Suddenly escrita por Lara


Capítulo 11
11. Trabalhadores


Notas iniciais do capítulo

OLÁAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA MINHAS LEITORAS MAIS QUE LINDAS DE TODO O UNIVERSO! (essa noite eu sonhei com lobos, tão vendo minha fixação por lobos? G.G )

Bem-vindas ás novas lobinhas! Lobinhas fantasminhas, apresentem-se! u.u

Primeiro, quero pedir MUITAAAAAAAAAAAAAAAAAS DESCULPAS, pela minha demora em postar. Me aconteceu um bloqueio terrível. O capítulo não estava saindo. Aí enquanto isso, resolvi escrever no word uma listagem de tudo o que vai acontecer na fic. Aí me inspirei pra fazer esse capítulo finalmente. Desculpem, não vai mais acontecer ok?

Acho que eu gostei de fazer POVS dos outros, porque eu enchi esse capítulo de povs deles kkkkkkkkkkkkkkkkk ficou retardado, como sempre. Creys, até quando eu vou ser retardada?

Bem, dedico esse capítulo á rafaelaroglio que me mandou uma LINDÍSSIMA recomendação, que eu simplesmente amei. Obrigada mesmo Rafa. Sigam o maravilhoso exemplo dela, ok? u.u

TOMARA QUE GOSTEM!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/249848/chapter/11

Emma me dizia: "corre, corre Pamy, você tem que correr!" Eu olhava para os lados, correndo a toda velocidade, mas ela não estava em lugar nenhum, somente sua voz ecoava em minha cabeça. O caminho estava completamente livre. Eu sabia que isso mostrava que eu que estava livre, para viver como eu quisesse.

Enquanto meus pés cruzavam um campo verde infinito, Emma ainda clamava "corre, você tem que correr". Parei subitamente quando uma estrondosa árvore simplesmente apareceu na minha frente. Era um enorme carvalho espaçoso. Meu olhar cheio de lisonjas, percorreu todo o seu comprimento. Árvore estranha, eu pensei. Um lado era completamente perfeito, folhas verdes e frutos ricos e maduros. O outro, não tinha folhas, mas ainda era belo. Parecia dificultoso subir sob aqueles galhos, mas eu sabia que devia ser tão divertido e interessante como o outro lado. De dentro dos galhos da árvore, um homem saltou, caindo de pé a minha frente. Justin me olhava com um sorriso carinhoso e olhos tristes, divido, como a árvore. Ele me estendeu a mão. Emma ainda gritava " Corre, você tem que correr". Eu sabia que Emma queria o melhor para mim, que eu seguisse o caminho que eu quisesse, que eu fosse livre. Se o mundo parecia tão atraente, porque aquela simples mão estendida parecia ser o meu mundo?

Meu dilema continuou, até que finalmente, algo vibrou perto de mim.

Arregalei os olhos e sentei na cama ofegante. Aos poucos o ambiente se adaptou aos meu olhos, e pude ver o despertador do meu celular vibrando na mesinha ao lado. Coloquei as mãos na cabeça, relembrando o sonho maluco. O dia não começa bem quando você sonha com o garoto que você está tentando esquecer, não mesmo!

Olhei para o lado, e Emma não estava ali. Fui sonolenta até a sala, que estava vazia. Estranho, pensei. Abri um fresta da porta do quarto dos meninos, e espiei. Apenas Justin estava ali, suspirando profundamente num sono pesado. Meu corpo tremeu ao vê-lo, e meu estômago revirou. NÃO, PAMY, NÃO, eu gritei mentalmente para mim mesma. Aja normalmente, ele é apenas seu amigo.

Entrei no quarto, fui até o Justin e o sacudi.

– Hmmmmm? - disse ele sonolento e esfregando os olhos - como ousa me acordar á essa hora? - falou bravo. Revirei os olhos.

– Já está quase na hora do almoço.

Quando ele percebeu que era eu que estava ali, arregalou os olhos. Ele tentava dizer algo, mas eu o interrompi.

– Emma e Chaz sumiram - afirmei.

Ele me olhou confuso.

– Sumiram?

– É, sumiram.

– Sumiram do tipo, fugiram, ou do tipo, foram sequestrados? - ele arqueou a sombrancelha.

