Meu mundo é você escrita por Karmen Bennett


Capítulo 17
Sonho ou realidade?


Notas iniciais do capítulo

Olá! Mais uma vez desculpem-me o atraso, mas aqui estou eu. Eu tenho demorado, mas foi como eu disse, minhas aulas retornaram e isso tem me atrasado bastante. Espero q vcs compreendam!! Muito obrigada pelos reviews, espero que gostem do cap! Bjos, boa leitura!!



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A brisa suave balançava a cortina grená, permitindo que em determinados momento a luz do sol entrasse pela janela entreaberta e iluminasse o quarto por completo. Em meio aos lençóis emaranhados, sobre a cama, estava o futuro monarca das terras sob qual ele se encontrava. Ele segurava entre os dedos um longo fio de cabelo dourado, deixado ali pela dona a horas atrás

Ele suspirava lembrando da imagem da jovem deitada sobre aquela cama, deixando seu suave perfume impregnado nos lençóis. A cada vez que aspirava, Freddie perdia a vontade de sair dali, mas pela claridade que entrava no quarto, já devia ser muito tarde, e após alguns minutos sentado ali, pensando, ele se levantou e começou a se arrumar.

Quando se encontrava devidamente vestido, ele deu uma última olhada na cama pensando que dormir ali já não seria mais a mesma coisa. Não soube dizer por que, mas a ideia o fez sorrir.

Na anti sala de jantar, todos o esperavam para a primeira refeição do dia e olharam-no de maneira reprovadora em função do atraso. O rei tinha um semblante preocupado, e Freddie se perguntava se ele sabia de alguma coisa. Era difícil esconder segredos dele, que além de ter muitos amigos, era de uma astucia admirável.

Após os cumprimentos habituais, os cinco se dirigiram silenciosamente à sala de jantar onde o café estava posto. Freddie fez um esforço imenso para não olhar para as criadas, e sentou com o cenho franzido. Serviu-se de um como de suco e assim que levou o copo de encontro aos lábios, deteve-se diante do que a irmã dizia.

–A que horas o duque virá, papai?

–Às quatro. E por favor, Carly seja mais discreta.

–Ah, me desculpe.

–O duque virá aqui? –Perguntou Freddie num tom contrariado.

O rei o estudou por um bom tempo e depois respondeu com um sorriso amigável:

–Sim, por que?

–Por nada. –Ele bebeu um gole do suco e baixou os olhos.

–O problema de certas pessoas é não suportar a ideia de que eu venha a me casar primeiro!

–Carly, contenha-se por favor. –Pediu a mãe da moça.

–Só acho que o duque deveria se limitar a os encontros formais.-Disse Freddie polidamente.

–Ele é um dos nossos melhores aliados, Freddie. E tente não esquecer o nome dele, sim?

Freddie cerrou os punhos enquanto Carly gargalhava.

–Aquilo foi uma distração. –Respondeu Freddie disfarçando o aborrecimento.

–Sei disso, Freddie, mas procure ter mais atenção. O marques se mostrou bastante aborrecido.

Freddie torceu os lábios num gesto aborrecido e desviou o olhar. Se manteve em silencio durante o resto da refeição, pensando a que pé estariam as coisas com Sam. A resposta veio assim que eles terminaram de tomar café, e ele se dirigiu sozinho a biblioteca. Um rapaz alto e magro o parou no corredor com o seu habitual ar alarmado, fazendo uma revencia apressada.

–Alteza! Com licença, preciso-lhe falar.

–Diga, Spencer.

–Mandou mesmo que deixasse a Samantha permanecer aqui?

–Acha mesmo que ela se atreveria a mentir?

– Nesse caso, peço desculpas...

–Onde ela está?

–Na cozinha.

–Não mencionaram meu nome a mais ninguém não é?

–Não senhor. –Ele hesitou antes de continuar. –Vossa alteza, me perdoe por favor... Mas... Por que...

–Spencer, acredito que tenha batido a cabeça hoje pela manhã. Desde quando te devo satisfações? Mas se te interessa tanto, saiba que eu apenas quero reter criados.

