Meu mundo é você escrita por Karmen Bennett


Capítulo 27
A fuga


Notas iniciais do capítulo

Hei amig@s, como vão? Eis aqui um novo capítulo da fic que também já se encaminha ao final, por fim eu resolvi não prolongar, mas também não acabar nas pressas, provavelmente eremos mais uns cinco cap, por aí. Muito obrigada pelos comentários de vcs, isso é realmente importante, uma fic só segue quando tem leitores participando do processo!! O cap começa e termina com essa música http://www.youtube.com/watch?v=rzCXBI57Kyo Espero que gostem do cap, bjs e boa leitura!!



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Através da luz fosca que atravessava a cortina do enorme quarto em que se encontrava, Sam observava a luz do sol se tornar cada vez mais fraca, tomando agora um tom docemente alaranjada , que lembrava a cor das tortas que sua mãe costumava lhe fazer nos seus aniversários. Ela suspirou tristemente lembrando da imagem dos pais há alguns minutos atrás no salão real, tão cansados e sofridos, agora com mais uma preocupação. Eles haviam sido levados de volta a aldeia, escoltados por guardas que se encarregariam de dar a notícia do casamento aos camponeses que a aquela altura já se encontravam bastante insatisfeito com as altas cobranças de impostos.

Mas agora havia uma nova esperança, pois uma jovem camponesa se casaria com um dos aliados do rei, o que mostrava a preocupação do monarca em se aproximar das pessoas, trazendo para perto alguém que sabia exatamente o que precisava ser feito para melhorar a vida do seu povo.

Até ali, tudo o que era conhecido a respeito de Sam pela grande parte das pessoas é que ela era uma rebelde e que por isso fora mandada as masmorras, ela não sabia como o rei conseguira manter em segredo o desastroso noivado dela com o seu filho, mas era certo que vidas haviam sido ceifadas e que muito ouro havia sido gasto para que tudo fosse mantido em segredo. Os guardas que presenciaram o interrogatório dela haviam sumido, os empregados que tomaram conhecimento também, a exceção de dois ou três de maior confiança, incluindo Spencer, e Serafim e o duque haviam aumentado consideravelmente suas fortunas em meio a isso tudo.

Mas parecia que no fim das contas o rei conseguira vencer mais uma batalha, e dessa vez graças ao duque.

Por mais que tentasse, Sam não conseguia entender o motivo pelo qual Humbert propusera esse enlace, já que só haveriam prejuízos para ele. Não poderia garantir nenhum tipo de fidelidade da esposa, que além dele considerar desonrada, era uma inimiga do rei ao qual ele servia.

Sam se deixou sentar na cama, ao lado do vestido que fora colocado ali para ela usar na noite seguinte, na qual ela seria apresentada a corte e tentou inutilmente não se desesperar. Começou a pensar em uma solução e por fim concluiu que teria que tentar fugir em meio a festa junto com os pais, e se não conseguisse estaria tudo perdido. Dali pra frente qualquer um a reconheceria e não haveria mais como escapar com a mesma facilidade, e só lhe restaria casar com o duque. Ela ainda se perguntou se não poderia contar com a ajuda de Freddie, mas achava que ele já havia feito muito e que por isso era melhor deixá-lo em paz, mesmo por que muito dificilmente ele a ajudaria depois de tudo o que acontecera, então era melhor agir por conta própria.

Freddie estava sentado ao lado da irmã, e em frente a Paul numa mesa da biblioteca discutindo sobre as poesias de um livro em cima da mesa, que já havia sido lido pelos três, quando o seu pai entrou vagarosamente com um ar pesaroso. A principio Freddie pensou que ele fosse dar alguma notícia ruim, mas após grande esforço ele sorriu encarando o filho:

–Teremos uma pequena celebração amanhã. -Disse. -Serafim nos apresentará uma jovem que deverá se casar com o duque Haze em breve.

–O que? -Carly falou levantando. -C-como assim casar em breve, eu, eu...

–Carly, contenha-se por favor -Disse Freddie. -Eu fico muito feliz com a notícia, me preocupava a forma como ele vinha se aproximando de ti. Quem é a moça, papai?

