O Meu Fim escrita por Mari Casares


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Meu mundo estava despencando, a porta fora escancarada, Lord Voldemort entrou em nossa casa rapidamente. Mais rápido do que eu poderia prever, quando dei por mim James jazia morto no hall de entrada. Não pude evitar o grito que sufocava em minha garganta. Não, não podia ser, primeiro meus pais, e agora o amor da minha vida! Segurei Harry com todas as minhas forças. No fundo sabia que não teria chances, afinal, deixei minha varinha no andar de baixo e já subia apressadamente a escada.

Pus Harry no berço e fui correndo a porta. Tranquei, coloquei moveis e objetos junto a ela. Inúteis, eu sabia. Mas eu estava desesperada. Meu marido morreu, e o mesmo estava prometido pra mim e pro meu filho. Meu filho, o pequeno Harry, não, ele não podia ir, era a coisa mais preciosa no mundo. A mais importante, o peguei novamente em meus braços e o abracei com toda a minha força contra o meu peito:

– Harry, fique bem, fique salvo. Nós te amamos, sempre estaremos com você. Eu e seu pai. Vai ficar tudo bem. Eu te amo. Seja forte, eu prometo, vai ficar tudo bem. Por favor, seja forte e permaneça seguro. Está tudo bem, eu te amo. Eu te amo.

As lágrimas insistiam em correr pelo meu rosto. Não, o meu Harry não poderia morrer, era precioso demais, era amado demais. A porta se abriu com força, deixei Harry no berço e fiquei em frente a ele. Sabia que não adiantaria. Mas ele só tocaria no meu filho passando pelo meu cadáver.

James se fora, o único motivo pra eu continuar em pé era manter o meu filho a salvo. Nem que fosse a última coisa que eu fizesse. E provavelmente seria.

– O Harry não, o Harry não, por favor, o Harry não!

– Afaste-se sua tola... Afaste-se, agora...

– Harry não, por favor, não, me leve, me mate no lugar dele...

– Este é o meu último aviso...

– O Harry não! Por favor... Tenha piedade... Tenha piedade... Harry não! Harry não! Por favor... Farei qualquer coisa...

– Afaste-se... Afaste-se, garota...

Não sairia de lá, protegeria meu filho até o último instante. Minhas súplicas de nada adiantaram. Era só uma criança, por quê? Por que o Harry? Um bebê ainda!

Vi a boca se mover e um clarão verde. Nessa hora tudo parou. As pessoas dizem que quando você está prestes a morrer a sua vida se passa diante de seus olhos. Então, foi isso que aconteceu comigo:

Eu me vi correndo pela casa brincando de pega-pega com a minha irmã Petúnia, minha mãe gritando pra gente parar e meu pai rindo. Vi-me conhecendo Severo, nossa amizade se estendeu, e foi quem esteve ao meu lado quando minha irmã parara de falar comigo. Revivi o dia em que embarquei rumo a Hogwarts pela primeira vez. A primeira vez também que falei com James. Vi quando Snape me xingou. James me consolando e nós virando ótimos amigos. No sétimo ano nós demos o primeiro beijo, após eu finalmente aceitar o convite de sairmos juntos. Ele me pedindo em casamento. O grande dia.

Eu estava com um vestido simples branco, vinha de braços dados com Remo, já que meus pais haviam falecido, olhei para os lados apenas pra ver quem estava. Avistei Dumbledore em um traje púrpura, professora McGonagall limpando as lágrimas com um lencinho. Todos da ordem, incluindo minhas melhores amigas no altar, Marlene, Alice e Dorcas. Como sentia falta delas. Do lado contrário a elas estavam Sirius, Frank e Pedro. Ah Pedro, nos traiu, se eu ao menos soubesse o que aconteceria...

Eu estava com um sorriso no rosto quando avistei James Potter, me olhando com um sorriso bobo, os óculos tortos na ponta do nariz, sorri mais ainda.Remo entregou a minha mão ao meu futuro marido e ficou ao lado. O padre começou a falar e sinceramente, não estava prestando atenção. Olhava para os bagunçados cabelos do meu James, o sorriso maroto brincando em seus lábios. Quando dissemos sim e nos beijamos foi o melhor beijo de minha vida.

Era apaixonado, urgente, feliz, mágico. Saímos de braços dados por entre os abraços dos nossos amigos. O sorriso que nunca abandonava nossos lábios. Chegou a hora dos discursos e eu me lembro das palavras de cada um. Chorei muito nessa hora. Fora um dia perfeito, mas nem tão bom quanto um que chegara apenas um mês após nossa lua de mel.

Eu estava grávida, contei a noticia a James que quando a ouviu parecia uma criança pulando pela cama. Nosso bebê estava vindo.

E quando ele nasceu foi melhor ainda. Os nove meses mais bem gastos. Nosso pequeno Harry estava em minhas mãos.

Eu era a pessoa mais feliz do mundo. Tinha um lindo filho com um marido maravilhoso. Mas aí Dumbledore nos contou sobre a profecia. E tivemos que nos esconder.

Era óbvio que escolheríamos Sirius para ser o fiel do segredo. Era leal, não tinha medo da dor e muito corajoso. Disse que morreria mas não revelaria ao Lorde das trevas, estava quase certo quando ele sugeriu Pedro. Era um fato que Voldemort nunca desconfiaria dele como fiel do segredo. Um sujeito fraco, medroso. Mas era por isso que estávamos apreensivos. E se acontecesse alguma coisa a ele. Era bem mais frágil que Sirius. Sugeri Remo, mas disseram que também era obvio e por ser um lobisomem era menos confiável, pois afinal sabíamos que tínhamos um traidor.

Depois de bastante discussão entre os dois amigos, James concordou deixar Pedro ser o fiel, e o feitiço foi feito.

Vivíamos em segredo. O aniversário de um ano do meu filho passara sem nenhuma comemoração extravagante, nem o padrinho pode vir. Mas deu o presente. Aquela bendita vassoura! Harry quebrara metade dos enfeites da casa voando naquilo. James sorria bobo, dizia que seria um grande jogador de quadribol, e seus olhos brilhavam. Gostava de vê-lo assim, descontraído, ficar naquela casa o dia inteiro o deixava frustrado.

E finalmente todas as lembranças da minha vida se voltaram para o meu marido morto no hall. Uma sensação de solidão invadiu novamente meu corpo. Eu estava sozinha com meu filho, e em breve ele estaria só. Finalmente voltei para o clarão verde, e de repente tudo desapareceu. Iria reencontrar meu marido, minhas amigas, meus pais. Contudo meu filho ficaria sozinho com Voldemort. E eu não poderia crer que meu filho iria morrer, teria que ser forte, teria que dar um jeito, ele iria sobreviver e seria cuidado pelo padrinho. E com esses pensamentos, medo e insegurança, segui em frente, para os braços do meu amado James.



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Notas finais do capítulo

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