–Arranjaríamos alguém para por no lugar dela...

–E teriam que ensinar tudo de novo. –Disse rispidamente. –É por isso que uns mandam e outros obedecem. Agora saia daqui.

–Sim alteza. Desculpe-me novamente.

O príncipe aguardou que ele fizesse a reverencia e se afastou. Entrou na biblioteca com a mente dando voltas, se perguntando que droga estava fazendo. Que diferença faria a sua vida que Sam tivesse a reputação em risco? Mas simplesmente não conseguia conceber a ideia de vê-la sofrer e isso já o estava levando a loucura. Conhecia vários amigos, que se envolviam com criadas, camponesas e depois de leva-las para a cama, abandonavam-nas para se casar com moças ricas. Freddie se perguntava se eles haviam, alguma vez amado tanto aquelas moças quanto ele amava Sam.

Freddie sentou numa cadeira, e baixou a cabeça, sustentando-a com as mãos. Sentiu que alguém sentara-se e sua frente e o encarava. Levantou o rosto e viu Paul olhando-o atentamente.

–Como vai, Paul?

–Bem. Mas vejo que você nem tanto.

–Saudades da Itália. –Respondeu Freddie ajeitando-se na cadeira.

–Da Itália ou da princesa Charlote?

–De quem? Ah, claro. É, dela também.

Paul o fitou por um tempo com um ar confuso e esticou a mão pegando um livro que havia sobre a mesa. Ficou observando a capa vermelha por um tempo e depois perguntou:

–Está apaixonado por outra?

Freddie sorriu tentando parecer irônico, mas adquiriu um ar cansado.

–Sim. –Respondeu. –Por uma camponesa.

–Há quanto tempo? –Perguntou Paul

–E-eu estava brincando. –Disse desconcertado.

–Não foi o que me pareceu. Então qual é o problema?

–O duque. Não sei o que pretende, mas sei que quer me prejudicar.

–E como ele poderia fazer isso?

–Através da Carly...

–Talvez ele goste dela...

–É o que veremos essa tarde. Mas sinceramente, eu acho muito difícil.

–Eu o deixarei descansar agora.

–Descansar? Tem sido muito difícil pra mim. Se quiser permanecer aqui, fique a vontade. Eu irei cavalgar.

Paul assentiu enquanto Freddie se levantava e ia em direção a porta. A expressão dele o fez lembrar-se de quando teve de deixar a noiva para ingressar no convento. A moça se casara com outro e nunca mais se viram. A dor que sentiu ainda estava ali, guardada em algum lugar, de vez em quando voltava para atormenta-lo, fazendo-o buscar o conforto na palavra de Deus.

Na cozinha, as mulheres cochichavam. Não havia outro assunto a não ser a expressão de Gertrudes, ao ser obrigada a aceitar Sam novamente. A garota estava preparando o café junto com as outras, quando a mulher lhe perguntara de forma extremamente grosseira o que ela fazia ali. A jovem respondera timidamente que havia recebido ordens para ficar. Spencer voltou a pouco com a confirmação. E o que mais irritava Gertrudes era o fato de só ele saber quem viera a ordem, quem estava por trás daquilo.

–Então é bastante influente, não é? –Perguntou a mulher.

–Não senhora. Apenas faço meu serviço com extrema dedicação. Ainda assim ,não pretendo ficar por muito tempo.

–Há quanto tempo fala isso? –Rebateu a mais velha.

Sam baixou a cabeça enquanto a outra se afastava, murmurando um “sonsa” carregado de ódio. Assim que ela se foi, as outras tentaram arrancar alguma coisa de Sam. Como nada conseguiram, a maioria das mulheres chegou à conclusão de que ela era filha de algum nobre e o rei a protegia. Umas poucas acreditavam que ela era filha do próprio rei, mas, prudentemente, não ousaram mencionar essa hipótese.

