Rose caminhava pelo corredor com Alvo, rindo, pela primeira vez naqueles dias. Alvo tinha um poder nas pessoas, que era só estar na sua presença que riam.

– Rose... ROSE! ROSE! – Chamava Alvo desesperado.

– Eita, eu estou do seu lado seu retardado! – Disse rindo para o primo.

– Você ouviu o que eu disse?

– Não.

Alvo suspirou.

– Eu disse... Que eu fiz sexo com um sofá.

– O QUE? – Berrou Rose assustada.

– Sabia que isso chamaria sua atenção. Mas, não, eu não fiz. Então, depois de amanhã é o teste de quadribol.

– Eu sei... Hoje é quinta, depois de amanhã é sábado! Nossa Al! Aprendeu a contar! Quem te ensinou?

– O DANNY! - Disse Alvo contente dançando no corredor.

Rose riu do amigo, mas parou ao ver uma cena que enjoou seu estômago.

Alexis estava praticamente se jogando em cima de Scorpius que parecia um pouco acuado, mas beijava a garota. Alvo cutucou o braço de Rose.

– Vamos sair daqui – chamou e fez menção de se virar. Porém, Scorpius já ouvira o amigo e se separara de Alexis.

Alexis mirou Alvo e Rose com um sorrisinho de vitória.

– Ops – brincou a garota rindo -, aqui já está ocupado, procurem outro lugar.

Scorpius olhou incrédulo para a garota, ela só poderia estar brincando e não estava em sã consciência. Rose olhava com um ódio que dava medo.

– Vamos – Alvo chamou a prima enquanto a puxava.

Rose se virou e foi saindo com o primo. Scorpius sorriu aliviado por não ter ocorrido nada demais como um estrangulamento. Mas se enganara. Rose virou e lançou um feitiço no ar. Scorpius esperou ser atingido por uma maldição, mas se assustou quando viu um bando de passarinhos indo ao seu encontro.

– AAAAHHH! – Gritou quando se sentiu ser picado em todos os lugares do corpo – Tira isso de mim!

Alexis tentava ajudar e levava mais picadas.

Alvo olhou para Rose, que com um suspiro saiu andando pelo corredor.

- Rose? Hey, Rose! – Alvo finalmente alcançou a prima, puxando-a pelo braço.

- O que foi? – Ela perguntou com lágrimas nos olhos.

Alvo observou bem a garota, ela parecia ainda mais estonteante naquele estado. Não que ele estivesse feliz por vê-la triste, não. Ele simplesmente admirava como ela poderia estar tão linda até num momento daqueles. Seus olhos, tão verdes como o seu próprio, estavam vermelhos em volta e, quando ela piscava, algumas lágrimas escorriam, borrando a sua maquiagem. Seu cabelo estava um pouco bagunçado por sua pequena corrida e suas mãos inquietas que não paravam de desembaraça-lo, isso a deixava incrivelmente sexy.  Seus lábios estavam um pouco inchados por conta das mordidas de ódio. Ela apertava os punhos com tanta força que Alvo achou que podia perfurar sua mão.

- Hey, olha pra mim – Ele pediu segurando seu queixo.

Rose o fez inconscientemente, como ela podia ter sido tão idiota?! Scorpius já tinha seguido em frente, por que ela não podia fazer o mesmo? Por que ela insistia em ficar presa a ele? Por que ela insistia em seguir com aquela fantasia idiota dos dois?  Por que ela não conseguia se deixar levar por algum outro alguém?

- Ele não te merece, ok? – Alvo sussurrou com a mão direita no rosto dela e a esquerda na cintura. Como diabos essa mão foi parar ai?! – Você consegue alguém bem melhor num estalar de dedos.

- Al...? – Rose chamou manhosa – E se eu não quiser alguém melhor?

O moreno engoliu em seco, limpou o rosto da garota e olhou em volta. Ele soltou um risinho sem emoção e comentou:

- Mesmo corredor. Mesma situação.

- Não é a mesma situação.

- Não ainda – Ele falou em tom baixo.