– Aí eu já não sei - falei agora alarmada.

– Me acorda quando souber... - ele disse sonolento e se virando para dormir de novo.

– Justin! - gritei indignada.

– Me deixa dormir.

– Tá bom, tá bom - eu disse. Fui até a cozinha calmamente e enchi um copo d'água. Voltei e joguei tudo na cara dele.

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! - disse ele pulando da cama - Precisava fazer isso?! - falou bravo.

– Sim. Seus amigos sumiram, bobão!

– Ok ok, vamos procurar os idiotas então. - falou espreguiçando-se e balançando os cabelos por causa da água.

Ele se levantou e foi até o banheiro. Detalhe: ele estava sem camisa. Câmbio, Pamy afastando pensamentos impuros, câmbio.

Ele voltou, desta vez completamente vestido. Decidimos primeiro ir procurar pela pousada.

– Pamy... - disse Justin, enquanto andávamos no calor do dia.

– Hm? - murmurei distraída.

– Eu queria me explicar sobre ontem - eu tentei interromper, mas ele me silenciou com um dedo - mesmo assim, eu quero explicar ok? Eu não tive intenção de beijar a Melissa, ela me beijou e eu continuei... não sei porque. - ele falou baixo e fez uma careta.

Eu assenti, sem expressão. Eu me sentia meio... aliviada? Droga, esse é o sentimento errado. Cerrei o punho, de algum modo bloqueando meus sentimentos.

– Então... - começou Justin, mais foi interrompido.

– AI MEU DEUS. CALMA CHAZ, CALMA.

– VOCÊ QUER QUE EU FIQUE CALMO?

Olhamos rapidamente para o lado e nos assustamos com a cena que acontecia. Como ele consegue?

Chaz estava literalmente pendurado só por um pé, numa corda, de cabeça para baixo, a corda saía de cima do prédio do telescópio. Emma gritava desesperada aos seus pés e Luma pulava e latia alegremente ao lado.

– O QUE ACONTECEU?! - perguntei. Emma me olhou desesperada.

– N-nós estávamos brincando com a Luma, Chaz jogou a bolinha dela lá em cima e foi buscar. Não sei como ele acabou assim - ela disse alarmada.

Justin começou a gargalhar.

– CINDERELO IDIOTA, CALA A BOCA E VEM ME TIRAR DAQUI - gritou Chaz. Sua cabeça já estava ficando vermelha, de tanto ficar para baixo.

– Eu que não subo aí. Não lembra da outra vez? - Justin disse com o corpo meio trêmulo.

– Eu vou! - disse Emma. Acho que só agora ela se tocou que podia ir desamarrar o menino. Acho que se nós não chegássemos ela ia deixar o infeliz morrer sem sangue no corpo, só na cabeça.

Segundos depois, Emma apareceu lá em cima e começou a desamarrar Chaz com cuidado, o puxando. Chaz saiu lá de dentro, com uma cara nada boa, e disse:

– Sem comentários.

Gargalhamos enquanto Luma corria em nossos pés.

***

– Juuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuustin, meu amigo querido! - disse Chaz saindo pulando com animação do quarto. Ele fazia uma vozinha persuasiva.

Justin arqueou a sombrancelha.

– O que você quer, criatura desconhecida?

Chaz fez uma falsa cara de ofendido.

– Porque você acha que eu quero algo? Que horrível Justin. Sabe, eu venho aguentando esse seu jeito frio, sem coração, mau-educado com amigos queridos e que sempre te apoiam nessa fria vida, sabe eu acho que eu merecia algo em troca além de palavrões e palavras evasivas... - ele continuava tagarelando teatralmente.

– O que você quer Chaz? - falou Justin revirando os olhos.

– Ah de verdade? Quero dinheiro emprestado.

Eu gargalhei.

– Eu disse pra você parar de comprar aquelas balas Colorido. - falei. Seus olhos brilharam.

– Mas eu AMO as balas Colorido. Tipo, é a essência da minha vida. - Emma fez cara feia - depois de você é claro, loirinha. Mas eu tipo, AMO balas Colorido. - falou feliz.

– Mas já acabou TODO o seu dinheiro? - perguntou Justin espantado.

– Aham - ele disse inocente.

