Street Match escrita por Nyuu D


Capítulo 1
único




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Jogar basquete não era uma tarefa fácil; já é um esporte que exige muita velocidade e esperteza.

Jogar contra um par de garotos convencidos parecia pior ainda para Yumi e Mariko.

– Aqui! – Gritou Aomine para Kagami, que lhe passou a bola e socou o ar quando o rapaz enterrou na cesta e quase a arrancou fora. Aomine caiu com os dois pés no chão, um forte impacto bem ao lado de Mariko, que arfava com as mãos no joelho. – Meninas, vocês tão péssimas hoje.

– Cala a boca! – Yumi tomou a bola do rapaz.

– Vocês tão pegando pesado – Mariko grunhiu. – Não somos um daqueles seus namorados!

Aomine deu uma gargalhada e Kagami esfregou o rosto, impaciente.

– Você sempre me fala para eu não pegar leve com você – Daiki pôs as mãos no flanco, desafiando a loira. – E agora reclama que estamos pegando pesado?

– Isso é diferente.

– Deixa, Riiko. Vamos mostrar pra esses dois idiotas.

Kagami fez uma careta. – São metidas demais.

– Pelo menos me cortam o tédio. – Confirmou Aomine, depois atirou a bola na mão de Yumi. – Podem começar.

A ruiva bateu a bola no chão por alguns instantes, e em seguida passou-a com uma quicada forte para Mariko capturá-la. Daiki estava praticamente subindo em cima dela para impedi-la de continuar à frente, mas também não tentava roubar-lhe a bola. Idiota maldito. Mariko atirou a bola para trás, Yumi capturou-a no ar e lançou-se para marcar uma cesta.

– Agora tá pegando leve! – Mariko empurrou Daiki.

– Aomine, sério, essa garota é maluca. – Kagami cruzou os braços. – E você, Yumi? Acha que tô pegando leve?

– Pegando leve ou pesado, você vai perder. – Yumi apertou o rabo-de-cavalo que segurava os longos cabelos vermelhos. Kagami não gostou da afirmação, erguendo a mão como se fosse socá-la. Ela o ignorou e adiantou-se para longe da cesta.

Kagami parou diante dela quando começou a quicar a bola no chão. Yumi o encarou de baixo, dada a diferença de altura, mas não pareceu intimidada. No meio tempo, Aomine estava parado atrás de Mariko com os braços estendidos, roçando-se nela como se isso fosse muito útil. A loira deu-lhe uma cotovelada de leve no estômago e ele reclamou, xingando, mas riu ao mesmo tempo.

– Mariko! – Ela desviou Kagami e jogou a bola para a loira, que a bateu um instante no chão antes de virar, parar ao lado de Aomine e saltar para arremessar a bola e marcar a cesta. – Três pontos! – Comemorou a ruiva.

– Yumi, eles tão deixando a gente ganhar! – Mariko empurrou Aomine de novo, embora ele não estivesse fazendo nada. – Eu não quero jogar assim. – Ela atirou a bola no chão, na direção de Kagami, que a capturou no ar. A loira saiu andando forte pela quadra de rua, rumando para suas coisas na arquibancada.

Yumi pôs as mãos na cintura e observou Aomine seguindo a loira. Taiga chegou perto dela, com a bola apoiada contra o quadril.

– Ela tem razão – Yumi o olhou. – O que deu nos mais competitivos de todos os tempos, pra deixar as meninas ganharem?!

– Temos segundas intenções hoje, aí se vocês ganharem ficam felizes.

Yumi revirou os olhos e bateu na bola, tirando-a dele. Kagami desconcertou-se um momento, mas nesse meio tempo, a ruiva estava parada, batendo a bola no chão com um ar desafiador; Taiga ergueu uma das sobrancelhas e sorriu, inspirado pela expressão dela. Então não ia pegar leve. Chegou perto dela. Yumi desviou uma, duas vezes, mas na terceira, Kagami tomou-lhe a bola e correu, quicando-a para depois enterrar lindamente na cesta.

Foi ao chão e a bola rolou na direção de Yumi.

– É tão chato jogar com vocês. – Ela apoiou a bola na barriga. – Ou vocês são apelões demais, ou jogam mal pra deixar a gente ganhar.

– Não jogamos mal, só reduzimos o passo pra dar uma chance, senão não tem graça pra gente também. Mas às vezes é legal mostrar quem manda.

– Vai se foder. – Yumi lançou a bola de onde estava mesmo. Ela bateu na cesta, girou e entrou desajeitadamente.

– Boa. – Kagami sorriu, já que ela estava lançando à distância, o que não era comum para ela. Mas a ruiva o ignorou novamente.

Mariko estava sentada na arquibancada e ajeitava o cabelo num rabo-de-cavalo, mas não conseguia deixar os fios repicados presos no elástico. Aomine estava parado diante dela, de pé. – Qual seu problema?

– Qual é o seu? Me deixa em paz, vai lá jogar com o Kagami.

– Kagami tá ocupado com a Ayuzawa. Posso jogar com você.

– Não, obrigada.

– Posso te dar uma surra.

