Como Um Sonho escrita por Night Crow


Capítulo 8
A coruja e a carta.


Notas iniciais do capítulo

Gente, por favor comentem, para eu saber se está boa a história! Beijos. Todo dia eu gasto meu recreio de 20 minutos escrevendo a continuação, enquanto poderia estar lendo e relendo Harry Potter e vocês me recompensam com nada? -.- Eu quero continuar, porque eu mesma amo essa história e tenho muitas ideias para continua-la, mas se for assim acho que vou ter que parar.



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Passou-se algum tempo, eu faria 12 anos logo e as coisas apenas pioravam para mim. Como se já não bastasse eu viver nesse inferno, meu ''querido'' papai quis melhorá-lo e fez o favor de casar-se com a bruxa-loirazeda-bronzeada-siliconada-e-burra. Perdoe-me mamãe, mas não consigo ter respeito com gente como ela.

E eu ainda nem posso pisar fora de meu quarto, aquele dia em que a bruxa tentou me matar traumatizou-me. Mas as vezes dou sorte que eles não estejam por perto e pego algo da cozinha para comer, como aconteceu hoje.

Enquanto volto da cozinha com um pacote de bolachas e um suco, vejo uma coruja com uma carta na boca tentando passar o vidro, me perguntei o que havia de errado com aquele pobre animal, mas deixei as coisas em meu criado mudo e fui abrir a janela.

Ela entra e sobrevoa todo o quarto, contorna-o por cima e deixa cair uma carta em minha mão. Olho para a carta e depois para a coruja, que agora já havia saído voando para o alto. Estranhei um pouco, de onde havia saído aquela coruja? Onde eu moro esse animal praticamente não existe.

Dei de ombros e abri a carta. Quanto mais lia mais meus olhos se arregalavam, eu não podia crer o que estava lendo. Hogwarts? Escola de magia e bruxaria? Era alguma piada? Não, era impossível ser verdade pois bruxos não existiam. Ou era isso que eu achava.

Ignorei isso, amassei a carta e joguei-a em algum canto qualquer. Calúnia, bruxos não existem! Eu não sou uma bruxa, não poderia ser. Ou poderia? Não irei mais pensar nisso.

Ouço risadas embaixo de mim, com certeza os dois patetas voltaram do passeio ''romântico''. Se quer saber, acho que eles foram em um motel, é, falo mesmo. Minha barriga me ajuda a lembrar que tenho que comer, que raiva, eu deveria ter pegado um sanduíche. Bom, tarde demais.

Começo a comer, mesmo sabendo que três biscoitos tem 145 calorias, continuei comendo. Sim, eu me importo com as calorias, gente te chamando de baleia é muito bom, eu recomendo. Mesmo que eu pese apenas 42 kg, o que estará abaixo da média pois eu teria que ter 45 kg na a minha idade, eu me sinto e me vejo gorda. Deve ser porque sou baixinha. Mas que se dane, antes uma gorda nutrida do que uma anorexica seca, sem ofensas é claro.

A noite já estava chegando, ouço alguém arrebentando a porta e gritando. Levantei pulando da cama e sai correndo para fora do meu quarto e quando cheguei na metade das escadas vi uma cena que me espantou e me fez sentir a pessoa mais feliz do mundo. A polícia estava aqui e havia apreendido meus pais, que discutiam.

– Mas que diabos está acontecendo? - Gritou meu pai, realmente assustado.

– Vocês estão presos! - Gritou o policial, enquanto tentava empurrá-los para fora da casa.

– Mas o que foi que fizemos? - Disse a bruxa, sim, eu vou chamá-la apenas de bruxa, fazendo uma cara de cachorro abandonado. Aquilo me deu vontade de vomitar.

– O que fizeram? Fiquei sabendo que maltratam uma criança, e que ela está presa em seu quarto. - Bravejou o policial.

– Mentira! - Gritou meu pai.

– Verdade! - Gritei, terminando de descer as escadas e pulando o último degrau.

– Sua degraçada, foi você não foi? - Gritou meu pai.

– Não, fui eu. - Diz Gabi surgindo na porta.

– Gabi! - Saio correndo até ela. - Deuses, você me salvou! Ah, muito obrigada! - Digo e abraço ela o mais forte que posso, lágrimas já surgindo em meus olhos.

Eu não posso nem acreditar, é o dia mais feliz que vivi nesses últimos anos. Eles foram para o carro da polícia, ainda gritando e discutindo com os policiais, e eu fiquei aqui com Gabi e mais alguém que eu logicamente não sabia quem era.

– Então eles te maltratavam muito? - Perguntou um homem alto e forte - E, ah, desculpe-me por não ter me apresentado, sou apenas um policial e eu queria te fazer algumas perguntas.

– Ah, sou Carol, então, sim, até então eu não podia sair do quarto. - Disse sem graça.

– E porque? - Perguntou, anotando algo em um bloco de notas.

