Cap. 11- Almoço
Riza entra debaixo da água quente e logo sente seus músculos relaxando. Passar tanto tempo sentada, dentro daquela farda pesada e com o frio de rachar que estava fazendo deixava-a muito tensa.
Foram longos vinte minutos de um banho quente até que tomasse coragem de sair debaixo daquela água quentinha.
Vestiu um vestido xadrez até o meio da coxa de manguinha curta, uma sapatilha preta e prendeu os cabelos com uma presilha do lado direito.
- Finalmente férias!!
A loira desce as escadas e vai para a cozinha colocar a lasanha no forno. Depois de fazê-lo, põe um disco na vitrola e se deita no sofá.
- Nada como boa música.
Riza fecha os olhos e deixa a melodia relaxar sua mente.
Din Don
- Ele veio...
A tenente levanta-se calmamente e vai até a porta.
- Você veio mesmo!
Ele estava lá, com uma calça preta, camisa branca, cachecol cinza, blazer escuro e luvas pretas. Ou seja, perfeito. Se é que aquele homem podia ficar menos que isso.
Balançou a cabeça para afastar os pensamentos.
- Eu disse que vinha, não disse?
- Sei lá, e ainda achava que você receberia algum convite de uma de suas amigas... Oh, desculpe! Entre!
Ela dá passagem ao moreno que começa a retirar as luvas, o casaco e o cachecol e colocá-los no cabideiro.
- Eu não deixaria de almoçar com você!
- Sei...
Riza caminhava para a sala e era seguida pelo moreno que dava uma conferida nada discreta nela.
- Mas e aí? Cadê o Rick? E o Black?
- O Rick não agüentou esperar e foi para o centro almoçar em um desses restaurantes para donos e animais.
- Eu li que a comida é muito parecida, a diferença parece estar no tempero certo?
- Deve ser... E eu não duvido que ele pense em experimentar.
- ri – Como você é má!
- Sente-se! – ela aponta para um sofá – E eu não sou má, só conheço o irmão que tenho.
- Você acha que ele come mesmo?
- Com certeza.
- Caramba...
Roy passou a observar a sala. Da última vez que estivera ali, ficara apenas na cozinha.
- O que foi?
- Muitos livros.
- Tem mais lá dentro, esses são só os que leio mais.
O moreno se levanta e começa a caminhar até as estantes observando os livros.
- De manual de armas a romances clássicos.
- Leio até ficção cientifica se não tiver nada melhor para fazer.
- Nossa!
Roy caminhava pela sala e Riza só o seguia com os olhos.
- Você, creio que só lê livros de alquimia.
- Não, de vez em quando dou uma olhada em algum outro gênero para passar o tempo. Claire de lune?
- Hã?
- A música que está tocando.
- Ah, é sim. Conhece Debussy?
- Que tipo de pessoa você acha que eu sou? Minha vida não se resume a boemia e a tentar burlar a burocracia.
- Estou... Chocada!
Riza se levanta e vai até a janela.
- Eu gosto do inverno... É aconchegante.
Roy fala isso ao pé do ouvido dela que estava em frente a janela, fazendo-a se arrepiar.
Plim!
O barulho do contador de tempo avisa que a lasanha já estava pronta, Riza aproveita a situação para escapulir da situação que estava entre ele e a janela.
- A lasanha!
Roy sorri ao ver a maneira como havia deixado-a desconcertada.
- O cheiro está maravilhoso.
O moreno estava escorado no batente da porta.
- Eu sou boa no que faço.
Riza põe a travessa de vidro sobre a mesa que já estava posta.
- Você tinha mesmo certeza de que eu não vinha.
- Sei lá... – ela pegava outro prato no armário –
- Quer que eu abra? – Roy caminha até a bancada onde havia uma garrafa de vinho –
- Se puder...
- Branco...
- Eu gosto muito, acho mais suave.
- Hum...
Os dois sentam-se um a frente do outro e começam a comer enquanto falavam trivialidades. O almoço estava realmente muito bom e agradável.