–Ainda não sei. -Disse desviando o olhar para a janela. -Será apresentada amanhã, e só depois anunciaremos o casamento, para que não pensem que o duque se casará com uma qualquer.

–Mas é uma qualquer, nem mesmo o senhor sabe de quem se trata! -Afirmou Carly.

–Bom, estão informados, voltem as suas atividades, eu não os impeço mais. -Disse ignorando a filha. -Até mais tarde.

O rei saiu da sala tão vagarosamente quanto entrou e por um momento pareceu que ele carregava imensa preocupação nos ombros. Freddie achava que o fato do duque ter escolhido uma desconhecida em vez de Carly o frustrara, mas achava estranho que ele tivesse ido até ali dar a notícia em vez de ter decidido realizar a cerimônia junto com ele. Era como se por algum motivo, o tivessem excluído propositadamente daquilo que havia ocorrido, e como sua desconfiança grande, Freddie resolveu ir atrás do pai tentar tirar-lhe mais alguma informação. Mas ao parar os olhos em Carly, percebeu que ela estava prestes a chorar encarando o livro sem lê-lo, com os olhos marejados.

Silenciosamente, Paul levantou e saiu da biblioteca deixando os dois irmãos sozinhos.

–Eu não vou. -Ela disse muito baixo. -Não vou a essa cerimônia despropositada.

–Sabe que tem que ir. -Ele respondeu enquanto esfregava a testa pensativo.

–Ninguém pode me obrigar. -Ela levantou decidida. -Eu não vou e está decidido.

Freddie levantou com um ar compreensível e tomou-lhe as duas mãos entre as suas.

–E vai deixar de mostrar o quanto é mais linda? Vai deixar de mostrar o quanto ele é tolo por preferir qualquer outra a ti?

Ela pareceu refletir por um tempo até que por fim assentiu e sorriu um pouco confusa. Sim, e iria e mostraria ao duque Humbert o que ele estava perdendo com sua estupidez.

Na noite em que se seguiu a notícia do noivado de Sam, os três jovens que se encontravam nas proximidades do castelos observavam a chegada de algumas carruagens e surpreendiam-se diante da rapidez com que o rei agia. Gibby sugeriu que eles cancelassem, mas Robie se negava terminantemente a recuar enquanto Lucas começava a vislumbrar a prisão dos três. Era estupidez de mais, cinco camponeses contra a guarda real.

Após terem dito no povoado que Sam se casaria com um aliado do rei,quase todos passaram a acreditar na boa fé do monarca e Robie acabou perdendo todos aqueles com quem contava para a invasão. Sobrou apenas Gibby, Lucas e mais dois camponeses, Matt e Kevin, que continuavam dispostos a lutar, pois haviam tido, recentemente, suas barracas de verduras destruídas por um cobrador de impostos real por que não arrecadara o suficiente e isso lhes alimentava a ira contra a coroa.

–Escutem -Robie virou dizendo.-Entramos, nos espalhamos agimos como empregados, batemos em quem desconfiar de alguma coisa e nos encontramos todos aqui daqui a três horas, é tempo suficiente. Objeções?

Os quatro homens sinalizaram que não e o grupo seguiu na direção do palácio, decididos a não saírem dali antes de vasculharem cada canto daquele castelo.

Os convidados iam chegando aos poucos, e ao contrário do que o rei dissera, a cerimônia não parecia tão pequena. Já haviam no salão cerca de quarenta pessoas, e elas continuavam a chegar, mas a tal moça que seria apresentada ainda não havia aparecido.

Havia ali uma enorme mesa repleta de comida, duas fileiras de cadeiras encostadas as paredes laterais aos tronos de onde os reis apreciavam a comemoração e ao fundo um grupo de músicos preparando-se para começar a tocar.

Freddie seguia de um canto para o outro com Carly e Charlote, os três cumprimentando os convidados que chegavam e conversando um pouco com os amigos mais próximos da família. Carly tentava se mostrar indiferente a situação, mas não conseguia evitar que seus olhos fossem,de vez em quando, ao encontro dos olhos do duque que em alguns momentos até parecia um pouco constrangido, talvez por tê-la iludido.