Sam não podia estar se sentindo pior. Sempre que se aproximava, as outras se calavam. As horas se arrastavam e ela mal podia esperar para falar com Freddie. Ele tinha que dar um jeito no tal duque para que ele a deixasse em paz. Também sentia uma imensa vontade de vê-lo, mas não admitia a si mesma.

Quando foi ordenada a ir limpar a sala de leitura real, ela se sentiu maravilhada. Livrar-se ainda que temporariamente daquelas mulheres parecia revigorante.

A sala era ampla e arejada e possuía uma grande janela que dava vista para o bosque. Atrás da mesa onde ficava a enorme e luxuosa cadeira do rei, havia na parede, duas espadas cruzadas. Sam já havia revirado aquele cômodo várias vezes sem sucesso, e nunca aquelas espadas lhe chamaram tanta atenção. Lentamente, ela se aproximou e as tocou. Depois se afastou intrigada com a beleza daqueles artefatos.

Quando iniciava a limpeza, a porta se abriu e alguém entrou. Aturdida, Sam ficou imóvel mirando o chão esperando que a mandassem sair.

–Boa tarde, cara jovem. –Disse uma voz familiar. –Lembra-se de mim?

Sam permaneceu em silencio.

–Então –continuou ele. –Permita-me refrescar sua memória. Duque Humbert.

Ela não se moveu.

–Por que não foi ao nosso encontro?

–Estava trabalhando. –Disse num tom praticamente inaudível.

–Não tem problema. –Disse avançando. –Marcamos outro...

Sam abanou a cabeça negativamente, recuando na medida em que ele se aproximava. Ele lhe lançou um olhar piedoso e estendeu a mão para toca-la quando Freddie entrou na sala falando num tom severo que Sam jamais vira antes:

–Não tem permissão para entrar aqui.

–Ah, alteza que bom que esta aqui. –Exclamou o duque se afastando de Sam. –Eu me perdi e essa mocinha me ajudava...

–Saia agora. –A voz de Freddie saiu grave e firme.

O duque lançou um olhar rancoroso aos dois e saiu sendo seguido por Freddie. Não entendia por que aquela pobre mocinha explorada se apegava tanto a alguém como Freddie. Ela praticamente sorriu ao ouvi-lo, com toda a sua arrogância e aspereza. Tinha ódio de Freddie, mas sentia pena de Sam. Se ao menos houvesse um modo de tira-la de perto dele... Não tinha problema, arrumaria outro jeito.

–Por onde andaram? –Perguntou Carly ao ver os dois jovens retornarem a sala –Achei que tivessem se perdido.

–Não ria de mim alteza, mas foi exatamente isso o que me aconteceu. Me distrai com a beleza desse castelo e se não fosse o seu irmão, ainda estaria vagueando por aí.

Freddie assentiu forçando um sorriso e sentou numa cadeira distante dos demais. O rei parecia gostar do jovem duque, e de fato ele se mostrava um excelente partido para Carly. Freddie desconfiava que ele estava interessado nas terras dos Stefans e isso só fazia detesta-lo ainda mais. Quando o convidado foi embora, Carly subiu aos saltos convicta de que ele estava completamente apaixonada por ela.

Freddie ficou sozinho na sala, fitando o nada enquanto seus pais se retiravam para conversarem sobre os desdobramentos daquele possível enlace entre Carly e o duque na sala de leitura. Freddie se deixou mergulhar novamente em seus pensamentos conflituosos e depois se levantou dirigindo-se até a janela. Ouviu passos aproximando-se e teve certeza de que sabia quem era. Reconhecia aqueles passos em qualquer lugar do mundo.

–Muito obrigada. –Disse ela.

–Não tem de quê. –Ele se virou revelando uma expressão fria. –Agora pode se retirar.

–Sempre tão amável... Eu vim retirar as bandejas, pensei que não tivesse mais ninguém aqui.

Ele assentiu enquanto a fitava em silencio. Após alguns segundos, disse num tom seco:

–Esteja amanhã às sete horas na clareira.

