Slide Away escrita por letter


Capítulo 16
Capítulo XV - Bônus


Notas iniciais do capítulo

Olá meus lindos leitores, algumas coisas antes de lerem o capítulo, certo? Primeiro, o enem está chegando e eu realmente estou estudando muito para ele e isso deixa meu tempo online bastante racionado, por isso da demora.
A segunda coisa: É diferente o capítulo, é um bônus. E porque? Porque é narrado por um personagem secundário, mostrando sua estória, que se entrelaça com o enredo principal.
É algo que nunca fiz, então vejam como um teste, vamos ver o que acham :D



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– Aí não – murmurou Roxy do meu lado, sem saber se tapava os ouvidos, o nariz, ou a boca, enquanto pressionava as pálpebras uma contra a outra – Parem com isso, seus nojentos.

Mas ninguém realmente parecia ouvi-la, e para melhorar o quadro da situação, Lucy ao seu lado aderiu à compostura dos garotos a nossa volta e cheirou o Gás no frasco que estava sendo passado de mão em mão, e em meio às gargalhadas começou á eructação, vulgo arrotar, enquanto Roxy começou a demonstrar plenos sinais de que iria colocar para fora todo o seu café-da-manhã.

– Sua vez Domi – disse Lucy ainda rindo ao passar o frasco para minhas mãos.

Eu a olhava, e olhava para o frasco, aquilo realmente parecia à coisa mais exageradamente nojenta do mundo, mas no fundo uma parte de mim queria rir como todos e começo a expelir gases pela boca.

– Tudo bem – falei jogando um sorriso nos lábios e balançando a cabeça enquanto levava o frasco ao nariz.

Lucy me fitava com expectativa, enquanto Roxy estava claramente incrédula por eu estar participando daquilo, mas assim que o cheiro foi identificado por meu organismo uma onda de enjôo bateu de frente a mim, e logo eu estava fazendo vômito com Roxy.

– Droga – murmurei sentindo o café-da-manhã voltando à boca.

A porta da sala de aula de poções se escancarou, e por ela vinha entrando o já muito idoso professora Horácio Slughron, as marcas da idade enfeitavam o sorriso em volta de seus lábios e chegava aos olhos, os puxando fazendo-os parecer que estavam quase fechados. Mas seu sorriso sumiu, e seus olhos por um segundo quase pareceram abertos.

– Mais que diabos! – trovejou ele.

Os alunos aparentemente não o ouviram, mas todos se calaram quando uma garota da Sonserina, sentada ao lado de meu primo Albus, expeliu para fora tudo o que eu estava tentando segurar.

– Mas que nojo, Dora! – exclamou Albus pulando de seu banco com as mãos para o alto, enquanto o café-da-manhã mal digerido de Dora escorria por suas calças.

– Aí não – Roxy levou as duas mãos á boca. Eu tinha certeza que ela seria a próxima, e depois ela, sem sombras de dúvida seria eu. Meu estômago não aguentava aquilo.

– Quem é o responsável por isso? – perguntou ele. Em resposta uma dúzia de arrotos se fez audíveis, os garotos levavam as mãos á boca para controlar os gases, mas era quase impossível não arrotar.

– Professor – balbuciei com ambas as mãos no estômago.

– Céus, cadê um monitor para levar essas meninas para a ala-hospital? – perguntou ele olhando em volta, ignorando os arrotos.

– Não há monitor aqui – responde Lucy – Malfoy não foi substituído e Rose... – Lucy olhou em volta – Eu realmente não sei onde ela está.

– Raios – praguejou o professor – Vocês sabem o caminho meninas, vão pra enfermaria, e agora o resto ouça bem, eu deixo vocês sozinhos por cinco minutos e vocês transformam minha sala de aula em um chiqueiro para porcos? Estou numa sala de sexto ano ou primeiro? Olhem bem...

O professor continuou falando, mas a certo ponto eu já estava correndo para a ala-hospital, com Dora Nott e Roxanne em meus calcanhares.

Antes que eu chegasse à enfermaria minha visão começou a ficar turva, e quando consegui levantar o punho para coçar os olhos percebi que eram lágrimas. Eu estava chorando. Mas que diabos, por que eu estava chorando?

A porta da enfermaria estava aberta, Madame Pomfrey trocava um diálogo bastante animador com o professor Longbottom, mas tive de interrompê-los, correndo por entre eles e me curvando na pequena cestinha de lixo que havia do lado de dentro da ala-hospitalar, despejando tudo o que havia em meu estômago ali dentro.

