Nice To Meet You escrita por debsperandio


Capítulo 1
Capítulo Único




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Três anos.

Foram longos três anos naquela maldita cidade no fim do mundo, tentando esquecer tantos problemas que ela me causou.

Fui até a calçada do aeroporto e suspirei. Finalmente minha cidade, a minha velha Londres. Chamei um taxi e lhe informei o endereço.

Já era tarde quando entrei em meu apartamento. Estava igual ao que eu havia deixado naquele outono. Talvez um pouco mais empoeirado, mas o mesmo. Tirei os lençóis já amarelos que cobriam alguns dos móveis e os deixei de lado, provavelmente mandaria a alguma lavanderia amanhã.

Caminhei até o quarto e guardei as poucas roupas que eu havia trazido. Eu já não tinha tantas roupas quanto tinha antes de me mudar para Forks, afinal, minha intenção era começar uma vida nova.

Peguei meu celular e disquei alguns números. Havia prometido que ligaria à Alice quando voltasse. Ela não demorou muito a atender.

“Edward?” Por mais que ela me irritasse, eu sentira bastante falta dela.

“Alice.” Respondi com um sorriso bobo nos lábios.

“OH, SEU IDIOTA, POR QUE ESTÁ ME LIGANDO SÓ AGORA? SABIA QUE EU FIQUEI PREOCULPADA COM VOCÊ? NUNCA MAIS TIVE UMA NOVIDADE SUA, SABIA QUE ESME QUASE TEVE UM TRECO E FOI PARAR NO HOSP...”

“Calma Alice, eu te liguei antes de me mudar.” Revirei os olhos. Estava histérica como sempre. Fui até a cozinha e olhei os armários, procurando algo pra comer. Só encontrei algumas teias de aranha, e eu sabia que não poderia comê-las.

“FAZ TRÊS ANOS, EDWARD!”

“Pare de gritar Alice, eu te liguei agora, e pra mim, isso está ótimo.” Ela deu um suspiro pesado.

“Eu senti sua falta, idiota.” Ela suspirou pesadamente. “Mas tudo bem, eu te perdôo sim Ed, porque devemos perdoar nossos irmãos mais velhos fujões.” Deu um riso e continuou. “Enfim, tá no seu apartamento?”

“Acabei de chegar.” Respondi de imediato.

“Você deve estar com fome. Vamos sair pra comer. Passo ai daqui a meia hora.” Disse desligando. É, ela não havia mudado mesmo.

Fui pro chuveiro e tomei um banho quente. Fiquei tempo o suficiente ali pra ver meus dedos enrugados, suspirei e desliguei. Usei uma das toalhas que estavam na pia e me troquei.

Coloquei meu celular no bolso e fui até o balcão da cozinha pegar as chaves do meu carro. Pobre carro, nem deveria estar mais pegando depois de tanto tempo. Chamei o elevador e desci até a garagem.

Meu velho – e mofado - Volvo estava ainda ali mal estacionado como o havia deixado.

“Desculpe carrinho, muitos problemas.” Disse dando um leve tapinha na lataria. Dei uma risada, eu não era o tipo de pessoa que se desculpava com seu próprio carro, além do fato de que falar sozinho não era uma coisa que eu costumava fazer. Entrei no carro e coloquei a chave no seu lugar, dei partida e agradeci pelo fato dele ter ligado tão facilmente.

Estacionei na entrada do prédio mesmo, e esperei por um curto período de tempo.

Alice quase me matou de tantos abraços e beijos. Continuava a mesma, talvez um pouco mais baixinha, e os cabelos, antes muito espetados, agora estavam muito, mais muito mais espetados.

“Você cresceu”. Disse ela num muxoxo engraçado.

“Ou você que diminuiu”. Eu ri dela enquanto se formava um grande bico em sua boca.

“Ok, ficamos então com ‘você que cresceu’”. Ela disse cruzando os braços.

Decidimos ir com o meu carro. Ela não parava de falar, falava de nossos pais, de Emm, de sua faculdade quase cursada, de seus ex namorados, da cor que pintou a unha semana passada e tudo mais que eu havia perdido.

E pela primeira vez na vida, eu estava realmente prestando atenção nas asneiras patéticas em que Alice dizia. O que, pode-se dizer, era um milagre.

Passamos em um drive-thru, compramos uns lanches e comemos dentro do carro.

Depois de comer, fomos a uma nova boate no norte de Londres, que Alice não parava de falar. Era mesmo muito grande, havia luzes, bares e muita, muita gente.

Sentamo-nos nas cadeiras em frente ao bar e pedimos umas bebidas. Contei a ela tudo o que havia feito em Forks, a pequena cidade chuvosa, enquanto uma música pulsante tamborilava ao fundo.

“Ah Ed, se quer ficar ai tudo bem, mas eu vou ali dançar”. Disse ela saltando da cadeira e indo em direção a grande pista de dança, se misturando com a multidão.

Fiquei observando as pessoas. Não havia mudado muito desde a última vez que havia ido a um lugar assim. Pessoas animadas, muita bebida, muita gente se pegando.

E foi assim, observando as pessoas, que vi o motivo de minha mudança repentina, e de ter deixado tudo pra trás.

Realmente era ela, aquela traidora. A única mulher a qual eu havia amado cegamente.

Nunca mais havia a visto, desde o ocorrido no meu quarto, três anos atrás, quando a peguei, literalmente cavalgando e gemendo sobre meu ex melhor amigo, Jacob.

Seu vestido preto mais mostrava do que escondia seu belo corpo, os cabelos avermelhados estavam soltos. Estava acompanhada de um homem que não conhecia e nem fazia questão de conhecer, devia ser alguém como ela, procurando apenas sexo.

E eu havia me mudado a procura de apenas uma única coisa: esquecer. E ver ela assim, com outro cara, no mesmo dia em que eu voltava, era revoltante.

Cerrei as mãos em punhos e travei o maxilar. Eu sabia que não me aguentaria e acabaria fazendo alguma besteira, então eu resolvi ir embora, não tinha nada a fazer naquele lugar mesmo. Paguei pela minha bebida, mandei uma mensagem à Alice e sai daquele lugar.

Caminhei olhando para o chão, tentando não me lembrar de tudo que aquela mulher havia feito ou do impacto que tinha causado em minha vida. Era uma víbora, traíra e sem palavra.

Estava tão concentrado em minha raiva, que acabei esbarrando em uma garota. Ambos caímos no chão.

“OMG, eu sou tão desastrada, me desculpe”. Disse ela em pânico. A primeira coisa que reparei, assim que ela tirou aqueles cabelos castanhos da frente da cara, foram naqueles olhos chocolate. Ela era linda demais. “Moço, OMG, não me diga que perdeu a memória. Ah, eu sou muito burra, me desculpe”.

Ela era bizarra.

“Não, não. Eu estou bem. Desculpe-me, eu também estava muito distraído”. Ela riu e corou. Estendi minha mão pra ela. “Ah, prazer, meu nome é Edward Cullen”.

Ela riu e apertou minha mão.

“Muito prazer Edward, meu nome é Isabella Swan”.

FIM


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