Eu estava em frente a janela. O vento refrescante batia em meu rosto e fazia meus cabelos esvoaçarem.

– Filha temos que ir, se não vamos perder o vôo. - A voz doce de minha mãe me fez acordar para a realidade.

Eu apenas sorri e caminhei lentamente até o carro, que estava em frente ao o que eu chamo agora de "antiga casa".

Minha mãe segurava minha irmã de poucos mêses no colo, e se agachava com cuidado para pegar a bolsa que estava no chão da casa que agora estava completamente vazia.

Ela entrou no carro, colocou minha irmã na cadeirinha que estava do meu lado, se sentou no banco de passageiro e meu pai deu partida.

Passar por uma mudânça de país não vai ser tão doloroso como foi da primeira vez. Eu não tenho muitos amigos na Inglaterra. O máximo que cheguei em uma amizade aqui foi sentar ao lado de alguns nerds no intervalo, e o único assunto que eles tinham e que julgavam extremamente interessante eram sobre Álgebra, e eu odeio Álgebra.

Mas quando eu saí de Stratfordeu sofri, sofri de mais, deixei todos os meus amigos pra trás, acho que esse é o meu motivo para ser tão reservada. Tenho medo de sofrer novamente.

E agora eu estou voltando pra lá, para Stratford, o único lugar que eu consegui chamar de lar em todos esses 17 anos de vida.

Reencontrar. Essa palavra ecoa na minha cabeça a todo o instante desde que meu pai disse que iriamos voltar. Reencontrar a Taylor e a Sophie, minhas melhores amigas desde os quatro anos. Reencontrar o Ryan e o Chaz, os únicos garotos que eu pude chamar de amigos. Reencontrar Justin.

Reencontrar Justin Drew Bieber será sem dúvidas a tarefa mais difícil ao chegar lá. Nós tinhamos um amor puro e inocente desde quando eramos bem pequenos, e de repente tudo foi quebrado quando eu anunciei que iria me mudar para a Inglaterra.

De início nós mantiveamos contato por Skype, Telefone, até cartas. Mas depois isso foi ficando cada vez mais extinto a medida que os meses se passavam. Até que acabou. Nada de cartas, Telefonemas ou conversas pelo Skype.

Eu sofri muito no ínicio, muito mesmo. Mas a ferida foi se cicratizando até que eu dei o assunto como esquecido.

E agora eu teria que vê-lo todos os dias no campus, afinal estamos no último ano do colegial. Só de pensar isso eu sinto calafrios. Vê-lo tos os dias.

Eu sinto saudades dele, do que nós vivemos juntos, eu sei que eu era nova, tinha 12 anos apenas, mas eu gostava muito dele.

– Filha, vamos. - Dessa vez meu pai me tirou dos meus desvaneios.

Já tinhamos chegado no aeroporto, minha irmã brincava no colo da minha mãe com um brinquedinho, e soltava ruidinhos típicos de bebês.

Resolvi mandar um SMS para Shophie. Há algumas semanas eu tinha avisado para ela e para Taylor que eu iria voltar, então eu devo avisar que já estou a caminho.

"estou indo :) xx Char."