Em um determinado momento, quando Charlote se fastou dos dois irmãos para ir conversar com a sua mãe, Carly virou para Freddie com um ar aflito:

–Não devia ter deixado a Charlote vir de azul, sabia que eu também viria agora não posso me destacar entre todas!

–São azuis diferentes, minha cara irmã e eu não tinha como saber qual a cor do vestido com que ela viria.

–E o penteado dela também não está um tanto quanto espalhafatoso? -Perguntou.

Freddie olhou para a prima e depois para a irmã e se perguntou qual dos coques estava mais alto e armado, mas não conseguiu se decidir. Estavam muito belas, cada uma a sua maneira, e ele não entendia por qual motivo não apenas elas, mas todas as moças ali pareciam ter se esforçado tanto para serem a mais bela. Ao que havia entendido, era uma cerimônia simples, mas talvez o fato daquilo tudo ser destinado a uma outra moça as fizessem querer ofuscar a desconhecida que de qualquer modo já seria o centro das atenções.

Freddie ouvia distraidamente a irmã quando entrou pela porta principal uma das últimas pessoas que ele esperava ver naquele salão. Um sorriso involuntário surgiu em seus lábios quando o velho amigo se aproximou dos dois.

–Vincent! -Exclamou. -Céus, quando foi que chegaste em Paris?

O outro riu e cumprimentou os dois irmãos formalmente antes de responder.

–Cheguei a pouco meu caro, por isso achei que não deveria esperar por um convite. -Disse. -Que deselegante da minha parte, não?

–Certamente. -Freddie disse ainda sorridente. -Mas é certo também que você teria sérios problemas comigo se não viesse. Agora diga, que bons ventos o trazem?

–Creio que não sejam tão bons assim. -Disse pesaroso. -As terras do condado vai de mal a pior, as muitas estão improdutivas e os rebanhos estão morrendo de fome. Muitos estão saindo de lá, preciso saber o que está...

Ele parou de falar ao reconhecer um casal sentado no fundo do salão, próximo aos tronos.

–Mas... Aqueles são meus empregados, o que fazem aqui? -Perguntou. -E com aquelas roupas...

Freddie virou-se na direção para qual o amigo olhava e qual não foi sua surpresa ao reconhecer dois vendedores de maçã da aldeia. Percebeu que eles estavam sentados a poucos metros do duque e de seus convidados e começou a desconfiar de toda aquela situação.

–Como vai sua prima? -Perguntou Carly. Ela tentava esconder a surpresa por vê-lo ali.

–Muito bem. -Respondeu meio sem jeito. -Ela também quis vir, mas definitivamente não poderíamos viajar sozinhos, não é?

Carly deu de ombros e se fastou com um sorriso gentil fingindo ter localizado alguém com quem queria falar em meio aos convidados. Freddie observou o modo como o amigo olhou sua irmã e sentiu certo aborrecimento, mas logo voltou sua atenção aos pais de Sam novamente.

–Vincent, se importa de perguntar aos seus empregados o que eles fazem aqui?

–De maneira nenhuma. -Disse encaminhando-se aos dois.

Freddie aguardou que ele fosse até o casal cujos cabelos dourados já começavam a se tornar brancos e percebeu que tanto o rei quanto o duque adquiriram feições preocupada. Levantou, cumprimentou Vincent e pareceu fazer as apresentações ao que o rapaz pareceu bastante surpreso.

Ele cumprimentou os seus empregados, conversou um pouco com eles e depois retornou. Mas Freddie teve sua atenção desviada pela irmã que voltava chamando-o.

–Deve procurar a Charlote agora, -Disse ela. -Logo começarão a tocar.

–Mas e a moça?

–Já desceu há algum tempo, Sir Serafim está passeando com ela pelo salão.

Freddie olhou em volta e viu Serafim de braços dados com uma moça loira e magra. Os dois estavam de costas e conversavam com o ministro das terras que parecia entediado em estar ali.

–De onde ela é? -Perguntou Freddie.

–Não sei. -Respondeu Carly. -Mas o vestido dela é horrível, isso pra não falar desse penteado, a maior parte do cabelo dela está solto.