– Porque a bruxa que eu deveria chamar de madrasta tentou me matar há algum tempo. Desde então eu fico trancada em meu quarto. - Disse, tremendo levemente por conta da alegria.

– Hm... Há quanto tempo mais ou menos? - Perguntou.

– Há algumas semanas ou meses... - Eu não lembrava. - Eu não me lembro direito.

– Então está bem, eles serão julgados amanhã à tarde, e você tem que ir. Avisarei a hora amanhã, apenas me dê o número do telefone da casa. - Disse e eu assenti.

– Claro, anote aí. - Falei e passei o número daqui de casa.

– Muito obrigada, amanhã avisarei a hora, e se a mocinha ali quiser ir também, pode ir. - Apontou para Gabriela, que sorriu e sacudiu a cabeça, animada.Retribuiu o sorriso e levantou-se, saindo pela porta.

– AAAAAHHHHH! - Gritei, assustando minha amiga, que estava sentada ao meu lado.

– Credo Carol, quer me matar? - Disse ela massageando a orelha.

– Não seja dramática, mas muito obrigada por me salvar, se não fosse por você eu ainda estaria presa lá. - Sorri e abracei-a de lado, surpreendendo-a, mas ela logo retribuiu.

– Não foi nada, eu disse que iria te ajudar. - Disse sorrindo e tentou dar a piscada da Demi Lovato, o que nos fez rir feito antas. Antas riem? Não sei e nem quero saber. Apenas sei que estou muito feliz, e seria capaz de sair pulando e dançando pela casa, mas não o fiz, eu sei me controlar.

– Ah, hoje recebi uma carta estranha de uma coruja, ela estava tentando atravessar a janela. - Disse relembrando e fazendo uma cara de tédio.

– Que carta? Coruja? Ficou doida? Aqui quase não existem corujas. - Disse ela revirando os olhos.

– Duvida? Eu te mostro. - Digo levantando e puxando-a junto para meu quarto.

Entramos em meu quarto, eu peguei a carta amassada do chão e mostrei para a cética curiosa ao meu lado. Ela leu e ficou com a boca aberta.

– Pelos Deuses, Carol! Você é uma bruxa? Porque não me contou antes? - Perguntou maravilhada, relendo a carta.

– Claro que não sou, ficou doida? Bruxos não existem. - Disse e revirei os olhos, indo me sentar na a cama. Ela fez uma cara de ''Eu não acredito que você disse isso'' e sentou-se ao meu lado, ainda segurando a bendita carta.

– Como assim, bruxos não existem? E essa escola de magia e bruxaria? - Perguntou ela. Como ela era inocente...

– Simples. - Disse me virando para ela. - Pode muito bem ser uma pegadinha.

– Mas e a coruja? - Quase dou um tapa nela.

– Gabriela, já disse que pode ser uma pegadinha, quer que desenhe? - Disse, ficando irritada. Ultimamente ando me irritando muito.

– Nossa, calma ai, não precisa descontar a sua raiva em mim. - Ela pareceu ofendida. Eu odeio ofender alguém, minha consiência fica extremamente pesada.

– Me desculpa, ando me estressando muito ultimamente. - Digo suspirando.

– Mas porque? - Falou com a voz baixa e preocupada, colocando a mão em meu ombro.

– Eu não sei, será que são as regras? - Sim, eu digo regras ao envés de menstruação, soa mais educado.

– Provavelmente. - Disse e ficamos em silêncio.

– ... - Abriu a boca para falar algo, mas logo fechou-a.

– Ei! - Exclamei de repente, assustando-a denovo. Deuses, essa garota se assusta muito facilmente! - Seus pais sabem?

– Ah, sim, porque não saberiam? - Perguntou com cara de ''Não é óbvio?''

– Não sei... - Ficamos em silêncio novamente - Já está tarde, você não deveria estar em casa? - Falei depois que olhei no relógio e me dei conta que eram quase 11 horas da noite.

Como os pais dela não vieram buscá-la? E porque eles não vieram junto? Eles não deixam-na nem ir a padaria da esquina, deixariam-na vir aqui desacompanhada? Isto não me cheira bem.

– Ah sim, posso ligar para meus pais? - Pergunta e eu aceno com a cabeça.

– Vou indo então, tchau! - Saiu do quarto.

– Tchau! - Gritei para que me ouvisse, já que estava descendo as escadas.

Ela não demorou a ir embora. Fui ao banheiro e tomei um banho, ainda relembrando o que aconteceu hoje. Sorri com isso. Saí enrolada em uma toalha, seque-me e vesti o pijama.

Deitei pensando se era imaginação minha ou amanhã algo estranho aconteceria. Como disse, acho que tenho um sexto sentido. Mandei-me calar a boca e adormeci. Amanhã seria um grande dia.


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Notas finais do capítulo

GENTE ESPERO QUE TENHAM GOSTADO! E reviews, por favor.