– Céus – murmurou Madame Pomfrey andando até mim, apenas senti suas mãos prendendo meus cachos para trás. Dobrei os joelhos no chão e fiquei ali até que tivesse colocado tudo para fora, mas as lágrimas continuavam a sair – Se acalma filha.

– Aí não – murmurou Dora novamente, atrás de Roxy e correndo para meu lado, imitando meus gestos, mas ela não chorava, apenas eu. E o motivo disso eu não sabia.

Madame Pomfrey não se deu o trabalho de se despedir do professor Neville, foi logo nos sentando em uma das camas, e interrogando sobre o que estava acontecendo. Depois de censurar a conduta de nossos colegas de classe, serviu para cada uma de nós uma poção fumegante, quente ao toque dos lábios.

– Isso deve fazer vocês melhorarem, as pobrezinhas tem apenas o estômago muito fraco. Tirem o resto do dia para descansar que depois eu escrevo uma justificativa aos seus professores.

Roxy pareceu melhorar muito mais rápido quando soube que iria perder o dia de aula, do que quando tomou a poção.

– Vou pegar a senha do banheiro dos monitores com a Rose e tomar um longo banho que durará toda a tarde – contou Roxy, sonhadora, enquanto saímos da aula hospitalar – O que acha?

– Tanto faz – dei de ombros.

– Dominique – Roxanne se virou para mim, pousando uma de suas mãos em meu ombro me fazendo parar no lugar – O que há com você?

– Eu acho que a poção ainda não fez muito efeito – falei.

– Sério? Parece que tem uma vida que você está assim – disse ela franzindo o cenho.

– Enjoada? – falei rindo.

– Sei lá, você está sem maquiagem – disse ela se virando – Acho que nunca vi você sem maquiagem. Sério, devia ser um crime uma Veela não se cuidar, olha sua roupa.

Minha roupa estava realmente nojenta, suja pelo vômito e amassada por qualquer motivo.

– Não sou Veela, tenho apenas um oitavo do sangue de Veela – a corrigi.

– E eu tenho um oitavo do sangue afro, o que me torna descendente deles e não muda nada, se valoriza garota.

– Certo – falei soltando um pesado suspiro – Eu tenho que fazer algumas coisas, e logo te procuro.

– Fazer algumas coisas? Assim? – ela me olhou de cima a baixo com as sobrancelhas arqueadas – Boa sorte – falou ela balançando os pesados cachos negros e andando como se não tivesse acabado de ser assolada por uma crise de enjôo.

Aproveitei que todos estavam em aula e sorrateiramente corri para ala dos professores.

Eu precisava dele agora.

A maioria dos professores tinha seu dormitório no mesmo patamar em que tinha suas salas, mas alguns outros tinham uma espécie de “Salão Comunal” dos professores, e lá seus respectivos quartos. Esse era o caso do Teddy Lupin.

Eu não encontrava problemas para entrar lá, uma vez que nunca havia ninguém por lá para me ver, e como sempre fazia, entrei e me tranquei no seu quarto.

O quarto de Teddy não era grande, havia espaço apenas para uma cama de casal, uma escrivaninha e um pequeno armário para suas vestes. Os livros ficavam esparramados por todo o chão, formando pilhas que chegavam a ser mais altas do que eu.

Uma fadiga instantânea tomou conta de mim, e enquanto eu o esperava caí no sono sobre sua cama e anotações.

Eu não fazia ideia do quanto havia dormido, mas acordei com o bater da porta.

Por um segundo eu estava um tanto desnorteada sobre o tempo e espaço. E num salto me levantei da cama, quase me desequilibrando.

– Ei, calma – ouvi a voz de Teddy antes que o visse, suas mãos a minha volta, me segurando no lugar – Está tudo bem? – quando consegui focar ele em meu campo de visão, ele parecia um tanto assustado e preocupado, com certeza minha aparência deveria estar horrível.

– Sim – balbuciei – Quantas horas?

– Já passou do horário do jantar – falou ele.

Sério? Eu mal acreditava que havia dormido aquilo tudo.

Balancei a cabeça, como se isso pudesse colocar todas as ideias no devido lugar, mas o ato parecia em vão.

– Domi? – chamou Teddy – Você está bem? – perguntou ele novamente.

– Me sinto confusa – admiti, sentando a beira da cama – Na verdade, não sei o que sinto, é tudo tão... – levantei os olhos para ele – O que você está fazendo comigo?

