Slide Away escrita por letter


Capítulo 10
Capítulo IX


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoinhas :) Adiantei o capítulo que seria postado no domingo para hoje em agradecimento a Cynthia pela linda recomendação MUITO OBRIGADA FOFA (por isso não está betado). Muitos acontecimentos importantes no capitulo, e como eu havia dito no cap anterior, é um dos meus preferidos, então espero que gostem.



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Albus Potter e Jason Thomas travavam uma intensa competição para ver qual dos dois ganhava no quesito “arrependimento”. Em dezesseis anos, eu nunca vira Albus perturbado como ele estava naquele dia. Cada um se sentia mais culpado que o outro pelo o que acontecera a Scorpius. 

Madame Pomfrey não deixou que ninguém entrasse na ala-hospitalar, onde ela tratava de um Scorpius Malfoy bastante quebrado e inconsciente. Albus se agachou do lado de fora da sala, abraçou-se aos joelhos e começou a balançar-se para frente e para trás. Jason desapareceu pelo castelo depois de chorar como um bêbê por um longo tempo. 

Os pais de Malfoy estavam trancafiados dentro da enfermaria, junto com Madame Pomfrey e dois curandeiros que foram chamados direto do Hospital St. Mungus. Eles, o senhor e a senhora Malfoy queriam transferir Scorpius diretamente para o hospital. Isto apenas serviu para alarmar metade da escola sobre as condições de Hyperion.

Mas depois de passarem o dia trancafiados na ala-hospitalar, finalmente a porta da enfermaria se abriu.

Eu estava sentada no chão, encostada na parede de mãos dadas com Albus quando os pais de Scorpius passaram por nós.

– Senhor! – exclamou Albus se colocando de pé num salto, comigo bem ao seu lado – Eu... Eu sinto tanto... Senhor eu – Albus começou a gaguejar e balançar a cabeça.

– Como ele está? – perguntei ao ver que nada de concreto sairia de Al.

O casal Malfoy's se virou para nós. Astoria Malfoy estava com seus olhos claros fundos e vermelhos. Draco Malfoy tinha as feições duras, bastante sério. Sem que eu pudesse controlar minha consciência, as palavras do diário da jovem Hermione e do jovem Draco se materializaram em minha mente.

Ele está sempre em meu pensamento. Não por prazer, tal como eu não sou um prazer para mim própria, mas como parte de mim mesma, como eu própria.

Essas foram as últimas palavras que tive a infelicidade de ler antes de Scorpius me arrancar à força o diário.

– Granger – murmurou o Senhor Malfoy fitando-me por um tempo longo de mais. Nunca fomos apresentados formalmente, diferente de Albus que passava mais tempo na mansão dos Malfoy do que na sua própria.

– Rose Weasley – me apresentei esticando a mão direita. Draco Malfoy a olhou, e à medida que os segundos se passavam eu sentia minhas bochechas queimarem cada vez mais. Baixei a mão sem graça, apurando a ideia de sair correndo dali e me esconder no primeiro armário de vassouras que houvesse em minha frente.

– É um prazer Rose – quem respondeu foi Astoria Malfoy, colocando uma mecha de cabelo negro atrás da orelha e escorrendo seu braço para o braço do marido – Albus – ela cumprimentou ele forçando um sorriso.

– Sinto muito por Scorpius tia – eu tinha meu estômago revirando de vergonha e Albus chamando à senhora Malfoy de tia? Era isso mesmo que eu estava ouvindo?

– Ele vai ficar bem – respondeu a Malfoy – Quebrou vários ossos, mas nada que algumas poções não resolvam, mas ao cair ele bateu a cabeça com muita força, então Madame Pomfrey e os curandeiros optaram por lhe dar leite de papoula, para que ele durma e acorde apenas quando os ossos estiverem firmes novamente, deverá sentir algumas dores de cabeça e... – Astoria balançou a cabeça.

– Mas ele vai ficar bem – disse Albus um tanto aliviado, tentando aliviar a mãe do amigo.

– Scorpius nunca mencionou que era amigo de uma Weasley – falou Draco, ainda me medindo com os olhos.

Eu estava prestes a explicar que não éramos tão amigos, mas Astoria se apressou em desperdir-se de mim e Albus, e em questão de segundos o casal desapareceu por entre os corredores do castelo.

Meu primo se apressou em adentrar a ala-hospitalar, mas o recinto ainda acomodava os curandeiros de St. Mungus, que mal nos notaram entrar. Eles estavam falando das novas poções para evitar a queda de cabelo e rugas faciais.

Quando os curandeiros saíram, o time de Quadribol da Sonserina veio visitar seu atacante inconsciente, trocaram algumas palavras com Albus que lhes colocou a par da situação de Scorpius e foram embora.

Algumas “amigas” de Scorpius resolveram aparecer também. Parkinson me lançou seu olhar de buldogue mal humorado durante o tempo que ficou lá, e a gêmea de Nott me exigiu explicações do porquê eu estava ali.