– Tá, mas vou te emprestar bem pouquinho, porque eu já não tenho muito... - falou e abriu sua carteira. Ele arregalou os olhos.

– O que aconteceu com o meu dinheiro?! Não tem nada aqui.

– Então acabou também. - Emma disse revirando os olhos.

– Mas vocês não sabem gastar direito né? Vou emprestar só porque eu sou muito gentil - eu disse pegando minha carteirinha roxa - Vocês tem que aprender comigo como que se poupa o dinheiro... - fui pegar o dinheiro, mas não havia absolutamente nada. OMG, como isso aconteceu?

Olhamos os três para Emma. Ela deu um tapa na própria testa.

– Vou ter que salvar o dia né? - ela levantou e foi até o nosso quarto.

Um minuto depois, ela gritou "GENTE, ACABOU MEU DINHEIRO TAMBÉM, COMO PODE ISSO?" Ela voltou alarmada para a sala.

– Como isso aconteceu? - perguntou Justin.

– Eu roubei um pouco de dinheiro do Justin. - Chaz confessou. Eu esperei uma reação brava do Justin, mas ele olhou para o Chaz e disse:

– Eu roubei um pouco do Chaz.

– Eu roubei um pouco do da Emma. - confessei também. O que? Foi só um pouquinho. O mercado financeiro anda baixo...

Emma me olhou ofendida, mas fizemos cara céticas para ela, que abaixou a cabeça.

– Ok, eu roubei um pouco da Pamy.

Ficamos um tempo em silêncio, tentando achar a solução.

– E se a gente vender a Luma? - perguntou Justin meio esperançoso. - Eu amo ela, mas isso é crise.

Chaz fuzilou Justin, como se não pudesse acreditar.

– 'CÊ TÁ LOCÃO? - levantou e começou a dar socos no Justin.

Eu e Emma tivemos que separar a briga.

– Tá, desculpa, não digo mais. - disse Justin ofendido.

– E se a gente arranjasse trabalhos? Tipo, só por um dia? - falou Emma.

– Viu? Melhor do que vender cadelinhas inocentes. - Chaz mostrou a língua para Justin.

– Mas aonde? - perguntei franzindo a testa - Na pousada?

– Não, hoje não é um daqueles dias que a agência deixa livre para passear por Miami?

– É SIM! - exclamei feliz - Então vamos lá. Nos levantamos felizes e fomos nos arrumar. Estávamos um tempo depois, eu, Emma e Justin, na sala, esperando por Chaz, que saiu do quarto fazendo-nos gargalhar. Ele estava com uma camiseta preta, e uma gravata de listras verdes e azuis, com um nó embaraçado.

– O que foi? - perguntou confuso.

– Que trabalho você espera arranjar com essa gravata? - perguntei rindo.

– Só acho que vão dar muito mais valor á mim, se estiver vestido socialmente - disse superior.

– Claro Chaz, com uma camiseta preta, uma gravata listrada, você se torna o próprio superman disfarçado - falou Justin.

– Isso é inveja de vocês, recalcados. Adeus Luma, logo voltaremos, não fale com estranhos, não faça bagunça, pode rasgar as roupas do Justin. - disse Chaz quase matando a cadelinha num abraço.

Depois dessa emocionante despedida, nos dirigimos para a cidade.

***

– E agora? - perguntou Emma hesitante.

Estávamos no centro da cidade, que era completamente movimentada.

– Não está dando certo - afirmou Justin franzindo a testa - acho que devíamos procurar separados, aí tem mais opções de trabalho.

– Mas como vamos nos encontrar depois? - perguntou Emma.

– Na frente da pousada, pode ser? - ele disse. Todos concordamos e seguimos caminhos diferentes.

Caminhei olhando para os lados, até que parei subitamente quando vi um anúncio escrito: "Seja nosso mascote por um dia!" Mascote? Não deve ser nada de mais. Suspirei e entrei no restaurante.

Fui até o balcão e falei para um homem franzino:

– Oi, vim por causa do anúncio de mascote.

Ele me analisou de cima á baixo.

– Hm, acho que você serve. Vem comigo.

– Quanto é o salário? - perguntei quando entrávamos em uma salinha ao lado da cozinha.

– $400. - ele respondeu simplesmente. Até que estava muito bom por um dia só. O homem cavocou em umas caixas velhas e tirou uma grande coisa de lá.