–Creio que isso seja perfeitamente normal. -Disse Vincent aproximando-se. -Ela é da aldeia, as moças não são dada a vaidade por lá.

–Como? -Perguntou Freddie.

–É a filha dos meus empregados.-Respondeu. -Como pode não saber disso, Freddie eles me disseram que ela trabalha aqui há algum tempo.

Freddie começava a se dar conta do que estava acontecendo quando Serafim e a jovem viraram-se em sua direção e começaram a se aproximar. Ela tinha os olhos baixos e estava extremamente bela naquelas roupas, não que não o fosse de qualquer forma, mas naquele momento entendeu o que as outras moças naquele salão esperavam alcançar. O vestido, as joias, o penteado haviam realçado sua beleza, não havia como não ficar admirado mesmo em meio ao choque em que se encontrava.

–Alteza. -Disse Serafim. -Sei que isso não é realmente necessário, mas...

–Esta moça é minha prisioneira. -Disse. -Explique-me o que significa isso.

–Terá que perguntar ao seu pai, alteza eu apenas cumpro ordens.

–Do que vocês estão falando? -Perguntou Carly. -Não me digam que esta é...

–Samantha, acompanhe-me por favor. -Disse o príncipe pondo-se a andar.

Embora Serafim tenha tentado impedir, a menina se livrou dele com habilidade espantosa e acompanhou o príncipe que se dirigi até o pai. Carly observava pasma aquela cena, mas sua atenção foi desviada quando viu um homem do lado de fora, observando através da janela que ficava atrás dos tronos. Não parecia ser um empregado.

–Pai, pode por favor me explicar o que esta prisioneira faz aqui, nesses trajes?

O homem olhou em volta certificando-se de que ninguém os ouvia e encarou o filho severamente, mas antes que pudesse responder, o duque se aproximou interpondo-se.

–Não é mais prisioneira, alteza. -Disse -Nos apaixonamos e o seu pai permitiu que nos casássemos.

Freddie olhou de relance para Sam mas ela tinha os olhos baixos.

–Nunca mais ouse tomara palavra do meu pai. -Disse Freddie. -Pai, ainda espero uma explicação.

–Você foi o primeiro a me alertar sobre o poder que essa moça exerce entre os seus, apenas acho que ela o deve fazer ao nosso lado.

–E por que não fui informado?

–Por que tentaria impedir. -Respondeu -E a caso não tenha reparado, as atenções já começam a se voltar para ti então aproveite que está com ela e apresente você mesmo as pessoas.

Houve alguns segundos de silêncio e olhares nervosos até que, sem conseguir pensar em nada para dizer, Freddie se afastou sentindo-se derrotado, e controlando os ímpetos de se retirar daquele espaço, olhou a garota de relance dirigindo-se a ela.

–Venha comigo. -Disse estendendo o braço. -Vamos terminar o que você começou.

–Eu poderia tentar fazer você entender, mas do que adiantaria, vossa alteza não vê em mim mais do que uma criminosa.

Freddie pensou em responder, mas sentia que estava no limite da sua paciência e procurou se controlar. Aquilo era o cúmulo do absurdo, e certamente não poderia ser levado adiante.

Tentando não pensar nos ciúmes que sentia, Freddie se perguntava quais as intenções do duque propondo um casamento com Sam. Ainda que casá-la com um aliado fosse de alguma serventia ao rei, haviam outros de menor importância, com títulos inferiores que poderiam assumir tal papel, não era normal que ele, um dos jovens mais cobiçados por moças ricas de várias cidades se dispusesse a casar com uma aldeã. Ou ele queria atingir o príncipe ou realmente gostava da garota, de qualquer modo a situação era preocupante.

–Freddie! -Charlote se aproximou do primo sorrindo. -Rápido, vai começar a... Oh minha nossa mas essa não é aquela criada?

Fez-se um silêncio constrangedor e por alguns segundos Sam experimentou uma pontada de satisfação. Sentiu ímpetos de beijar Freddie na frente daquela outra, mas precisava seguir com o seu plano que era esperar o melhor momento para sair dali com os pais.