Anna, Rose, lembre-se da Anna. Ela pensou.

Alvo chegou perto da ruiva e encostou seu nariz no dela. Rose pensou em se afastar e mandou estímulos para todas as partes do seu corpo para fazer isso, mas ele não a obedecia. Ao contrário, fazia tudo o que ela queria. Quer dizer, o que ela não queria! Merlin, de novo não!  Cortando todas as linhas de pensamento de Rose e antes que começasse a pensar sobre o que estava fazendo, Alvo selou seus lábios no dela.

Ele enrolou os dedos no cabelo dela enquanto a prensava na parede. Seu corpo contra o dela e sua boca brincando com a dela dava uma impressão que eles estavam fazendo uma coisa errada. Mas Alvo não podia pensar nisso no momento, estava muito ocupado fazendo a prima se esquecer de Scorpius. Scorpius. Que belo amigo você é, Potter! O sonserino já estava começando a considerar se afastar com Rose arranhou sua nuca. Merlin, você quer me matar, garota?!  

Eles se afastaram, mas continuaram de testas coladas, com a respiração sincronizada. Eles podiam ouvir os batimentos cardíacos um do outro e secretamente se sentiam tão bem por terem deixado um ao outro nesse estado.

- Alvo – Ela sussurrou o nome dele enquanto recuperava o ar.

Rose levantou a cabeça e a encostou na parede, arqueando levemente o corpo para frente. Ela tentava recuperar a consciência, mas logo sentiu os lábios do primo atacando seu pescoço e dando leves chupões no mesmo. Ela tinha que admitir que aquele garoto sabia como usar a boca, e muito bem. Também tinha que admitir que gostava.

- Al... É sério...

- Você realmente quer que eu pare? – Ele já tinha chegado a sua orelha e depositava leves mordidas na mesma.

- Q-Quero – Ela se forçou a dizer.

Com contragosto, Alvo se separou, mas não sem esboçar um sorriso vitorioso, levando um tapa da ruiva. Ela limpou o rosto e arrumou a roupa que estava um pouco – muito – bagunçada e tentou dar um jeito no cabelo.

- Idiota – Ela o amaldiçoou.

Alvo sorriu malicioso e a prendeu com força na parede.

- O que você disse? – Ele sussurrou, ainda sorrindo.

- Idiota – Ela repetiu, dando ênfase em cada silaba com a língua.

- Fala de novo – Ele pediu dando uma leve mordida no pescoço dela.

- Idiota – Ela suspirou desabotoando a camisa dele e passando os dedos pelo abdômen definido dele.

Alvo também trabalha na blusa dela. Pelo menos metade da mesma já estava aberta.

- Ca-ham.

Eles se separam assustados para o recém-chegado e pareceram se dar conta que estavam em um corredor público.

- Hugo! Quer me matar do coração? – Rose perguntou voltando a fechar a blusa.

Hugo apenas levantou uma sobrancelha e olhou para cada um demoradamente.

- Vocês dois já ouviram falar de uma coisa chamada “Sala Precisa”? – Ele perguntou tentando ignorar o ódio que sentia por Alvo por estar tocando a sua irmã daquele jeito.

- Hugo, não é –

- Relaxa, eu sei reconhecer umas preliminares quando vejo uma. Mas também, já ta na hora do jantar, vocês não vão?

Alvo achou melhor ir, já que sabia o que Hugo era capaz de fazer quando estava com ciúmes da irmã. E ele realmente não queria ficar com mais marcas do que já estava.

Ele e Rose seguiram em silêncio para o Salão Comunal, enquanto o irmão dela ia por outro caminho. A ruiva torceu o nariz quando viu, na mesa da Sonserina, Alexis agarrada no pescoço de Scorpius.

- Da licença que eu vou vomitar – Ela disse antes que alguém pudesse notar a sua presença.

Alvo sorriu, ela realmente gostava dele. Mas se o amigo não percebesse isso rapidamente, bem... Rose já tinha provado que conseguia seguir em frente, se quisesse.