– Vista isso - disse, saiu e fechou a porta.

Olhei desesperadamente a grande fantasia de frango á minha frente.

Justin

Ô vida difícil. Eu já estava completamente perdido na cidade.

Estava até pensando em virar lixeiro, mas isso demoraria muito.

Parei subitamente quando vi uma desbotada placa na frente de uma casa simples. "Cuida-se de plantas".

Cuida-se de plantas? Que maluco iria deixar sua planta aqui, para alguém cuidar? O único maluco que conheço assim, é Chaz. Mas ele só faria isso com a sua preciosa cadelinha Luma.

Resolvi investigar e entrei por entre as setas mandavam.

– Olá? - perguntei meio alto. Entrei dentro de uma grande estufa. Tinha tantas plantas que até parecia uma floresta. Miami é maluco por plantas, só pode.

Uma gorda mulher, com uma peruca loira forte e bochechas totalmente rosas veio até mim.

– Posso ajudar lindinho? - perguntou a senhora. Lindinho? Vou cuidar para não vomitar nela.

– Eu... hã... estou procurando um trabalho - engoli em seco - mas só por um dia.

Ela se sobressaltou e deu um pulo de alegria, balançando toda a sua enorme barriga. Não vomita, Justin.

– Apareceu no momento certo, lindinho! Eu tenho que sair, e não tinha ninguém para cuidar das belezinhas! Tenho que sair nesse mesmo momento. Tchau, tchau, quando eu voltar discutimos o salário. - ela apertou minha bochecha e saiu.

Olhei receoso para a estufa. Como que se cuida de plantas?

Emma

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! Estou derretendo.

Já vi umas mil sorveterias, quase entro em todas elas, mas aí lembro que não tenho dinheiro.

Vida de pobre é triste. Não dá pra arrumar um trabalhinho fácil?

Tipo, aquelas pessoas que ficam fazendo sorvetes nas maquininhas. Seria bom, e eu podia comer um, ou dois sorvetes escondidos. Calor, calor, calor, sorvete, sorvete, sorvete.

Continuei andando/desmaiando (não sou exagerada), até que sorri, vendo um anúncio na frente de um salão de beleza. "Procura-se cabeleireira". Tá certo que não sou uma ótima cabeleireira, mas dou pro gasto. Eu que fiz o milagre de abaixar o horroroso cabelo black power da Pamy. Sim, sou demais.

Entrei no salão, que estava á base de ar-condicionado. Soltei um suspiro agradecido. Aqui mesmo que eu quero trabalhar.

– Oi - eu disse simpática - vim por causa do anúncio. Só que, se der, queria trabalho por só um dia. - fiz minha melhor cara persuasiva.

Uma atendente, com um cabelo parecido com o da Amy Winehouse, mascando chiclete, me respondeu:

– Hm, pode ser queridinha, mas só porque eu estou cheia de clientes, e tenho que dar uma saidinha. Você tem experiência?

– Um pouco - admiti.

– É o suficiente.

Ela me levou á outra sala, onde percebi que ficava o lugar onde a cabeleireira do salão trabalhava. Ela me parou na frente de uma mulher, com o cabelo black power, parecido com o da Pamy aquele dia, e com uma cara de impaciência.

– É toda sua - falou e saiu. OMG.

A mulher olhou desinteressada para mim.

– Então, o que você quer que eu faça? - perguntei com a voz trêmula. Ela deu um sorriso meio maligno.

Chaz

Existe mais idiota que o Justin? Ele queria vender a LUMA! Vê se eu posso com uma coisa horrorosa dessa. Vou vender é ele. Por $1,99 ainda.

A verdade é que eu não estava achando trabalho nenhum. Talvez eu deva me aproveitar do dinheiro que o Justin conseguir. Muito mais fácil e prático. Eu faria isso, mas eles duvidaram da minha gravata. Vou fazer eles se afogarem nas suas próprias conclusões. Se suicidarem quando verem o dinheiro que arranjei. Virarem clones do Patati e Patata quando virem como eu sou superior á eles. Tá, nem tanto.

