Nos fomos em silêncio até a pequena cabine onde uma mulher ruiva vendia os ingressos enquanto mascava chiclete. Isso devia ser proibido, na boa.

– 4 Ingressos, por favor. – O outro ser ruivo do meu lado disse.

– Okay. – A mulher entregou os ingressos ao garoto e piscou pra ele. Ele apenas pagou e se virou para ir embora. Eu ainda pude ver o olhar de decepção da mulher e ri internamente.

Quando me virei o garoto já tinha começado a andar. – Ei. Espere-me. – Eu gritei e ele parou. Então eu comecei a andar em sua direção. – Sabe... Isso não foi legal.

– O que não foi legal? – Ele perguntou olhando para mim, parecia confuso. Então eu pude ver que seus olhos tinham um tom castanho. Era uma cor forte, bonita. E mais uma vez eu me irritei com a maldita genética.

– O que você fez com a moça. – Eu falei saindo de meu transe de 5 segundos.

– Ah. – Ele deu de ombros. – Aquilo não foi nada demais. Ela deve fazer isso pra qualquer um que ela ache bonito.

– Então você se acha bonito? – Eu perguntei.

– Claro. Todo homem deve se achar bonito, se não que mulher vai gostar dele?

Então eu comecei a rir. Aquilo não era o que eu esperava escutar de um homem, principalmente um homem como ele.

– O que foi? Qual é a graça? – Ele perguntou, me olhando serio e parando na metade do caminho.

Quando eu finalmente parei de rir, olhei para ele limpando as lagrimas que tinham caído durante meu pequeno ataque de riso. – Eu não esperava que um homem dissesse isso.

– Nós também temos nosso orgulho sabia? – O garoto respondeu.

– Ah, sim. Eu sei. – Eu falei e logo em seguida comecei a andar em direção ao meu amado Kamikaze e ele me seguiu.

– Ei, qual é o seu nome? – Ele perguntou e eu o olhei, surpresa. Ele perguntou meu nome? Pensei que não perguntaria.

– Isso não era para ser segredo?

– Não, nós podíamos perguntar um para o outro, se quiséssemos.

– Ah, eu acho que eu não sabia desse detalhe. – Sim, eu menti. E daí? Eu que não iria perguntar o nome dele.

– Então, vai me dizer seu nome ou não? – Ele perguntou mais uma vez olhando para mim.

– Giuliana.

– É um nome diferente, Giuliana. – Ele disse, repetindo o meu nome de uma forma sedutora. Eu quase caio para trás nessa hora. “O quê? Giuliana, no que você está pensando? Tire já esses pensamentos impuros de sua cabeça!” – Eu me chamo Damon.

– Damon. Também não é um nome muito comum. – Damon, que agora eu finalmente podia parar de chama de garoto pegou na minha mão e deu um beijo, digno daqueles filmes antigos. Os pensamentos impuros voltaram.

– OI, VOCÊS AINDA VÃO DEMORAR MUITO? – Eu ouvi alguém gritando ao fundo, mas não consegui distinguir de quem era a voz, até Damon soltar a minha mão.

– Eles estão impacientes. – Damon disse apontando para algum lugar atras de mim. Eu me virei e vi Annabell e Sam nos esperando na vila do brinquedo. Faltavam apenas duas pessoas para a nossa vez. Eu comecei a correr e logo Damon estava do meu lado. Não demoramos nem três minutos para chegar até o Kamikaze.

– Finalmente. Estavam se pegando no matinho ou o quê? – Sam perguntou. E eu dei uma tapa em sua cabeça. – Ai!

– Se pegando no matinho? Sam, o que é isso? – Annabell perguntou. “Defenda-me desse seu namorado, Anna.” – Eles estavam se pegando no bequinho.

– WHAT THE FUCK? – Eu gritei, olhando para Annabell. Ela tinha um sorriso digno do Coringa em seu rosto. Eu olhei para Damon incredula, mais ele parecia se divertir. – Vocês são loucos, sabiam? – Eu falei, cruzando os braços.

– Logico querida. Por isso estamos aqui. – Sam falou.