Quando ele pronunciou aquelas míseras palavras, estremeci, com um sorriso automaticamente no rosto. Porém, este não durou tanto tempo. Tirei-o do rosto. Acho que um dos meus defeitos era orgulho. Muito orgulho.

Tomei coragem e finalmente disse:

- Pede pra Selena, a sua garota. - eu disse sem desgrudar os olhos da tela, porém sem prestar atenção.

Pude sentir e ouvir Justin virando para mim, que continuava olhando para a TV e as imagens do filme. Pude ouvir o mesmo bufando e tentando olhar para meus olhos, que não se encontravam com os dele.

- Jess, para com essa palhaçada, vai. - pediu ele, tocando minha mão direita, tentando entrelaçar seus dedos na mesma, mas rapidamente tirei-a dali.

- Que palhaçada Justin? - desconcentrei, olhando para baixo, mas ainda sim com aquele propósito.

- Chega de ciúmes. - ele riu pelo nariz fraco, apertando um pouco a minha cintura enquanto eu gargalhava.

- "Chega de ciúmes", disse o cara que acabou de ter um ataque de ciúmes há - olhei para o relógio na mesa de centro da sala, fazendo uma pausa de 5 segundos na fala. - exatamente 4 minutos atrás! - olhei para seus olhos. Aqueles olhos brilhantes, cor de mel, perfeitos que chegavam a hipnotizar a gente.

- Você começou! - acusou ele.

- Bom, acho que tá mais que claro que não fui eu que comecei a falar sobre Chaz, do nada. 

- Você me provoca, sabia? - Justin disse em um ato, pegando meu queixo, me fazendo ficar de frente para ele no sofá, fitando meus lábios. - Além disso, você fica linda ciumenta. - ele disse e eu ri fraco irônica.

Aqueles lábios pareciam tão perto e, por mais que meu orgulho em excesso impedisse, eu precisava saboreá-los. Mas antes, é claro, eu precisava provocá-lo. Pois então, mordi o lábio e empurrei de leve Justin colocando as duas mãos em seu peito. Sua força era extrema, tanto que avançou em cima de mim, segurando uma de minhas coxas com um pouco de força, roçando seus lábios nos meus. Eu já podia ouvir a sua respiração e sentir seu hálito fresco de menta. Apenas fechei os olhos, como Justin fez, e sua boca "atacou" a minha com um beijo lento, porém, romântico.

Uma coisa que eu adorava em Justin era o fato de ele tratar as meninas como princesas, verdadeiras damas. E não se aproveitar das mesmas. Pelo menos, essa era a informação que eu obtia até aquele momento.

A língua de Justin pediu permissão e assim, eu cedi. Depois de algum tempo, já sem fôlego, Justin parou o beijo mordendo meu lábio inferior e dando um sorriso.

- Você não sabe o quanto eu esperei por esse beijo. - ele sussurrou no meu ouvido, me fazendo arrepiar.

Mas o que mais me arrepiou naquele momento foi ouvir e ver a maçaneta da porta do hall de entrada girar de leve, e logo duas pessoas entraram na casa com algumas sacolas de supermercado balançando de um lado para o outro, fazendo o barulho penetrar na casa inteira. E nos meus ouvidos.

Na hora, fiquei sem reação e fiquei sem saber o que fazer. Parece que Justin confirmou o mesmo pensamento, pois seus braços ainda laçavam minha cintura, como meus braços ainda laçavam seu pescoço.

- O que está acontecendo aqui? - meu pai se pronunciou.

Game over, Jessie.