– Ele é meu amigo – respondi dando de ombros quando ela perguntou.

– Amigo? Por favor! – exclamou bufando – Vocês não se falam há semanas!

– E o que você está fazendo aqui? – quando vi, eu já havia perguntado, e Albus nos encarava com os olhos esbugalhados.

– Nós namorávamos – respondeu ela como se fosse um fato óbvio de mais. Dora Nott e Scorpius realmente namoraram: no terceiro ano.

Por fim Al se interferiu pedindo que Dora procurasse saber o que foi feito da vassoura de Scorpius, dizendo que com certeza ele ficaria muito feliz ao acordar e saber que foi ela quem se preocupou com esse detalhe. A garota saiu serelepe e saltitante da ala-hospitalar.

– Rosinha, eu estou bem, não precisa ficar aqui comigo – disse Albus depois de um tempo. Até aquele momento eu havia ignorado o fato de que estava lá não para fazer companhia a Albus, mas sim para fazer companhia a Scorpius, mas quando me dei conta disso fiquei extremamente envergonhada comigo mesma.

– Tudo bem – respondi levantando sem jeito – Se precisar de mim pode procurar.



Amaldiçoei-me mentalmente pelo resto do dia. Eu não sabia o que raios estava acontecendo de errado comigo para ficar na ala-hospital preocupada como estava com Hyperion, ou para me meter em intrigas com suas “amigas”, e muito menos sabia por que minha mente insistia em se dirigir para Scorpius Malfoy.

Naquela noite, no Salão Comunal da Grifinória, o assunto era sobre a derrota do nosso time para um time em que o apanhador estava com o joelho machucado e o atacante fora derrubado.

Por fim Lily se estressou com a conversa e berrou para todos ouvirem que o time estava ruim porque não havia um Potter nele. Algumas pessoas ficaram seriamente ofendidas com a explosão dela, mas as outras começaram a incentivá-la entrar no time, e no final da noite, Lily estava conversando com McLaggen, o capitão do time da grifinória.

No dormitório, Lucy e Dominique estavam arrumando suas respectivas mochilas com algumas trocas de roupa, enquanto Roxanne se rolava na cama de um lado para outro, gemendo e com alguma coisa verde e nojenta escorrendo de seu nariz.

– O que aconteceu? – perguntei ao entrar no quarto, totalmente assustada.

– Roxy está nojenta – respondeu Dominique com um lenço amarrado sobre o nariz.

– Ela está com virose mucosa – respondeu Lucy jogando a mochila em suas costas – Vou dormir com Emily – Emily é uma garota da Corvinal, vulga melhor amiga de Lucy – O que foi? – perguntou ela ao ver como Dominique a olhava – Para de me olhar assim, garota estranha.

Lucy saiu mal-humorada do dormitório.

– Não podemos deixar Roxy sozinha – falei vendo minha prima rolar na cama.

– Bom, se você quiser ficar com ela, fique a vontade. Mas eu vou para o quarto do meu irmão e é bom que aqueles amiguinhos repulsivos dele não fiquem me olhando de mais, mas ainda assim prefiro ficar lá do que pegar doença de Roxy.

Dominique saiu do quarto, me deixando sozinha com uma Roxy bastante adoentada. Eu não queria deixá-la só, mas virose mucosa era a última coisa que eu precisava lidar agora, e tal doença era extremamente contagiosa.

Coloquei um pijama dentro de minha mochila, e murmurando um pedido de desculpas deixei Roxy no quarto.

O plano era passar na ala-hospitalar e pedir para Madame Pomfrey levar alguma poção que a ajudasse, e dormir no quarto de Lily, ou talvez do meu irmão Hugo.

Lily ainda estava no Salão Comunal quando desci e deixei minha mochila com ela, explicando a situação. Ela disse que seria ótimo  que eu passasse a noite com ela e as amigas, mas antes eu tinha de passar na ala-hospitalar, pois não podia deixar a pobrezinha da Roxy se afogar em sua própria mucosa.

Os corredores do castelo estavam totalmente vazios enquanto eu descia pelas escadas da torre, o frio do inverno conseguiu de alguma forma penetrar as muralhas do castelo, e antes mesmo que eu chagasse a enfermaria sentia cada pelo de meu corpo se eriçar.

Porém, dentro da enfermaria a história era outra. Um fogo aquecia todo o recinto, e ao colocar os pés para dentro eu já não queria mais sair.

Madame Pomfrey estava medindo a temperatura de seu único paciente presente na ala-hospitalar: Scorpius Malfoy.

– Veio dar uma olhada em seu amigo, senhorita Weasley? – perguntou a idosa enfermeira levantando seus olhos cansados para mim.

– Não, não... Nós não somos... Quer dizer... Madame Pomfrey, minha prima está passando mal no quarto, teria como à senhora dar algo para ela? – perguntei apoiando de um pé para outro.

– O que ela tem querida? – perguntou Madame Pomfrey se afastando de Scorpius.