–É um prazer conhecê-la alteza. -Disse Sam surpreendendo os outros dois. -Se importaria se eu dançasse a primeira música com o seu primo?

Antes que Charlote pudesse responder, a menina já se afastava arrastando Freddie para longe, e não apenas os dois primos, mas também o duque que encontrava-se de pé, prestes a ir tirá-la para dançar, pasmou diante do que viu. Freddie a olhava confuso enquanto tomava seu lugar junto dos outros jovens, e não conseguiu pensar em como sair daquela situação. Já ela parecia tensa e preocupada.

A música começou suavemente e Freddie aproveitou o primeiro momento em que se aproximaram durante a dança para tentar descobrir o que havia.

–O que está fazendo? -Perguntou.

Eles se afastaram novamente em meio a dança e Freddie observou o semblante aborrecido do pai de relance. A situação ia de mal a pior.

–Apenas dance, alteza. -Respondeu. -Devia estar feliz, em breve não serei mais responsabilidade sua.

Afastaram-se novamente enquanto realizavam os passos. Sam dançava um pouco desajeitada, pois embora fosse a mesma dança que faziam na festa do povoado, aquela era mais lenta e isso a confundia as vezes, não tanto por já ter visto fazerem aquilo antes.

Ela sabia que aquilo certamente ocasionaria alguma confusão, e era em meio a esta que Sam planejava fugir.

Enquanto pensava em suas possibilidades de fuga, Sam tentava não se deixar levar pelo que sentia dançando com Freddie. Ele estava incrivelmente lindo, e a olhava de uma forma que a deixava sem ar, como se a desejasse. Achava que aquilo não passava de coisas da sua cabeça, era a menos elegante de todas as moças e no máximo Freddie apenas observava esse contraste entre ela e as outras. Em um dado momento, ele segurou a mão dela e pôs a outra na cintura da garota que se sentiu flutuar.Ele a olhou nos olhos, de uma forma profunda, e não havia nada mais naquele salão além deles dois, daquela música suave, além da vontade que sentia de ficar nos braços dele pra sempre.

Mas a música acabou.

Os aplausos encheu-lhe os ouvidos de forma perturbadora no instante em que ele se afastava também aplaudindo. Ela repetiu o gesto lançando um breve sorriso a ele e se afastou indo na direção dos seus pais.

Como imaginara, eles estavam sozinhos, o duque conversava com o rei um pouco mais afastado e a rainha conversava com a outra, a mãe de Charlote, e as filhas de ambas. Ela se aproximou dos dois e falou baixo, encarando-os.

–Devagar, levantem, finjam se divertir e me encontrem no jardim.

–Mas Sam, os guardas, eles estão por toda a parte... -Disse a mulher.

–Façam o que eu digo. -Ordenou.

Ela saiu de perto deles e olhou de relance para o duque, que ainda se encontrava distraído e agora Freddie se juntara ao grupo. Perfeito. Ela se afastou em direção a sala e mirou um dos castiçais.

Charlote estava encostada a parede, tentando não demonstrar a raiva que sentia por tudo o que vira nos últimos minutos. Era inconcebível que a garota que limpara seus sapatos ontem tivesse lhe roubado o noivo durante a primeira dança da cerimônia, era inadmissível na verdade.

–Não mamãe eu não aceito, ela simplesmente o levou para o meio do salão e ele não fez absolutamente nada! Tem alguma coisa muito estranha acontecendo aqui!

–Não há nada acontecendo meu bem, eu já expliquei, -disse a mãe do garoto. -essa moça era uma rebelde e o rei compreende que é melhor tê-la por perto.

–O Freddie não faz absolutamente nada que não queira, majestade, com todo o respeito, sabe que é verdade, ele poderia ter impedido mas não o fez! Percebem que eu acabei de ser ridicularizada? Na frente de toda a corte?

Carly e a mãe assistiam a conversa com certa apreensão, temiam que a qualquer momento a jovem declarasse que não queria mais casar com Freddie. Mas por fim ela acabou concordando em aceitar o fato e voltou a agir normalmente. Elas já haviam mudado de assunto quando um clarão vindo da sala chamou a atenção de todos.

