Era Uma Vez... Saíndo De Um Livro... escrita por Jacih


Capítulo 2
Capítulo I - Sonhando Assim!


Notas iniciais do capítulo

N/A: Sonhando Assim -- Branca de Neve e Os Sete Anões



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“O espelho só conta metade da história. A verdadeira beleza vem quando ajuda os outros.”

Branca de Neve e os Sete Anões

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POV Rose


– Sinceramente, Rose! Você não sabe como ser feliz! – Hugo riu com deboche e me deixou sozinha na Sala Comunal


Sabem de um segredo? Não irão contar?
Ouçam então o que eu vou dizer

Era véspera de Natal. Estávamos todos em férias e mesmo assim eu quis ficar com meus livros na Sala Comunal ao invés de ir jogar snap explosivo e xadrez de bruxo no Salão Principal. O que eles não sabiam é que aqueles não eram meros livros. Em contos de fadas.


Quem quiser realizar aquilo que sonhou
Basta o eco repetir o que você falou

Eles me transportavam para um mundo onde nada fazia sentido, simplesmente por não ser real. Era tudo tão perfeito, um amor tão sublime que eu sabia que jamais encontraria.


Um dia eu serei feliz, sonhando assim
Aquele com quem eu sonhei, eu quero pra mim

Mas eu sabia ser feliz, ou ao menos eu sabia como fazer para ser feliz, só não esperava alcançar isso no momento atual.

Apenas as estrelas sabiam, onde minha mente girava, no que ela pensava e a quem meus pensamentos seguiam. Era o mesmo garoto que estava jogando bolas de neve nos amigos, aquele a quem eu podia ver pela janela da torre, mas jamais tocar.

Um dia...um dia eu seria realmente a Rose Weasley que todos desconhecem e talvez, e só talvez, ele me note um pouquinho...


Ouça eu lhe peço, o que eu quero dizer
Esta canção que eu canto é só para você
O amor compôs o tema e o poema vem de você
Sinto que algum dia esta canção que eu fiz
Venha fazer o nosso destino muito feliz

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– Ei Weasley, onde está indo tão carregada? – sua voz apareceu do nada, junto com o vento frio que invadiu o corredor

Voltei-me para trás e o vi parado na entrada do corredor, estava completamente molhado da guerra de neve que travava há poucos minutos, mas em seus olhos eu via um brilho divertido.

– Não é do seu interesse. – aprumei-me mais e continuei seguindo na direção contrária a dele, mas logo ouvi seus passos me seguindo

Scorpius Malfoy e eu éramos assim. Discutíamos por tudo, não por pensarmos diferentes, mas sim para nos contrariarmos. Nossas brigas não eram ofensivas e perigosas como um dia foram as dos nossos pais, na realidade sempre que brigávamos era para vencer um ao outro e se tornava divertido. Isso mostrava a todos que, definitivamente, não nos odiávamos.

– Posso ajudar você? – ele perguntou assim que chegou ao meu lado

– Por que parou de agir como uma criança na neve? – eu indaguei rolando os olhos

– Estava me observando Weasley? – ele ergueu as sobrancelhas, convencido

– Estava olhando pela janela e vi uma criança se molhando na neve! – eu sorri de lado – Poupe-me do seu egocentrismo, Malfoy! Não tenho porque observar você!

– Por que me resiste tanto Weasley? – ele se voltou para mim segurando meu braço, estávamos frente a frente – Todo mundo sabe que fomos feitos um para o outro!

– Você me faz rir! – eu sorri – Desde quando virou palhaço?

Ele suspirou fortemente e me soltou.

– Não tenho chance com você, não é? – ele estava cansado, ou ao menos eu achava que sim

Eu abri a boca para responder, mas não tive tempo porque dois garotos correndo desabalados pelo corredor trombaram em mim, fazendo-me derrubar todos os meus livros.

– Vocês são loucos? Como podem correr assim? – ouvi Scorpius praticamente gritar – Vou retirar dez pontos de cada casa ouviu?

– Desculpe, não vamos mais fazer isso monitor! – o mais baixinho tentava se desculpar

Eu rolei os olhos e me preparei para pegar meus livros, mas algo estranho acontecia com eles. Um deles, o mais grosso que continha vários contos trouxas estava aberto, a tinta dele escorria pelo lado e sujava o chão, mas ele não havia sido molhado e nem ao menos escrito com pena para a tinta escorrer assim.

Então eu vi o filete negro escorrer pelo piso e depois vir em minha direção, ele não se acumulou aos meus pés, mas sim subiu pelas minhas sapatilhas e pela minha perna envolvendo-me na tinta preta.

– Scorpius! – eu sussurrei quando percebi que minha perna já estava tomada de tinta até o joelho

– O que foi? – ele se voltou para mim ainda olhando os dois garotos que sumiam pela esquina mais próxima

– Tem alguma coisa errada! – eu estava com medo, por algum motivo eu não conseguia me mexer

– É claro que tem, você me chamou de Scorpius! – ele desdenhou e então olhou para meu rosto, mas vendo que eu olhava para baixo seguiu meu olhar – O que é isso?