– Não, obrigada. – Mariko revirou os olhos e levantou. Estava pronta para ir embora, não vinha tendo paciência para jogar com os meninos, por mais que no fundo gostasse disso. Sentia-se desafiada na maior parte das vezes, pois mesmo baixando a guarda, Kagami e Aomine ainda eram anos luz mais fortes que ela e Yumi. Tudo bem que elas eram mais fortes que muitas meninas, mas ainda assim, sem comparações.

– Por que você não é submissa que nem as mulheres das revistas? – Daiki lamentou-se e Mariko o olhou com indignação.

– Vai ficar com elas então – ela levantou como tufão e dirigiu-se até a quadra, para falar com Yumi que já estava indo antes que matasse alguém. Entretanto, Aomine a alcançou no meio do caminho e a pegou nos braços, erguendo-a no ombro como um saco de batatas. Mariko esperneou e gritou o nome do rapaz, xingando-o de várias coisas. Entretanto, Daiki apenas seguiu seu rumo com ela ali.

Parou diante Kagami e Yumi e encarou o outro. – Não olhe a bunda dela.

– Ops. – Kagami revirou os olhos, nem estava olhando mesmo.

– Ela estava se rebelando, então pensei que posso dar um jeito nisso agora.

Mariko se debatia como um peixe fora d’água, socando Aomine nas costas tentando forçá-lo a soltá-la. Mas, nada adiantava.

– Vou dar uma lição nela. – Aomine mexeu as sobrancelhas como um espertinho e virou-se para levá-la para longe da quadra. Mariko gritava para Yumi ajudá-la, mas a ruiva apenas fez um movimento com os ombros indicando que não poderia fazer nada a respeito. Não poderia, mesmo.

– Dá um jeito nela, Aomine! – Kagami gritou de longe.

– Cala a boca, Kagami. Ela já sofre o bastante nas mãos daquele monstro. – Yumi pegou a bola de basquete no chão e quicou-a um pouquinho pela quadra, lançando-a. Marcou a cesta, e sorriu para si mesma.

– Estou com fome – ele passou a mão no abdômen, e Yumi quase pôde ouvir a barriga do rapaz roncar. – Quer ir na lanchonete?

– É por sua conta hoje?

– Hum – ele tateou os bolsos da bermuda e olhou dentro da carteira. – Se eu pegar menos cheeseburgers...

– Deixa, eu pago meu milkshake. – Yumi foi pegar suas coisas na arquibancada, e Kagami seguiu-a quicando a bola na quadra. Um grupo de amigos chegou para jogar e eles saíram dali em seguida, decidindo caminhar até a lanchonete ao invés de pegar um ônibus. Porém, quando passaram por ele, viram Aomine e Mariko logo ali.

– Yumi, socorro! – Mariko correu na direção da amiga. – Ele quer me matar.

A ruiva pegou a amiga pela cintura e olhou para Aomine com uma expressão aborrecida. Aqueles dois eram idiotas?! – Dá pra vocês virem comer com a gente e pararem de agir como retardados?

– Ayuzawa, quem vê pensa. – Daiki apontou o dedo para ela, enquanto caminhava na direção dos três. – Essa bruxa só fica falando que não quer, que blablabla, mas sentiu minha mão ela se derrete toda. Louca.

– Seu mentiroso. – Mariko mostrou a língua e Aomine fechou o punho, irritado. – O que vamos comer?

– O Kagami tá indo junto. O que acha?

– Você? Não quero.

Kagami gargalhou feito doido, até Aomine riu. Yumi olhou indignada para a amiga e deu-lhe um tabefe no ombro, xingando várias gerações de sua família. Mariko apertou Yumi num abraço de desculpas, sendo retribuída com desgosto.

– Maldita – a ruiva revirou os olhos. – Vamos na lanchonete.

– Eu sei, quero meu cheeseburger duplo com batatinha e milkshake de baunilha com chocolate.

– Depois fica reclamando que tá uma baleia – Daiki coçou as têmporas, como quem não quer nada; mas, em troca, Mariko pulou nas costas dele e começou a sufocá-lo. Aomine procurou livrar-se dela, mas a garota parecia um carrapato grudada nele.

Yumi e Kagami foram andando mais atrás, observando os dois brigando e se xingando, mas rindo juntos. A ruiva olhou para o rapaz e Taiga sorriu-lhe, oferecendo a mão. Yumi pegou-a e eles seguiram o casal à frente, que já havia se distanciado porque Aomine lutava para tirar Mariko das costas.

A ruiva ainda ficava constrangida com esse negócio de pegar na mão, mas Kagami queria ser educado com ela, então fazia essas coisas. Então Yumi acabava cedendo, já que era melhor isso do que um maluco que nem Aomine. Para não esquecer de Mariko.

– No próximo jogo não quero que peguem leve – a ruiva disse. – Mas também não quero que fiquem brincando. Nem que nos massacrem como formiguinhas.

– Está bem. Não vai ser tão difícil.

Yumi recolheu a mão, pirracenta, e Kagami sorriu, enfiando as mãos nos bolsos.

– Um dia eu venço sua teimosia, também.

– Nos seus sonhos.


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