficar comigo.

- Claro, já estou indo para sua casa – ele diz e logo desliga

Sento-me sozinha e encolhida no grande sofá da sala. Fico encarando a parede por um tempo quando o interfone toca.

- Greasy, fale para que Peeta entre – digo sem emoção

- Pode mandar entrar – ela diz no interfone

Logo Peeta passa correndo pela porta e vai direto para o sofá me abraçar. Esse gesto dele é tão real e especial para mim, que me fragiliza e acabo por chorar em seu ombro.

- Ta tudo bem – ele diz baixinho

- Não ta não Peeta – digo abraçando-o o mais apertado que posso – Meu... Meu pai...

- Eu sei, eu sei – ele me tranquiliza – Não precisa repetir

- E a minha mãe, ela não responde – digo – A nada.

- Já pensou o quanto deve ser difícil para ela encarar que a pessoa que ela mais ama na vida está daquele jeito?

Olho para o rosto de Peeta, fragilizada.

- Ela deve estar no inicio de uma depressão Katniss – ele diz pacientemente, tirando uma mecha de meu cabelo da frente de meu rosto

- Mas ela não podia ter nos abandonado – eu digo – Devia ter sido forte.

- Nem todos são forte igual a você meu amor – Peeta tenta de novo – Essa é uma das suas qualidades que mais admiro.

- Não vai embora não Peeta – abraço-o com força – Fica aqui comigo hoje. Eu sei que parece estranho eu te pedir isso, mas por favor, fique aqui.

- Claro que fico – ele diz sem pensar – Sempre que você quiser.

Enfio o rosto em seu peito e fecho os olhos. Eu queria morrer, há poucos instantes, mas a perspectiva de ter Peeta aqui me deixa com mais esperanças.

A simples presença dele aqui, comigo, já me ilumina e penso que ele pode acabar nos ajudando, principalmente a Prim, pois ela é mil vezes mais frágil que eu.

- Vou ver Prim lá em cima, quer vir? – ele pergunta

- Quero.

Ele levanta e estende a mão direita para mim. Agarro sua mão, a última coisa que eu posso desejar fazer é soltá-la.

Subimos as escadas e vamos em busca de Prim. Procuramos primeiro em seu quarto, que está cheio de fotos espalhadas pelo chão. Prim adora fotografias, ajudam a lembrar dos bons tempos, ela diz.

Peeta fica no quarto dela enquanto eu vou procurar pelo corredor. Quando chego perto do quarto de minha mãe, ouço uma suave voz.

- Você não faz isso de propósito mamãe, eu sei disso. – ela diz baixinho – Mas eu queria muito que você voltasse a falar comigo. Katniss está tão triste, você precisa nos ajudar mamãe... É importante, você disse que sempre estaria lá, conosco.

Depois de um tempo de silêncio, Prim suspira e começa a se mexer. Dou uma corridinha até o quarto dela, para junto de Peeta.

Ela entra no quarto e fica surpresa ao nos ver ali.

- Oi Peeta – ela diz enxugando algumas lágrimas – Que surpresa te ver aqui.

Peeta vai até ela e a abraça. Os abraços de Peeta são os melhores, porque neles ele mostra que realmente se importa e passa segurança. É maravilhoso.

Peeta senta-se no chão conosco e nos ajuda a arrumar as fotos espalhadas. Prim narra algumas legendas de certas fotos, e ele nos faz dar risada algumas vezes.

Eu ainda não soltei a mão dele, e não pretendo soltar tão cedo, e estou deitada em seu ombro observando uma foto de Prim quando ela tinha dois anos e toda a família estava reunida em volta dela e de seu bolinho de chocolate. É uma foto linda da gente. Ela está com seus cabelos loirinhos presos em duas tranças e assopra as velinhas. Eu estou ao seu lado sorrindo com meus cabelos presos em uma só trança. Meu sorriso não é perfeito, pois tem uma janelinha deixada pelo meu primeiro dente caído. Meu pai está ao meu lado sorrindo para a câmera e minha mãe está de boca aberta falando alguma coisa e segurando minha irmã. Sorrio com a visão e tento não chorar novamente.

Prim conversa com Peeta sobre suas festas de aniversário, que sempre foram magníficas, e ele parece realmente interessado em saber cada detalhe.

- Eu tinha pintado meu cabelo de laranja – ela diz – Tinha ficado estranho. Eu imaginei um laranja mais suave, mas era um laranja muito neon.

- Eu prefiro laranja suave – ele diz – Laranja-pôr-do-sol para ser mais preciso.

Que cor estranha.

Os dois continuam a conversar e eu continuo calada, brincando com os dedos de Peeta.

Greasy nos chama para almoçar e nos obriga a colocar tudo para dentro.

- É importante que vocês comam! – ela protesta

Depois do almoço, Peeta liga para os pais e eu decido observar a paisagem pela janela. O dia reflete o meu humor. Cinza e triste. Além de frio. É começo de inverno.

- Eles deixaram – Peeta me abraça e dá um beijo no topo de minha cabeça

- Eu vou falar para Prim chamar alguma amiga para não ficar sozinha. – digo dando a mão para ele, obrigando-o a me seguir

Prim decide chamar Rue, que não demora a chegar.

Rue nos dá oi e sobe correndo para o quarto com Prim. Fico feliz que agora ela tenha companhia, assim ela não pensa muito no que está acontecendo...

Peeta e eu ficamos apenas abraçados em cima de minha cama. Não são necessárias palavras. Então fico pensando sobre tudo, e percebo como Peeta me respeita. Ele não é um daqueles caras comuns, Peeta respeita minhas decisões e respeita meu espaço.

Sem pensar, dou um beijo nele. Ele primeiro parece surpreso, mas depois corresponde com carinho.

- Obrigada – digo e o abraço mais forte

- É para isso que estou aqui. – ele diz, correspondendo ao abraço


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Notas finais do capítulo

As meninas estão um pouco melhor, gracias Peeta! Eu queria um Peeta pra me consolar quando eu tivesse um problema, pena que ele não existe ):
Bem gente, eu venho tendo uns bloqueios esses tempos, porq tenho trabalhado em outros projetos meus. Um deles é outra fic de Jogos Vorazes, assim que estiver bastante adiantada eu posto.
Esse ano eu entrei pro Colegial, o que significa que vou estar carregada de coisas pra fazer, mas tentarei postar sempre que possivel, nunca pensem que vou abandonar a fic tá? Nunca pensei e nunca vou pensar em fazer isso.
Deixem seus reviews com a opinião de vocês tá?
Mellarkisses, obrigada por continuarem lendo a fic!