– Eu não tenho a mínima idéia! Agora me tira daqui! – eu estendi a mão para ele

Vi ele estender a mão em minha direção, mas não se aproximou nenhum passo. Estranhei olhando para ele, aturdida.

– Droga! - ele exclamou tentando tirar o pé do chão, mas ele também já estava tomado por tinta – Que livros são esses Weasley?

– São trouxas...não tem magia! – eu o encarei, atordoada demais

– Você só pode estar brincando! – ele sussurrou

Uma luz repentina começou a sair do livro, como se ele se abrisse ao meio, um trote de cavalo muito alto começou a encher o corredor. Eu estava ficando cega de tanta luz.

– Rose... – ele me chamou – Me dê sua mão!

Eu o encarei, assustada, nunca algo havia me dado tanto medo antes. Estiquei minha mão para ele, mas nossos dedos mal se roçaram antes de tudo escurecer.

Senti minhas costas arderem com um baque horrível, mas não me atrevi a abrir os olhos. Eu podia sentir a poeira a volta, ouvir o trote de cavalos e as rodas desengonçadas de carruagens, mais nada. Nenhum som vindo de Scorpius. O que acontecera?

– Você está bem? – ouvi seu sussurro baixinho, logo ao meu lado

E só então percebi que aquele cheiro de menta vinha dele. Era o cheio dele que eu nunca havia sentido porque nunca ficamos tão próximos.

– Scorpius? – chamei tateando ao meu lado

Ele riu baixinho e segurou minha mão.

– Abra os olhos, até que é bonito aqui!

Eu abri meus olhos de forma lenta olhando o céu acima. Era azul límpido com nuvens brancas, um sol majestoso que iluminava a copa das árvores floridas e os pássaros que não paravam de cantar.

– Como viemos parar aqui? – perguntei vendo Scorpius sentar-se

Sentei-me também e o vi olhar para os lados, completamente confuso. Não havia mais livros a nossa volta, não havia nada a não ser aquela estrada deserta em meio a árvores frondosas e carregadas de flores que dariam frutos.

– E onde é aqui? – Scorpius voltou a me encarar

Eu suspirei balançando a cabeça, demonstrando que também não sabia, mas então as coisas começaram a se encaixar na minha mente. Aquele cenário não me era estranho, principalmente porque eu já viajara para ali várias vezes através da imaginação.

– Estamos dentro do livro!

– O quê? – o loiro a minha frente arregalou os olhos – Ficou maluca Weasley?

– Esse cenário é de um conto! – eu me levantei e comecei a olhar à volta – Estamos nos jardins do castelo!

– Castelo? De quem é o castelo? – Scorpius continuava sentando, sem entender nada

– Bom, é um conto de fadas! Só que escrito para garotas da minha idade! – eu me voltei para ele, ele continuou sem entender – Trouxas têm livros para crianças que são intitulados como contos de fadas! A princesa é raptada, enfeitiçada, tem de fugir ou qualquer coisa assim e depois o príncipe a salva e eles vivem felizes para sempre! Mas quando esses contos são para crianças não há detalhes, não há nada muito mau que possa impressionar! Então há os contos para garotas da minha idade, com detalhes...

– E com detalhes você quer dizer o quê exatamente? – ele se levantou e seguiu até mim – Como é essa história que estamos?

– Ele é um príncipe que quer a princesa apenas porque se casando com ela vai ter mais terras e dinheiro! – eu suspirei

– E como termina? – ele segurou meus dois braços

– Eu não tenho a mínima idéia! Simplesmente não consigo me lembrar! – eu olhei firme em seus olhos – E há mais uma coisa...

– O que? – ele já parecia desolado

– Não sei como sair daqui! Porque o livro não veio conosco! – eu abaixei o rosto, triste

Naquele momento tudo o que eu queria era voltar para casa. Só isso.

– Princesa! – os gritos vieram da curva mais adiante

Uma carruagem monstruosa se aproximava com cavalos negros. Estragava toda a paz do lugar.

– O príncipe não vai gostar de saber que se encontra as escondidas com seu amante! – um homem alto de cabelos extremamente negros e olhos muito escuros se aproximou perigosamente de mim

Eu me encolhi e Scorpius passou um braço pela minha cintura. O que estava acontecendo, afinal?

– Tenho ordens de levá-la de volta ao castelo nem que seja a força! – ele parou fincando os pés no chão, a espada reluziu quando ele a empunhou na direção de Scorpius

– Espere! – eu fiquei em frente a Scorpius – Quem acho que sou?

– Você é a princesa Victória de Menfis L’efevre! – ele pareceu confuso - E seu casamento é depois de amanhã com o príncipe destas terras! Terá de vir conosco!

Ele segurou meu braço e me puxou contra ele. Scorpius tentou me segurar, mas não conseguiu. Estávamos aturdidos demais com toda aquela história.

– Me ajude! – foi tudo o que consegui sussurrar antes de ser arrastada para a carruagem e ver Scorpius ficar para trás

Seja lá como o conto terminava, cheio de amor e com viveram felizes para sempre, eu não queria que fosse com o príncipe. Eu queria que fosse com Scorpius, mas ele não sabia disso. Nunca soubera.



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Notas finais do capítulo

N/A: Comentem! XD