Teddy arregalou os olhos, como se tal pergunta fosse a ultima coisa que esperasse ouvir de mim.

– Eu? – perguntei ele, levando uma mão ao peito – Do que está falando?

– Eu costumava ser normal, viver futilmente feliz em meu mundo e de repente não sei se quero rir, chorar, não sei quando você vai se enjoar de mim... Não sei o que vou fazer quando você se casar com minha irmã – falei por fim.

– Já conversamos sobre isso Dominique – falou adquirindo uma pose séria, a Iris de seus olhos escurecia, denunciando o que estava acontecendo dentro de si. Um dos males de ser metamorfomago – Não me faça repetir tudo de novo.

– Como você quer que eu acredite em uma coisa que você fala, se nem mesmo você acredita? – perguntei.

Teddy soltou um pesado suspiro, se ajoelhou em minha frente, e ficamos no mesmo nível. Com todo o cuidado ele começou a trabalhar com os botões de meu uniforme, e desabotoou todo o camisete sujo. Já não havia problema ficar apenas de sutiã perto dele.

– O que foi isso? – perguntou ele enquanto tirava sua própria blusa e me entregava para que eu a vestisse.

– Os garotos fizeram uma poção nojenta e eu não aguentei – dei de ombro – Madame Pomfrey me deu qualquer coisa para tomar, mas ainda assim... – encolhi os ombros. Com meu camisete sujo Teddy limpou as gotículas de suor que brotavam em minha testa.

– Você não parece nada bem – murmurou ele.

– Por favor, Ted.

– Dominique, me caso com sua irmã em cinco meses – falou ele se levantando – Foi divertido, mas não podemos continuar com isso, é errado.

– Não é errado, eu já sou uma bruxa de maior – falei me levantando.

– É antiético, traí minha noiva com a irmã mais nova dela! – disse ele levantando os braços.

– Você não se arrepende, tenho certeza – rebati me levantando.

– Eu me arrependo – respondeu ele – Eu sou seu professor – disse ele por fim.

– E você me ensinou mais do que era necessário.

O silêncio caiu entre nós enquanto nos fitávamos. Sim ele era meu professor, sim ele era meu cunhado, sim ele iria se casar, sim ele era muito mais velho e sim: eu o amava.

Eu já havia ferrado toda a minha vida, uma noite a mais não parecia fazer diferença.

Teddy pareceu ler todos meus pensamentos, e ao mesmo tempo nos adiantamos um para o lado do outro, entrelaçando-nos num abraço inseparável onde nossos lábios desesperadamente se encontraram, e como peças de um mesmo quebra-cabeça, nossos corpos se encaixaram em sincronia, antes que ele me levantasse em seus braços e me guiasse até a cama.


(...)

Estávamos tão próximos um do outro que dividíamos o mesmo ar. Distraidamente ele brincava com uma de meus cachos, enquanto eu apenas contemplava suas feições, imaginando que em cinco meses nunca mais as teria tão perto, invejando minha irmã que todos os dias, pelo resto de sua vida acordaria e veria o paraíso.

– Você disse que não íamos fazer de novo – murmurei.

Teddy não respondeu, apenas colocou seus olhos sobre os meus. Era injusto com ele, eu sabia. Ele se culpava por aquilo, se culpava por desejar aquilo, se culpava por não se controlar, no fundo ele me culpava.

– Sabe o que acho? – perguntei.

– Não Dominique, o que você acha? – havia um tom irônico em sua voz, mas resolvi não ligar.

– Que você não ama a Victoire. Você não teve família de verdade, e tem medo de nunca ter, e para garantir que terá uma vai se casar com sua primeira namorada, por que pode não conseguir outra, e essa é a verdade.

– Essa é sua teoria?

– Se o que você quer é uma família, eu posso lhe dar uma – murmurei baixo de mais.

Teddy novamente não respondeu, ele selou meus lábios com o seus, e se virou para o lado. Quando sua respiração se tornou leve e compassada eu tive a certeza que ele caiu no mais profundo dos sonos possíveis.

Eu poderia ficar a noite toda acorda, o admirando como costumava ficar, mas o enjôo novamente me assolou de surpresa, e antes que eu visse estava de pé, vestindo qualquer roupa que encontrasse no chão, e saindo do quarto de Teddy.