- Brincadeira, né?
- Não. Da próxima vez eu é que vou cozinhar.
- Qual sal de fruta você me recomenda?
- Hahahahahaha! Muito engraçado!
- É que me parece improvável... Você e cozinha...
- Nunca te falaram que a alquimia começou na cozinha?
- Ok, eu faço isso. Eu não te disse que te seguiria até o inferno, acho que isso inclui comer da sua comida.
- Estou quase me sentindo ofendido.
- Você não fica ofendido, é lerdo demais para isso.
- E você me ama por isso! – ele abre um sorriso –
- fica corada – Fala sério!
Riza levanta-se e põe seu prato na pia para poder sair da cozinha.
- Você não me ama?
- Que tipo de pergunta é essa?
- Você me ama, eu sei e um dia ainda te faço falar isso com todas as letras.
- Vai nessa!
Riza vai para a área mais interna da casa e Roy a segue.
- É feio deixar as visitas sozinhas!
- Você esta me seguindo, então, tecnicamente, não te deixei sozinho.
- Esse tecnicamente ainda vai matar um. Onde estamos indo?
- Para a biblioteca.
- Biblioteca?
- É.
Os dois adentram a sala que tinha diversas estantes e um piano.
- Piano?
- Eu toco.
- Jura?
- E o Rick também.
- Nossa! Eu quero te ouvir tocar.
- Nem sonhando, faz um século que eu não mexo com isso.
- Cruzes! Quantos anos você tem?
- Você está muito cri cri!
- Só querendo fazer você rir. Seu sorriso é tão lindo...
- Ouch! Olha, você quer alguns livros emprestados?
- Alguma recomendação?
- Livros de alquimia. O meu pai deixou muitos e acho que serão melhor aproveitados com você.
- Aprender é sempre bom...
- Vou pegar para você!
Roy apenas fica olhando a loira subir em uma cadeira muito suspeita de rodinhas. Alguma coisa lhe dizia que aquilo não ia prestar.
Por isso, caminhou para mais perto da loira e fingiu estar olhando os livros.
- Aqui! Achei! – ela, mesmo sobre a cadeira tinha dificuldade em alcançar os livros, assim passando a ficar na ponta dos pés e a pender o corpo para frente. –
- Cuidado!
- Por favor, eu não vou Ca...
A cadeira vai para o lado oposto ao da estante derrubando Riza que só não cai no chão e se machuca feio porque Roy a pega no colo.
- Eu disse para tomar cuidado.
- Er... Obrigada.
- Disponha sempre que precisar.
Os dois estavam tão próximos, a distancia entre seus lábios era ínfima.
-
-
Rick entra em casa com Black e uma quentinha de comida para ele e para o Black.
- Ué, cadê a Riiz?
Black corria pela sala animadamente.
- Deve estar na biblioteca...
Rick caminha até o cômodo e vê a irmã no colo de Roy e ambos muitos próximos de um beijo.
- Ops! Não liguem para mim.
Rick sai de fininho e Riza e Roy ficam muito vermelhos, ela mais que ele.
- Er... Será que você pode me pôr no chão?
- Ah ta!
Roy a coloca no chão e ela pega os livros que haviam caído no chão.
- Não precisa ter pressa.
- Tá... Foi muito bom o almoço!
- Com certeza.
Roy passa pela sala.
- Amanhã eu passo aqui para irmos para Jasmine City.
- Claro! Até amanhã, cara!
Roy vai embora.
- Desculpe irmãzinha!
- O que?
- Ué, eu atrapalhei o seu quase beijo cimatográfico...
- Vai catar coquinho!
- Mas vocês não estavam quase se beijando?
- Não! Ele só me segurou para eu não cair!
- Sei...
- Acredite no que bem entender!
Riza sai da sala.
- Complicada, né Black?
O cachorrinho late.
- Mas deixemos eles se entenderem, que tal um segundo hound?
Os dois vão para a cozinha comer as quentinhas.
Continua...
-