Freddie estava no meio de uma discussão com o pai que o repreendia severamente por ele não ter levado Sam até o duque antes da primeira dança quando sentiu um forte cheiro de fumaça.

Imediatamente ele pensou em Sam. Não era normal a forma como ela parecia conformada com o que a obrigavam fazer. Ele correu em direção a sala, ignorando os chamados da mãe e foi até onde pôde, mas a saía estava tomada pelas chamas.

Ele correu em direção ao corredor que nunca parecera tão longo, e enquanto se esbarrava com os criados que traziam baldes com água se perguntava como ela conseguira causar tanto estrago tão rápido. Quando finalmente alcançou a cozinha, desviou por muito pouco de um golpe na cabeça e o mais rápido que pode, socou e imobilizou seu agressor. Era o amigo com quem vira Sam conversar outro dia.

–Solte-me -Gritou Robie. -Solte-me!

Freddie já se preparava para socá-lo novamente quando dois guardas apareceram. Ele saiu de cima do outro e imediatamente os guardas o prenderam.

–Levam-no para as masmorras e esperem que eu volte para interrogá-lo. -Disse. -Eu não devo demorar.

Os homens assentiram e saíram arrastando o rapaz enquanto Freddie saia pela porta da cozinha, de onde ele pôde vislumbrar a uma boa distância, três pessoas correndo, uma delas loira com um vestido rosa.

Ele pensou em ir atrás, mas o grupo já ganhava distancia, e ele percebeu que não os alcançaria a pé. Correu em direção ao estábulo para pegar um cavalo, e tendo encontrado três guardas no caminho, ordenou que um dois fossem com ele e que o outro avisasse a toda a guarda sobre invasão.

Quando Freddie alcançou a estrada, pôde ouvir alguns gritos vindos do castelo e pensou em voltar, mas era tarde, teria que confiar a vida da família ao pai e a Serafim. Se soubesse que o fogo tomaria aquela proporção, não teria ido atrás de Sam, tentaria salvar a mãe a irmã primeiro, mas agora não havia mais tempo.

Ele cavalgava o mais depressa que podia na direção da cidade, pois era o caminho mais rápido para sair do reino, mas também o menos seguro para fugitivos. Foi ao lembrar disso que ele parou e olhou de relance para o guarda.

–Tem ideia de qual lado tomaram? -Perguntou.

–Quem, alteza? Perdoe-me, mas não faço ideia de quem estamos seguindo.

–Talvez seja melhor voltarmos. -Disse.- Estamos seguindo as pessoas que causaram o incêndio, os rebeldes mas é perigoso que continuemos sozinhos, voltaremos amanhã em maior número.

O outro assentiu e os dois fizeram menção de tomar o caminho de volta, mas o guarda foi atingido por algum objeto na cabeça e caiu ruidosamente do cavalo. Freddie virou-se assustado e deparou-se com dois homens encarando-o.

–Boa noite, alteza. -Disse o mais velho deles.

–O que querem? -Perguntou Freddie.

–Há muitas coisas que eu quero, alteza. -Respondeu calmamente. -No momento, desejo apenas ajudar. Sei exatamente onde está quem vossa alteza procura, a jovem que tentava fugir com a família.

–Quem é você? -Freddie perguntou energicamente. -Por que atingiu esse homem com uma pedra, o que pretende?

–São muitas perguntas, mas o que mais pode-se esperar de alguém tão jovem? -Disse aproximando-se. -Me chamo Nicolau, alteza e como disse vim ajudar. Acompanhe-nos, por favor vou levá-lo até Samantha Pucket.


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Notas finais do capítulo

Então, no prx cap, que deve sair em breve depois do último de CS, a gente vai entender melhor o que está acontecendo, vão ter muitas surpresas eeee uma possível cena Seddie mui caliente. Espero que vcs tenham curtido o cap, gostaria de agradecer a Suellem pela recomendação em conexão Seattle, simplesmente linda!! Gente, por favor, não deixem de comentar ainda que não tenham gostado, o importante pra mim é saber o que vcs acharam!! Por favor, avisem erros que prejudiquem a compreensão e/ou estética do texto!! Bjos gente até mais!!



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