Soltei um "YEAH" quando vi a placa na frente de um pet shop. "Procura-se funcionários". ISSO AÍ, ninguém melhor que eu para lidar com cachorrinhos bonitinhos, já que tenho a Luma. Perfeito. Entrei pela porta de vidro, e fui direto ao balcão de atendimento. Ajeitei a gravata e pigarreei.

– Vim procurando trabalho - tentei falar numa voz madura - mas só por um dia.

O homem de cabelos pretos abaixou a revista que parecia estar lendo entediado e me analisou.

– Pode até ser, mas você vai ter que tirar essa gravata, cara.

O que? Tirar minha gravata? NUNCA.

–Tudo bem - falei. As coisas não funcionam como se pensa, né?

Ele me levou até a sala onde tinha uma enorme mesa, uma banheirinha de cachorros, e vários produtos que eu não entendi.

– Você só tem que dar banho nesse aí, e arrumá-lo direito. Se fizer direitinho, será bem recompensado. - falou e saiu.

Olhei sorrindo para o pequeno chiuaua negro. Ele rosnou e começou a latir para mim.

Epa.

Pamy

– QUEM QUER FRANGO? O MELHOR FRANGO AQUI NO BURGUER CHICK! - gritei escandalosa. Já fazia mais de uma hora que eu estava na frente do maldito restaurante, vestida de frango, um vivido amarelo, com gigantes pés laranjas. Eu conseguia espiar só por uma frestinha da boca do frango. Segurando uma bandeja cheia de frangos, começei a vergonhosa dançinha que eu tinha que fazer.

– FRANGO - fui para o lado - FRANGO - fui para o outro - CHICK, CHICK, CHICK - balançei a parte traseira da fantasia, corando de vergonha - O MELHOOOOOOOOOOOOOR FRANGO! - dei um pulo - SÓ AQUIIII, NO BURGUER CHICK! - disse e balançei uma "asa".

Continuei gritando e fazendo dançinhas, até que uma carne ambulante chegou até mim. Sim, isso mesmo, uma mulher vestida de carne veio até mim. Será que é a Lady Gaga?

Ela parou na minha frente e gritou:

– SUA VADIA! COPIOU MINHA IDEIA, SUA FRANGA MALDITA, MALDITA! - gritou escandalosamente e partiu para cima de mim. Deixei a bandeja de frangos cair quando ela me atingiu. A carne ambulante começou a me encher de socos. Mas eu vou revidar né? Sou um frango orgulhoso. Começei a chutar ela com toda a minha força, fazendo ela cair no chão. Segurei ela com força no chão, até que ela me deu um soco e disse "sua franga vadia". Ah mas eu não vou deixar mesmo, ou não me chamo Pamy, a franga. Começei a soquear a cara dela.

– MORRE, CARNE DESGRAÇADA, MORRE! - falei e começei a sacudi-la.

As pessoas na rua já tinham feito uma roda em nossa volta, algumas gritavam "FRANGO! FRANGO!" e outras "VAIIII, CARNE!". Dois guardas vieram nos afastar. Levaram a carne ambulante para longe, cheia de socos no olhos, agora roxos, e sua boca estava cortada. Isso aí, não se mexe com a franga aqui!

Levantei normalmente a bandeja com os frangos do chão, como se nada tivesse acontecido.

– QUEM QUER FRANGO? O MELHOR FRANGO AQUI NO BURGUER CHICK!

Justin

E o famoso Max Steel Turbo Mission Justin agora anda pela selva! Ele caminha rapidamente pela floresta agourenta, desvendando seus mistérios mais malignos. Mas de repente, Max ouve um barulho. Oh não! É a famosa planta carnívora que vem para devorar Max! Max rapidamente recua e procura algo em seu cinto de utilidades. Não, ele não é o batman, mas todo aventureiro que se preze tem um cinto assim. Ele corre até a horrorosa planta e tenta a atacar mas tromba de cara com ela.

– Ai! - exclamei massageando meu nariz. Trombar com uma planta não é exatamente legal.

Eu já estava entediado de ficar de babá de plantas, então começei a brincar de Max Steel. Mas descobri que a natureza não vai com a minha cara. Até agora não sei como se cuida de plantas. Será que tem que alimentar elas? O que planta come? Acho que água mesmo. Enchi o regador de plantas mais próximo e começei a molhar normalmente as plantas. Começei a assoviar, mas parei quando percebi que parecia a branca de neve na natureza. Eu já sou cinderelo, segundo Chaz, daqui a pouco estou virando todas as princesas dos clássicos da Disney.