Sam ergueu o rosto a fim de perguntar o que ele queria, mas ele já se retirava. Como podia ser tão grosso? “Pra ele eu sempre serie apenas uma pobre coitada”, pensou. De certo não era prudente que conversassem ali, mas ele exagerava. Às vezes parecia uma muralha de tão impenetrável. Quando menor, tinha o habito de se calar diante de algo que o afligia e sair descontando em qualquer um.

Sam lembrava de que, uma vez quando a Carly quebrara um brinquedo que ele tinha feito, ele havia ficado várias semanas sem ir ao bosque. Freddie nunca poderia imaginar o quanto Sam ficara triste, pensando que ele havia abandonado-a. Ele apenas havia sido proibido de sair, pois gritara com Carly, pelo que o pai julgava ser uma coisa tola e sem sentido.

Quando finalmente ele apareceu, foi ríspido e grosseiro e disse que só estava ali para se despedir, pois nunca mais apareceria novamente.

Sam ficou observando-o atônita sem acreditar no que ouvia. Ao vê-la sem reação, ele completara:

–Não vou mais perder meu tempo em coisas tolas e sem sentido. Tenho mais quatro línguas a aprender.

–Eu sou tola e sem sentido? –os olhos dela encheram-se de lágrimas.

–Não, não estava falando de você. –Adiantou-se aturdido. –Por favor não chore...

–Eu, chorar por você? Nunca! Tenho amigos muito melhores! –disse em meio aos soluços.

–Sam, para de gritar eu não me referia a você, deixa eu explicar

–NÃO ME INTEESSA!

–T-tudo bem... -Disse desapontado. –A-acho que devo ir então...

–Se pensa que pode sumir assim sem me da nenhuma explicação, saiba que esta muito enganado vossa alteza! Pode ir dizendo exatamente o que aconteceu. AGORA!

Freddie recuou alguns passos assustado. Era inútil tentar se mostrar indiferente ao escândalo da garota. Confuso e espantado, ele respondeu:

–A-acabou de dizer que não se importa...

–Não significa que não tenha a obrigação de me contar!

Ela o pegou pela mão e o fez sentar sobre a relva pondo-se de joelhos em sua frente. Ele pareceu travar uma luta interna, antes de começar a falar, afinal não devia satisfações a ninguém, e se ela quisesse continuar a vê-lo devia somente implorar. Freddie suspirou e contou o que houve. Quando terminou, Sam levantou e disse com os olhos marejados e a voz chorosa:

–Tudo bem.-Ela limpou as lagrimas do rosto. –Agora pode voltar aos seus afazeres mais importantes.

–Sam, desculpa... –Começou após um longo suspiro. – Gosto de vir aqui, só acho meio esquisito ficarmos no meio do bosque... Expostos.

–Eu sei por onde podemos passar. –Ela se ajoelhou novamente. –Além disso, é a única forma que temos de nos ver... E eu acho tudo o que você faz incrível. Com exceção das suas patadas, é claro.

–Mas o meu pai...

–Seu pai esta errado.

–Ele nunca está.

–Então talvez eu esteja. Mas ainda que fosse um graveto, se era importante pra você, e alguém destruiu sem querer, devia no mínimo se desculpar. É o que meu pai me diz.

–Não quer comparar...

–Freddie, eu estou indo pra casa. –Ela ergueu-se decidida. –Até um dia, alteza.

–Espera! –Ele levantou apressadamente. –Eu trouxe os livros de que lhe falei. Não pude trazer outra roupa então não posso nadar...

Sam não soube se abraçava ou se socava aquele menino. Olhou-o indiferentemente e respondeu dando de ombros:

–Que seja.

Sam voltou a recolher as badejas se odiando por aquilo. Tinha doze anos, já devia saber se controlar melhor. Como pode ter chorado na frente dele? Devia tê-lo deixado ir, sem questionar e sem dizer absolutamente nada. Mas sabia que isso seria impossível. Era só recordar a cena novamente para lembrar do turbilhão de emoções que sentiu naquele momento.