Graças à madrugada nenhum professor estava a vista, e pude subir o mais rápido que conseguia todas as escadarias até o sétimo andar. Havia algumas pílulas trouxas em meu closet que sempre conseguia tirar os males que nenhuma poção bruxa poderia tirar, e naquela hora eu realmente precisava deles.

Eu esperava que o Salão Comunal da Grifinoria também estivesse vazio, mas quando eu entrei havia pessoas ainda acordadas. Rose deitada perto da lareira, e meu irmão, Louis, sentada em dos degraus que dava para o dormitório.

– Louis – falei pressionando o estomago, como se eu conseguisse segurar o nada que estava ali, afinal, já havia colocado tudo para fora.

– Droga Dominique – exclamou ele – Você realmente está continuando com isso!

– De novo não, Louis – disse num suspiro, tentando passar por ele, mas ele se levantou e embora mais novo, tinha a minha altura e conseguia bloquear a passagem.

– Eu sei o que você anda fazendo a noite, e eu juro que vou contar se você não parar Dominique – ameaçou ele.

– Você não sabe nem o que está falando.

Louis apontou o indicador para meu peito, me forçando a olhar para baixo, mostrando que eu estava com uma camisete maior do que o meu tamanho. Mostrando que eu estava com a camiseta de Teddy.

– Ela é nossa irmã – falou ele num sussurro.

Eu tinha a consciência de que Rose já não estava deitada próxima a lareira, e fitava a mim e meu irmão atentamente, assim como tinha a consciência de que necessitava de um medicamento.

– Você sempre a invejou – Louis balançou a cabeça – Sempre quis tudo o que era dela, e eu sempre te defendi, mas agora Dominique... – ele balançou a cabeça – Não acredito que você é minha irmã.

– Você não entende – respondi – E você não pode contar Louis, estragaria a vida de todo mundo.

– Então pare Domi, se não você vai estragar a vida de todo mundo – respondeu ele se virando e subindo a escadas para seu dormitório.

– Dominique – chamou Rose antes que eu pudesse começar a pensar no que acabara de conversar com meu irmão – O que foi isso? – perguntou ela andando até mim.

– Não foi nada – respondi colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

– Certo – respondeu ele com incerteza – Poderia me ajudar com algo, extremamente importante?

– Posso tentar, que foi Rosinha?

– Ainda sou de menor – explicou ela – Se eu aparatar, o Ministério me localiza no segundo seguinte, e eu realmente preciso de ir á um lugar... Hm... Encontrar alguém, e queria meio que você fosse comigo, que você apartasse, como você é de maior ninguém te rastrearia. Por favor, Domi, é muito importante.

Soltei uma risada seca.

– Desculpe Rose, não posso te ajudar.

– Domi... Albus não está falando comigo, e todo mundo ainda é de menor – falou ela de vagar – Eu preciso de sua ajuda.

– Realmente sinto muito Rose – me desculpei me virando.

– Dominique – Rose falou mais grava, pousando a mão em meu ombro e me fazendo virar – É apenas um favor, não vai lhe custar, já perdi as contas de quantas vezes te ajudei.

– Rose eu queria poder ajudar, mas não posso, sério!

– Eu vi você dando Amortentia para o Teddy e vejo você saindo todas as noites do dormitório, sei que você encontra ele e tenho certeza que sei do que seu irmão está falando, e eu não disse nada para ninguém Dominique, custa retribuir o favor me ajudando? – o tom de Rose estava um pouco mais alto que o necessário, e eu podia ver suas orelhas e bochechas ficando vermelhas.

– É exatamente por isso – falei por fim, sentindo a fadiga do dia cair sobre mim – Eu posso estrunchar quanto aparatar, assim como Albus perdeu o joelho, não vou arriscar a perder nenhuma parte do meu corpo.

– E porque não?

– Por que, Rose – falei de vagar – Eu posso estar com um bebe dentro de mim, e não vou correr o risco de aparatar e deixá-lo para trás.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado pessoal, e se o cap tiver dado certo posso planejar mais alguns bônus aleatórios mais para frente, uma vez que já passamos para lá da metade da fic.
Peço a paciência de todos se eu demorar a postar e claro, que deixem sua opinião sobre esse capítulo principalmente, e quem quiser recomendar para me fazer feliz e/ou favoritar, não se acanhe nem se reprima, dou todo apoio -q kk obrigada pela paciência, beijão.
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Capítulo betado e estou #CHOCADA. Sem comentários!! Feliz Natal pra quem estiver lendo ^^