Distraído com meus pensamentos da realeza princesal da Disney, sem querer esbarrei em um vaso de planta no chão.

– Opa! - exclamei horrorizado.

Acontece que não bastou cair o vaso. Ele foi virando que nem dominó as outras plantas ao seu lado. Contei um total de quinze plantas caídas quando finalmente, percebi que a gorda mulher tinha voltado, e estava paralisada na porta da estufa, me olhando incrédula e com uma cara nada boa.

– Er, então... pronta para discutir meu salário? - falei amigável.

Emma

SÉRIO? SÉRIO QUE A MULHER QUER QUE EU ALISE TODO ESSE CABELO, E DEPOIS FAÇA BABY LISS? É UM CABELO BLACK POWER, SE LIGA MOÇA, ACORDA PRA VIDA!

Começei a lavar rapidamente o cabelo da mulher. Por mais que molhasse, ele insistia em continuar meio black power. Tadinho, ele só quer ser livre, o cabelo.

Passei alguns shampoos e condicionadores que encontrei.

Quando fui secar, ele voltou totalmente á sua forma black power. É a vida. Começei a fazer chapinha naquela coisa viva. Trágico.

– Queridinha, você entende as adolescentes, né? - perguntou a mulher, começando a tagarelar. Ai meu Deus, agora vou virar ouvinte de fofoqueira. Assim não dá né, o ouvido gasta, tia.

– Uhum - murmurei desinteressada.

– Sabe que esses dias, minha nora, aquela irresponsávelzinha, foi dormir lá em casa, aí acredita, que quando eu estava na cozinha, fazendo café-da-manhã, porque sou só eu que faço as coisas naquela casa, encontro a menina com meus brincos mais caros! Quem ela pensa que é para... - ela continuou a tagarelar enquanto eu só dizia alguns "aham" "sei" "concordo".

Depois de umas 2h de tagarelice, e abaixamento de cabelo black power, seu cabelo estava com um baby liss lindo á la Emma. YEAH. Finalmente. Minhas mãos doíam de tanto segurar chapinha e baby liss.

A mulher fofoqueira, tinha dormido com a demora. Agradeci a todos os santos que conheço por isso. Procurei um gel fixador por ali, e começei a passar cuidadosamente pelo cabelo. Espalhei por todo canto.

Quando finalmente terminei, pensei ter lido algo estranho no rótulo do produto. Trouxe ele mais para perto e enrijeci. Ali dizia "tonalizante cor laranja".

O.M.G. EU PINTEI O CABELO DA MULHER DE LARANJA!

O QUE EU FAÇO? OMG OMG, EU NEM VOU GANHAR SALÁRIO ASSIM. E A MULHER VAI ME MATAR.

Como ela estava dormindo, decidi sair de fininho. Fui até o balcão da atendente, que ainda mascava o chiclete.

– T-terminei. - eu disse rezando para que ela não fosse lá olhar o meu estrago laranjal.

– Ela gostou? - perguntou.

– A-m-o-u. Ficou até triste por eu não trabalhar mais aqui - afirmei. A mulher me olhou desconfiada, mas me deu o dinheiro. Quando estava com o salário precioso nas mãos, saí o mais rápido que pude dali.

Eu que não vou ficar para ver quando o cabelo black power subir laranja. Caminhei alegremente até a frente da pousada.

Chaz

– SEU MALDITO DESGRAÇADO! - gritei, quando o cachorrinho, ou melhor, fera, corria de mim pela sala.

Ele estava todo molhado, deixando um rastro pelo caminho. Eu também estava encharcado. Eu me enganei, ele não é como a Luma. Ele é um besta quadrada fedorento maligno. Quando tentei dar banho nele, ele me molhou, rosnou, latiu, me arranhou, e quase me arrancou um pedaço.

Agora eu me pergunto: quando que eu imaginei que o cachorro do Coringa ia ser o meu trabalho?

Depois de muitas voltas, capturei o estúpido e o levei de volta até a banheira. Terminei o banho, parecendo dar banho em uma lontra assustada e raivosa. Começei a secá-lo, mas ele não gostou, e começou a me morder.