–Por que diabos não pode amar alguém como você? –Sussurrou pondo a última xícara na badeja. –Você é mesmo uma tola, Sam vai passar a vida sofrendo com suas lembranças.

–Falando sozinha, Sam?

Ela voltou-se assustada.

–Spencer! Me assustou.

–Desculpe, não foi minha intenção. Sam sabe que gosto de você, e da sua família. Espero que não tenha dado nenhum mau passo.

–Do que esta falando?

–Deixe que eu levo essa bandeja. –disse pegando o objeto. –Quer um conselho? Arrume suas coisas e saia daqui o quanto antes. Arrumo trabalho pra você em outro lugar.

–Mas o que, por que? –Ela tinha o ar confuso.

–O duque me interceptou hoje perguntando coisas ao seu respeito. –Ele baixou a voz tornando-a praticamente inaudível –Realmente acho prudente que saia daqui.

A garota ficou parada, observando o rapaz se afastar em posse das bandejas com xícaras em direção a cozinha. Ele estava certo, de fato o mais prudente era sair dali o quanto antes. Motivos não faltavam. Havia uma missão fracassada por um amor impossível que a ameaçava deixa-la difamada. Qual a possibilidade daquilo acabar bem?

Quando terminaram os serviços, Sam correu ao seu quarto, arrumou uma pequena trouxa e retirou o uniforme. A madrugada era gélida e os perigos na estrada eram incontáveis, alem de que não haveria ninguém para leva-la a aldeia. Ela resolveu adiar a partida para o dia seguinte.

Sam terminou de prender os cabelos, vestiu-se com a roupa de dormir e se deitou. Horas se passaram sem que ela sentisse sono. Se perguntava se dessa vez coseguiria sair dali, pois parecia haver alguma força oculta prendendo-a aquele lugar de uma forma que chegava a assustar. Era algo tão simples, e ela não entendia o porquê de toda complicação. Ela decidiu que daquela vez nada a impediria, absolutamente nada. Poderia convencer os pais a ir embora com ela, melhor, poderia pedir a Freddie que arrumasse um jeito de irem pra bem longe. Ele provavelmente iria adorar a ideia, sua preciosa reputação estaria salva. Esse era o problema. Freddie. Por mais que tentasse negar, ele, ou melhor, o que sentia por ele, era a força que a prendia ali. Em meio a esses pensamentos ela adormeceu.

Quando acordou, Sam apressou-se em procurar Freddie, para comunicar-lhe a decisão tomada. Ela caminhou pelos corredores e o encontrou na sala de leitura do rei, a mesma que limpara mais cedo. Entrou e sem bater e se surpreendeu ao vê-lo sentado sobre uma cama que havia sido colocada ali no lugar da mesa. Ao vê-la, ele se levantou e se aproximou com o seu atraente sorriso no canto dos lábios. Ela ergueu as mãos, tentando contê-lo, mas ele não permitiu que ela falasse. Juntou os lábios aos dela, abraçando-a e a carregando até a cama. Sam não fazia o mínimo esforço para resistir, ao contrario se deixava levar por toda a situação, ajudando-o a se livrarem das roupas. Ele a fez deitar sobre a cama e se deitou por cima, pondo-se entre suas pernas cobrindo-a de beijos arrancando-lhe suspiros. Quando se encontravam praticamente despidos, ele a fitou profundamente nos olhos. Sorriram um para o ele aproximou os lábios dos dela novamente. Nesse momento, Sam viu algo se mechar atrás da cabeça de Freddie. Percebeu que uma das espadas acima da mesa estava prestes a cair sobre ele. Num movimento rápido, o jogou para o lado, livrando-o do golpe mortal, mas não conseguiu livrar a si mesma.

Sam acordou suando e arfando abafando um grito. Sentou na cama tentando se recuperar daquele terrível pesadelo, enquanto as lagrimas lhe banhavam a face. Havia sido tudo tão real que ela achou ter sentido o metal gelado atravessar sua garganta. Quando finalmente se acalmou, se ajoelhou na cama e se pôs a rezar. Não conseguiu( nem quis) mais pregar os olhos durante o resto da noite, e no momento em que os raios de Sol começavam a surgir, ela já se dirigia ao bosque.