­- Virose mucosa – respondi, fitando Scorpius – É a Roxanne – Roxy era conhecida de Madame Pomfrey por passar várias tardes com a curandeira revertendo feitiços que Roxy insistia em usar para melhorar aparência/roupa/penteado.

– Pobrezinha – murmurou Madame Pomfrey – Já é a décima pessoa com isso essa semana. Sei muito bem o que dar a ela – Papoula Pomfrey se arrastou até um armário em madeira que havia na ala-hospitalar e tirou alguns frascos dali colocando-os no bolso – Faça-me um favor, querida?

– Claro – respondi me forçando desviar os olhos de Scorpius.

– Fique com o senhor Malfoy, por favor? Dei-lhe uma nova medicação, para ajudá-lo a despertar sem dor, temos de ficar de olho e ver como ele vai reagir.

Eu estava prestes a abrir a boca e inventar uma meia vintena de desculpas para não ficar ali, mas Madame Pomfrey agradeceu antes disso e se retirou da sala.

Demorei mais ainda para entender que eu teria de ficar de olho em Scorpius, e forcei minha mente a acreditar que aquilo era realmente frustrante. Mas não, uma parte de mim estava feliz por ter uma desculpa para ficar ali com ele. Droga Rose!

– Você está fazendo eu perder uma boa noite de sono Hyperion – falei sentando a beira da cama de Scorpius.

Ele não respondeu. Afinal o que eu queria? Que uma pessoa inconsciente me respondesse? Por favor, Rose.

– Você nos deu um baita susto – contei. Scorpius dormia como um recém-nascido. Suas expressões estavam serenas, e refletiam uma beleza diferente do que a que Malfoy exalava. Era sua beleza natural, não a que gostava de se vangloriar por ter.

– Não é divertido o modo como você está fazendo com que eu pense em você – falei colocando minha mão sobre a sua que estava para fora do cobertor – Por favor, saía da minha cabeça.

A mão de Scorpius pressionou a minha. De leve, admito, mas pressionou. Estaria ele me ouvindo? Estudos trouxas dizem que somos capazes de ouvir o que dizem próximos a nós mesmo estando inconsciente, e ao acordar interpretemos isso como um sonho.

– É bom que se lembre desse momento com um sonho, me entendeu Hyperion? Eu não esqueci que você está com o diário de Hermione, e ainda quero saber o que raios você não quer que eu leia nele. Acha que porque eu estou morrendo de dó de você e morrendo de vontade de beijá-lo eu vou esque.... – arregalei os olhos. O que raios eu estava falando.

Eu podia sentir minhas bochechas e orelhas queimando naquele momento, e não sei se foi o nervosismo ou o que diabos foi, mas senti a mão de Scorpius pressionando a minha novamente, como se me incentivasse a continuar a falar ou algo pior.

– Seria errado Hyperion – sussurrei.

Mas Scorpius pareceu não me ouvir, afinal, como poderia? Estava inconsciente.

Olhei em volta e não avistei nada pela ala-hospitalar. O silêncio era total, a não ser pela ritmada respiração de Scorpius, o crepitar da lareira ao fundo e minha própria respiração, um tanto ofegante de mais.

Eu sabia que se pensasse de mais nunca iria fazer aquilo. Então antes que mudasse de ideia, me inclinei sobre Scorpius e pressionei meus lábios sobre os seus. Senti sua mão pressionar a minha de novo, e tão rápido quanto fui até ele, me afastei.

Meu coração bateu descompassado quando vi os olhos sonolentos de Scorpius abertos para mim.

– Rose... – murmurou ele num sussurro.

Scorpius sorriu, e caiu novamente na inconsciência. Fiz uma mental oração para Merlin, para que colocasse juízo em minha mente e fizesse com que Scorpius acreditasse que aquele momento não passou de um sonho. Com sorte, ele nem mesmo se lembraria de ter sonhado com esse rápido momento. Eu apenas tinha de decidir se deveria ficar satisfeita ou infeliz com isso.



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Notas finais do capítulo

Bom pessoal assim que a Paula puder ela vem betar o capítulo e deixar o recadinho dela para vocês *-* Mas então, o que acharam do capítulo? Ele realmente é meu favorito até aqui e eu ficaria muito feliz de saber a opinião de vocês. Se tiverem qualquer pedido e sugestão não deixem de me mandar. Comentem muito :3 Beijão.
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Já estou aqui seus lindos, e tenho que admitir que a Letter não me causou trabalho nenhum --' Me sinto uma inútil betando os capítulos dessa diva!! E quanto a, ele ficou simplesmente perfeito *--* Sério, foi tão fofis esse finalzinho deles que eu fiquei o tempo todo com um sorriso bobo no rosto!Muito obrigada aos lindos q lembraram de mim nos reviews *--* E prometo fazer a Letter não demorar muito kkk' (Cá entre nós, eu também tô curiosa pra ver o que vai acontecer) kkk' Beijo e não esqueçam do comentário ^^