– DESGRAÇADO! Só por isso, vou te arrumar que nem uma menininha, quer dizer, cadelinha, haha. - começei a enchê-lo de laçinhos cor-de-rosa. Percebi que o pelo dele estava bem bagunçado. Peguei um pente, mas não consegui desembaraçar. Procurei por ali, e achei uma maquininha. Isso deve servir para desembaraçar o pelo, pensei inocentemente.

Cliquei no botão "on" e coloquei próximo ao pelo do bicho. Passei uma vez, mas para minha surpresa, o pelo não desembaraçou, ele caiu. OMG, isso é pra cortar o pelo dos cachorros. O chiuaua me olhou com uma cara tão maligna que eu morri de medo. Ele começou a latir descontroladamente, com uma parte do pelo raspada, um quadrado perfeito. Deixei ele ali mesmo, e corri para a porta. Voltei ao atendente, que ainda estava lendo a mesma revista.

– Terminou? - ele perguntou.

– Sim, ficou ótimo, hehe - falei nervoso.

– Foi duro, hein - falou apontando meus arranhões.

– Isso? haha, nem foi nada. Então... e o meu salário? - perguntei esperançosamente.

– Aqui- ele me entregou um envelope com o dinheiro.

– Tchauzinho. - falei e saí correndo.

UHUL, UM PONTO PARA O CHAZ E SUA GRAVATA ESPLÊNDIDA.

Justin

– Argh! - gritei raivoso. Acredite se quiser, a mulher literalmente me puniu de um jeito criminal. Ela me amarrou a uma planta, sim, como eu disse, acredite se quiser. Quem ela pensa que eu sou? Um adubo ambulante?

Eu estava com os braços presos, mas consegui pegar meu celular no bolso. Disquei o número de Pamy, que eu sabia de cor e salteado.

– Alô? - disse ela. Cliquei no botão direito, que sabia que era o do viva voz. A mulher não estava ali, então eu podia falar livremente.

– PAMY! SOCORRO, EU ESTOU AMARRADO NUMA PLANTA!

– Hã? - ela perguntou confusa.

– Eu vim trabalhar numa estufa, onde se cuida de plantas, e aí derrubei umas aqui, e a mulher ficou fula da vida, e me amarrou numa planta.

– Existe estufa que cuida de plantas? - ela perguntou curiosa.

– PAMY!

– Ah, ah sim, em que rua você está?

– Rua Morart, número 105 - falei ansioso.

– Estou indo para aí - ela disse e desligou. Ótimo.

Imagina se eu morro aqui? Vão falar no meu velório: e os últimos dias de Justin Smith foram amarrados numa planta...

Esperei mais ou menos meia-hora, até que eu ouvi um barulho.

Uma sombra se esgueirou pela estufa, e chegou até mim.

A sombra era um frango gigante. Arregalei os olhos. Um frango? A pessoa dentro do frango abaixou a cabeça da fantasia. Para minha surpresa, era a Pamy.

– Porque você está vestida de frango? - perguntei.

– Depois eu explico, agora vou tirar você daqui.

Ela desamarrou o nó que prendia meus braços.

– Vamos! - falei a puxando. Quando chegamos até o balcão, peguei o envelope que devia ser o meu salário.

– Lindinhooooooo - cantarolou uma voz perto - voltei!

– Ah não! - eu e Pamy corremos o mais rápido possível e saímos daquela estufa infernal. ODEIO PLANTAS.

Quando finalmente chegamos até a frente da pousada, Emma e Chaz já estavam lá.

Parei para analisar a situação.

Pamy, estava vestida de frango, e tinha um roxo na bochecha. Emma tinha as mãos vermelhas e uma cara nada boa. Chaz estava cheio de mordidas e vermelhos arranhões. Eu, estava todo sujo de terra.

Agora, eu me pergunto, quem são os idiotas que conseguem estar desse jeito, depois de apenas um dia de trabalho? A resposta é fácil. Nós. Simplesmente nós.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

EAÍ, O QUE ACHARAM? ME SUPEREI NO CAPÍTULO RETARDADO NÉ

CONTEM-ME O QUE ACHARAM, POR FAVOR! BEIJOOOOOOOS ATÉ MAIS.