Não havia lugar naquele reino onde ela se sentisse melhor. Se sentia livre, feliz e viva, longe das paredes do castelo, dos olhos vigilante de Sir Nicolau e mesmo dos pais. Gostava de observar a imensa variedade de pássaros e pequenos animais, e por vezes, se aproximava de áreas onde havia ursos e lobos, e passava horas em cima de árvores altas observando os animais. Eram medonhos e lindos ao mesmo tempo. O jeito como abatiam as presas, e depois alimentavam os filhotes era surpreendente. Sam tinha o cuidado de estar sempre com um canivete, mas ela sabia que sua única defesa contra aquelas feras era sua habilidade em escalar. Freddie levara um ano para aprender, e ainda assim, ela jamais se arriscou a leva-lo a regiões perigosas.

Ela sentou sobre a raiz de uma árvore pensando que muito em breve teria de deixar tudo àquilo para trás.

Após uma longa demora, ela ouviu os cascos de um cavalo se chocando contra as folhas secas, e se levantou. Não demorou muito para que Freddie surgisse, montado em seu cavalo de pelagem alva e uma expressão indecifrável. Parecia calmo e tenso ao mesmo tempo. Desceu do animal com uma elegância desnecessária e se aproximou da garota fitando-a de maneira estranha. Um pouco constrangida Sam passou as mãos pelos cabelos ajeitando os fios que esvoaçavam.

–Eu não tive tempo de me pentear. –Adiantou-se.

–Entendo. –Disse indiferentemente. –Mas acredite ou não, está muito bonita.

Sam o fitou incrédula sem conseguir movimentar um músculo se quer. Ele só podia estar brincando, ou então havia não estava em seu estado normal.

–Só estou tentando ser gentil... –Acrescentou.

–Sei. –Respondeu desconfiada. –Se for pelo duque, não se preocupe não vou ficar do lado dele.

– O que ele te disse aldeã? –Perguntou num tom aborrecido.

–Nada, queria marcar outro encontro, mas eu recusei. Se não se importa, alteza, eu tenho nome e gosto de ser chamada por ele.

–São muitas criadas para que eu possa lembrar o nome de todas. –Ele sorriu de modo estranho. –Mas eu tenho uma solução.

–Eu não entendo.

–Sam, eu pensei muito essa noite. Na verdade nem mesmo preguei os olhos. Acredite, é muito difícil ser eu.

–Não duvido.

–Posso concluir? Obrigado. Como eu dizia, essa noite eu tomei a decisão mais difícil da minha vida, e ela não depende só de mim. –Ele fez uma longa pausa. – Devido a tudo o que vem acontecendo, acredito que o mais prudente seria que você e sua família partissem. O mais rápido possível.

Sam sentiu um misto de alivio e tristeza invadi-la.

–Mas. –Continuou ele. –Eu... Eu... Não quero que você vá embora. É difícil explicar, mas quero que você fique comigo. Pra sempre.

Sam esperou o momento em que acordaria. O momento em que tudo a sua volta se desmancharia e ela se veria novamente naquele quarto úmido e escuro, sozinha com suas aflições. Mas tudo continuou real e firme a sua frente. O príncipe continuava a fita-la aflito antes de prosseguir com grande dificuldade:

–Mas não quero que fique comigo como criada, nem como... Eu não sei como, mas acho que você me entende. –Ele se aproximou e tomou as mãos dela entre as suas. –Eu pediria que ficasse apenas como amiga se eu a quisesse apenas dessa forma. Mas eu... –Ele suspirou, apertou os olhos e abriu fitando-a intensamente –Sam, você aceita se casar comigo?








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Notas finais do capítulo

Não deixem de comentar, sim? Quero muito saber o q vcs acharam, na verdade eu preciso saber!! Espero poder voltar aqui o mais rápido possível, Bjos gente, até mais!!