Let Me Love You escrita por Caroles


Capítulo 1
Prólogo




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Carolina’s POV


Lá estava eu, sentada num banco do balcão de uma lanchonete que eu nem sabia o nome. Tá, eu sei que é meio estranho não saber o nome da lanchonete em que você está, mas, digamos que eu estou morrendo de fome e fui entrando no primeiro lugar decente que eu vi.

Estava escutando música e lendo uma revista, enquanto esperava uma garçonete me atender, quando ele entrou.

Meus olhos seguiram cada movimento seu, reparando em cada detalhe. Estava usando jeans e um moletom velho, um pouco surrado. As mãos no bolso e um olhar melancólico. Ele, entre todas as pessoas daquele lugar, foi quem mais me chamou atenção. Sentou-se numa mesa de canto e fixou seus olhos na televisão. Cara, ele estava realmente mal. Qualquer um poderia perceber só de olhar pra ele.

Eu não sou dessas pessoas que gosta de ficar calada, só observando. Tudo bem que eu nunca conheci ele na vida, mas não é por isso que eu não posso tentar ajudá-lo... Né? Eu já estava decidida. Me levantei e caminhei até ele, parando ao lado de sua mesa.

– Oi, estranho! – sorri.

– Oie, estranha... – ele soltou um riso fraco.

– Então, você tá acompanhado? – apontei pra cadeira com estofado que sobrava na mesa dele.

– Na verdade... – ele se animou um pouco. – Estou sozinho.

– Hum, então acho que eu vou sentar aqui... Cê sabe, também tô sozinha... – eu disse, puxando a cadeira.

– À vontade – ele, novamente, forçou um sorriso.

Fiquei alguns minutos em silêncio encarando o par de olhos castanho-penetrantes que ele possuía. Aquilo estava me incomodando. Digo, fui lá porque ele estava triste. Queria animar ele. E até agora, a única coisa que eu faço é... encará-lo?!

– Hum... Então, o que fez você vir até aqui, falar com um ninguém como eu? – ele quebrou o silêncio.

– Hum, eu não sei como você pode se denominar “ninguém”. Lá no fundo você sempre vai ser uma pessoa única, sabe? E, isso que me atrai nas pessoas. Poder conhecer o jeito “único” delas. Sei lá, e você chegou aqui com esse seu moletom surrado, com um olhar vazio e parecia que precisava de companhia. E eu só vim pra te animar, não sei. Mas se eu te incomodar, eu saio. Prometo – disse, fazendo, finalmente, ele sorrir de verdade.

Uma garçonete, de cabelos cor de laranja e a pele extremamente branca veio por espontânea vontade nos atender.

– Então, o que o casal vai querer? – casal? Fiquei poucos minutos tentando entender o que ela falou. Daí eu olhei pra frente. Eu soltei um riso e fiz um gesto para que o menino pedisse primeiro.

– Ah, eu não sei. Pode ser um café expresso, sem açúcar – a garçonete anotou o pedido e esperou que eu me decidisse.

– Pode ser sorvete de... Hum, morango. Duas bolas, por favor – pedi, sorrindo.

A garçonete estava quase saindo quando ele a puxou pelo braço. Ela se virou e disse:

– O que foi?! Mais alguma coisa, senhor? – É estranho né, o menino era tão jovem... E já era chamado de senhor. Não pude conter o riso.

– Pode trazer duas colheres para o sorvete, por favor? – Ele disse, olhando pra mim, que parei de rir na hora.

Abri minha boca pra protestar, mas a garçonete se virou para ir embora. Fuzilei-o com os olhos. Aposto que eu estava um pouco corada. Ok, um pouco não. Muito. Muito corada, porque... Ele riu né. Ou seja, nem levou a sério meu olhar furioso.

– Então, pelo o que eu entendi, tu veio aqui pra me animar né? – ele perguntou, sorrindo.

– É... Mas, primeiro eu queria saber por que você tá assim, sabe... Mal – eu respondi. – Se não nem sei por onde começar.

– Ah... Sabia que ia me perguntar isso. Só não sabia que dava pra perceber assim, de cara – riu.

– Tá brincando né, cara? Tá estampado aí na tua testa “de mal com o mundo.” Como é que eu não ia perceber? Além do mais, eu gostei de você então, eu vim pra cá, só por causa disso ok? Ok – ele riu de leve.


– Faz alguns dias que eu tô pra baixo mesmo. Só consegui sair de casa hoje, porque fui convencido pelo meu amigo, por telefone. Ah, e o motivo de tudo isso é... – ele pausou e eu ouvia essa parte com muita atenção. – Bem, eu e minha ex-namorada terminamos faz algumas semanas. Ela me traiu e...

– Para tudo. Tá, eu posso nem saber seu nome, mas – ele ia me cortar nessa parte, porém eu continuei a frase mais rápido. – É sério que tu vai ficar trancado dentro de casa por alguém que nem merece o amor e respeito que você deu? Porra, viu. Não tô acreditando! Há um monte de coisas para se fazer pelas ruas de Londres e você aí, provavelmente embaixo de quinhentos mil cobertores, de ressaca. Falo mais, essa menina devia ser muito idiota mesmo pra desperdiçar um cara como você...

– Um... Um cara como eu? – Aí eu percebi a besteira que eu tinha falado.

A comida chegou. Graças ao Lorde das Trevas, salva pelo gongo. Ufa!

Agradeci o garçom que trouxe, e nem pensei duas vezes antes de enfiar umas três colheradas seguidas na boca. Ele me olhava perplexo.

– Não vai beber seu café, não? – desviei o assunto por completo.

– Ah é, né. Até tinha me esquecido, olhando pra você assim... – ele respondeu.

– Assim como? – perguntei.

– Assim, com o nariz sujo de sorvete de morango – ele riu.

– Mas... – pausei, confusa. – Eu não tô suja de sorvete de morango no nariz, ué!

Ele melou o dedo com o tal do sorvete que já havia derretido e se aproximou de mim, tocando na ponta do meu nariz.

– Isso vai ter vingança! – fingi estar indignada.

Ele riu e murmurou algo como “duvido”, num tom de voz um pouco mais baixo, para que eu não escutasse.

– Ei! Eu ouvi, ok? Nunca duvide de mim, senhor... Senhorito... É, hã... – estava buscando palavras. Mais precisamente o nome dele.

– Payne. Liam Payne – completou pra mim.

Sorri e me levantei da mesa. Coloquei as mãos dentro do bolso macio do meu casaco, procurando por alguns trocados. Deixei-os em cima da mesa.

– Onde você vai? – Liam me perguntou, com olhos de cachorrinho. Como não resistir?

– Ah... Eu, eu vou lá, sabe? – perdi todas as palavras em minha mente enquanto olhava seus olhos implorando para que eu ficasse. – Digo, estou atrasada, Liam...

Ele suspirou.

– Sabe, você é uma das pessoas mais incríveis que eu já conheci. Eu tenho vontade de explorar mais esse seu jeito “único de ser”. – falou, imitando minha voz.

Tá, eu já devia estar parecendo um pimentão de tão vermelha que fiquei. Minhas bochechas queimavam. Peguei um guardanapo e escrevi meu nome e telefone. Entreguei-o nas mãos de Liam.

– Espera. Como eu vou saber que esse é o número certo? – ele gritou pra mim, que já estava á uns metros de distância.

– Confia em mim – sorri, saindo pela porta.



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